Farsa No Egito



Capítulo 5: Farsa No Egito

Gina estava sonhando:
“Ela corria esbaforida em um campo de flores. Sabia que fugia, mas não sabia de quem ou de que. Procurava desesperadamente por algo ou talvez alguém que pudesse dar confiança, conforto ou segurança. Alguém que pudesse tirá-la daquela situação de desespero em que se encontrava. Então Harry apareceu em sua frente e ela tentou abraçá-lo, mas não conseguiu. O chão abriu-se e ela foi caindo na escuridão, Harry não poderia ajudá-la. Se Harry não podia, quem poderia? Gritou por socorro:
-Alguém me ajude!!!
Porém, só ouviu o eco da própria voz enquanto caía sempre mais. Já estava em completa angústia quando ouviu uma voz que a encheu de esperança, uma voz que ela não conseguia identificar a quem pertencia:
-Segure a minha mão. –foi o que a voz disse.
Gina não enxergava nada na crescente escuridão, mas confiou na voz e estendeu a sua mão direita a fim de achar algo em que pudesse se segurar. Milagrosamente sua mão foi segurada e a escuridão desapareceu. Estava em uma floresta iluminada pelos raios de sol que penetravam por entre as árvores. Ela arregalou os olhos ao ver quem lhe segurava a mão, quem fora capaz de salvá-la. Inacreditável sim, mas sem sombra de dúvidas quem estava parado a sua frente era Draco Malfoy. Ela levou um susto quando ele puxou-a para si e começou a beijá-la, contudo se surpreendeu mais ao se ver correspondendo àquele beijo que lhe tirava o ar ao mesmo tempo em que a enchia de vida. Draco parou o beijo de repente e olhou em um ponto atrás de Gina, então ela olhou curiosa para o mesmo lugar que ele. Viu o vulto preto que vira na noite anterior, depois olhou novamente para o loiro e viu que ele segurava um punhal erguido:
-Diga adeus Weasley. –Draco disse e...”
Gina estava sendo chacoalhada:
-Acorda Weasley! –Draco gritou chacoalhando-a com urgência.
Ela abriu os olhos:
-O quê? Malfoy! –Gina gritou assustada se afastando o máximo possível dela –Como conseguiu abrir a porta?
-Girando a maçaneta. Você não trancou a porta, devia ter mais cuidado. –ele disse oferecendo-lhe uma mão para ajudá-la a se levantar, mas ela recusou –Calma, Weasley. Você é uma comensal, eu não sou idiota de te atacar.
“Calma Gina. Aquilo foi só um sonho.” Ela pensou sacudindo-se mentalmente e aceitando a ajuda de Draco.
-Vou trocar de roupa. –Gina disse indo até o banheiro.
Ela voltou de sandálias, shorts e uma blusinha. Em seus cabelos ela tinha feito duas tranças:
-Pronto. Vamos pro Egito.
-Onde é que você pensa que vai desse jeito? No zoológico ou no circo? –ele perguntou com sarcasmo.
-Lá faz um sol de rachar, recomendo que use roupas mais leves. Já fui pra lá e sei o que estou dizendo.
-Você já foi pro Egito? Conta outra.
-É sério, fui nas férias de verão do 1º para o meu 2º ano de Hogwarts, quando meu pai ganhou na loteria dos bruxos.
-É mesmo, saiu no jornal e tudo. Havia me esquecido que tinham tirado o pé da lama naquela vez.
-Sabia que eu odeio o modo como fala da minha família?
-Mas é claro que eu sei.
-Então por que faz isso?
-É aí que está a graça, eu adoro te deixar irritada. –ele respondeu dando de ombros.
“Não vale a pena dar ouvidos a esse canalha.” Ela pensou.
-Vamos logo, Malfoy! –ela disse séria.
Os dois voltaram pra Tóquio e Draco fez o impossível para distrair Gina e isso porque ele não queria que ela parasse de novo na vitrine da loja de bichos de pelúcia. Mas acontece que o jeito de Draco chamar a atenção de Gina era ofendendo-a e deixando-a só nervos.
Quando voltaram para a ilha, Gina não tinha a mínima vontade de dirigir a palavra a Malfoy. Vendo que ela estava muito quieta ele disse:
-E aí Weasley? Já se conformou que amanhã será minha escrava?
