Pode vir quente que eu estou f

Pode vir quente que eu estou f



Capítulo 7: Pode vir quente que eu estou fervendo

Draco acordou, mas não abriu os olhos imediatamente. Sentiu que tinha algo debaixo de seu braço, então abriu os olhos e viu que o que estava debaixo de seu braço era o corpo de Gina. Rapidamente ele puxou o braço para perto do próprio corpo e levantou-se.
“Está na hora de dar um bom dia pra Weasley...” ele pensou enquanto enchia um copo com água.
Ele chegou perto dela e um sorriso perverso se formou em seus lábios. Pegou o copo cheio de água e simplesmente virou-o na cara de Gina:
-Não! Maremoto! Eu sou muito nova pra morrer! –ela disse se levantando de uma só vez.
Draco estava rindo da cara dela:
-O que você fez, Malfoy? –ela perguntou cerrando os punhos.
-Eu estava bebendo água e derrubei um pouco em você acidentalmente.
-Acidentalmente porcaria nenhuma! Você fez de propósito, seu cretino.
-Cale a boca Weasley! Devia me agradecer, já que não está mais com a cara amassada. Agora faça os meus cabelos voltarem ao normal ou terá razões para reclamar de estar sendo afogada.
-Vermelho não fica bem em você mesmo. –ela disse e diante da ameaça dele, se viu obrigada a tirar o feitiço.
Ele foi correndo até o espelho do banheiro para conferir:
-Meu cabelo! Eu senti tanta falta desses fios dourados. –ele disse quase que emocionado.
“Que patético! Ele só ficou um dia com os cabelos vermelhos”.
Gina colocou uma roupa pesada por cima do pijama e foi saindo:
-Onde você vai, Weasley?
-Tomar café da manhã, não estou com a mínima inclinação para assistir você enquanto admira seu cabelo.
Ela entrou num tipo de bar e lá pediu por mímica um crepe e chocolate quente. Depois ela resolveu perambular pelas redondezas. Andava vagarosamente e com o pensamento longe, mas uma coisa a incomodava, a sensação de estar sendo observada.
“Eu acho que estou ficando paranóica ou devo estar com mania de perseguição”.
Chegou na mesma floresta de pinheiros da qual ela saíra do portal. Encostou as costas em uma árvore, fechou os olhos e começou a pensar.
“Vamos pensar Gina! Como eu posso fazer para conseguir que Malfoy seja meu aliado? Acho que primeiro eu tenho que parar de brigar com ele e depois tentar ser amiga dele. Bem, simplesmente é uma MISSÃO IMPOSSÍVEL!!! Acho que vou chamar o Tom Cruise pra me ajudar, se bem que eu acho que nem ele seria capaz de resolver. Mas pelo menos ele poderia solucionar o meu problema de carência afetiva...hum...voltando ao ponto (infelizmente), o que eu tenho que fazer...” uma coisa gelada acertou o pescoço de Gina quebrando sua linha de raciocínio.
-Pensando em mim, Weasley? –Draco perguntou arrogantemente.
Gina abaixou-se fingindo amarrar um dos tênis, mas na verdade estava fazendo uma bola de neve. Ela levantou-se e foi se encaminhando até Draco, com as mãos para trás:
-Como sabe? Estava pensando que a fonte da sua arrogância é o seu cabelo. –ela disse esfregando neve na cabeça dele.
-Não vai ficar assim! –ele disse se abaixando para pegar mais neve.
Percebendo a intenção de Draco, Gina jogou todo o seu peso contra ele para derruba-lo. Conseguiu seu intento, mas ele passou uma rasteira fazendo com que ela caísse no chão também:
-Ai, que gelo! –Gina disse sentada no chão quando Draco começou a atirar bolas de neve –Pára! –ela disse pulando em cima dele afim de segurá-lo pelos braços.
Acontece que eles se encontravam em um terreno inclinado, sendo assim os dois acabaram desequilibrando-se e como conseqüência, rolaram colina abaixo (literalmente).
Quando chegaram a um lugar mais nivelado, eles pararam de rolar.
Gina estava no colo de Draco. Eles se encararam e tinham tudo para começar outra briga. No entanto, não foi isso que ocorreu.
Quando os olhos de ambos se encontraram, os dois estavam muito sérios, mas aos poucos suas expressões foram se abrandando e eles começaram a rir. Não rir um da cara do outro como costumavam fazer, mas rir da situação em si. Era a primeira vez que riam juntos.
