Capítulo 2




Capítulo 2

O sol adentrou a sala, fazendo Draco Malfoy abrir os olhos. “Que horas são? O que eu estou fazendo aqui?” O garoto passou a mão no rosto e levantou indo em direção ao sofá. Hermione estava deitada com o livro pesado em seu peito subindo e descendo no compasso de sua respiração. Ela dormia calmamente, e parecia que nada no mundo teria coragem de acordá-la. Draco se aproximou e retirou o livro de cima dela. Ela soltou um suspiro e o garoto sentou-se a sua frente. Ele poderia ficar horas olhando-a. Vê-la dormindo o deixava em paz, por mais estranho que isso parecesse.

-O que está acontecendo comigo? –murmurou com raiva para si mesmo.

-Acorda, sangue-ruim. –berrou ele fazendo a garota dar um pulo do sofá, assustada.

-O que aconteceu? –perguntou ainda sonolenta.

-Já é de manhã.

-Você não precisava ter gritado, loiro de farmácia! –falou irritada aumentando o tom de voz.

-Cala a boca e vamos sair daqui, não agüento mais dividir o mesmo ar que você. –reclamou abrindo a porta.

Ela nem se quer deu tchau para ele. Simplesmente foi para a direção oposta da dele, percorrendo um caminho ainda maior até o corredor dos monitores. Chegou em seu quarto, tomou um rápido banho, se vestiu e foi tomar café.

-Bom dia. –cumprimentou ao ver os dois amigos sentados a mesa.

-Bom dia. –responderam na mesma hora.

-Você dormiu bem, Mione? Ta com uma cara péssima. –comentou Harry ao olhar bem para a amiga.

-Não, dormi pouco e muito mal. Vou ter que dar aulas com o Malfoy, aí ficamos até tarde preparando.

-Aulas?

-Sim, Minerva falou que alguns alunos do quarto ano querem aulas extras. –contou dando uma mordida em um pedaço de pão.

-Aulas extras? –repetiu Rony.

-É, estão com dificuldade. E eu vou ganhar pontos a mais. –ela comentou feliz.

-Vai passar mais tempo ainda com o Malfoy. –lembrou Rony.

-É, essa é a parte ruim.

-Você... Não sei como consegue agüentá-lo. –falou Harry olhando diretamente em seus olhos.

-É, eu também estou tentando descobrir.

Uma coruja veio voando na direção de Hermione e pousou em cima da mesa. A castanha desamarrou o envelope preso a pata da coruja enquanto ela bebericava seu suco de abóboras.

“Srta. Granger, venha até a minha sala com o Sr. Malfoy agora, por favor?” Mc Gonagal.

-Ótimo! –resmungou virando de costas e procurando um certo loiro irritante.

-Aonde vai? –perguntou Rony curioso.

-Reunião com o Malfoy e a Minerva. –avisou seguindo para a mesa da sonserina.

-O que você quer, cabo de vassoura ambulante? –perguntou Draco ao perceber a menina parada a sua frente.

-Reunião agora, idiota. –cuspiu as palavras dando os ombros e seguindo para fora do Salão Principal.

-Espera aí, sangue-ruim. –chamou vindo logo atrás.

Hermione não soltou um pio e continuou andando de cabeça erguida.

-Você está com pressa? –perguntou alcançando-a.

-Cala a boca, doninha saltitante.

-Alguém acordou com o pé esquerdo hoje ou levou um pé na bunda do mendigo?

-Já te mandei calar a boca, trasgo.

-Como se você mandasse em alguma coisa.

-Por que você não some? –ela deu um empurrão nele, mas o garoto nem saiu do lugar.

-Vai ser preciso um pouco mais de força, Granger. –ele sorriu vitorioso. –Quando você não sabe o que falar costuma empurrar e bater nas pessoas? –perguntou cético.

-Não, isso é só com você mesmo. Eu sinto uma vontade imensa de te ver morto. –falou subindo as escadas.

-Por que essa raiva toda, Granger? Não está conseguindo conter sua paixão encubada por mim? –ele riu.

-Você tem que ser tão insuportável o tempo todo? Por que não vai dar uma volta, vai lá, vai...-sugeriu calmamente balançando as mãos.

