Capítulo9

Com o passar dos dias, ela percebeu que não conseguia tirar James de seus pensamentos. Queria esquecê-lo, envolvendo-se no trabalho, mas só conseguia lembrar com mais forçar do magnetismo existente entre eles.

No final de semana, Lílian teve de admitir o fato: estava apaixonada por James, e nada mudaria seus sentimentos.

Na sexta-feira pela manhã, ela precisou ir comprar mais material para as roupinhas. Fez uma lista e saiu de carro.

Seguiu sua rotina habitual, estacionando o carro na região movimentada da cidade. Após passar par várias lojas, Lílian estava carregada de pacotes. Ao parar em frente a uma praça, deu de cara com James e Karen sentados em um bando. James... e Karen? Ela não acreditou no que viu.

Os dois conversavam animadamente e Lílian sentiu uma onda de ciúme que a fez tremer. Quando conseguiu se controlar, percebeu que os dois olhavam em sua direção.

James levantou-se e caminhou até ela. Parecia radiante.

- Lílian, que surpresa!

- Para mim nem tanto. – Karen continuou, acusadora. – Eu a vi uma loja, e provavelmente ela também me viu. Com certeza me seguiu para encontrar Sirius.

Lílian mal acreditou no que ouviu.

- Você deve estar totalmente louca, Karen! Se eu a tivesse visto, com certeza teria ido na direção oposta.

James observou as duas sem saber o que dizer.

- Precisam brigar dessa maneira? Pensei que poderiam tentar ser amigas.

Karen interrompeu as palavras de James.

- Você não entende, James? Ela achou que me encontraria com Sirius. Não tinha idéia que eu estaria com você.

Lílian lançou um olhar frio para James.

- Pelo menos essas últimas palavras são verdade. Nunca pensaria que você se encontraria com James. Devo dizer que estou surpresa, e que sinto muito por Sirius – acrescentou, lançando um olhar de acusação para James.

- Está sugerindo que isto é um encontro clandestino? – ele perguntou os olhos brilhando.

- É o que parece. Seguindo o conceito de vocês basta verem um macacão de bebê para concluírem que estou grávida...

Karen pegou na mão de James.

- James querido, vamos embora – ela pediu. – Não deixe que ela estrague esses poucos momentos maravilhosos que temos.

Lílian ficou sem ação.

- Oh, não quero estragar nada. Não se preocupem. Já estou indo embora. Na verdade, vocês dois me dão nojo.

Lílian partiu a passos largos, com os olhos cheios de lágrimas.

Então era isso! Karen agora estava interessada em James e não em Sirius. Tudo estava claro.

Quando chegou em casa, percebeu mais uma vez sua reação fora exagerada. James não demonstrara até então nenhuma afeição por Karen. Mas, quanto a Karen, o plano estava claro. James querido, ela dissera.

Lílian tentou se controlar e fez uma xícara de chá.

Depois de alguns momentos de reflexão resolveu entregar-se ao trabalho. Queria terminar logo terríveis lembras de sua mente.

Foi então que tocaram a campainha.

Ela pode ver que era James pelo vidro da porta, e o coração disparou.

- Então, não vai me convidar para entrar? – ele perguntou.

Ela abriu a porta e James passou rapidamente.

- Por que veio até aqui?

Por que ele estava lá? Para esclarecer algo sobre Karen?

- Por que estou aqui? Para ser franco, por mais de uma razão. Primeiro, gostaria de esclarecer um ponto. Eu não combinei de me encontrar com Karen hoje. Nós nos encontramos por acaso, no meio da rua.

Lílian teve uma sensação de alivio, mas manteve-se fria.

- É mesmo? Por que está me contando isso? Por que se importa com o que eu possa pensar?

James pareceu confuso por um momento. Era como se ele mesmo não soubesse a resposta para aquelas indagações.

- Eu não sei – admitiu.- Simplesmente não gostaria que você achasse que estou passando Sirius para trás.

