Digam Olá Maninho!

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Capitulo Dois: Digam Olá Maninho!
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Uma detenção não era exatamente o que eu planejava, se é que você me entende... Tantas coisas mais importantes para pensar, e eu era obrigada a ficar trancada naquela salinha escrevendo sobre como era feio passar bilhetes na sala de aula. Sem falar da vergonha, meu Deus, com certeza a diretora Minerva não vai perder a chance de mandar uma carta para os meus pais notificando a minha advertência. Nenhum dos dois me fala muito sobre o passado deles, mas aposto que nunca pegaram suspensão. Meus pais são muito “certinhos”.
Mas eu não estou muito afim de falar do passado deles. Até por que lembrar deles me faz me sentir mal. Vamos falar dos meus colegas do castigo, que tal?
Sinceramente eu não me surpreendo que a maioria deles seja da Slytherin, dois do segundo ano, e um do quinto. Na Gryffindor apenas eu, para honrar a minha casa. Hufflepuff um garoto meio estranho do ultimo ano, e Ravenclaw nenhum. Que vergonha...

- Olha, parece que Gryffindor não é assim tão perfeita, não é? – um garoto loiro de olhos frios falou sorrindo de canto a me ver entrar na sala. Eu sabia muito bem quem ele era, não que a família dele fosse amiga da minha (muito, MUITO longe disso mesmo), mas eu conhecia-o desde pequena também. Tio Ron vivia enfatizando que eles não eram boas pessoas. A família dele.
- Um para três – respondi depois de analisar a sala – Acho que continuamos sendo melhores que muitas casas por aí... – ele amarrou a cara. Uma delícia ver quando ficam sem resposta.
- Espere até semana que vem, vamos ver quem é a melhor casa – o garoto falou rindo, mais para o menino da Slytherin que estava sentado ao lado dele do que para mim. De certo ele esperava que eu não ouvisse.
- James fará questão de te acertar um belo bastão na cara, Escórpio, tenha certeza disso.
Então ele se calou definitivamente. Eu acho que ele tem medo do meu irmão, sério.
Escórpio é um garoto meio implicante, que vive no pé do Albus (é do mesmo ano que ele). Eu nunca tive inimigos no meu ano, mas em compensação, detesto grande parte dos mais velhos da Slytherin. Primeiramente por que Jay é muito encrenqueiro, ele arranja briga e depois a família toda arca com isso. E depois, por que o que Jay não arranja de briga, Albus atraí de holofotes, e isso causa muita inveja da nossa casa inimiga.
Mas eu gosto. Faz bem para a auto-estima vê-los sem reação.
Minha mãe é completamente contra isso, é claro, ela fala que muitas pessoas mudaram e se arrependeram das coisas más que fizeram no passado, e por isso não devemos fazer guerra com os filhos dessas pessoas que não levam culpa disso.
Meu pai por outro lado se mostra indiferente, mas no fundo eu sei que se fosse ele, ele faria a mesma coisa que James faz.
Eu não queria falar sobre a minha família né?
Tudo bem, o jeito era ficar quieta, abaixar a cabeça e escrever os 60 cm de pergaminho com a frase “não devo passar bilhetes na sala de aula”. Divertiiido.

- Vamos acampar esse feriado? – falou um garotinho da Slytherin atráz de mim. Certamente que não era comigo que ele falava. Mas sabe, nessas circunstâncias, até zumbido de mosca poderia ser uma ótima distração para mim.
- Nah – resmungou Escórpio – Meu pai quer que eu passe a Páscoa com ele. É até um milagre a gente passar algum feriado em “família”, não que eu esteja muito animado com isso...
- Como assim? Morreu algum parente? – o outro perguntou interessado. Bem, não era só eu pelo visto que seria arrastada para casa no feriado.
- Pior, ele arranjou uma namorada e quer que a gente conheça ela e os filhos dela. – falou entediado – três filhos, imagine.
- Há, já to vendo que você vai bancar a babá. – o garotinho riu.

Minha vontade não era de rir.

Eu não agüentei ficar trancada lá até acabar a maldição de pergaminho, joguei meu material para fora da mesa, e sai o mais depressa que consegui. Ok, eu precisava pensar.
Supostamente pegaria outra detenção por acabar de fazer o que fiz.
Mas que diabos foi aquilo? Será que minha mãe foi tão patética de começar a namorar Draco Malfoy? O cara que meu pai mais detesta na terra! Cara, eu sei que é minha mãe, mas que coisa mais idiota! Ela fez isso por quê? Pra fazer ciúmes nele?
Não, ela me aguarde. Eu vou ser bem mau educada na carta q eu eu vou mandar para ela. Bem mau educada mesmo!

- James! Albus! – berrei passando pelo buraco do retrato, alguns alunos olharam estranhos para mim. Mas isso não importava no momento... – Alguém viu os meus irmão?
- Lil! Você tá pálida! – Shawn exclamou de perto da lareira – Aconteceu alguma coisa na detenção?
- Se aconteceu? – esbravejei – Aconteceu tudo, Shawn, TUDO!
- Lílian! – Albus apareceu na porta do dormitório, ajeitando os óculos com a ponta do dedo – Quer vergonha, pare de fazer furdúncio! Ah, e se pensa que eu não mandei uma carta para mamãe contando da sua suspensão está muito enganada, eu sinceramente acho isso um ultraje, que coisa mais típica do James, Caçu...
- Cala a boca, Al, você vai ter coisa muito pior pra xingar depois que eu encontrar o James.
- Já estou aqui – disse ele sorrindo. Ótimo, família reunida.
- Eu sei quem é o namorado.
- Quem? – perguntaram os dois mais Shawn juntos.
- Digam “Olá maninho!” à Escórpio Malfoy.

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