-Cale a boca, seu loiro aguado! Espere até que eu ganhe a aposta e então irá me pagar. Ah se vai! –ela ameaçou.
-Acha que tenho medo de uma mosca morta como você?
-Pois deveria ter. As aparências enganam, pode ter certeza de que você não me conhece.
Isso serviu para calá-lo por um tempo:
“A Weasley não pode estar falando sério, pode? Ela tem uma cara de anjo...” Ele pensou.
Chegaram ao topo de um penhasco:
-É aqui o portal do Egito. –Draco informou.
-Aqui? Como assim?
-Temos que pular.
-Ficou louco? Eu não sou suicida! Sou muito jovem pra morrer!
-Confie em mim Weasley. –ele disse entediado.
-Confiar em você? É ruim, hein!
-Vai primeiro. Não era você que queria ir pro Egito?
-É, mas eu quero ir pra lá viva e não para ser mumificada.
-Estou cansado de você. –ele disse empurrando-a em direção à beirada.
Ela agarrou-o com todas as suas forças:
-Se eu cair, você cai junto! –ela afirmou.
-Que seja! –Draco disse pulando.
Gina ficou com medo de que com seu peso a roupa de Draco cedesse e ela caísse sozinha. Então passou seus braços em volta do pescoço dele. Se ele queria matá-la, teria que morrer junto. Ela não iria deixar que ele aparatasse e a deixasse para se esborrachar no chão. Fechou os olhos com força.
Ela achava que poderia sentir o impacto com o chão a qualquer momento, todavia isso não aconteceu:
-Abre os olhos Weasley. –Draco ordenou.
Não, eu não quero abrir os olhos e descobrir que fui pro inferno com você. –ela disse aterrorizada com a própria idéia.
-Nós não morremos! Estamos no Egito...
-Gina? –uma voz masculina perguntou.
A ruiva abriu os olhos e procurou o dono da voz:
-Gui? O que está fazendo aqui? –Gina perguntou ao ver que o dono da voz era um de seus irmãos mais velhos.
-Trabalho aqui! Eu é que pergunto: O que está fazendo aqui agarrada com o Malfoy? Não me diga que estão namorando. –Gui disse e Gina se soltou de Draco.
-Mas é claro que...ai –Draco pisou seu pé –Não! –ela respondeu.
-Então me explique o porque você estava abraçando ele. –Gui exigiu saber.
-Não vamos mais fingir We...Gina, meu amor. –Draco disse suavemente (de um jeito que ele nunca falara com ela antes) e piscando um olho para que ela começasse a mentir também –Conte logo sobre o nosso namoro.
-Gui, eu e Mal...Draco nos...amamos. –ela disse, apesar de nunca ter tido tanta vontade de dizer o quanto o odiava.
“Eu não acredito que disse isso! Acho que estou enjoada, vou vomitar.” Ela pensou.
-Com licença um pouco. –Gui pediu e deu uma boa olhada em Draco e Gina –Bateram com a cabeça? Eu jurava que vocês se odiavam com o fogo de mil sóis.
-Não! –os dois responderam.
“Eu não bati com a cabeça, mas ele deve ter batido sim.” Gina não pôde deixar de pensar isso de Draco.
-Oi! –Fleur disse chegando e cumprimentando-os –Desculpe não ter ido ao almoço da sua nomeação de auror, eu estava trabalhando.
-Fleur Delacour? –Draco perguntou e pensou “A Weasley é uma auror?”
-Sim. E você é...
-Draco Malfoy. –ele respondeu
-Muito prazer, sou a mulher de Gui.
–Desculpe perguntar, mas o que aconteceu com o seu sotaque francês?
-Gui me ensinou a falar inglês perfeitamente. Você e Gina são amigos?
-São namorados, Fleur. –Gui explicou contrariado.
-Sua irmã arruma um namorado e você não está feliz? Qual é?
-É uma longa história, Fleur. Não entenderia a menos que soubesse.
-Venha Gina! Vamos conversar. –Fleur disse puxando Gina para dentro de uma tenda.
Era pequena por fora, mas parecia uma casa por dentro:
-Uau! –Gina exclamou em admiração.
-É aqui que eu e Gui estamos morando atualmente. Não é muito recomendado ter casas normais aqui no deserto. Mas não nos detenhamos a isso. Vamos falar de você.
-O quê? Não tenho nada a dizer.