- Como pode saber o que estou pensando?

- Não é difícil imaginar. A expressão em seu rosto não deixou duvidas. Não gostei de seu tom e então vim dizer que teve uma impressão errada de meu encontro com Karen.

Lílian não respondeu. Sentou-se e recomeçou a costurar os botões no macacão.

- É difícil mudar a primeira impressão. Foi assim quando você pensou que eu poderia estar grávida de Sirius.

- Ajudaria se eu dissesse que lamento muito o que aconteceu aquele dia? Só posso admitir que não sei o que deu em mim. A simples impressão de que você tivesse algum tipo de intimidade com Sirius me fez perder a cabeça.

Será que ele estava admitindo que estava com ciúme?

- Se ajuda a esclarecer algo, esse macacão é uma encomenda especial de Dora, minha vizinha. Sua amiga vai ter bebê logo. Quanto a mim, eu nunca... – e um silêncio fez entre os dois.

James aproximou-se e tirou o macacão do colo de Lílian.

- Foi exatamente isso que eu achei – murmurou docemente, abraçando-a.

James ergueu a cabeça de Lílian e a beijou com suavidade. Depois o beijo foi se aprofundando até se tornar ardente.

Ele estava com ciúme, ela pensou triunfante, enquanto os corpos se colavam. Seria possível que ele a amasse? Será que diria às palavras que ela tanto desejava ouvir?

Enquanto os pensamentos voavam, ela correspondia os beijos com ardor.

Mas, quando ele falou, trouxe Lílian de volta a realidade.

- Nossa! Quase esqueci uma das razões pelas quais estou aqui – ele falou, soltando-a e olhando no relógio.

Chocada com aquela reação súbita Lílian tentou recompor-se.

- Poderia me fazer um favor? Gostaria que testemunhasse a assinatura de um testamento de uma cliente minha. Preciso de duas testemunhas. Como será feito na casa de minha cliente, um vizinho será a segunda testemunha.


Lílian estava surpresa.

- Isso não é feito normalmente em seu escritório?

- Normalmente sim, mas nesse caso, a senhora em questão não está bem de saúde, então prometi que faríamos em sua casa. Trata-se da paciente de Karen.

Lílian arregalou os olhos.

- Oh! Então por que não escolheu Karen como testemunha, ou o irmão de sua cliente?

- Por que nenhum dos dois pode ser testemunha nesse caso – ele explicou. – O nome dela é Sra. Conroy.

Lílian relutou, pois não queria mais nenhum tipo de aproximação com Karen.

- Não poderia levar uma secretária do escritório?

- Eu pedi, mas como o escritório estava prestes a fechar todos estavam de saída. Mas, se você não quiser ir, posso providenciar a assinatura do testamento amanhã – ele acrescentou em tom formal.

Lílian então cedeu.

- Sim, é claro que posso ir.

Afinal, era uma oportunidade de passar algum tempo a sós com James.

Os dois saíram e entraram no carro. Pouco foi dito no trajeto, e Lílian controlou-se para não fazer muitas perguntas. Pensou que Karen não poderia testemunha por ser uma das beneficiárias do testamento, sem dúvida uma prova de bons serviços prestados. E é claro que o irmão da Sra. Conroy não poderia ser testemunha pelos mesmo motivos.

- Por acaso você não conheceu o irmão dessa senhora, o tal amigo de Karen do andar de cima?

- Sim. Foi ele que me telefonou pedindo para eu visitar a irmã. Acho que tudo não passou de uma fantasia de Sirius, ao imaginar que Karen tivesse alguma coisa com ele.

- Isso acontece muito com os homens. Lembra-se de seu primeiro encontro comigo, e a associação que fez com o sujeito do andar de cima?

Pensando nisso, ela percebeu o lado engraçado da situação e começou a rir.

- Precisa me lembrar o papel de idiota que eu fiz?

