Quer casar comigo?
“Quer casar comigo?”
Aqui estou eu, cansado, acabado e alguns galeões mais pobre. O último convidado acabou de sair e a Mione está cuidando das sobras da festa e vendo o prejuízo que esse casamento nos trouxe.
Que casamento?Ah... eu não disse? Minha filha Rose acabou de casar, com Scorpion Malfoy. Dá pra acreditar? Uma Weasley virou Malfoy. Pois é, a vida é bem irônica. Quando eu poderia imaginar que minha filhinha doce e meiga casaria com o filho daquela doninha nojenta do Malfoy?
Bem, isso se tornou realidade.
Eu sou Ronald Weasley casado com Hermione Granger, sou sub-chefe da seção de Aurores e pai de dois filhos : Hugo e Rose.
Mas o que importa é mostrar a vocês como a minha vida tão tranqüila e maravilhosa mudou desde que minha Rosinha começou a se relacionar com a doninha filho... ops, agora ele é meu genro. E até que o Scorpion demonstrou ser diferente do seu pai, pelo menos em alguns aspectos. Mas antes de conhecê-lo, como o conheço agora, me parecia inconcebível minha filha ter algum tipo de relacionamento com um Malfoy, mesmo até amizade.
Mas como eu já disse: “A vida é bem irônica”.
Antes mesmo de a minha filha começar a namorar Scorpion, ela teve outro namorado. Ele se chamava Brandon. Você pode imaginar como foi difícil para mim quando Rose veio me dizer que seu namoradinho viria pro Natal?
Eu pensei “Como assim namorado? Desde quando minha filhinha tinha um namorado?” Mas eu já devia ter previsto isso, afinal Rose não era mais criança. Ela tinha 17 anos, era monitora chefe em Hogwarts e muito bonita. Realmente Rose era bonita, modéstia a parte, a mistura minha com a Mione foi perfeita. Rose tinha cabelos castanhos e levemente ondulados como os de Mione (não tão cheios é claro), olhos azuis como os meus e pele sardenta. Como eu poderia supor que uma garota tão bonita, inteligente e legal como minha Rose ficaria sozinha por muito tempo.
Voltando a questão do primeiro namorado da Rose (pelo menos era o primeiro oficialmente, por que depois eu descobri que Rose e Scorpion já tiveram um namorico as escondidas na escola), o Natal lá em casa foi bastante desconfortável. Admito que em parte a culpa foi minha, pois fiz um questionário digno de NOM’s ao garoto. Afinal era minha filhinha que estava nas mãos daquele garoto.
Ainda lembro-me do olhar fuzilante da Mione em minha direção quando eu fazia alguma pergunta maluca para o garoto como, por exemplo: “Quantos filhos você pretende ter?” Sinceramente foi meio ridículo, mas eu precisava saber, era a vida da minha Rose que estava em jogo.
Mas pior mesmo foi quando Brandon saiu. Rose e Mione juntas brigando comigo. Meu Deus! Como elas podiam ser tão parecidas? Eu tinha uma duplicata da Mione.
- Como você pôde pai?- A Rose histérica me perguntava - Que vergonha, só faltava você perguntar se ele havia descendido de algum fundador de Hogwarts?
- Boa idéia essa filha. - respondi cinicamente.
- Ronald - registrei u uso do meu nome como algo perigoso – você foi longe demais. Perguntar para um garoto de dezessete anos quantos filhos ele queria ter? – Mione realmente estava brava.
- Por que tanto escândalo? Eu tenho o direito não tenho? Afinal eu sou o pai da Rose.
- Não daquele jeito Ronald! Coitado do garoto! O que ele deve está pensando da nossa família?
- Que somos um bando de loucos! – Dessa vez foi o Hugo que respondeu.
Rose olhou para o irmão com puro ódio e subiu para o seu quarto pisando forte.
- Que belo Natal e tudo por causa desse namoradinho da Rose.
- Cale – se Hugo. E vá já para o seu quarto! – Hermione ordenou.
O garoto foi pra seu quarto resmungando. Agora só restava na sala eu e Mione.
- Sabe Ronald esse acho que nesse natal a sala será um lugar bastante agradável para você passar a noite.
Olhei incrédulo para Hermione.
- Você não está falando sério não é Hermione? Querida é noite de natal...
- Eu sei meu amor, mas você devia ter pensado nisso antes de ter feito a burrada que fez.
Falando isso ela saiu da sala e me deixou lá sozinho passando uma das piores noites de natal que eu já tive.
Mas como diz o ditado “depois da tempestade vem a bonança”.
