O túnel imapeável



Capítulo 11: O túnel imapeável

Natal, dormitório masculino.

“-Sua mãezinha de sangue-ruim está morta. Não tem para onde fugir e nem ninguém para morrer por você Potter. Dessa vez vai morrer! –sibila a voz de Voldemort em meio a escuridão crescente, só seus olhos vermelhos sem pupilas eram fendas que brilhavam anunciando a morte”.
-NÃOOOOOOOOO!!!!!!!!! –grita Harry que acorda com um salto.
-O que aconteceu? –pergunta Rony assustado com o grito de Harry.
-Nossa que grito! –diz Simas.
-É. –confirma Neville.
-É de fazer a alma saltar do corpo, até acordou o Neville.
-Quem gritou? –pergunta Hermione que chega de robe cor-de-rosa com o distintivo de monitora preso de qualquer jeito.
-Eu levei o maior susto. Harry, você está pálido como um fantasma. –diz Mandy que acaba de chegar também de robe.
-Foi só um pesadelo. –disse ele –Sem importância. –continuou enquanto engolia em seco.
-Presentes! –exclama Neville.
-É, hoje é natal. –Rony lembra enquanto começa a abrir os pacotes aos pés da sua cama.
Harry começa a abrir os seus dando graças a Deus por deixar de ser o centro das atenções.

Hogsmeade, 10h da manhã.

-Como hoje está frio. –diz Mandy tremendo.
-Está mesmo. –Harry concorda enquanto tentava esquentá-la a abraçando. –Vamos tomar uma cerveja amanteigada? –pergunta Harry.
-Eu acho que ia bem. –respondeu ela e os dois entraram no bar de Madame Rosmerta, o Três Vassouras.
Deram uma olhada para ver quem estava lá:
-Tia Narcisa? –pergunta Mandy.
-Professor Lupin? –pergunta Harry.
Narcisa, uma mulher alta e esbelta com os olhos e os cabelos idênticos aos de Mandy, e Lupin se viraram.
-Oi, Mandy, querida. –disse Narcisa para cumprimentá-la, sua voz era arrastada como a de Draco e seu tom parecia meio culpado (como se ela estivesse fazendo algo errado).
-Há quanto tempo Harry? Não sou mais seu Professor pode me chamar pelo nome, de preferência o primeiro. –disse Lupin estendendo uma mão e Harry apertou.
-O que faz por aqui tia? –perguntou Mandy curiosa.
Narcisa deu uma rápida olhada para Lupin antes de responder:
-Eu estava fazendo compras quando encontrei o Remo, nós fomos colegas em Hogwarts e então resolvemos tomar um drinque.
-Eu não sabia que vocês dois se conheciam. –disse Harry.
-E eu não sabia que conhecia a sobrinha de Narcisa. –Remo mudou de assunto.
-Nós somos namorados. –Harry esclareceu.
-Mundo pequeno esse. –Remo comentou com um sorrisinho –Foi um prazer revê-lo Harry e conhecê-la srta. Malfoy. Até mais. –ele disse se despedindo de Mandy e Harry –Me acompanha? –ele perguntou a Narcisa.
-Sim, eu não quero atrapalhá-los. Mandy mande um beijo ao Draco e outro a namorada dele, sim? –ao que Mandy confirmou com a cabeça. –Tchau. –Narcisa disse se retirando logo atrás de Lupin.

Salão Comunal da Grifinória, 1h da tarde.

