Mais um dia (parte II)
Mais um dia (parte II)
-Minha cabeça tá doendo. – uma ruiva reclama quando acaba de acordar.
-Minhas costas estão doendo- reclama um moreno de cabelo desgrenhado – Você ocupou a cama inteira Lily! – resmunga o garoto.
-Ninguém mandou você ficar aqui! – retrucou Lílian.
-Você mandou! – James olha atônito para a garota, que agora ri.
-Ninguém mandou você acatar! – e dá um soquinho no braço de James. Esse solta um gemido de dor – Nem foi tão forte! – resmunga Lílian defendendo seu soco.
-Foi o braço em que eu dormi em cima – fala grogue. Lílian faz cara feia e se levanta da cama, meio desequilibrada, ainda não estava curada da festa da noite anterior.
-Se você não tivesse dado essa festa, nada disso teria acontecido. – observou a garota enquanto olhava pela janela o quarto, e vendo que tava uma bagunça lá fora.
-Se eu não tivesse dado essa festa, eu não teria dormido com você. – murmurou de cara amassada.
-Quer mais um soco? – perguntou Lílian o encarando através do vidro da janela.
-Dispenso, obrigado. Mas um “bom dia” viria a calhar. – sentou-se na cama e deu uma espreguiçada. – E um bom café da manhã também. – ouviu a barriga roncar, confirmando suas suspeitas.
Os dois saíram do quarto e foram procurar os amigos, pelo jeito alguém havia tomado conta dos convidados enquanto eles dormiam, pois não havia ninguém esparramado à vista. Ninguém bêbado, nem roncando, nem nada.
Olharam para fora e não viram ninguém, mas quando saíram, pisaram num Sirius encolhido na soleira da porta.
-Sirius! – chamou Lílian balançando o amigo. –Sirius acorda, Sirius!
-Que foi? – perguntou com a voz embargada e grunhindo enquanto se esticava, havia dormido numa posição ruim, aliás, num lugar péssimo.
-Por que você está dormindo do lado de fora da casa? – Lílian abafou o som de riso da voz.
-Aquela maluca da Genevieve não me deixou entrar. – levantou se apoiando em Lílian que o ajudava. – Aquela garota tem problemas.
James riu. Mas não estava com uma cara melhor do que a de Sirius, estava toda amassada.
-Nossa festa foi o máximo. – gabou-se enquanto bagunçava os cabelos, que por sinal já estavam mais que bagunçados.
-Só ser for pra você. – retrucaram Lílian e Sirius juntos.
-Vai dizer que eu não sou bom de cama? – perguntou ofendido.
-O quê!? – Sirius se assustou. – Vocês dois...?
-Idiota. – Lílian falou para James. – Não, nós só dormimos juntos. – James deu um sorriso.
-Você ronca – observou a menina seriamente.
-Calúnia! – sobressaltou-se James. – Eu nunca...
-To brincando. – deu um sorriso.
-A bebida faz teu senso de humor piorar. – comentou James. Lílian não fez questão de encará-lo.
-Sorte sua que eu ainda tenho senso de humor. – falou Lílian se espreguiçando.
-Por pouco tempo. – fala Athena que acaba de ver os amigos parados li na entrada.
-Como assim? – perguntou Lílian virando para Athena com um sorriso no rosto.
-Os pais do Potter estarão aqui meio dia. – respondeu Athena mortificada, o sorriso de Lílian sumiu.
-POTTER! –gritou a ruiva, mas estava tão perto do garoto, que este tampou os ouvidos, ele e todos ali presentes.
-Pelo jeito você já contou para ela. – falou Remo que estava com o rosto sujo de fuligem e se aproximava com um saco cheio de latinhas.
-Tava bom demais pra ser verdade. – resmungou o moreno de cabelos despenteados
-Como assim seus pais vêm aqui? – perguntou a ruiva que andava de lá para cá.
