Capítulo 2: O Salão de Ossos

Capítulo 2: O Salão de Ossos



Capítulo 2 - O Salão de Ossos


"Combinado então, Srta Granger. Sexta-feira, nas sala quatro das masmorras, ás dez. Esteja lá com seu/sua padrinho/madrinha.


L. Abraxas Malfoy."


'Vai mesmo?' Perguntou Hugo preocupado à menina ao seu lado.


Hermione, Hugo, Rose e Leslie estavam sentados na mesa da Grifinória no Grande Salão por volta das sete horas da manhã para o café. Não demorara muito ao correio matinal chegar e Hermione recebera um bilhete por um mocho preto. O bilhete era de remetente Abraxas Malfoy para confirmar o duelo que os dois teriam na sexta-feira, nas masmorras. Rose e Leslie tentavam convencer Hugo a participar do plano para que nada saísse errado.


'Sim'. Quem respondera não foi Hermione, mas sim Rose.


'E por que precisam de minha ajuda?'


'Por que podemos ser pegas por professores ou o zelador Pringle já que não podemos lá confiar muito em Malfoy, daí queremos que você faça a ronda nas masmorras nesse horário para que se alguém estiver vindo, nos avisar.' Explicou Rose de forma simples para o garoto. Ele não pareceu ficar muito satisfeito.


'Hm, ainda não acho uma boa ideia.'


'Nem eu.' Complementou Hermione antes de beber um gole de suco de laranja. 'Posso ser expulsa na minha primeira semana de aula.'


'Ah, ninguém saberá desse duelo, Hermione. Pode confiar.' Falou Leslie que estava sentada à frente de Hermione e Hugo e ao lado de Rose.


'Tudo bem, não tem problema.' Falou Hugo confirmando com a cabeça após entregar novamente o bilhete que Hermione recebera naquela manhã confirmando o duelo entre os dois. 'Posso fazer isso. Além disso é sempre bom ver Malfoy levar umas azarações naquela cara de mamão-macho!'


'Malfoy não tem cara de mamão-macho.' Defendeu Rose piscando os olhos azuis. 'Ao contrário, parece de mamão-fêmea.' Hermione riu ao lado de Hugo enquanto Leslie parecia procurar a evidência de mamão-fêmea no rosto de Malfoy sentado na mesa da Sonserina.


'Ele é tão pálido que parece que usa pó.' Comentou Leslie ainda observando o garoto loiro.


'Mas de arroz...' Adicionou Rose e mais uma vez os Grifinórios ali em volta riram. 'Palhaço!' Reclamou a menina um pouco zangada.


Hermione piscou os olhos castanhos. 'Ué, tem raiva dele, Rose?' Perguntou a menina curiosa.


'Ele me dá nos nervos! Fica sempre esfregando na minha cara que sou desonrada e traidora e que não pertenço ser da minha família! Mas deixa estar que um dia eu vou arregaçar aquilo que ele chama de cara!' Completou a menina rudemente. Hermione achou aquilo estranho, afinal, se Rose era de uma família Sonserina era natural que conhecesse os Malfoy, mas não sabia que ela poderia chegar a odiá-los.


'Tá aí uma coisa que eu queria ver.' Disse Hugo firme. 'Você arregaçando a cara de Malfoy, bem na frente da família dele... Mas você fala mais do que faz, Rose, jamais faria algo contra ele.'


Rose fechou a cara parecendo irritada com o comentário do amigo. 'Não duvide do que posso fazer, Hugo!'


'É só que Malfoy é seu parente e você nunca fez nada contra ele com medo de que sua família a contrariasse por isso.'


'Malfoy é seu parente, Rose?' Hermione fez numa pergunta retórica. Estava bem surpresa por saber que a monitora da Grifinória era na verdade próxima ao menino loiro intragável da Sonserina.


'Sim, ele é sobrinho da cunhada da minha tia-avó.' Hermione arregalou os olhos castanhos e se esforçou para não rir da resposta da menina. Ela chamava aquilo de parente? Hermione até se sentiu aliviada ao escutar aquilo, pois sabia que, na verdade, muito pouco – quase nada- tinha Rose a ver com a família dos Malfoy. E bom, Sirius já lhe dissera que de certa forma todas as famílias bruxas se entrelaçam de alguma maneira, mas isso também não significava que todas elas eram próximas. 'Hermione, não se deixe levar por isso! Quando estiver duelando, veja-o como seu arqui-inimigo.'


'Ah, não se preocupe, posso fazer isso a todo momento por todas as suas gerações.' Disse a castanha sorridente. Ela mordeu um pedaço de croissant e bebeu mais um gole de suco ainda com um semblante animado.


'Espero que ele esteja pronto para o jogo.' Disse de repente Leslie e Hermione percebeu que ela olhava para alguém que acabara de entrar no Salão. Ela virou o rosto para trás e reconheceu Eric Presto, de uniforme grifinório um pouco amassado, sentar-se à mesa. Não havia lugares disponíveis próximos aos outros alunos do sétimo ano e por isso o garoto sentara-se um pouco longe de Hugo, Hermione, Rose e Leslie.


'Hoje tem jogo?' Indagou curiosa Hermione para os três amigos.


'Sim, Grifinória x Sonserina. Fox está enfezado porque nós perdemos o último jogo para o time ridículo da Lufa-Lufa'. Leslie respondeu desapontada. 'Estamos em penúltimo no Campeonato de Quadribol, atrás da Corvinal e Sonserina.'


'E Eric faz parte do time de Quadribol?' Indagou Hermione curiosa agora observando o garoto de óculos e cabelos castanhos claros.