-Ah, Granger, sabe, você devia tentar esconder melhor o que sente por mim. Já ta dando pra perceber... Qualquer um que vê percebe. –lamentou sarcasticamente.

-Cresce!

Ela bateu na porta e a professora mandou que entrasse. Os dois se sentaram nas cadeiras em frente à mesa da mulher e a olharam atentamente.

-Desculpa marcar essa reunião de última hora. Mas eu queria saber como estão os preparativos para as aulas e estou sem tempo.

-Ah, professora, nós passamos a noite toda ontem organizando tudo para a primeira aula. –contou a garota animada.

Draco olhava-a sem entusiasmo fitando os sapatos da garota.

-Sr. Malfoy, devo presumir que está tudo correndo bem então?

-É. –ele soltou sem prestar muita atenção.

-O outro motivo de lhes ter chamado aqui é o baile. –Draco voltou sua atenção para a senhora.

-Vocês já vão contar pra gente o motivo? –perguntou o loiro secamente.

-Confesso que estou curiosa, professora. –falou a garota fazendo o menino revirar os olhos e voltar a prestar atenção em seus sapatos.

-Bem, Sr. Malfoy. Esse baile vai ser ocasionado porque esse é o último ano da professora Sprout aqui. Nós não tínhamos certeza, mas agora já temos. Então por ela estar conosco há tantos anos, achamos uma ótima idéia fazer esse baile de despedida.

-Desculpe-me a pergunta, mas porque ela vai sair de Hogwarts?

-Sua filha se casou com um francês e pediu que ela morasse lá com ela.

-Ah... –soltou um muxoxo.

-Nós vamos dar o aviso para os alunos essa semana no jantar.

-E quando será o baile? –Draco se manifestou.

-Daqui a um mês. –respondeu educadamente. –E eu vou precisar da ajuda de vocês dois.

-Mais tempo junto a ela? –explodiu apontando pra castanha sem perceber onde estava.

-Mais respeito, Sr. Malfoy! –ralhou a professora. –Vocês dois não são mais crianças!

-Desculpe professora. –pediu a menina.

-Ele te deve desculpas, Hermione. Vamos, Sr. Malfoy. Peça! –mandou ríspida.

-D... –ele me olhava com raiva. –Desculpe-me. –cuspiu as palavras encarando a professora.

-Bem, ótimo então. Vejo vocês depois.

Os alunos saíram da sala sem dizer uma só palavra, mas quando chegaram no corredor, Hermione explodiu.

-Você é tão idiota, Malfoy!

-Eu sou tão idiota que você é doidinha pra me beijar. –brincou sorrindo.

“Maldito sorriso!”. Pensou a castanha virando-se para a parede.

-Granger, por que não confessa logo o que sente por mim? –ele percebeu que isso realmente a irritava, não pararia tão cedo.

-Eu? Sentir alguma coisa por um garoto tão asqueroso como você? No dia que isso acontecer, porcos criarão asas.

-Não é difícil fazer isso. –comentou sem prestar muita atenção. –Sabe, Granger, acho melhor você tentar me esquecer, eu não vou querer nada com você... –ele parecia estar se lamentando. -E sinceramente não sei como aquele maluco consegue! Você nunca se olhou no espelho não? Ser feia é uma qualidade sua! –ele ria cada vez mais.

Aquilo realmente chateou a garota. Seus olhos se encheram de lágrimas e ela foi andando depressa. Não choraria na frente de Draco Malfoy. Nunca!

-Aonde vai, sangue-ruim? Você está chorando? Oh, ficou triste com a verdade? –desdenhava o loiro.

A garota não disse uma palavra e sumiu na curva do corredor, deixando o menino falando sozinho.

“Será que ela ficou chateada de verdade? Eu estava brincando! Por que ela tinha que começar a chorar? Eu odeio ver garotas chorando”. Draco se sentiu mal pelas coisas que tinha falado. “Mas eu não vou pedir desculpas pra essa sangue-ruim idiota. Ela que aprenda a viver com a feiúra dela. Ta, é mentira, ela não tem nada de feia. O que você está dizendo, Draco? Está louco?”

“Aquele idiota! Quem ele pensa que é pra ficar falando que eu sou feia? Eu sei que ele não estava mentindo, mas ele é tão idiota!”.