-Eu esqueci. – desculpou-se. Coçava a cabeça, se seus pais vissem como estava ali, o problema seria bem grande, e seria de Lílian, que estava encarregada de “cuidar” dele.
-Ta certo. – Lílian parou e respirou, James esperava que ela fosse recomeçar a gritar, mas pelo contrário, ela falou calmamente: - Athena acorde o pessoal, os meninos são encarregados de limpar o terreno, as meninas vão cuidar da louça, o James e o Sirius vão limpar os banheiros.
James ficou realmente surpreso com a atitude da ruiva, mas limpar banheiro não era nada legal: Banheiros?
-Nós conversamos depois Potter. – Lílian lhe lançou um olhar mortal. – E você também Black. – falou para o garoto que se esgueirava para fora.
~
-Ao menos ela não gritou. – Sirius me falou na maior cara de pau, as idéias dele sempre me arranjam pra cabeça, eu não sei por que eu ainda compactuo com isso. Lavar banheiros, eu mereço...
-Você não vai falar comigo? – perguntou Sirius que estava com uma luva e aqueles trecos de esfregar o vaso. Eu to em greve, não vou falar até terminar esse banheiro. – Podia ter sido pior Pontas.
-Não fale comigo criatura. – eu virei com cara de maníaco apontando a escovinha para o peito do Sirius como se fosse uma arma, ele recuou.
-Calminha, calminha, vira esse negócio cheio de cocô pra lá.
-Então vai fazer o teu trabalho antes que a ruiva venha ralhar comigo. – bufei – É sempre comigo que ela ralha, nunca com você, isso é injusto!
-To ouvindo James! – ela acabou de passar na porta do banheiro, mas eu sou um felizardo mesmo, escolho as horas mais oportunas.
-PUTAMERDA!
-Que foi? – perguntou um Sirius assustado me olhando enquanto eu pulo num pé só.
-Eu chutei o vaso! – e isso dói PRACARALHO. Eu to de Havaianas, filho.
A criatura energúmena não pára de rir, eu mereço um amigo desses.
~
Enfim terminamos os banheiros, espero que a Lily não dê mais nada “espinhoso” pra gente fazer. Sirius insiste em chamar de trabalho “melecoso” e não para de falar, até a hora que a Lily der uma paulada nele. Mas meu, foram SEIS MALDITOS BANHEIROS! Que lugar em sã consciência vai ter SEIS MALDITOS BANHEIROS? Só meus pais para colocarem SEIS MALDITOS BANHEIROS numa chácara no fim do mundo. Mas o pessoal de ontem teve a capacidade de usarem TODOS OS SEIS MALDITOS BANHEIROS. Nota mental, fechar CINCO MALDITOS BANHEIROS numa festa futura, isso é, se sobrar James Potter pra contar a história.
Nós estamos todos reunidos na sala de jantar da minha casa, em fila indiana, enquanto General Lílian Evans anda de lá para cá (com o MEU coturno, diga-se de passagem), inspecionando todo o trabalho feito. Enquanto eu e o Sirius limpávamos o banheiro, Lily escalou o pessoal para limpar o terreno, lavar a louça do churrasco, que era muita por sinal, limpar a piscina, limpar a casa. Que mesmo estando fechada, de alguma forma alienígena está uma zona desmilitarizada, o que não é comum por aqui, caso é claro, haja uma festa, o que está determinantemente proibido para James Potter e sob total responsabilidade de Lílian Evans. Sim, meus pais confiaram tal “missão impossível 4” para essa ruiva eficiente.
-Bom, então nós já podemos ir embora, sim? – perguntou Sirius que se esticava no sofá depois que Lílian disse que o lugar estava de acordo.
-Não. – bem, não era essa a resposta esperada. Todos olhamos para ela.
-Eu fui ao mercado – e nós olhamos em tom inquisitivo dessa vez. – A despensa, que eu tenho certeza que estava cheia, estava vazia. – continuamos a olhá-la sem entender onde queria chegar.