Hermione e Rony estavam jogando xadrez de bruxo (o que era um milagre porque Hermione acha que é um jogo de bárbaros e é a única coisa em que perde), quando Gina passa toda arrumada:
-Onde é que você vai? –Rony pergunta.
-Encontrar o Draco. –responde ela com um sorriso.
-Olha o que vai fazer! Hein?
-Não seja chato Rony. Mais atenção o seu bispo já era. –Hermione o censurou.
-Eu já estou bem grandinha para ouvir os seus sermões. –disse Gina a Rony ainda sorrindo apenas de imaginar a reação dele quando ela contasse que iria casar com Draco.
-Tem alguma coisa errada. O que é? Você está sorrindo ao me repreender. –Rony disse desconfiado.
-Só pensando. Tchau! –Gina respondeu se retirando.
-Ainda não me conformei totalmente sobre essa história de ela namorar o Malfoy.
-No dia que você se conformar totalmente, eu não vou poder sair de casa porque irá chover tanto que haverá um dilúvio. –Hermione respondeu.
Rony preferiu ignorar o comentário dela, estavam numa jogada vital, mas mesmo assim ele perguntou:
-Mione, você e a Gina são amigas. O que ela fala pra você do Malfoy?
-Ah, ela fala que ele é um espetáculo debaixo dos lençóis, simplesmente o rei da cama. –Hermione diz no tom mais displicente possível.
Por Hermione dizer com tanta naturalidade Rony demora um pouco para entender:
-Ah, tá...O QUÊ FOI QUE VOCÊ DISSE?!?!?!?!?!?
-Xeque-mate, Rony! Era brincadeira, a Gina nunca falou nada disso.
-Isso foi trapaça, Hermione! Eu nunca perdi pra você. Quero outro jogo!
-Sempre tem uma primeira vez. –ela respondeu triunfante.


Quadro da Mulher Gorda.