Riram tanto e tão agradavelmente, que haviam se esquecido da posição em que estavam: Draco sentado esparramado no chão e Gina confortavelmente em seu colo. Demorou um certo tempo para conseguirem se recuperar do acesso de risos:
-Fazia tempo que eu não ria tanto. –Gina disse de maneira espontânea.
-Eu nuca tinha rido tanto assim. –Draco confessou.
Gina o olhou e depois a si mesma e finalmente percebeu onde estava sentada:
-Não leve a mal. Eu juro que não tinha percebido. –ela disse se levantando na velocidade da luz e com o rosto tão quente e vermelho, que poderia ser capaz de derreter a neve.
-Eu também não havia percebido. –Draco respondeu dando um meio sorriso.
De noite, após terem tomado banho, eles foram jantar em um restaurante-bar. Comeram founde de queijo com alguns aperitivos e de chocolate com morangos, além de terem tomado vinho branco. Quando Gina terminou sua janta, ela foi dançar.
Depois de algum tempo um cara elegante com cabelos castanhos e olhos verdes, da mesma estatura de Draco se aproximou:
-Quem é aquela ruivinha gostosa? –o cara perguntou.
-Não te interessa. –Draco respondeu curto e grosso, mas com o tom de voz indiferente.
-Você é namorado dela?
-É claro que não! –ele respondeu indignado.
-Mas está parecendo estar com ciúmes.
-Eu? Com ciúmes? Faz-me rir você! Pra começar acho que tem um péssimo gosto.
-Já que não dá valor a essa gata, me apresente a ela que eu dou conta do recado.
Draco ergueu uma sobrancelha de modo pensativo:
-Qual é o seu nome?
-Wagner Schünder. Chama ela pra mim, vai?
Draco revirou os olhos e bufou:
“Esse cara, além de cego é um babaca bem chato. Se eu não chamar a Weasley ele vai me encher os saco, então é melhor chamá-la de uma vez. Os dois devem se merecer mesmo.”
-Weasley vem cá! –Draco a chamou em alto e bom som.
Gina virou-se e foi até lá:
-O que foi? Quem é o seu amigo bonitão?
-Não é meu amigo! O nome dele é Wagner Schünder e ele quer te conhecer. –Draco respondeu com os olhos faiscando perigosamente –Ela é Virgínia Weasley –acrescentou em francês para Wagner.
-Ela não fala francês? –Wagner perguntou.
-Não. –o loiro respondeu –E antes que me peça, eu já digo que serei o tradutor de vocês.
-Ótimo! Diga a ela que tem o esplendor de uma rosa.
“Esse cara anda fugindo da realidade. Eu não preciso falar o que eles disserem exatamente. Posso distorcer...” ele pensou e sorriu internamente.
-Ele disse que você é muito simpática.
-Diga a ele que agradeço o elogio e que o achei também muito simpático.
-A Weasley disse que você é muito gostoso. Embora eu não concorde, é claro!
-Fale pra ela que eu sou bom de cama e tô louquinho pra mostrar à ela que pode ter a melhor noite de sua vida comigo. –Wagner disse todo “animadinho”.
“Poxa, mas esse cara é muito abusado mesmo! O que eu falo pra Weasley?”
-Hum...Weasley...é, ele disse que nunca viu uma mulher tão linda. E eu digo que esse cara tem um puta mal gosto.
-Cale a boca Malfoy! Viu só? Ao contrário de você tem caras que me elogiam. Diga que ele é um verdadeiro gentleman.
“Queria ver se você o acharia um gentleman se soubesse o que ele realmente está falando”.
-Ela acha que é papo furado e que está disposta a descobrir se você disse a verdade. –Draco disse a Wagner.
-É hoje que vou me dar bem! Diga que será um enorme prazer transar com uma gata tão maravilhosamente gostosa como ela.
“Esse cara está passando dos limites!!!” Draco pensou fechando a cara e esmurrando com uma mão a palma da outra.
-Por que está fazendo essa cara? O que Wagner disse? –Gina perguntou ansiosa.
-Que cara Weasley? Tá imaginando coisas! –ele respondeu irritado –Ele disse que você dança muito bem e perguntou se você gostaria de dançar com ele.
-Pode dizer que eu adoraria.
-A Weasley disse que primeiro quer danças com você.