Logo após a páscoa Rose terminou o namoro com o Brandon. Parecia que o garoto havia ficado com outra menina e a Rose o havia flagrado. Mas logo chegou o verão e Rose se formou em Hogwarts e foi estagiar no ministério. No Departamento de Cooperação Internacional em Magia. Tudo parecia ir às mil maravilhas. Agora minha Rosinha estaria embaixo dos meus olhos. Não estaria a mercê de nenhum safado metido a garanhão.
Mas o improvável aconteceu. Assim como Rose, um recém formado de Hogwarts foi contratado como estagiário. Scorpion Malfoy. Sim, um Malfoy trabalhando com minha Rose dez horas por dia!O filho de Draco Malfoy! A cópia fiel do pai! Loiro, magro, e pálido. Como eu poderia supor que os dois haviam tido um romance na escola? Como eu imaginária que todas àquelas horas trabalhando juntos fariam com que eles voltassem a sentir o que a muito custo tentaram esconder de todos e de si mesmo? Sim, foi o que aconteceu. E eu sei bem o que é tentar esconder de si mesmo o que sente por alguém. Por sete anos tentei esconder de mim mesmo o que sentia por Hermione. Mas naquele momento eu não entendia. Esqueci que quando se é jovem a paixão oculta, quando revelada, pode ser explosiva.
Eles esconderam seu romance por exatamente um ano. Meu Deus! Quantas viagens para outros países por causa do ministério. Tremo só de imaginar os dois lá, sozinhos!
Mas como descobri que os dois estavam juntos? É isso que vocês querem saber? Bem, foi meio que por acaso. Eu estava com muitas saudades da Rose e decidi ir visitá-la no seu departamento, afinal eu mal a via em casa ou mesmo no ministério. Ela dizia que trabalhava muito e ficava sem tempo, agora eu sei com que ela gastava seu tempo.
Quando entrei na sala vi a cena. Rose e Scorpion abraçados se beijando. O choque inicial me deixou sem ação. Como assim minha menina nos braços de um homem. Ainda mais da doninha filho. Foi com grande esforço que me recuperei do choque.
- O que está acontecendo? – Gritei.
Eles se separam bruscamente e ficaram lívidos de surpresa.
- P...pai? – Rose gaguejou. Ela estava pálida. Ela olhou para Scorpion que também estava pálido.
- Eu quero uma explicação Rose! – A minha raiva só aumentou quando percebi os olhares cúmplices que eles trocavam.
- Pai ... eu e o Scorpion... agente... – Ela não conseguia falar e foi Scorpion que demonstrou coragem para explicar aquilo que eu imaginava, mas não conseguia aceitar.
- Nós estamos namorando Sr. Weasley. Eu amo sua filha.
- Como assim namorando? – Eu não estava acreditando no que ouvia.
- Faz um ano pai, um ano que estávamos juntos. - Rose conseguiu dizer, com os olhos cheios de lágrimas.
- Vocês... O quê? Meu Deus! – Aquilo era muito para mim.
- Desde Hogwarts nós nos amamos. - Scorpion explicou.
- Eu não to entendendo, e o Brando Rose?- Eu perguntei exasperado.
- Eu tentei papai... tentei esquecer o Scorpion. Mas não consegui. Eu só não fiquei com ele por medo de sua reação. Medo de o senhor me odiar. - A essa altura Rose já estava aos prantos e Scorpion a abraçou.
Neste momento Hermione entrou na sala sem perceber o que estava acontecendo. Ela estava lendo alguns papeis e falou.
- Rose querida, eu trouxe uns documentos pra você... – Ela então percebeu minha presença e ficou tensa. – Ron? O que está havendo aqui?
- Mãe, o papai já sabe de tudo. - Rose respondeu soluçante.
Eu olhei para Mione e não pude acreditar. Então era isso. Todos contra mim. Aquilo era demais. Eu me senti indignado e acabei explodindo.
-Todos sabiam. Até você Hermione. Eu fui o único feito de palhaço aqui.
- Ronald, por favor, não é isso... – Mione tentou me acalmar.
- Então como é? A um ano minha filha e esse cara estão juntos bem debaixo do meu nariz e você sabia Hermione. Todo esse tempo! Meu Deus. – Eu já estava gritando.
- Não pai! Só faz um mês que a mamãe sabe sobre agente. E durante esse tempo ela estava me incentivando a contar a você. – Rose já estava aos prantos.
Eu não conseguia entender como aquilo tinha acontecido. Tudo aquilo parecia uma grande brincadeira de mau gosto. Eu não podia permitir que Rose fica-se com aquele rapaz em hipótese alguma.
- Agora já deu! Vamos acabar com essa palhaçada, nós vamos todos para casa e você mocinha pode esquecer desse cara, entendeu?
Rose olhou para mim mais surpresa ainda. Eu me aproximei dela e segurei em seu braço. Mas ela se soltou.