-Oi! –disse Draco antes de dar um beijo em Gina.
-Eu demorei muito? –ela perguntou.
-Um pouco, mas valeu a espera.
Ela sorriu pra ele:
-Aonde nós vamos? –ela perguntou quando ele pegou a sua mão e os dois começaram a andar.
-Você já vai ver.
-Sabia que você é muito misterioso?
-Sabia.
Eles andaram pelo castelo até a Torre da Sonserina e depois continuaram andando até chegarem a um longo corredor vazio iluminado somente pela luz dos archotes. No fim desse corredor tinha uma porta grande de madeira com uma fechadura dourada e um cadeado do tamanho da mão de Hagrid (o que não era pouca coisa) trancava a porta:
-Alorromora. –Draco disse apontando para a porta e ela se abriu.
Os dois entraram. A sala tinha uma lareira que estava acesa e as paredes eram de pedras enormes em forma de paralelepípedos. Do teto pendiam rosas vermelhas e havia pétalas delas espalhadas pelo chão. Em um canto tinha um sofá de couro de dragão coberto por pétalas também. No centro da sala estava uma mesa para dois com um castiçal que tinha velas vermelhas e duas taças que pereciam ser de cristal puro:
-Uau! Que linda decoração. Rosas vermelhas, não sabia que gostava de flores. –ela disse contemplando o lugar.
-Mais ou menos, não sou muito chegado, mas achei que gostaria. O que eu não faço por você? Sente-se e fique à vontade.
Os dois se sentaram e ele conjurou uma bebida:
-É o que? Rum? Eu sou uma leiga em bebidas.
-É champagne, o mais fino que eu consegui arranjar. Vamos brindar a nós, o nosso casamento...
Ele serviu duas taças:
-A nossa felicidade. –e os dois brindaram.
-Você fez isso tudo pra me impressionar pra ver se vai ou racha? –ela perguntou desconfiada.
-Não, você só disse talvez...Eu também nunca fiz você-sabe-o-que...Você sabe que eu não te forçaria a fazer nada que não quisesse.Eu entendo se não estiver preparada. Eu respeitarei qual seja a sua decisão. Pode acreditar que eu espero até o casamento se for preciso...
Ele parou de falar quando Gina colocou um dedo em seus lábios.
-É por isso entre incontáveis coisas que eu te amo. Quem diria que Draco Malfoy é romântico?
-Só quem me conhece realmente. Falta a música. –Ele estalou os dedos e começou a tocar “I don´t wanna miss a thing”.
-Como você fez isso? –Gina pergunta surpresa.
-É um certo truque que aprendi com a minha mãe.
-Para uma família que dá tanta importância para sangue-puro...É interessante.
-Na verdade é o meu pai quem dá importância. E o que é interessante?
-Essa música é trouxa.
-Eu sei, é do Aerosmith e eu adoro a letra dela. Vamos dançar?
Os dois começaram a dançar abraçados:
-Então me conte na sua voz um pouco o que ela diz. –Gina pediu.
-Tá. “Eu poderia me perder neste momento para sempre. Cada momento que eu passo com você é o máximo. Eu não quero perder nada. Porque mesmo quando eu sonho com você, o sonho mais doce nunca vai ser suficiente. Não quero perder um sorriso. Não quero perder um beijo. Eu só quero te abraçar forte, sentir seu coração perto do meu e ficar neste momento por todo o resto dos tempos”.–ele sussurrou ao ouvido dela.
-É linda.
-E serve o duplo propósito de ser uma música que eu adoro e uma declaração para você.
Draco encostou Gina na parede:
-Pode parar quando quiser...
Mas ela o beijou fervorosamente como se respondesse a questão. Draco começou a beijar o pescoço de Gina e ia descendo o zíper da blusa dela enquanto ela desabotoava a camisa dele. Ela passou os dedos pelas costas e pelo peito dele e o sentiu se arrepiar ao seu toque. De repente a parede estremeceu e se abriu...Era uma passagem secreta. Eles hesitaram em seguir para um dos lados, mas a parede se fechou novamente:
-Lumus! –murmuraram os dois ao mesmo tempo.
Eles tentaram abrir de novo a passagem, mas não conseguiram:
-Droga! –Draco praguejou –De todas as horas que nós tínhamos para descobrir uma passagem secreta maluca...Tinha que ser agora?
-Eu também lamento. Mas fazer o quê? Vamos deixar para outra hora. Agora temos que nos preocupar em sair daqui.
-É. Vamos para o lado direito tateando as paredes para o caso de haver outra passagem ou porta. –ele disse ainda inconformado.
Depois de uns vinte minutos acharam uma parte oca que parecia ser de madeira e tinha um cadeado:
-Tudo indica que é uma porta. –comenta Draco.
-Alorromora. –diz Gina apontando a varinha para o cadeado e ele se abriu.
A cena que se segue é meio confusa e constrangedora. Draco e Gina, ambos de blusa (Gina) e camisa (Draco) abertas, entram no banheiro dos monitores e vêem Mandy e Harry juntos na banheira, a espuma é tão densa que só dá para ver a cabeça deles:
-Mandy? Harry? Estão tomando banho juntos?
-O que faz aqui, Harry com a minha prima? –Draco pergunta, mas sabia que era óbvio...
Os dois ficaram vermelhíssimos na banheira:
Mandy perdeu a fala.
-Vocês não estão em condições de fazer certos comentários. Não sei se você reparou na sua camisa Draco e na sua blusa Gina. –Harry diz observando a camisa de Draco totalmente aberta e o zíper da blusa de Gina pela metade deixando aparecer o seu sutiã que era preto.
Draco fechou os botões de sua camisa:
-Mas vocês estão nus. –Gina os acusou subindo o zíper.
-Aí é que você se engana, Gina. Como você pode afirmar isso se só vê nossas cabeças? –Mandy se defende – E você Gina de sutiã preto e como você só usa conjunto a calcinha obviamente também era. Você e o Draco iam... Hum...É...Você entendeu...Fazer você-sabe-o-quê?
-Isso não significa nada. Eu posso só gostar da cor. –Gina diz não respondendo exatamente a pergunta de Mandy.
Draco viu Mandy abrir a boca para perguntar mais e socorreu Gina de futuras perguntas embaraçosas:
-Como é que vocês entraram aqui? E a senha? Nenhum de vocês é monitor. –Draco pergunta a Harry e Mandy.
-A Mione sabia a senha e eu “casualmente” perguntei a ela. –explica Mandy –Mas como vocês entraram aqui?
-Por aquela porta. –disse Draco apontando para a direção de que ele e Gina tinham saído.
Só que não havia porta nenhuma, ela simplesmente não estava mais lá. Era apenas mais uma parte da parede com azulejos brancos.
-Impossível, não tem nenhuma porta ali e nunca soube que teve. –disse Harry.
-Se vocês não estivessem tão ocupados ‘brincando’ talvez teriam visto quando eu e Draco entramos... –Gina os zoou, mas depois continuou séria –Mas tinha eu juro.
-Eu tenho certeza de que tinha uma porta ali e o outro lado é um túnel escuro que eu não sei onde dá. –Draco explica agitado.
-Um túnel? –pergunta Mandy.
-Mas como é possível isso? Hogwarts tem apenas sete passagens e algumas delas estão fechadas. Mas estão todas registradas no Mapa do Maroto. Não existe nenhuma outra!
-Como? –pergunta Gina.
-Sete passagens? Mapa do Maroto? Que história é essa? –Draco pergunta a Harry.
-É. O meu pai, o Professor Lupin, o Sirius e o Pettigrew eram amigos na escola e conheceram todas as passagens, os arredores e o terreno de Hogwarts. Então eles decidiram fazer um mapa sobre a propriedade e nele tem todas as passagens e os pontinhos rotulados indicam o nome das pessoas e onde elas estão. –Harry explicou.
-Pode ser um Senhor Mapa, mas tem uma passagem ali sim! –insistiu Draco.
-Nós estávamos nela. –confirma Gina.
-Vamos falar com a Mione e o Rony. –Mandy sugere e todos concordam.