Hermione deitou na cama e ficou lendo um de seus livros. Mas seus pensamentos não paravam quietos. Eles sempre se desviavam para um certo loiro de cabelos platinados cujo sorriso a irritava demasiadamente. Draco não estava em uma situação muito diferente, aquela garota esquisita não saia de sua cabeça, por mais que ele tentasse tirá-la. Apenas uma parede separava os dois. Draco encostou o ouvido na parede a fim de ouvir o que se passava no quarto da garota. “Por que diabos eu estou fazendo isso?”. Ela estava chorando. “Ainda?”.

Draco saiu de seu quarto e bateu na porta ao lado. Hermione limpou o rosto. Não queria que Rony percebesse que ela estava chorando. Ele tiraria satisfação com Malfoy e ela estava de saco cheio do loiro aguado. Abriu a porta e deu de cara com o próprio. Ele trajava uma calça comprida e uma blusa regata que mostrava seus grandes músculos do braço.

“Nossa, como ela fica bem com esse shortinho e esse top. Cala boca, idiota.”

-O que você quer? –perguntou de má vontade.

-Você não me deixa dormir com esse choro todo. -mentiu o loiro.

-Deixa de ser idiota, você não consegue ouvir do quarto. –ela bufou.

-Consigo sim. E para de chorar!

-Eu choro o quanto eu quiser, estou no MEU quarto. –ela enfatizou o MEU.

-Você esta chorando pelo que eu te falei? Fala sério, Granger.

-Sai daqui, Malfoy. –pediu olhando para o chão.

-Olha, chega de palhaçada. Eu estava brincando, garota. Pára de chorar pelos cantos. Você nunca ligou pra o que eu falo.

Hermione olhou em seus olhos. Havia tantas coisas por trás daqueles olhos acinzentados que ela queria descobrir. “Por que ele ta falando isso?”. Aqueles olhos castanhos deixavam Draco perdido. Nenhum olhar era tão profundo quanto o dela. “Por que ela me olha assim?”.

-Quem disse que eu estou chorando por sua causa? Você sempre se achando o melhor, não é? Sempre achando que o mundo inteiro gira em torno do seu umbigo. Você é um menino arrogante e se não percebeu ninguém gosta de você. –dizia com raiva balançando os braços.

-Isso é o que você pensa, Granger. –respondeu com raiva deixando-a sozinha e batendo com o máximo de força a porta do quarto.

“Garota imbecil. Quem ela pensa que é pra falar comigo dessa maneira? Sangue-ruim horrorosa e prepotente”.

“Metidinho sem graça. Acha que tudo acontece por causa dele. Por que ele continua me enchendo o saco?”.

Ambos dormiram algum tempo depois e na manhã seguinte, Rony foi até o quarto de Hermione buscá-la para irem tomar café.

-O que faz aqui, Weasley? –perguntou uma voz arrastada parada em frente ao quarto de Hermione.

-Eu é que te pergunto, doninha. Por que está parado aqui? –perguntou confuso.

-Eu... Não te interessa, babaca.

Draco não sabia o porque, mas sentia um ódio muito maior de Rony do que de costume.

-Licença? –pediu para bater na porta.

-Não! –Draco o empurrou.

-Eu não to nem um pouco a fim de brigar com você. –avisou Rony.

-Não? Ah, você esta com medo, Weasley? Só porque sabe que eu acabo com você, não é? –ele ria.

-Sai da minha frente, Malfoy?

Draco deu outro empurrão no ruivo, que respondeu com um soco, do qual Draco desviou. Seu joelho bateu no estômago de Rony.

-Idiota! –berrou ele correndo pra cima de Draco.

-O que vocês estão fazendo? –indagou Hermione parada a porta com cara de espanto.

-Esse babaca veio me bater. –contou Rony. –Solta meu braço, porra!

-Solta ele, Malfoy! –mandou Hermione. –Ou eu tiro pontos da sua casa.

Draco soltou o garoto e o colocou contra a parede.

-Se liga, otário! –falou com o dedo encostado no rosto de Rony.

-Qual é o seu problema? –perguntou Hermione quando passou por Draco. –Ta tudo bem, Rony? –quis saber preocupada passando a mão pelos seus cabelos.