-Como não? O seu namorado é um gato! Não mais que o Gui, mas é.
-Ah, isso... –“Maldita hora em que concordei em mentir.”
-Não está feliz? Nem parece que está apaixonada.
“E não estou mesmo!!!”
-Claro que estou feliz! Ele é um sonho, mas acontece que a minha família odeia a dele e vice-versa.
-Então é por isso que o Gui não estava nem um pouco satisfeito. Você já dormiu com ele?
-Isso é uma pergunta indiscreta, Fleur!!! –ela disse escandalizada.
“Eu não sou louca de dormir com o Malfoy!!!”
-Pela cara que fez e a resposta que deu quer dizer sim. Também resistir a um homem daqueles...só por Merlin. E então...Como ele é? Acompanha o seu ritmo? Porque se for de família, você é tão insaciável quanto o seu irmão. Ele foi o seu primeiro?
“Eu quero morrer! Decididamente eu quero!”
-Fleur! Eu não me sinto à vontade para falar sobre essas coisas. –Gina respondeu esperando que ela entendesse e mudasse de assunto.
Só que isso não aconteceu:
-Ora, Gina. Estamos entre mulheres, pode me contar. Confie em mim, sou sua cunhada e amiga. –ela disse com cara de santa.
“Oh meu Deus! O que foi que eu fiz pra merecer isso? Eu sou virgem. Eu e Harry nunca chegamos a esse ponto. Como vou responder a ela?”
-Tá, eu falo. “Meu reino por uma faca!!!” –Foi com ele a minha primeira vez. Ele é ótimo, parece até que tem o meu manual de instruções. Não me pergunte mais nada que eu não vou responder!!!
-Oh que meigo! Parece que a caçula dos Weasley achou o homem de sua vida.
“Uma faca! Eu quero uma faca!”.
-Que exagero da sua parte, Fleur.
-Seu irmão disse que vai nos mostrar um velho pergaminho egípcio que encontrou. Uma verdadeira relíquia. –Draco disse as interrompendo –Vamos?
“Oh, que bom que o Malfoy interrompeu essa conversa”.Ela pensou aliviada.
Draco pegou a mão de Gina e eles saem pra fora da tenda:
-Onde está o tal pergaminho? –Gina perguntou interessada.
Gui falou:
-Accio pergaminho! –e o pergaminho veio voando até suas mãos.
As varinhas de Gina e Draco começaram a apitar. Eles então as sacaram e disseram:
Finite incantatem. –e o feitiço farejador cessou.
Foi prova mais que suficiente de que aquele era o mapa. Gina abriu um sorriso enorme.
“Oba! Ganhei a aposta, amanhã terei um escravo... hehehe”.
-Onde foi que você o achou? –Gina perguntou.
-Em uma de minhas escavações para o Gringotes. –Gui respondeu.
-Posso dar uma olhada?
-Pode.
Gina olhou para o pergaminho, era de papiro e tinha umas inscrições em egípcio antigo:
-Gui! Isso é claramente um artefato das trevas. Tem uma maldição nele sobre quem achar. Eu como uma auror, tenho que confiscá-lo para exames mais detalhados e assim anular a maldição. Então posso levá-lo? –ela perguntou depois de contar uma história esfarrapada.
-É sobre o que a maldição?
-Você trará as pragas do Egito daqui uma semana. Estou certa que não gostaria nem um pouco disso.
-Leva essa coisa daqui!!! –Gui respondeu alarmado.
-Tá. Podemos ir embora amanhã de manhã? –Gina perguntou –Hoje os aurores estão de folga.
-Mas é claro! –Fleur respondeu.
-Eu vou trabalhar. Quer vir comigo Malfoy? –Gui perguntou mais impondo do que sugerindo.
-Tudo bem. –Draco respondeu –Tchau Gina e Fleur. –disse enquanto Gui dava um beijo de despedida em Fleur.
-Só tchau? É assim que você se despede da Gina que te ama tanto? –Fleur disse estranhando.
-É que ele sabe como sou tímida. –Gina deu uma desculpa.
Draco se aproximou de Gina, os dois se encararam. Então Gina deu um selinho nele e disse:
-Tchau, meu amor.
-Não é assim que se faz. –ele a criticou.
“Me diga então: Como se faz para beijar alguém que você odeia?” ela pensou.