Reunião na biblioteca, 4h da tarde.

Depois de contarem a história do túnel que fora descoberto por acaso por Draco e Gina a Rony e Hermione:
-Você acha que é possível haver uma passagem que não esteja registrada no mapa, Hermione? –Harry pergunta.
-Eu não sei, Harry! Criar uma área imapeável para bruxos dentro de uma área imapeável para trouxas? Eu nunca vi disso antes, mas creio que seja isso. Preciso de um tempo para pesquisar e descobrir. Ah, e de ajuda também.
-Creio que todos nós queremos saber mais sobre isso. Então acho melhor todos nós ajudarmos. –sugere Rony.
Todos acenaram afirmativamente com a cabeça.
-Certo, então. Faremos turnos de dois em dois a partir de amanhã.

No outro dia, às10h na biblioteca.

-Estamos procurando há duas horas e até agora nada. –Harry reclama a Mandy.
-A paciência é uma virtude.Não desanime, Harry. –ela disse fechando “Precauções antitrouxas” –Olhe este. –continua ela e entregando a Harry um livro de capa preta intitulado “Feitiços úteis para ocultar e suas aplicações”.
Harry lê o índice:
-Áreas na página 54. –fala ele enquanto folheava o livro.
-E aí? –pergunta Mandy.
-Estão faltando as páginas da 54 a 70.
-Quem teria arrancado folhas desse livro?
-Alguém que sabe dessa passagem e das duas uma: Ou arrancou por precaução ou sabe que descobrimos o túnel e está nos vigiando.

Jardins, minutos depois.

-É isso o que você acha, Harry? –pergunta Hermione.
-Sim, mas a pergunta é: Quem?
-É mesmo. Quem pode ser? –pergunta Draco.
-E o por que, hein? Por que alguém faria esse túnel? –Rony pergunta -Para enfeite é que não.
-Onde será que começa e termina esse túnel? –pergunta Gina. –É, tantas perguntas e nenhuma certeza ou resposta.
-Se alguém estiver nos vigiando é alguém de Hogwarts, provavelmente. –opina Mandy.
-Pode ser que sim pode ser que não. Depende do ponto de vista. Não sabemos se esse túnel não sai de Hogwarts. –Hermione diz.
-Só tem um jeito de descobrir...Explorando o túnel. –fala Harry.
-Melhor não. –Mandy alerta.
-Ela tem razão. –Gina apóia.
-É mesmo, pode ser perigoso. Nós não sabemos quase nada sobre esse túnel e podemos nos enrrascar. –disse Mione.
-Onde estão os seus espíritos de aventura? –Draco pergunta tentando incentivá-los.
-Eu sou obrigado a concordar com o Draco. Vamos explorar um pouquinho. –Rony fala tentando convencer a turma.
-Draco, me promete que não vai mais entrar naquela sala? –pergunta Gina encarando-o.
-Ah, mas...
-Faz isso por mim, então. É para o seu próprio bem. –ela insiste.
-Tá bom. Fazer o quê?
-E nem Rony vai lá? –Pergunta Hermione.
-Mas eu tô curioso. –ele explica.
-Sem essa Rony, ela tem razão. –Harry se dirige com um olhar muito sério a ele.
-Mas você apoiava. –Draco disse.
-Mudei de idéia. Estou com um mau pressentimento.
-Certo, então. Mas nós vamos tentar descobrir mais coisas, né? E prestar atenção para ver se alguém está nos vigiando? –pergunta Rony.
-É isso dá para fazer desde que não nos aproximemos do túnel. E tem outra coisa, adeus banho no banheiro dos monitores. –lamenta-se Harry.
-Não foi só a você que esse túnel deu prejuízo. –Draco fala a Harry.

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