-Eu to bem. Eu vou acabar com ele.

-Não você não vai acabar com ninguém. Chega de brigas por hoje. Ouviu, Malfoy? Se não eu vou conversar com a professora. –avisou ajudando Rony a pegar a bolsa e saindo de perto do loiro.

Hermione beijou Rony quando já estavam um pouco à frente de Draco. Ele fez uma cara de nojo e continuou caminhando.

-Draco, o que aconteceu com você? –perguntou Pansy na mesa da Sonserina.

-Não te interessa.

-Draco, eu estou preocupada com você. –tentava a garota calmamente.

-Não aconteceu nada, cacete!

-Você jura pra mim? Eu posso fazer qualquer coisa, amor. Eu sou sua namorada, eu estou aqui pra o que você precisar.

-Da onde você tirou que é minha namorada, criatura? –indagou olhando absorto para ela.

“Essa menina é completamente LOUCA! Namorada? Até parece que algum dia eu ia querer namorar essa maluca”.

-Draquinho, você não quer que ninguém saiba? É isso? –ela passava a mão pelas costas dele.

-Você é doida, garota! Nós não estamos namorando! E nem vamos namorar. Põe isso na sua cabeça! –berrou o loiro tirando a mão dela de suas costas e se levantando da mesa.

“Eu não agüento mais isso! Não dá mais”.

-Mione, estuda comigo hoje? –perguntou Rony.

-Hoje teremos as aulas. O Malfoy e eu. –lembrou a menina.

-Aula de que?

-Poções. Você quer ir, Rony?

-Não sei...Se eu terminar de estudar a tempo eu vou. Onde vai ser?

-Na sala de Aritimância. –disse tomando um grande gole do suco de abóboras.

-Você viu o Harry? –ouviram uma voz perguntar atrás deles.

-Ele acordou tarde. Pediu pra te avisar que encontra você no almoço. –avisou Rony.

-Ah... –suspirou tristonha sentando-se à mesa.

-Anda, Malfoy, nós temos aula pra dar. –disse Hermione quando encontrou Draco no corredor.

-Ah não. Ainda vou ter que olhar pra essa sua cara por mais tempo?

-Vai. Anda.

Eles ficaram na sala esperando os alunos chegarem. Hermione estava em pé andando eufórica e Draco ficava jogando um peso de papel de uma mão para a outra.

-Pára quieta, mulher. –falou irritado.

-Estou te atrapalhando? Então cala a boca. –respondeu mal criada.

Os alunos começaram a chegar e iam se sentando nas carteiras. Quando todos estavam lá, Hermione começou a falar sobre a poção polissuco.

-Bem, quem toma essa poção pode se transformar na pessoa ou no animal que quiser. –explicava calmamente.

-Mas quanto tempo demora pra ser feita? –perguntou um garoto baixinho.

-Um mês. –respondeu Draco rapidamente.

-E como faz para se transformar na pessoa? –outro quis saber.

-Você não leu seu livro não? –Draco perguntou sem paciência.

-Malfoy, cala a boca. Olha, é só você pegar um fio de cabelo da pessoa...

-Leiam o capítulo 6, para entenderem. Depois vocês perguntam. –mandou o loiro puxando Hermione para um canto.

-O que foi? Você tem que tratá-los bem.

-Eles querem tudo pronto. Aposto como nenhum deles leu o livro.

-Malfoy, você devia pensar melhor antes de falar o que não sabe!

-Quem aqui leu esse capítulo? –perguntou em voz alta e nenhum deles levantou a mão.

-Não acredito! –ela parecia desapontada.

-Pelo menos parecem estar lendo agora. Depois nós fazemos algumas perguntas pra ver se estão lendo mesmo.

-Ta. –concordou ainda chateada.

Alguns minutos depois Draco pediu que todos fechassem o livro e que cada um deles falasse um ingrediente usado na poção. Eles pareciam ter medo do loiro. Era engraçado, respondiam como se estivessem fazendo uma pergunta e se encolhiam na carteira quando Draco se aproximava. Hermione estava achando legal. Ela explicava e Draco botava terror nos alunos para que eles fizessem tudo direitinho para não levar bronca. Já era hora do treino de Draco.

-Eu estou atrasado, Granger. –avisou ele.