Draco puxou Gina pela cintura e levou seus lábios aos dela, a ruiva tinha a boca entreaberta de susto e por isso não foi difícil para Draco aprofundar o beijo. Gina passou os braços em torno do pescoço dele, puxando-o para mais perto. Nenhum dos dois conseguia (ou queria) parar. Fleur e Gui observavam de queixo caído o beijo que já tinha durado no mínimo dez segundos, até que Gui agiu:
-Chega! Chega de acentuadas demonstrações de afeto na minha frente. –ele disse separando-os.
Draco olhou uma última vez para Gina, que ainda estava perplexa, e foi literammente puxado por Gui:
-Vai ficar parado aí Malfoy?
-Não, estou indo. –Draco respondeu a Gui e começou a andar.
-Que beijaço Gina! Todos os beijos dele são assim? –Fleur perguntou.
-Ahn...sim. –ela respondeu vagamente.
-Ele deve estar de quatro por voe.
-Você nem imagina quanto. –Gina ironizou, mas Fleur não percebeu.
“Prefiro não pensar sobre esse beijo.” Ela decidiu.
Quando Gina saiu do banho, viu que Draco que Gui já haviam chegado e também tomado banho. Eram umas 8h da noite e estava esfriando, por isso todos vestiam roupas grossas. Na hora do jantar Gina sentou-se à mesa de frente pra Draco e Gui de frente pra Fleur, os pratos eram quentes e deliciosos.
Ao terminarem de comer, ficaram conversando. Depois de um tempo Draco já estava impaciente de ainda estar lá, então começou a balançar um pé. Acontece que o pé dele estava roçando o de Gina, só que ela achava que estava encostando no pé da mesa.
“Ai meu Deus.” Ela tremeu involuntariamente “Por Merlin, o que Malfoy quer? Não seja idiota Gina! Está muito claro o que ele quer. Garanto que ele vai ficar querendo.”
-Onde eu vou dormir? –Gina perguntou ao final da conversa.
-No quarto de hóspedes. Só não sei onde o Malfoy vai dormir, só temos um quarto de hóspedes. –Gui disse.
-Ora, ele irá dormir no quarto de hóspedes também. Eles já dormiram juntos mesmo. –Fleur disse displicentemente.
Todos olharam para Gina e ela ficou mais vermelha que pimentão deixado ao sol:
“Por favor eu quero morrer! Não suporto passar tanta vergonha.” Ela pensou olhando para o chão.
-Gina Weasley! Eu não acredito que você e ele...
Gina o cortou:
-Eu tenho 18 anos e faço o que quiser fazer! Cuide da sua vida! –ela disse se levantando.
-Última porta desse corredor. –Fleur informou onde era o quarto e Draco foi atrás de Gina.
Ela abriu a porta e entrou seguida por Draco que fechou-a:
-Weasley você disse que nós já fizemos...
-Claro que não Malfoy! Foi ela que entendeu assim e aí eu tive que falar pra manter a farsa. Agora me explique essa idéia idiota de dizer que somos namorados.
-Você preferia que eu falasse que somos comensais e no presente momento estamos à serviço de Voldemort?
-Claro que não.
-Viu? Foi a única desculpa que achei.
-Parabéns, você é um ótimo ator. A Fleur ficou extasiada por aquele beijo que me deu.
-Quando eu minto é pra ninguém botar defeito, só saiu tão bom porque você cooperou. –Gina deu um sorriso –Pra que esse sorriso? Está lembrando-se da sensação do meu beijo?
-Não é nada disso, seu idiota! Hehehe...advinha só quem vai ser o meu escravo amanhã?
-Oh não! Havia me esquecido completamente disso. Vamos dormir então, amanhã será um longo dia.
-Pode estar certo de que será. Eu te dou um travesseiro e algumas cobertas, aí você dorme no chão.
-Achei que ambos dormiríamos na cama, eu não vou dormir no chão!
-E se você resolver me agarrar no meio da noite?
-Eu não faria isso. Aqui não temos pra quem fingir. Aquele beijo foi uma farsa, eu não vou querer te agarrar. –ele afirmou.
-Durma no chão ou amanhã se arrependerá de ter nascido.
-É assim? Não perde por esperar, Weasley. Um Malfoy sabe que a vingança é um prato que se come frio. –ele disse e se preparou para dormir no chão enquanto Gina subia na cama.

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