-Diga que eu faço o que ela quiser e depois podemos ir pro meu carro. –Wagner respondeu com um enorme sorriso libidinoso.
“Ele quer mesmo transar com ela...O que a Weasley fará quando perceber as verdadeiras intenções dele? Será que ela se renderá? Não, ela não parece ser do tipo fácil. Mas ela é na verdade uma incógnita, me surpreendeu muito ao se tornar uma comensal. Talvez possa me surpreender novamente...Bem, mas eu não me importo. È problema dela o que ela quiser fazer. Tô nem aí!”
-Ele disse que quer dançar com você irá ser maravilhoso.
Wagner e Gina foram para a pista e dançaram colados (demais na opinião de Draco) uma música lenta:
-Seu nome é alemão. Você fala essa língua? –Gina perguntou em alemão.
-Ya! –ele afirmou –Que bom! Assim podemos nos entender melhor. Eu não sabia que falava alemão, o seu amigo não mencionou.
“Malfoy não é meu amigo”. Gina pensou “Pelo menos foi legal me apresentando o Wagner”.
-Ele não sabe disso.
-Não estou te ouvindo direito, porque tem muita gente aqui. Vamos conversar no meu carro. –Wagner inventou uma desculpa pra ir direto aos finalmentes.
“Eu não acredito nisso! Ela está indo com ele... Na certa me enganei sobre a Weasley, ela deve ser uma tremenda galinha com cara de anjo”. Draco pensou.
-Me vê um Whisky bem forte. –Draco disse se dirigindo ao barman.

***

Gina entrou no carro de Wagner e ele logo trancou as portas. Era um carro muito luxuoso e confortável, mas ela estava longe de se sentir bem naquele lugar fechado:
-Por que trancar? –Gina perguntou apreensiva.
-Não queremos ser interrompidos, não é meu bem? –Wagner disse e começou a beijá-la.
No começo Gina correspondeu, mas parou ao sentir as “mãos bobas” dele correrem pelo seu corpo. Ela quebrou o beijo e empurrou-o para longe de si. Wagner podia ser um homem bonito e atraente, mas Gina não estava disposta a ir além dos beijos. Ela na verdade era muito romântica, queria que sua 1ª vez fosse especial, com alguém que ela realmente amasse e que também sentisse o mesmo por ela. E esse com certeza não era o caso:
-Pare! Me deixe sair. –ela pediu.
-Ah! Não faça charme florzinha. –ele disse tentando beijá-la novamente.
-É sério. O que te faz pensar que estou fazendo charminho? –ela perguntou séria.
-Você mesma disse que queria descobrir se eu falava a verdade sobre ser bom de cama. Eu garanto que não irá se arrepender.
-Irei sim, me larga! Me larga!!! –ela gritou enquanto ele a puxava para si.
-Não adianta gritar. Relaxa e curte, meu amorzinho.
“Não! Eu tenho que fazer algo pra esse idiota me largar e aí depois eu fujo”. Ela pensou desesperadamente.
De repente Gina teve uma idéia. Era arriscar deixá-lo imerso em fúria, mas ainda assim era uma idéia. Então ela juntou toda a força que pôde e executou o que tinha pensado. Chutou-o bem lá (nos países baixos) e ele urrou de dor:
-Ai!!! Weasley, sua vagabunda! Você me paga!!!
Gina não pensou em nada exceto fugir. Abriu a trava da porta e saiu correndo.

***

“Se eu não parar de beber, vou ficar bêbado. Merda! O que será que a Weasley está fazendo? Mas isso é obvio, deve estar nos amassos com aquele cara idiota. Eu não fui com a cara dele, um abusado sem escrúpulos. E se ele estuprar a Weasley? Ora, ela que se defenda! Mas acontece que ela está nessa por minha culpa, graças as minhas “traduções”...Porra! Eu não acredito que estou me sentindo culpado. Eu não me preocupo com a Weasley! Não dou a mínima, ela que se foda!” Draco pensava num conflito de pensamentos.
-Mais um Martini. –Draco pediu ao barman.
De repente o loiro viu Gina entrar aos tropeços no estabelecimento:
-Weasley! Você está inteira!?! Tirando o seu cabelo que está uma zona. O que estava fazendo? Parece que voltou da guerra.
-Malfoy, eu preciso que me responda uma coisa. –ela disse mortalmente séria.
-Tudo bem. Diga.
-Você disse pra aquele tal de Wagner que eu queria transar com ele?