-Pode ir. Eu cuido deles.

Draco estava saindo e quando fechou a porta eles começaram a falar e pôde ouvir Hermione berrando pedindo silêncio. Soltou uma gargalhada e foi para o treino. “Ela não tem moral nenhuma com eles” pensava enquanto não chegava no campo de quadribol.

-Gente, por favor, façam silêncio! –tentava em vão. –Bem, vocês que sabem. Quero 30 cm falando sobre a poção polissuco para a próxima aula.

-30 cm é muito, professora. –resmungou um menino ruivo que lembrava Rony.

-Deixe de ser preguiçoso. 30 cm e acabou. Podem ir.

Eles saíram correndo pela porta e Hermione se jogou em uma cadeira.

-Como foi a aula? –perguntou Rony entrando na sala.

-Foi legal. Eles são umas pestes. –contou rindo.

-Tem tempo pra mim agora? –ele foi se aproximando dela.

-Talvez eu tenha. –ela sorriu.

Ela se levantou e eles se beijaram. Era tão bom estar com Rony, ele a deixava calma. Seus beijos não eram dos melhores, Krum beijava melhor do que ele. Mas se um dia Rony soubesse disso, se mataria. Mione gostava de estar com ele. Ele era um amor, mas ela não gostava dele de verdade. Esforçava-se para tentar gostar do ruivo do mesmo modo, mas simplesmente não conseguia.

-Mione... Quer namorar comigo? -perguntou quando pararam de se beijar.

-Rony... Eu não sei. Preciso pensar um pouco.

-Tudo bem, eu espero. –falou triste.

-Ei, não fica assim, Rony. Preciso colocar algumas idéias em ordem. “Os olhos dele nem se comparam ao do Malfoy. Por que eu to pensando nele?”.

-Eu entendo, Mione.

-Vamos indo?

-Vamos.

Eles deram mais um beijo e saíram da sala. Eles foram jantar e depois foram até a torre da Grifinória e ficaram conversando algumas horas com Harry e Gina.

Ela estava em frente à porta de seu quarto. Girou a chave e nada. Tentou empurrar a porta sem sucesso. “Não acredito que emperrou”. Tirou a varinha do bolso.

-Alorromoura! –e nada, a porta nem se mexeu.

Ela tentava esmurrar a porta. E começou a chutá-la com o máximo de força que tinha.

-Você ficou louca? –Malfoy saiu de seu quarto vestindo apenas uma calça de moletom.

“Que corpo é esse, Merlim no céu? Hermione, para de pensar besteiras!”.

-Emperrou. –explicou ofegante desviando o olhar.

-Azar o seu. Você esta fazendo muito barulho e eu quero dormir. Boa noite. –e fechou a porta.

A garota continuou batendo na porta e tentando abri-la de todas as maneiras possíveis e impossíveis.

“Essa garota não pára de fazer barulho!” Draco tentava abafar o som com um travesseiro na cabeça, mas nada adiantava.

-Granger, eu quero dormir. –avisou saindo do quarto novamente.

-Eu também! –berrou irritada.

-Vai dormir na nossa sala.

-A chave ficou dentro do quarto.

-Eu tenho uma aqui.

Ele entrou e depois de quase dez minutos voltou sem nada nas mãos.

-E aí?

-Não consigo achar.

-O que eu faço?

Eles ouviram um barulho de gato.

-Ótimo. O que eles estão fazendo aqui? –murmurou a garota.

-Provavelmente ouviram seu escândalo. Pede pra ele abrir a porta.

-Não posso, eu estava fora do quarto depois do horário. Deixe-me entrar aí, Malfoy, anda. –ela empurrou o loiro e entrou no quarto, fechando a porta cuidadosamente.

-Quem deixou você entrar no meu quarto? –ele parecia intrigado.

O quarto dele era lindo. Os móveis eram pretos e as cortinas verdes com costura prateada. Sua cama era alta e bem larga. “Eu daria tudo pra dormir agora”. Não tinha nada fora do lugar.

-O que eu vou fazer? Eu to com sono. –choramingou a garota sentando em uma poltrona.

“Garota irritante, se eu não deixar ela dormir aqui, ela vai me encher a noite toda!”.

