Acusado



Capítulo 1-Acusado


As ruas de Londres eram perfeitas formigueiras humanos naquele dia.Talvez por estar um dia ensolarado, os trouxas ingleses tinham acordado satisfeitos com uma vontade imensa de passear e comprar coisas, aproveitando que era final do mês de novembro e os salários trouxas já haviam preenchido os longos vazios dos bancos.
Pelo jeito, por ser perto da época de natal, alguns compravam presentes de Navidad e outros de fim de ano.Algumas mulheres finas andavam para lá e para cá com os motoristas.Era justamente a época preferida das socias-light, que iam por lojas de decoração e de doces e salgados para organizar as “melhores” festa de reveillon, que com certeza estariam nas colunas sociais dos jornais do primeiro dia do ano.As famílias ficavam unidas nos parques ou em lojas de brinquedos.Uns aproveitavam a manhã ensolarada de sábado e outros escolhiam presentes para seus filhos.
Arthur Weasley nunca havia entendido esses rituais trouxas.Aproveitava épocas como Natal e Ano Novo.Aproveitava sua ida ao ministério para conhecer melhor essas atitudes alegres ou ambiciosas, e se tinha uma folga, comprava quinquilharias como rádios ou walk-mans em camelôs.Estas “preciosas iguarias” fariam parte de sua coleção particular.Guardava o que podia no bolso do, sobretudo e o que não dava, botava na sua surrada pasta de couro sintético que sempre levava ao trabalho.
Ia se aproximando na cabine telefônica que dava entrada ao Ministério da Magia, onde trabalhava desde antes do seu casamento.Tinha muitas boas lembranças de lá.Não saberia fazer outra coisa senão isso.Acha que se perdesse o emprego estaria na ruína.O salário da seção onde trabalhava, Mal Uso dos Artefatos dos Trouxas, não era muito grande, dava para viver, além de poder fazer algo que realmente gostava de fazer.
Sua paixão pelo mundo trouxa começou aos seus 10 anos, quando se perdeu em uma loja de departamentos.Achou toda aquela gente muito estranha, sem varinha ou vestes bruxas...mas deu uma volta por lá.Quais eram fascinantes aquelas coisas.Não conseguia compreender como as pessoas podiam gostar de câmeras fotográficas que tiravam fotos que não se mexiam.Eles faziam tudo por máquinas.Caixas, roletas e calculadoras.Como eram engenhosas aquelas coisas Tudo era tão diferente...mas ele tinha adorado tudo aquilo.Ele levou aquela paixão á sua vida adulta, e uma dúvida permanente: para que servia um patinho de borracha.
Arthur chegou á cabine.Após folgar a gravata do pescoço, pegou o telefone e discou os números seis, dois, quatro, quatro e dois.Neste instante uma voz tranqüila de mulher ecoou na cabine:
-Bem vindo ao Ministério da Magia.Por favor, informe seu nome e o objetivo da vinda.
Ele falou:
-Arthur Weasley, trabalho no ministério na seção de Mal Uso dos Artefatos Trouxas.
A voz falou um “obrigado” e um crachá saiu da fenda de devolução de moedas.Ele o pegou e o pregou na parte peitoral do, sobretudo.A parte do chão da cabine telefônica desce na escuridão e num ruído de trituração e então para no chão do Ministério.
“O Ministério da Magia deseja ao senhor um dia agradável” falou a voz de mulher, e Arthur foi em direção ao elevador dando bons dias aos colegas de trabalho, e entra no mesmo, ao lado de um homem baixo e gorducho com uma cartola vermelha sobre a cabeça.
Ele foi a muitos níveis até chegar ao seu.Saiu do elevador, andando até chegar a sua apertada sala no setor de Mal Uso dos Artefatos Trouxas.Entra e se senta, tirando o, sobretudo e deixando no chão, do lado de sua cadeira.Pegou algumas notas e papéis que estavam postos encima da mesa, e começou a olha-los um a um, pegando uma pena e assinando alguns.
-Batidas, entupimentos, trem submarino!?- ia murmurando enquanto os olhava.
Então, ele ouve uma batida na porta de seu escritório, e ajeitando seu cabelo diz cordialmente:
-Pode entrar.
Um homem de aparentemente 19 anos, magro e alto falou:
-Senhor Weasley?
-Sim, sou eu.O que deseja, Ralf?
-O Senhor seu chefe, Camillo Radfali o chama á sua sala com urgência.E vou lhe dizer:ele não estava com uma cara nem um pouco boa.
-E quando está?Obrigada Ralf.Pode sair.
O garoto se retirou e Arthur arrumou os papéis na mesa.O que seu chefe poderia querer dele com tanta urgência?
Vestiu seu, sobretudo e saiu da sala, deixando a porta aberta.