- Então a patroa da Karen tornou-se uma cliente sua.

- A semana passada a Sra. Conroy contou a Karen que precisava de um advogado. Naturalmente Karen mencionou nossa firma.

- Naturalmente – Lílian repetiu.

James parou o carro em frente a um sobrado em uma região sofisticada.

Quando Karen abriu a porta ficou surpresa ao ver Lílian.

- James querido. Que bom que trouxe Lílian! Pensávamos que tinha esquecido de nosso encontro, mas com certeza estava atrasado por causa de Lílian.

- Vamos subir, por favor. Nosso amigo já está aqui. A Sra. Conroy estava tão ansiosa que tive de colocá-la na cama. Terá que assinar o testamento lá mesmo. Não há problema, eu espero. - e sorriu para James.

- É satisfatório – James murmurou. – Ela terá de ler o testamento a sós antes de assinar. Posso contar que faça companhia a Lílian enquanto isso?

Karen não respondeu. Acompanhou James até o quarto da Sra. Conroy e depois levou Lílian até a cozinha.

Lílian imaginou por que não estava sendo levada até a sala para encontrar o irmão da Sra. Conroy e seu vizinho.

Assim que fechou a porta da cozinha, Karen perguntou:

- Como se meteu nessa historia?

Lilia a encarou e forçou um sorriso.

- Estou aqui porque James me pediu.

- Sugeri que ele trouxesse uma das secretárias – Karen declarou friamente, incapaz de controlar a fúria.

- Parece que elas tinham outros compromissos. – e acrescentou: - Para dizer a verdade, não entendo por que está tão irritada com minha presença.

- Não entende? Então deixe-me tentar explicar. Você se lembra daquela tarde, quando James, Sirius e eu estivemos em seu apartamento?

- Lembro muito bem.

- Naquela tarde você disse que não queria mais ver nenhum de nós, e isso inclui James!

Lílian a olhou em silêncio, relembrando aqueles momentos.

- Bem, e daí?

Karen respirou fundo e disse com voz firme:

- Você disse claramente que não queria mais nada com James. Então decidi que era minha vez de me aproximar dele.

Lílian ficou confusa.

- Está falando de James ou do Sirius?

- James, é claro.

- Mas e o Sr. Conroy? Pensei que você e ele...

Karen ficou impaciente de repente.

- Deixe-me lembra-la que Victor e Mavis Conroy são irmãos gêmeos. Ele cuidou dela durante anos, e se ele casasse agora a irmã ficaria muito aborrecida. Ele acredita que isso poderia acabar com ela. Pelo menos é isso que ele conta.

- E Sirius? – Lílian colocou a questão quase sem perceber.

- Sirius não seria um bom marido, quer dizer, do ponto de vista emocional. Ele mudou suas atenções para você com muita facilidade.

- Foi só por causa do apartamento – Lílian fez questão de deixar claro.

- Talvez, mas isso prova como ele é vulnerável. Então decidi concentrar minhas atenções em James.

- Quer dizer que pretende se casar com James? E sem amá-lo?

- Quem está falando em amor? O que quero, e pretendo encontrar, é segurança. Então lembre-se, se atirar-se para você vire-o para minha direção. Está claro?

As palavras de Karen tinham um objetivo nítido, e Lílian não gostou nada do que ouviu.

Karen encarou Lílian com os olhos azuis brilhando friamente.

- Espero que nossa conversa tenha sido bem clara para você – ela disse, com a voz fria e objetiva.

Lílian, por um momento, não soube o que responder, mas depois disse com malícia:

- Você foi bem clara, Karen. Primeiro esperou que o Sr. Conroy lhe pedisse em casamento. Mas, quando viu que não daria certo, tentou fazer com que ele ficasse com ciúme de Sirius. Estou certa? Sim, creio que já entendi tudo.

Karen ficou quieta por um instante, depois admitiu.

- Sim, é isso mesmo.