“A história vai ser a seguinte, nós resolvemos descansar esse final de semana, fora da cidade, em um lugar tranqüilo, para ter um estudo de mais qualidade. E fizemos compra é claro, para não deixar a despensa vazia depois de irmos embora, e aproveitamos o convite do senhor e da senhora Potter, para prepararmos nós mesmos um delicioso almoço de domingo, com a Chef Lílian Evans e seus fiéis encarregados, que não vão reclamar e nem dizer uma palavra do que aconteceu neste lugar. Sob pena de morte lenta e dolorosa”.
Acredito que ela tenha sido bem clara, e ninguém é tapado de contestar minha ruiva mandona, e nem eu de abusar de sua solidariedade, pois podia ser bem pior.
Ela começou a mexer nas panelas lá na cozinha, as meninas foram lá ajudar, como nenhum dos garotos é bom o suficiente na comida, ficamos na sala, cada um com seus pensamentos.
O maior problema é que “mente vazia oficina do Diabo” que nem dizia meu avô. Isso é verdade, porque o Sirius só me mete nessas confusões porque não tem o que fazer.
Ta certo que ele tem a Genevieve na cabeça, mas não ajuda muito. O Remo coitado, só escondeu a festa deu pra ver que a Athena soltava ondas de ódio muito quente para ele por ter escondido essa festa.
Pensando bem, nem tudo foi perdido, eu dormi com a Lils e se não me engano, ela tem me lançado uns olhares... Não viaja Pontas, não viaja.
O cheiro que está vindo da cozinha é muito bom, estamos todos com fome, eu consigo ouvir o estômago do Fernando trabalhando aqui do meu lado, no sofá. Agora que eu parei pra registrar, todo o pessoal da República ta aqui, todos ajudaram. Se não fosse pela Lily, estaria eu o Sirius, o Remo, o Luís e o Fernando para arrumar toda a bagunça.
As cinco meninas fizeram diferença, e ajudaram a limpar nossa barra. Antes a Lílian não era assim, acho que o pessoal se uniu mais. Agora é minha barriga que tá roncando, se um di eu casar com a Lily, uma coisa que eu não vou passar é fome, pois ela cozinha muito bem.
Meus pais chegaram, muita hora nessa calma, ninguém vai abrir a boca para eles, certo? A Lily vai empalar quem fizer isso, ela me defende, por isso que eu a amo.
Como pais de James Potter, eles aprenderam a desconfiar de tudo, mas nosso plano é bom demais para ser desmascarado, e nos temos um trunfo: a reputação de Lílian Evans. Eu já disse que amo ela né?
-Mãe! – mesmo com tudo isso, agora eu vejo que estava morrendo de saudades dos meus velhos.
-Jay. – minha mãe me deu uma abraço daqueles quebra ossos e meu pai despenteou o meu cabelo. – Que bom te ver meu amor. – ela sorria. Mas o sorriso logo desapareceu.
-James Potter. – quando minha mãe me chama pelo nome inteiro lá vem bomba. – O que vocês estão fazendo aqui? – inquiriu olhando os garotos.
A Lily apareceu no batente a porta. Minha salvação!
-Senhor e Senhora Potter! – ela foi em direção aos meus pais, vestia um avental, e veio secando as mãos num pano de louça, e uma mexa de cabelo caia no seu rosto, o cabelo estava num coque bem no alto. Mesmo de avental minha Lily é linda.
-Lílian! – exclamou minha mãe surpresa em ver a menina ali.
-Resolvemos lhe fazer uma surpresa- disse num sorriso enquanto abraçava meus pais. – Como nós viemos para estudar aqui, resolvemos lhe fazer um almoço.
Minha mãe soltou uma exclamação de prazer, e meu pai ria por de trás dos óculos.
-As meninas já colocaram a mesa, vamos lá? – perguntou ela abrindo espaço para meus pais entrarem a sala de jantar.
