Capitulo 4. A noite sem dormir



Não sei o que houve, mas acordei numa cama limpas e confortáveis, assustado, sem saber onde estava comecei a gritar. Percebendo que estava sozinho, levantei aterrorizado, uma tontura e muitas pontadas na minha cabeça veio a me derrubar do chão, não sei mais o que aconteceu.
Quando acordei novamente estava sendo consultado por um homem de mascara, ele percebendo meu medo, me acalmou com palavras mentirosas, dizendo que iria ficar tudo muito bem.
Fique sabendo o que aconteceu depois da visita da diretora no internato, me explicando que tinha passado mal e desmaiado. Mas sabia que lá no fundo, não era isso, que no corredor das escuras tinha estado uma mulher de preto. Sabia que se eu aumentasse esta chance que tinha alguém lá na noite anterior, iriam me levar para o hospício.
Na mesma noite da visita da diretora, tive alta e fui para o internato, fui levado direto para o dormitório dos meninos. Sabendo que a partir daquela noite nunca mais seria o mesmo.
Estava sozinho quando realmente consegui pegar no sono. Não sei se estava acordado, mas abri os olhos no meio da noite, mas eu vi, eu sei que eu vi. A mulher de preto com cabelos ruivos; Estava me olhando carinhosamente, passando as mãos nos meus cabelos, e fechando meus olhos.
Foi a sensação mais gostosa que já senti em toda minha vida.
Na manhã seguinte a diretora veio me visitar, ela estava com um sorriso misterioso, mas quando olhou para min o sorriso desapareceu. Falando delicadamente, com muito cuidado, disse: “ Querido, sinto muito”. Num estante não entendi nada, mas percebi o que ela estava falando, aquela mulher, tão bonita havia desaparecido, mas a direto continuou : “ Não, criança, não chore, foi apenas um susto, eu sei o que você deve estar se sentindo” . Então tinha certeza que a mulher iria voltar, talvez ela só havia ido para longe. Mas, aquelas ultimas palavras da diretora, não consigo nem escrever quais foram, apenas lembro do final : “Ele foi para guerra e nunca mais voltou, sinto muito pelo seu pai, querido”.
Meus olhos encheram de lagrimas, antes mesmo eu odiava meu pai, por não ter se despedido de min na noite que me deixou aqui neste inferno, mas agora eu entendi tudo, colhi a ultima pedra do quebra-cabeça. Minha madrasta foi embora com os filhos por que sabia que isto iria acontecer. Sabia que papai iria para guerra, e os soldados iriam para casa e destruir tudo, mesmo sabendo que na família havia um soldado, mas pode entender que, eles não me odiavam, me amavam, estavam me protegendo me trazendo aqui, mesmo que eu era um fardo na família, era nada, uma criança sem mãe, agora sem pai!
Decidi então a começar a escrever um diário, e uma história, contando minha vida. Misteriosamente relatando meu ódio através de um personagem.




















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