A casa que os Weasley habitavam na Grã-betanha não era nenhum palácio medieval, muito menos uma mansão de luxo.Não era um barracão feito de papelão, muito menos um cortiço.Ficava no meio termo de uma família pobre; uma casa não muito grande, não muito pequena.Aconchegante, sim, principalmente para poder alojar Arthur e sua família.Sua mulher Molly, seus filhos Percy, os gêmios Fred e Jorge, Rony e sua filha caçula de 17 anos de idade.Gina.Na verdade seu nome era Ginevra, Gina era apenas apelido.Garota de cabelos ruivos brilhantes, vivos como raio de sol que banha o vale todas as manhãs.Sardas no rosto, dando um toque suave e ao mesmo tempo forte á sua aparência.Corpo torneado e bem feito, como o de uma mulher, quando na verdade apenas era praticamente uma menina.Como toda a sua família tinha cabelos ruivos já mencionados.Seus irmãos mais Gui e Carlinhos não moravam mais na Toca, como era intitulada a casa.Eram grandes eo suficiente.
Gui morava no Egito, onde trabalhava no banco bruxo Gringotes.Já Carlinhos vivia na Romênia, cuidando de dragões.
Os jardins da Toca eram um pequeno terreno, com algumas plantas mágicas e muitos Gnomos.A casa ficava numa região de serras altas, que escondiam coisas inimagináveis pelo mundo trouxa.Magias, encantos e carros voadores.
A casa não tinha uma decoração definida.A cozinha era simples, com uma mesa de madeira no centro.Uma janela preguiçosamente talhada.Uma pia, onde os pratos se lavavam sozinhos.E uma parede, como um mural.Desenhos que são provavelmente julgados como sendo dos filhos Weasley.Subindo havia uma escada, que dava para 3 andares apertados, onde se distribuem os quartos, cada uma de sua maneira particular, decorados á gosto dos próprios proprietários.
No fundo de um corredor escuro existia o quarto, onde já na porta se dizia quem o habitava.Gina Weasley era a pessoa que ali estava, deitada na cama, com roupas surradas, porém pareciam estar bem cuidadas.Ali existia apenas uma penteadeira, com um espelho e colônias distribuídas, partilhando do espaço com pentes e escovas de cabelo, uma escrivaninha com alguns pergaminhos e penas e também um guarda roupas de madeira escura.
Gina saiu de sua cama, e foi em direção a janela, descansando os braços no parapeito e a cabeça nos braços, olhando pela vista campestre inglesa do inverno pouco intenso daquela época de novembro, os pássaros ainda migrando para o sul, com medo da neve gelada que os poderia atingir mais tarde.
Avistou ao longe uma silhueta pequena que foi se aproximando cada vez mais, ficando maior e maior, até pousar sobre a janela, fazendo Gina se afastar um pouco e retirar a carta amarrada no pequeno pé do pequeno Rainbow, a coruja que havia ganhado de Rony no seu aniversário de 17 anos.
Pôs um pouco de ração numa tigelinha e a trouxe para dentro do quarto.
Abriu a carta que estava lacrada com um adesivo do Chudley Cannons.Começou a lê-la com atenção.
Cara Gina,

Respondo esta carta apenas pela consideração existente por você e pelo Rony, mas queria apenas esclarecer algumas coisas.
Eu te acho uma pessoa maravilhosa, mesmo, tanto que chegamos a namorar, porém por motivos que não convém falar agora nesta carta, não posso nem quero continuar com você.
Na minha opinião, nossa história foi apenas uma ilusão, uma aventura de criança.Eu e você somos pessoas totalmente diferentes uma da outra.Não podemos continuar insistindo nessa coisa repentina e boba que aconteceu e que não se repetirá.

Por favor, não insista.