-Te amo Lily! – eu sussurrei e dei meu melhor sorriso, ela retribuiu. Gente ela retribuiu! Eu aproveitei a deixa e ainda dei um beijo na bochecha dela e fui para perto dos meus pais, para evitar qualquer extorsão da parte deles para os meus amigos. Sabe comé, né?
Conversa vai conversa vem. Aliás, viram que eu não to pra conversas hoje, né? Faz parte da greve em relação ao Sirius, só vai voltar ao normal depois que eu parar de acreditar que as suas idéias algum dia vão dar certo. Na verdade se depender disso eu vou ficar em greve pra sempre. Voltando.
Não era só o cheiro da comida da Lily que estava bom, estava tudo ótimo. Tinha batata assada, frango, salada, macarrão, arroz e suco de laranja. Tudo simples, mas delicioso.
-Já pode casar. – falou meu pai encostando-se ao respaldar da cadeira e tomando um longo gole de suco. A Lílian ficou sem graça como sempre. Digo como sempre, porque sempre que ela conversa com meus pais ela fica vermelha.
-Olha filho, ela é uma boa moça. – continuou meu pai, a Lily deve estar querendo se esconder em baixo da mesa, todo mundo evita olhar para ela, tomando um gole de suco ou se concentrando no próprio prato.
-Ah! – exclamou ela feliz com um bom pretexto para sair dali. – Tem sobremesa ainda. – e saiu fugida dali, mas meu pai não desiste, agora sabe com quem eu aprendi a ser persistente. Aliás, ela além de ter feito o almoço ainda teve tempo para a sobremesa? A Lily é pra casar mesmo.
Ela voltou com duas bandejas, quando colocou na mesa, eu vi. Minhas sobremesas preferidas! Arroz Doce e Pudim, Deus, como ela consegue ser tão perfeita?
-A sobremesa favorita do James! - exclamou minha mãe, agora são dois Lily.
A minha ruiva só deu um sorriso, agora você deve ter tido vontade de ter feito gelatina, né? Acontece.
-Vocês nunca pensaram em namorar? – perguntou minha mãe mais interessada em olhar para Lílian do que pegar a sobremesa que esta tentava lhe passar.
Minha deixa, vou descontrair um pouco a situação.
-Penso nisso todo dia mãe. – eu dou o meu melhor sorriso para Lily que fica branca, Remo toma um gole exagerado de suco e se afoga, mais gente que o necessário tenta ajudá-lo. –Mas ela pensa em estudar, não pretende namorar agora. – ela volta um pouco com a cor, mais aliviada, olha para a mesa como se agradecesse.
-Está certíssima! – fala minha mãe e meu pai concorda com um aceno de cabeça. – Mas estudar demais não faz bem, se divertir um pouco também é bom, e o James melhor do que ninguém sabe fazer isso.
-Isso – meu pai agora tomou o lugar da minha mãe – Assim como você sabe o que ele gosta, certamente ele deve saber fazer alguma coisa que você gosta. Me diga filha, do que você gosta?
Lilían ficou meio encabulada, mas meu pai se empertigou para ouvir a resposta.
-Torrada com geléia de manhã. – e rezando para que eu talvez não soubesse passar uma geléia na torrada ela olhou para minha mãe que sorria.
-Ah, todo dia pela manhã, quando ele estava em casa, ele me deixava uma bandeja de torradas com diversos tipos de geléias e uma flor ao lado. – e me olhou com um sorriso maternal que ela me dá, quando se lembra dessas coisas. Agora fui eu que fiquei sem graça.
-Viu? – falou meu pai com um legítimo sorriso de um Potter. – Nós faríamos muito gosto que vocês namorassem.
Não só vocês, acreditem.
N/A: Gente! Dois capítulos num dia, eu consegui, 5 e 6, eu fiz um esforço, foi difícil começar, mas deppois que começo é um "agora é que são elas". O que acharam gente, eu me esforcei demai para ele ficar bom, espero que tenham gostado! Beijosbeijos!
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