-Eu não tenho colchões aqui. Se quiser dormir vai ter que dividir a cama comigo. –avisou por fim.

-Eu durmo no chão.

-Não tem colchão. Não ouviu, anta?

-Grosso! Tem uma blusa e uma calça pra me emprestar?

Ele abriu o armário de má vontade e jogou uma roupa qualquer para ela. Ela entrou no banheiro e voltou trajando uma blusa social preta que batia em seus joelhos.

-A calça não coube. Ficou caindo. –comentou botando a peça em cima da poltrona.

-Ninguém manda ser tão magrela. –ele estava sentado na cama folheando um livro. –Você vai ficar aí parada? “Ela vai dormir de calcinha do meu lado?”.

Ela veio andando e entrou de baixo do edredom.

-Por que a sua cama é tão melhor que a minha? –falou ao deitar-se.

-Porque eu sou melhor que você.

-Muito engraçado.

-Pode chegando pra lá, sangue-ruim. E não encosta em mim.

-Digo o mesmo. Boa noite.

-Só se for pra você, não é? Dormindo com você é impossível ter uma boa noite.

-Cala a boca, Malfoy. E desliga essa luz. –mandou ela.

-Você não manda em nada.

-Por favor? Eu to morrendo de sono. –pediu com voz de choro.

-Irritante! –ele bufou e desligou a luz.

“Ah, por Merlim. Não acredito que estou dividindo a cama com esse babaca! E ele ta sem camisa do meu lado. Ta muito escuro, eu to com medo”.

“Essa sangue ruim nojenta! Por que aquela maldita porta teve que emperrar? Se ela encostar em mim eu acabo com ela.”

-Você ouviu isso? –perguntou um tempo depois, chegando mais perto dele e segurando seu braço.

-Falei pra não encostar em mim. –resmungou com voz de sono.

-Tem um bicho aqui dentro! –ela se encolheu toda e se aproximou do garoto.

-Ta doida? Eu não ouvi nada. –ele acendeu a luz. Ela estava escondida de baixo do edredom, quase abraçada a ele.

-Shiiiii... Silêncio.

Eles ficaram mudos e ouviu-se um barulhinho em baixo da cama. Subitamente Hermione ficou em pé na cama e Draco fez o mesmo.

-Ta aqui em baixo! –ela fazia voz de choro e desceu da cama.

Draco fez o mesmo e ficou esperando o bicho sair do lugar com a varinha na mão. Um ratinho passou correndo em direção a eles e Hermione pulou no colo de Draco agarrando em seu pescoço e levantando os pés o mais longe possível do chão. Ela era leve. Draco apontou a varinha para o bicho e fez ele sumir com apenas uma palavra.

-Como você é fresca! -ele a colocou no chão.

-Fresca? Você viu o tamanho daquele bicho?

-Nossa! Que bichão! –ironizou voltando para a cama.

-Era grande sim, Malfoy.

-Ok, você me acordou por causa de um rato e agora eu perdi o sono. Você também não vai dormir.

-Vou sim, eu to morrendo de sono.

-Azar o seu, sangue-ruim.

-Boa noite. –ela se virou e fechou os olhos.

Draco pegou a varinha e passou lentamente pelo seu braço fazendo cosquinha nela. A garota deu um pulo e ficou em pé de novo. O loiro começou a gargalhar. Hermione cruzou os braços irritada e sentou na cama.

“Como ele fica diferente rindo. Nem parece o babaca que é”.

-Você tinha que ver...-ele falava pausadamente rindo. - A sua cara!

-Muito engraçado! –ele foi parando de rir e ficou sério.

Os dois ficaram se olhando durante algum tempo.

“Porque seus olhos são tão perfeitos? Merlim, eu estou ficando maluca!”

“Ahhhh, olhar desgraçado que me faz estremecer”.

-Que tanto você me olha? –perguntou a garota interessada.

-Você que está me olhando.

-Não, você que está.

-Ah, cala a boca, sangue-ruim. –ele se virou.

-Boa noite pra você também, Malfoy.