-É...bem...é que...tá, não vou mentir. Eu disse.
-Malfoy, seu desgraçado! Ele estava querendo me agarrar à força. –ela disse exasperada.
-Também Weasley, você foi idiota demais ao aceitar ir lá pra fora com ele.
-Mas ele disse que era pra conversarmos.
-E você acreditou? É mesmo muito inocente! Tem que aprender a desconfiar das pessoas mesmo quando elas te elogiarem. Só os mais espertos sobrevivem.
-Nisso você tem razão, mas ainda estou muito fula com você!!!
-O que aconteceu? Conte-me então.
-Aconteceu que se eu não tivesse usado o meu pé para acertar uma bica nele, eu estaria fudida. Literalmente dizendo. Por que você fez isso? –ela perguntou com indignação e raiva.
-Fiz o quê?
-Ainda pergunta? Você é muito cínico mesmo! Eu quero saber porque me botou nessa fria. O que eu fiz pra merecer isso?
-O que você fez para merecer? Agora é você que está sendo cínica. Você me humilhou e sujeitou-me a fazer coisas contra a minha vontade. Me fez de capacho e eu não vou te perdoar por isso.
-Você sabia das condições da aposta. Se tivesse ganhado, eu iria ser sua escrava e teria que te obedecer. Mas graças a Deus fui eu que ganhei, eu apenas fiz a minha parte de mandar em você. Não fui tão carrasca assim, o que passou não redime nem um décimo das vezes em que agiu de forma cruel e inescrupulosa.
-Você não me conhece, Weasley. Eu realmente não tenho escrúpulos e ajo cruelmente sempre que julgo necessário. Se tem uma coisa que deve aprender sobre mim, é que eu sempre faço as coisas de acordo com os meus interesses. Quando quero algo, vou até o fim e uso todos os meios para conseguir. –ele contou olhando-a com os olhos mais frios que nunca.
-Também não me conhece verdadeiramente, se é o que acha, Malfoy. Eu sou conhecida por ter o pavio curto, ou seja, me irritam e eu vejo vermelho. Sou muito impulsiva. Tome cuidado comigo, posso não me responsabilizar pelos meus atos. –Gina disse encarando-o com a mesma intensidade –Eu também vou até o fim quando decido uma coisa.
-Muito bem, Weasley. Agora que já sabemos o quanto somos perigosos, você está lembrada do por que estamos aqui?
-O mapa. –ela lembrou –Falta quinze minutos para a meia-noite. Temos que ir! –ela disse olhando para o relógio de pulso.
Saíram o mais rapidamente que puderam do restaurante-bar e subiram correndo a colina. Ao chegar no topo os dois ofegavam com muita intensidade:
-Bem...na hora! Faltam...dez segundos...para a meia noite. –ela disse com a cabeça abaixada e as duas mãos apoiadas nos joelhos.
-Fique...alerta...a qualquer...movimento. –Draco disse sacando a varinha e Gina fez o mesmo.
Os dois olharam para a lua que estava cheia e brilhante, emanando uma luz prateada sobre eles. Gina sentiu que havia alguma coisa quente em suas vestes, colocou as mãos nos bolsos e tirou de um deles o mapa. Ele estava quente e uma luz vermelha piscava:
-O que está acontecendo com esse pergaminho maluco? –o loiro perguntou –Abra-o de uma vez!
Gina o abriu. No mapa passos se deslocavam da Suíça para...
-Roma? –ela perguntou surpresa.
-Ainda pergunta...Será que ficou cega? Está claro que é Roma! No fim, de qualquer maneira vamos pra Roma.
-Lá tem o Coliseu, deve ser legal. O Império Romano foi o maior que existiu!
-Eu sei, não burro, Weasley. Sei muito mais do que você pensa.
-Uh, você é inteligentíssimo, um verdadeiro gênio. –ela disse ironicamente.
-Ironia não é a sua especialidade, é a minha. Estou exercendo grande influência sobre você, não?
-Ah sim, é claro! Influência em me deixar enojada e profundamente irritada.
-Cale a boca! Você só sabe falar besteiras. –Draco disse começando a andar a fim de voltar para o chalé.
-Não agüenta ouvir a verdade, é? –ela disse correndo para alcançá-lo.
-O que eu não agüento mais é ouvir a sua voz. Como isso me irrita. Bem, na verdade tudo em você me irrita.
