Vivo por Ella



Vivo por ela sem saber

Se a encontrei ou ela me encontrou.

Já não recordo como foi

Mas ao final me conquistou.


Harry estava sentado sozinho em frente a lareira da sala comunal da Grifinória. Que ano confuso tinha sido aquele...
Pensou em Hermione;

Lembrou-se de quando a conhecera no primeiro ano. A metida e sabichona, nas palavras de Rony. Lembrou-se de como se tornaram amigos, como ela estivera ao seu lado desde então.



Vivo por ela que me dá

Toda a força de minha verdade

Vivo por ela e não me pesa



O calor da lareira esquentava o seu corpo, mas por dentro Harry sentia frio. Hermione não estava ali. Na verdade, nunca mais estaria... Ela tinha morrido no último e cruel ataque de Voldemort. Harry o tinha derrotado, mas tanto ele, Rony e Mione saíram muito feridos da guerra. Entretanto só Hermione não sobreviveu.


O silêncio dominava a sala comunal... Mas no fundo de sua memória Harry ainda escutava o sorriso de Mione. Não era fácil vê-la dando aquele sorriso... Por isso era tão especial.

“Ah eu nem acredito!!” ela disse sorrindo, “Como você adivinhou que esta era minha cor preferida?” – foi no dia do aniversário dela de 16 anos. Harry lhe dera um amuleto mágico de cor azul piscina, que ela nunca deixou de usar desde então. Foi só naquele dia que ele percebeu que a amava, mas não disse nunca. Agora ele faria qualquer coisa para poder lhe dizer... mas já não podia.





Vivo por ela eu também

E não há razão pra ter ciúmes

Ela é tudo e mais além

Como o mais doce dos perfumes



Rony desceu as escadas do dormitório e chegou até o salão comunal, onde se encontrou com Harry.

“Ah, me desculpe, eu não sabia que você tava aí.” – Ambos estavam abatidos desde o que acontecera. Eles não sabiam, mas alguma coisa tinha ficado estranha entre eles...

“Não, Rony, senta aí.”

Rony guardava alguma coisa nas mãos. Era uma foto, de Mione.

“Você acha que ela sofreu muito?” – Rony perguntou, olhando pra foto.

“Eu... não sei... Espero que não.” – Harry olhou para a foto que Rony segurava. Nela Hermione estava sentada perto do lago da escola. Tinha o rosto cansado de quem tinha estudado muito antes dos exames finais. Uma pilha de livros ao lado... e o alívio das férias.




Ela vai onde quer que eu vá

Não deixa a solidão chegar

Mais que por mim

Por ela eu vivo também




<< Era uma terça-feira monótona, Harry, Rony e Mione estavam saindo da aula de Poções quando foram parados no corredor pela professora Minerva.
“Senhorita Granger, preciso falar com a senhorita.”


“Pode falar, professora.” Hermione parecia sobrecarregada com o peso da mochila que carregava.

“Eu gostaria que a senhorita fizesse o discurso de formatura da Grifinória” – Hermione fez cara de espanto e depois de emocionada. Ficou alguns segundos sem ação e depois falou.

“Claro prof. Minerva, eu nem sei o que dizer, mas é claro que eu aceito.” >>

Era horrível que a formatura tivesse chegando e ela não pudesse fazer o discurso. Ambos silenciosos na sala comunal...

“Rony, você a amava?”

“Eu amei. Mas um dia, ela me confidenciou que amava outra pessoa. Você. Então comecei a tentar esquecer... Eu vi que ela sempre foi sua... De alguma forma...”
Harry teve um sobressalto. Ela o amava?




Vivo por ela que me dá

Todo o amor que é necessário

Forte e grande como o mar

Frágil e menor do que um aquário




<< Era a noite do baile de inverno do sexto ano. Rony dançava alegremente com sua namorada, Luna. Harry se divertia na pista de dança com Cho. Hermione havia ido com um menino da Corvinal, Guilherme Fields. Mas Harry a procurara com o olhar e não encontrara. Onde estaria ela?



Pediu desculpas para Cho Chang, precisava tomar um pouco de ar. Foi até o portão de entrada e encontrou Hermione sentada com seu lindo vestido rosa nas escadas.

“Oi.” – ele se sentou.

“Oi, Harry.” – ela disse.

“O baile ta tão ruim assim?” – ele perguntou.

“Eu... cansei de dançar...” - Harry colocou seu casaco sobre ela, estava frio. Sem duvida nem Cho, nem Guilherme entenderiam a cena que acontecia ali.

Era o momento perfeito pra ele falar. Só os dois, sozinhos, e mais ninguém. Mas ele não conseguiu, e os dois ficaram silenciosos durante um bom momento. Ele não entendia porque não conseguia dizer que a amava. Apenas não conseguia... >>




“Ela me amava?” – perguntou Harry.

“Amava.” – disse Rony. “ Eu aprendi a ama-la como amiga, Harry. Eu devia isso a você.”







Vivo por ela que me dá

Força, valor e realidade

Para sentir-me um pouco vivo.




Neste momento, Rony tirou algo de dentro do bolso.

“Eu achei isso dentro de um livro. É o rascunho do discurso de formatura que ela faria.” – e entregou o pedaço de pergaminho para Harry.

Harry não sabia descrever a sensação de segurar aquele pedaço de pergaminho. Era como se Hermione tivesse de novo ali com eles, apenas por um momento. Ele desdobrou e começou a ler.



“(...) Sinto que um pedaço de mim está aqui, em Hogwarts. Ando por esses corredores e me sinto familiarizada a eles... é o meu lar. Foram momentos inesquecíveis que vivi aqui, que cresci aqui. Mas, estes momentos não seriam nada se não tivessem sido compartilhados com os amigos mais maravilhosos que uma pessoa pode querer ter. Harry Potter e Ronald Weasley, vocês são o meu coração, o meu ar. Nunca esquecerei vocês, mesmo que um dia não nos vejamos mais, mesmo que as mais adversas forças se interponham entre nós, mesmo que um dia as coisas não sejam mais o que elas são. (...)”

E um pouco mais abaixo, ela tinha escrito algo e rabiscado em cima. Mas ainda dava para ler... “Harry, eu te amo”.

Nesse momento uma lágrima escorreu dos olhos de Harry Potter. Como se fosse de encontro a Hermione, onde quer que ela estivesse.

“Eu também te amo, Mione. Eu também te amo.”




Vivo por ela e nada mais

Pode viver dentro de mim

Ela me dá a vida, a vida...

Se está junto a mim.

Vivo por ela porque vai

Dando-me sempre a saída

Vivo por ela que me dá

As noites livres para amar

Se eu tivesse outra vida seria...

Dela também.


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