Se alguém entrasse naquele quarto naquela manhã e visse não acreditaria. Hermione estava deitada abraçada ao corpo seminu de Draco e o loiro estava com a perna em cima da dela. Eles estavam completamente enroscados e a respiração no mesmo compasso. Draco Malfoy abriu os olhos lentamente e levantou um pouco a cabeça sem mexer o corpo. Ele não estava nem um pouco a fim de sair dali. “Por Merlim, como ela fica linda dormindo”. Fechou os olhos novamente e voltou a adormecer. Hermione abriu os olhos e olhou para cima. Ele parecia tão inofensivo dormindo. Ele tinha um cheiro tão bom.

-Me solta, Malfoy! –berrou a garota alguns segundo depois, empurrando o garoto.

-O que? –ele estava coçando os olhos, sonolento.

-Me solta!

-Você que ta me agarrando, sua maluca!

-Como eu faço pra me arrumar?

-Manda alguém abrir a porta!

-Vão saber que eu não dormi lá, idiota. –falou pensativa.

-Eu não posso fazer nada. Já fiz a boa ação da minha vida te dando abrigo por essa noite.

-Preciso tomar banho!

-Eu não posso fazer nada, Granger! –ele remexia em seu guarda-roupa. – A não ser que você queira uma cueca emprestada. –ele riu.

-Isso, empresta que eu sei transfigurar roupas.

-Você ta falando sério? –ele arqueou uma das sobrancelhas.

-Sim, tava lendo outro dia um livro e tentei. Dá logo, Malfoy e uma toalha também, por favor.

-Abusada demais, você, sangue-ruim. –ele entregou a cueca e uma toalha e a garota se trancou no banheiro.

-Nossa, como você demora aí dentro! Sai logo que eu quero tomar o meu banho? –ele batia na porta.

-Pronto, coisa chata! –ela saiu com a toalha enrolada no cabelo e vestida com o uniforme.

-Conseguiu?

-Sim. Obrigada.

Ele fechou a porta e ligou o chuveiro. “Ela acabou com o meu condicionador!”. Ao contrário de Hermione, Draco tomou um rápido banho e saiu do banheiro pingando com os cabelos despenteados e com aquele abdômen perfeito a mostra. “Pára de olhar, Hermione Granger!”.

-Granger, eu sei que você não resiste, mas limpa aí que a baba ta escorrendo. –implicou o garoto.

-Nossa, como se realmente você fosse o gostosão. –ela riu.

Ela terminou de se arrumar e foi até a sala de Filch avisar que a porta de seu quarto havia emperrado essa manhã. Logo depois foi tomar café com Harry e Rony.

-Dormiu bem, Mione? –perguntou Harry.

-Sim e vocês?

-Também.

-E o baile? Minerva falou mais alguma coisa?

-Vai explicar tudo essa semana. Provavelmente hoje.

-E é essa semana que vamos a Hogsmead? –quis saber Rony.

-Sim. Sábado agora. Rony, come devagar?

-Eu to comendo!

-Harry, manda ele comer devagar?

-Bebezinho, come devagar! –brincou o moreno rindo.

-Quando será o teste para batedor do time de quadribol? –perguntou Rony.

-Quinta, às 7 horas. –respondeu Harry.

-7 horas é o treino da Sonserina. –comentou Hermione sem prestar muita atenção, olhando o jornal.

-Como você sabe? –Harry e Rony se entreolharam.

-O Malfoy falou. –respondeu sem tirar os olhos.

-Ah é? Vocês tem conversado muito, é? –perguntou Rony sarcasticamente.

-Ah, Rony, faça-me o favor. –disse olhando para ele.

-Ah, Mione, vocês estão amiguinhos agora? Ele te diz até os horários do treino dele. Não vai me dizer que você foi vê-lo jogar?

-Cala a boca, Ronald! –ela saiu irritada da mesa e foi para a sala de Aritimância. “Como o Rony pode ser tão estúpido às vezes?”.

-Você só faz merda. –falou Harry quando ela saiu.

-Ah... Como ela sabe os horários dele? –quis saber irritado.

-Seu idiota, eles trabalham juntos! Vai perder a Mione desse jeito. Você sabe que ela odeia essas coisas.

Rony bufou irritado.

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Well, é isso aí, galera. eu gostaria
MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITO que você comentassem. De verdade. Não sabem o quanto é iomportante pra mim :~)
beeeeeeeeeeeijos e continuem lendo :D

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