A ruiva não respondeu, apenas lançou-lhe um olhar de reprovação.
“Ótimo! Não faço a mínima questão de falar com ele”. Ela pensou.
Chegaram ao chalé e dentro dele estava quentinho, isso graças a lareira que havia sido deixada acesa quando saíram:
-Eu vou até o banheiro colocar uma roupa pra dormir. Você pode se trocar aqui enquanto isso. Quando tiver terminado, bata na porta para que eu possa sair. –ela avisou pegando o que precisava e se dirigindo ao banheiro.
Draco trocou-se rapidamente e pegou em sua mala uma poção que deixava as pessoas mais sóbrias. Colocou duas taças em cima da mesa e encheu-as com champagne. Despejou metade do conteúdo da poção em sua própria taça e em seguida fez um feitiço para modificar a poção restante no frasco e despejou-a na outra taça.
“A Weasley vai ter uma surpresa...” Draco pensou rindo-se enquanto batia na porta do banheiro.
-Já pode abrir, Weasley.
Gina saiu do banheiro com um robe rosa e ao olhar para a mesa perguntou:
-Para que são essas taças?
-É champagne. Para brindarmos. –ele respondeu.
“Só falta ela perguntar pra que brindar”.
E não deu outra:
-E por que temos que brindar?
-A nossa parceria, que embora desagradável, está nos encaminhando para o elixir. –ele disse a primeira coisa que veio em sua cabeça.
“Será que ela vai acreditar nisso?”
-Mas eu já bebi hoje, não vai dar. Não agüento mais álcool.
-Só um pouco Weasley, brindar traz boa sorte. –ele disse insistindo.
-Se eu fizer isso, você me deixa em paz pra dormir? –ela pergunta encarando-o –Hein? –acrescentou ao ver que ele não respondia.
-Tá bom, Weasley. –ele respondeu sorrindo. “Quero ver você dormir depois de tomar o conteúdo dessa taça”. –Tome. –e entregou a taça pré-escolhida para ela.
A garota apanhou a taça e os dois as levantaram e juntaram em um gesto de brinde. Ao beber, Gina sentiu uma tontura e sentou-se numa cadeira:
-Não estou me sentindo bem, eu disse que não podia com muito álcool.
“E agora Weasley? Como agirá com praticamente todo o cérebro isento de racionalidade? Sobram apenas os instintos. Aposto que pagará um monte de micos na minha frente e o melhor de tudo é que se lembrara do que fez amanhã. Duvido que terá coragem de me encarar”.
-O que está sentindo? –Draco perguntou fingindo preocupação.
Ela fechou os olhos por alguns instantes como se tivesse desmaiado. Quando abriu-os novamente, olhou para Draco e abriu um enorme sorriso:
“Que bicho a mordeu?”
-Que cara é essa, Weasley? Está se sentindo bem?
-Eu estou ótima! –ela respondeu se levantando e indo em direção a ele.
-Não acho que esteja ótima...
Gina passou seus braços em torno do pescoço de Draco e falou:
-Nunca tinha percebido que era tão... –ela disse sensualmente dando ênfase ao “tão”.
Draco cortou-a:
-Ah, não! Não, Weasley. Pare com isso. –disse tentando livrar-se dela:
-Está fugindo de mim, Draco? –ela perguntou numa voz perigosamente suave como a seda.
-Não estou fugindo de nada! –respondeu exasperado.
Ela abriu seu próprio robe, deixando-o cair no chão. Agora vestia uma camisola de alcinha que acabava na metade das coxas.
“Oh meu Deus! Não é que aquele tal de Wagner tinha razão? Por Merlin, eu não acredito que estou me sentindo atraído pela Weasley. Deve ser o efeito das bebidas...”
-Não é o que está parecendo. Tem medo de quê?
-Eu não tenho medo de nada, Weasley.
-Então prove. –ela disse abrindo o robe azul dele –Sei que está babando. –e o robe caiu no chão.
-Pare com isso! –ele disse segurando as mãos dela que passeavam por seu peito nu.
-Não finja que não me quer. –Gina disse o puxando para si e começando a beijar o pescoço dele.
-Não faz isso Weasley... –ele pediu suplicante.
-Por que não? –ela perguntou e não dando chance para ouvir uma resposta, juntou sua boca à dele.
Beijaram-se longamente, até que Draco parou e olhou-a nos olhos:
-Porque eu não sou de ferro. –respondeu.