- Depois percebeu que Sirius poderia também ser um bom partido...

- Só uma tola perderia seu tempo com um homem pobre – Karen cortou, com a voz firme.

Lílian imediatamente lembrou-se da preocupação de James com relação a Sirius.

- Logo você deveria ter percebido que Sirius era um homem difícil, especialmente desde que ele descobriu uma mulher inatingível morando em seu querido apartamento. Então resolveu partir para cima de James.

- Queria ter conhecido James primeiro.

- Não está se esquecendo de nada?

- O que, por exemplo?

- De James. Duvido que ele seja o tipo de homem que se casa sem amor.

- Bem daremos um jeito nesse detalhe – Karen declarou com confiança. – Não me subestime, Lílian. Tenho muitas maneiras de conquistar um homem.

- É mesmo? Devo dizer que seus golpes tem tido bastante resultado. Especialmente aquela tarde, em meu apartamento, quando você tentou pegar Sirius com velho truque da gravidez, quando disse que poderia haver uma mulher grávida naquela sala.

- Sinto muito por você, não foi por mal. Não entende que eu estava desesperada? Quando os Conroy forem para o norte eu estarei sem nada.

- Você encontrará outro emprego, ou poderá voltar ao hospital – Lílian sugeriu.

- Não quero isso. Quero James, e vou fazer de tudo para tê-lo. Sei que você não está apaixonada por ele, então pode me ajudar.

Nesse momento, Lílian percebeu o quanto amava James, mas jamais contaria a Karen.

Karen prosseguiu:

- Naquela tarde, quando nos conhecemos, pensei que tinha gostado de mim. Vá em frente, admita.

Lílian relembrou a situação.

- É verdade, pensei que pudéssemos ser amigas.

- Ainda podemos ser amigas. Tudo que precisa fazer é despachar James rápido quando ele for a seu apartamento.

- Ele não costuma aparecer muito lá – Lílian disse, sem perceber a tristeza na voz.
- Mas ele foi até sua casa hoje, não foi? Fiquei furiosa quando vi você com ele.

- Você me surpreende Karen. Costuma ser tão rude comigo, e ao mesmo tempo pede minha ajuda. É tola se imagina que vou concordar com você.

Karen passou os dedos pelos cabelos e disse:

- Me desculpe Lílian. Estou um pouco nervosa e...

As palavras Karen foram interrompidas quando um homem de cerca de sessenta anos abriu a porta.

A voz, quando falou com Karen, tinha um tom de reprovação.

- Por que está com a srta. Evans aqui na cozinha, Karen? Acho muito indelicado da sua parte.

Um sorriso surgiu no rosto de Karen.

- Victor querido, é que nós tínhamos um assunto para discutir. Você sabe assunto de mulheres. – então ela fez as apresentações: - Esse é o Sr. Conroy, Lílian.

Victor Conroy estendeu a mão para Lílian.

- Essa conversa deve ter sido muito importante, para ser tratada aqui na cozinha. James já está pronto para as assinaturas do novo testamento de minha irmã. Devo dizer que não é a primeira vez que ela resolve mudar de idéia quanto ao testamento – ele acrescentou, com um sorriso de tolerância.

Lílian sorriu.

- As mulheres gostam de mudar de idéia, não é mesmo Karen?

Karen não disse nada e Lílian saiu da cozinha com a satisfação de ter dado a última palavra.









N/A: eu sei, demorei muito para posta o novo capitulo se quiserem pode me matar.



zihsendin _ não esqueci da fic e nunca vou esquecer. Pode demora mais eu posto. Se vc que o Remus ai vc vai ter de resolver com a tonks.


Tonks & Lupin _ Nossa a Lílian sofre muito mesmo ainda por cima tem essa Karen. Essa fic é uma adaptação de um romance que eu tenho o livro, alias todas as três fics são adaptações de livros que eu tenho aqui em casa.




beijos e até.

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