Sinceramente, Harry

Gina pegou a carta de Harry e arremessou bem na boca do lixo.Ficou irada com aquela carta e com a falta de consideração e frieza com que Harry a tratava.Pensava que era só uma boneca que podia usar e depois jogar fora, mas ele veria que as coisas não eram bem assim.
Mas tarde sairia e iria a sua casa, e iria lhe mostrar quem era Gina Weasley.Se ele nunca havia aprendido uma única lição por fazer o papel do pobre e revoltado órfãozinho agora iria aprender e ainda ouvir umas poucas e boas


Arthur saiu do elevador na seção que lhe era requerida a presença imediata, caminhando vacilante pelos frios corredores do Ministério da Magia.As paredes eram roxas naquele andar.O chão, revestido por um carpete de cor vermelha viva, e as porta eram de madeira tabaco.
A sala do seu chefe era no final do corredor.O atravessou lentamente até chegar á porta.Vacilou um pouco antes de bater, mas o fez de forma cuidadosa duas vezes.De imediato não houve resposta, porém, depois de alguns segundos uma voz grave e baixa falou um “entre, por favor”.Ele obedeceu abrindo-a.
O senhor Camillo Radfali era de estatura média, um pouco gorducho e roliço, com uma curta barba meio termo entre branca e castanha.Trajava uma veste roxa com um chapéu de bico longo sobre a careca.Os olhos eram apertadinhos e castanho claro.Estava sentado na cadeira, com os cotovelos sobre a mesa e os dedos entrelaçados com o olhar diretamente em Arthur.
-Sente-se Arthur- falou apontando a cadeira que ficava de frente a sua mesa.
O Sr.Weasley obedeceu imediatamente continuando calado e vacilante como antes.
Camillo pegou um globo de neve com uma miniatura de coruja dentro e começou a gira-lo evitando o olhar de seu funcionário.
-Você deve saber o porquê d’eu telo chamado á minha sala, não?- falou na mesma posição.
-Juro-lhe que não faço idéia, senhor- ele falou.
-Garanto-lhe que após lhe mostrar estes papéis o senhor entenderá perfeitamente do que estamos tratando aqui- disse dando-lhe uma pilha de papéis brancos como se fossem novos.
Arthur os pegou e começou a analisa-los com atenção e precisão.Olhou para o chefe falando naturalmente sem entender:
-Sim, aqui diz que o dinheiro que iria para obras comunitárias bruxas e para o St.Mungus desapareceu da conta do ministério.
-Isso mesmo.
-Mas eu não estou entendendo- disse ele com uma cara extremamente confusa –O que tudo isso tem a ver comigo?
O homem se levantou da cadeira, com os braços para trás, fitando a parede e circulando em volta da cadeira em que Arthur estava sentado.
-Você está sendo acusado de desviar o dinheiro para a sua conta pessoal, senhor Weasley.O senhor tinha acesso aos documentos que o diziam respeito.
-Mas você não pode estar falando sério.Eu jamais roubaria nada do ministério.O ministério é a minha vida- disse desesperado se levantando da cadeira.
-E não é só isso.Você também está sendo acusado de fraudar informações bancárias do ministério, esconder papéis sobre infrações de bruxos quanto á desrespeito da constituição bruxa.Eles cometeram algumas infrações em presença de trouxas.
-Mas isso só pode ser uma pegadinha.Eu reviso e deixo na minha sala todos os dias as ocorrências.Eu não fiz nada, você tem que acreditar em mim- suplicou Arthur se vendo encurralado.
-Calma, calma.Eu sei que você não fez nada.Convivi durante todos esses anos com você e sei que seria incapaz de tamanha negligência, porém isso não depende de mim.Você será julgado num tribunal aqui no ministério mesmo.Logo você deverá estar recebendo uma carta lhe dizendo o dia e a hora do julgamento.Eu sinto muito mesmo Arthur, porém não posso fazer nada.O dinheiro foi achado na sua conta hoje, por isso que só hoje pude estar lhe contando.
O Sr.Weasley se jogou na cadeira incrédulo por tudo o que estava acontecendo.Não podia ser verdade, aquilo era mentira.Tinha que ser.Um pesadelo, apenas um pesadelo, que iria acabar quando ele acorda-se de manhã em sua casa normalmente, como sempre, sem nenhum problema.
O Sr.Radfali se sentou de novo na cadeira em frente á ele.Se curvou e falou:
-Você quer um conselho de amigo?
-Quero, claro- falou Arthur.
-Reze.


Nota do autor: Eu agradeço a quem ler, e peço que continuem lendo e mandem reviews. Já escrevi até o capítulo 8, então tudo será rápido até este. Até mais.

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