- Não pai! – ela explodiu. – Tenta entender, por favor! Eu amo o Scorpion e não vou desisti dele. – seus olhos se encheram de lágrimas novamente. - Eu sofri muito tentando esquecê-lo com medo de magoar você. Mas é minha felicidade que está em jogo. E eu não vou abrir mão disso outra vez. – Ela estava chorando.
Como eu pude ser tão estúpido? Eu não compreendia que minha filha estava amando da mesma forma que eu amei na sua idade. Ela estava lutando por sua felicidade com garra. Mas meu amor por ela me cegava. Rose não poderia está no seu juízo perfeito, pensava eu. Malfoy só podia ter dado a ela uma poção do amor.
Eu não suportei aquilo e não sei como sai da sala e fui para a minha. Fiquei pensando e tentando entender como aquilo havia acontecido. Será que a culpa era minha? Será que não vigiei o bastante? Pobre de mim! Quem era eu para mandar nos corações das pessoas? Quem era eu para determinar por quem minha filha se apaixonaria? Essas coisas do amor não se controlam.
Muito tempo depois a Mione foi até minha sala. Ela chegou perto de mim e acariciou meus cabelos. Ao seu toque eu me senti reconfortado.
- Onde eu errei Mione?
Ela olhou para mim, com aquela cara que só ela sabia fazer, de quem entende de tudo.
- Meu amor, você não errou em nada. A Rose ama o Scorpion e nada que você possa fazer vai impedir isso. - Ela beijou meus lábios e eu fechei os olhos.
- Mas logo o Malfoy? – Perguntei depois de uma longa pausa.
- O amor é assim meu querido! Acontece que quando agente vê já é tarde. -
Ela olhou nos meus olhos- Ron o que eu mais quero é ver minha filha feliz e eu sei que esse é seu desejo também!
Claro que eu queria minha filha feliz! Mas com um Malfoy? Era preciso aceitar! Eu amava demais a Rose para vê-la triste.
Quando chegamos em casa naquele mesmo dia decidi conversar com minha filha. Depois do jantar a levei para o escritório e a abracei.
- Rose, o que eu mais quero é te ver feliz. E se sua felicidade é está com o Malfoy eu tenho que aceita.
Ela começou a chorar e me abraçou mais forte.
– Aah, papai obrigada por entender! Eu te amo tanto.
Era preciso se sacrificar pelos filhos. Depois disso eu torci para que Rose e Scorpion terminassem. Mas isso não aconteceu! Realmente eles se amavam,e eu decidi aceitar aquela guerra como perdida.
No inicio Scorpion passou a ir almoçar aos domingos lá em casa. Mas depois, além dos almoços vieram os jantares e as festas em família. Parecia que toda a família adorava o rapaz. Ele nem parecia um Malfoy. Aliás, Scorpion nem falava da sua família, ele sempre estava com agente, mas nunca vi Rose comentar sobre nada de Draco e sua esposa. Não que eu quisesse o Draco Malfoy socado em minha casa, já não bastava seu filho comendo da minha comida. Muito menos eu queria viver na companhia dele. Mas era estranho. Eu estava desconfiado que o Draco fosse bem menos suscetível que eu, em relação a esse namoro. Mas ninguém comentava nada.
Finalmente chegou o Natal, o primeiro em eles iria passar junto oficialmente.
Neste ano fomos para a casa dos meus pais que estava cheia. Todos os filhos, netos, e agregados estavam lá. E Scorpion parecia a vontade no meio de todos.
- Aquela viagem a Marrocos foi muito divertida! – ele contava entusiasmado
para Alvo, Hugo (que de repente adorou o cunhado), Lily e Matheus (namorado dela). - Lembra daquelas bruxas em cima dos camelos Ro?
Ro? Agora a chamava no diminutivo! Só esperava que eles não começassem a se chamar em público de mô, fofucho, lindinho, entre outros apelidos carinhosos.
Após o jantar delicioso da minha mãe todos fomos para o jardim conversar. Scorpion pediu a atenção de todos.
- Pessoal eu queria muito agradecer por todos vocês me aceitarem na família. E dizer que, mesmo eu sendo um Malfoy, eu estou adorando tudo isso aqui! Bem, todos sabem que para está aqui com vocês, e especialmente com o meu amor, - ele olhou para Rose, que sorriu ternamente para ele- tivemos que superar muitas barreiras. Tanto em relação à família dela com a minha. Mas vencemos todas elas. E eu posso dizer que a cada dia eu descubro que amo cada vez mais essa garota! – Ele olhou para ela – Rose você é a mulher da minha vida, e não consigo imaginar está longe de você! – ele pegou uma caixinha do bolso e abriu – Quer casar comigo?
Demorou mas chegou! Está aí o capítulo um! Saiu com grande sacrifico! Leiam e COMENTEM!
Bjos!
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