-Nem eu, renda-se a mim. Eu quero você, me faça sua. Não vai me deixar com vontade, vai? –ela disse o empurrando para a cama.
“Eu não acredito que esses são os instintos da Weasley. Não imaginava que ela fosse tão fogosa. Realmente Gina Weasley é o que se pode chamar de caixinha de surpresas”. Pensou quando caiu de costas no colchão.
Gina ficou por cima de Draco, prendendo-o com seus joelhos:
-Olhe nos meus olhos e diga que não me deseja o quanto eu te desejo.
“Ela está me provocando demais, não sei se conseguirei resistir por mais tempo”.
-Não, não te desejo.
-Repita isso, então.
-Não te desejo o quanto você me deseja, eu te quero mais. Vou te deixar com mais vontade de me ter em seus braços.
-É assim que se fala. Quero ver cumprir. –ela disse sorrindo lascivamente.
Draco inverteu o jogo, agora era ele que estava por cima de Gina. O loiro começou a beijar Gina com muita empolgação e ela correspondia igualmente. As mãos dele passeavam pelas curvas do corpo dela. Gina alisava o abdômen definido dele. Fazia isso como se estivesse ligada no automático, não tinha consciência do que estava fazendo, só queria manter o corpo de Draco próximo ao seu. Ele levantou-a de forma que os dois ficassem sentados e tendo feito isso, arrancou por cima a camisola de Gina. Agora ela estava vestida apenas com um conjunto rosa de lingerie e Draco com uma cueca samba-canção azul. Parou um pouco para admirá-la:
-Você está linda, Weasley. Aquele tal de Wagner tem razão, eu nunca te dei o devido valor. Queria ver o que Ronald Weasley e Harry Potter diriam se soubessem o que estamos fazendo agora. Além de que os comensais morreriam de inveja. Quando ficaram sabendo que viajaria com você, eles se perguntaram porque não eram designados para uma missão dessas.
-Então é pra isso que me quer? Pra me colocar contra a minha família e se exibir pros comensais? –ela perguntou indignada.
-Não é nada disso, Gina. Você entendeu tudo errado. –ele disse se aproximando para beijá-la.
-Não me toque. –ela disse se afastando –Eu não entendi errado coisa alguma. Você quer me usar! –disse começando a se alterar.
-Olha Gina, eu só quis dizer que eu sou privilegiado por estar com você. Mas eu disse com as palavras erradas. –ele disse beijando-a.
-Você é muito cara-de-pau mesmo! Agora me chama de Gina, não é? Agora que quero parar uma coisa que você não quer parar. Eu não admito que me usem!
Gina tentou dar um tapa na cara de Draco, mas ele logo segura as duas mãos dela:
-Me solta!!! Me solta que eu quero te encher de porrada.
-Gênio, gênio, gênio. Havia me esquecido disso. –Draco disse revirando os olhos –Qual é o seu problema, Weasley? Foi você que começou a me assediar, e agora age desse jeito.
-O meu problema é você, seu canalha! Eu vou te ensinar a não enganar uma Weasley. -ela disse tentando chutá-lo.
-Calminha aí, Weasley.
-EU TE ODEIO!!! –Gina gritou com raiva enquanto tentava livrar as mãos do aperto dele para tentar socar cada centímetro do corpo de Draco que estivesse na sua frente –EU TE ODEIO MALFOY!
-Não era isso que estava parecendo há uns dois minutos atrás...
-Me largue se for homem, seu cretino! Você é um desgraçado que não merece viver. EU VOU TE MATAR!!!
Draco bufou em tédio, soltou-a e suas mãos voaram rapidamente para mesa de cabeceira e se fecharam firmemente sobre sua varinha:
-Impedimenta! –Draco disse e Gina estacou em meio a um movimento para estapeá-lo.
-Isso é trapaça! Tire esse feitiço de mim, seu cafajeste!
-Não e como esse feitiço é temporário... –ele disse e conjurou cordas –Você me obriga a fazer isso. –acrescentou amarrando os pulsos de Gina na cabeceira da cama –Agora eu posso dormir sem ter o pescoço arrancado durante a noite.
-Dormir? Eu não vou te deixar dormir, Malfoy! ME SOLTE!!! Não pode me deixar presa! Vá se foder no inferno... –e continuou a xingá-lo mesmo após ele ter se ajeitado para dormir no chão e estar tapando os ouvidos com um travesseiro.

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