Capítulo 31
Que horrível sensação a de viajar de avião. Quase um dia inteiro em uma viajem de puras turbulências. Em cima o velho do lado que não parava de falar, ou pelo menos parou quando Ginny teve que vomitar pela enésima vez para indicar-lhe que seguramente estava doente. Quando pisou em terra sentiu tal alivio que começou a correr como uma menina até que um guarda de segurança a parou porque a confundiu com uma terrorista. E assim foram duas intermináveis horas jurando que não conhecia a Osama Bin Laden.
Ginny (pensando): Malditos aeroportos!!! Eu terrorista?... o único que mando são inocentes presentes e nada mais (entrou em um táxi e lhe deu o endereço de seu advogado).
Enquanto observava o céu de sua terra, sua mente viajava longe, a uma fazenda, a um pequeno povoado chamado Valverde, a um homem chamado Harry. E com perfeita sincronia porque Harry também estava pensando nela enquanto via TENS UM E-MAIL, de fato, não havia um momento do dia em que ele não pensava nela.
Rony: É a quinta vez, não deverias parar um pouco?
Harry: No, ainda me faltam muitos e não sei se terei tempo.
Rony: Pois faz uma pausa e escuta-me.
Harry: Te escuto.
Rony: Sabes que tenho meus contatos não? Pois resulta que me chamaram do escritório de um amigo que é juiz no D.F, ao parecer meu amigo recebeu a visita de um advogado italiano que iniciou os tramites de divórcio de sua cliente, uma bela senhorita mexicana casada com um tal de Mauricio Landetta.
Harry: Já quer o divórcio??? Pare-o Rony, faz que ela volte, diz-lhe que tem que estar no México para divorciar-se, diz-lhe que tem que estar aqui...
Rony: Acalme-se meu rei, a secretária de meu amigo escutou que tua amada já vem a caminho.
Harry (se incorporou): QUE? ONDE? Tens que ir ao aeroporto, tens que ir buscá-la, seqüestra-a se for preciso.
Rony: Tranqüilo, eu creio que como vão as coisas o advogado vai vir a dar-te a demanda.
Harry: Não vou recebê-lo, vai ter que ela vir pessoalmente.
Rony: E para que?
Harry: Para vê-la, para escutá-la, para que me insulte tudo o que mereço, para que me pegue e depois me perdoe.
Rony: Pois não sei como pensas fazer, mas isso de que ela venha não é simples, pode alegar que não quer ver-te ou algo assim.
Harry: FAZ ALGO, SE NÃO VOLTO A VÊ-LA TE JURO QUE ME MATO RONY!!!
Rony (olhando pela janela como havia começado a chover): Se aproxima uma tormenta... e não me refiro a chuva... bem, irei me por em contato com o advogado dela para ver se posso averiguar algo ainda que posso comprometer seriamente meu amigo, diz-me algo, vale a pena?
Harry: Por suposto que o vale, ela vale tudo.
Ela desceu do táxi a toda velocidade e entrou no estúdio jurídico. Estava ansiosa e a vez algo dentro dela esta ferido, como se o ter esse papéis significava renunciar a última possibilidade de acertar as coisas com Harry.
Marcelo: Aqui os tem, você mesmo vai levá-los?
Ginny: Sim, agora mesmo saio para lá.
Marcelo: Quer que eu a acompanhe? Digo, não é de minha incumbência, mas como pensas ir?
Ginny: Pois não havia pensado... em avião não quero viajar nunca mais!!! E dirigir eu não sei, de barco não da pra ir... em ônibus?
Marcelo: Em ônibus? Senhora você em ônibus? Eu mesmo a levo, ademais por tudo que contou seu marido não é um tipo fácil, não me perdoaria se lhe passará algo e sei que o senhor Lanús tampouco o faria.
Ginny: És muito amável, muito obrigada.
Ginny esteve calada todo o caminho. Seu advogado lhe fazia todo tipo de perguntas a respeito de Harry, coisas que ela realmente não queria responder. Era como por sal em uma ferida, pensar nele era inevitável, mas falar dele... não podia evitar que sua voz se quebrasse nem que seus olhos brilhassem, esse homem a afetava demasiado e estava por tê-lo em sua frente.
Marcelo: Parece que há uma tormenta (era certo, uns quilômetros depois iniciou uma copiosa chuva que a medida que avançavam se intensificava).
Ginny: Já falta pouco para chegar...
Marcelo: Nervosa?
Ginny: Não é isso, nem eu mesma posso explicar o que me passa, são muitos sentimentos encontrados.
Marcelo (a mirou nos olhos): Diga-me a verdade... Você, todavia o quer?
Ginny não contestou e se limitou a mirar pela janela como um raio caia longe. Enquanto a chuva fazia crescer seus medos e diminuía suas defesas frente a Harry... Suspirou... Se, todavia o quer?... Não o sabe...
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!