'Sim, é o apanhador.' Respondeu Leslie um pouco desanimada, o que fez Hermione voltar o rosto à garota loira à frente. 'Ele usa óculos, mas ainda achamos que ele deveria aumentar o grau deles.'


'Último jogo, estávamos ganhando de uma diferença de 80 pontos, mas Presto não viu que o Pomo tava atrás dele e perdermos.' Disse um pouco irritada Rose. Hermione não conseguia acreditar que a monitora era tão competitiva.


'Nosso time é uma piada!' Completou Hugo parecendo perder a fome.


'Quem faz parte do time?' Hermione perguntou curiosa.


'Presto é o apanhador, enquanto Terry e Andy – do quinto ano- são os batedores. Hank – do sexto- é o goleiro e os artilheiros são Fox e, as gêmeas do quarto ano, Sophie e Olivia.' Respondeu o monitor ainda desanimado.


'Só que Presto não enxerga, os batedores, Terry e Andy, não se gostam e Hank sempre chega atrasado para defender. Fox, Sophie e Olivia são os melhores artilheiros da escola, mas de quê adianta se o jogador mais importante do time é estabanado e joga solitário?'


'Não seja tonta, Rose, um jogador com solitária jamais poderia jogar Quadribol!' Contrariou Leslie e Hermione riu do comentário da menina enquanto Rose e Hugo franziram as sobrancelhas sem parecerem entender.


'E que horas vai ser o jogo?' Hermione perguntou um pouco animada. Não gostava de Quadribol, era verdade, mas gostava de torcer pela Grifinória - principalmente por causa de Harry e Ron. Ali, também estava tendo seus amigos e vê-los jogar em vez de ir à biblioteca parecia uma boa ideia.


'Ás três. Perderemos as aulas do horário vespertino.' Respondeu Rose logo após de tomar um gole de suco de uva.


'Pois é, não vou ter a aula de Adivinhação.' Informou Leslie parecendo desapontada que não teria a aula. Hermione não conseguiu conter a careta.


'Sinceramente, não sei como pessoas atendem a essa aula. É uma perda de tempo!'


'Acho legal tentar adivinhar coisas.' Respondeu Leslie levantando os ombros. 'Em falar nisso, tenho tido sonhos muito estranhos.'


'Ah, lá vem com com essa conversa de sonhos estranhos, Leslie! Você só tá acreditando que eles são estranhos, mas não são, são completamente normais!' Rebateu Rose ao seu lado definitivamente confiante daquilo que estava dizendo.


'Está na hora de irmos para a aula.' Afirmou Hugo ao lado de Hermione e prontamente, a castanha terminou de beber o suco de laranja e, juntos, os quatro grifinórios levantaram-se da mesa e caminharam para a próxima aula.


'Que aula temos agora?' Ela perguntou entre Leslie e Hugo.


'Feitiços. Aula em dupla com a Corvinal.' Hermione se sentiu bem em não ter aula com a Sonserina. No dia anterior tivera duas seguidas e evidentemente ainda não conseguia controlar muito bem suas emoções quando próxima de Tom Riddle Jr. Ao subir as escadas para o segundo patamar, Hermione reconheceu Sr. Weasley e deu bom dia a ele, que feliz, retornou o cumprimento. Hermione ainda haveria de dizer a Ron, quando retornasse, que havia conhecido seu pai jovem.


Ao chegarem à sala de aula de Feitiços, sentaram-se na última fileira de carteiras. Leslie fez dupla com Hugo enquanto Hermione fez com Rose. A castanha se sentia bem em ter alguém tipo Rose como dupla, pois a monitora era também inteligente e Hermione, de certa forma, não se sentia sozinha como se sentia quando fazia aulas em dupla com Parvarti ou Lavender em seu tempo de Hogwarts.


O professor estava em cima de sete livros que estavam empilhados em cima da bancadinha de professor e Hermione abriu os olhos surpresa ao ver que era Prof. Flitwick, com quem também tivera aulas de Feitiços em seu tempo. Ela ficou ainda mais segura ao reconhecer o professor, pois isso de certa forma não deixava a escola tão desconhecida assim para ela.


'Bom dia, turma. Hoje aprenderemos o feitiço Geminio. Alguém pode me dizer o que ele faz?'


Hermione já tinha a mão direita levantada e ela agradeceu por Riddle não estar ali. 'Faz com que seja possível clonar qualquer objeto. '


'Muito bem, srta Granger. 10 pontos para a Grifinória!' Respondeu alegre o professor e Hermione inspirou o ar de forma orgulhosa. 'Para a execução do feitiço, basta movimentar a varinha suavemente em um corte lateral da direita para esquerda. Vamos lá, tentem em algumas de suas coisas...'


Hermione pensou em algum objeto que pudesse usar já que não tinha um, mas piscou os olhos castanhos curiosa quando viu Rose emprestar-lhe uma pulseira de prata que usava no punho. Hermione pensou em negar, mas a monitora insistiu, ao ver que ela não possuía um objeto a qual usar. 'Pode pegar.' Ela disse singela. Hermione agradeceu e colocou a pulseira sobre a mesa à sua frente. Viu o nome 'Rose K.' encravado no objeto numa letra de família bem caprichada. Ao lado do nome, havia um pentagrama, pequeno, que Hermione supôs se seria o símbolo da família da menina.


Ela apontou a varinha para o objeto e disse o feitiço, fazendo com que a pulseira se duplicasse ali em cima da mesa. Hermione sorriu orgulhosa de si e devolveu a pulseira prateada à Rose, que logo a pegou para também tentar o feitiço.


'Bom, se quiser, Hermione, você pode mudar o nome.' Ela disse levantando os ombros. Hermione piscou os olhos sem entender. 'Eu não vou querer duas pulseiras, então, se quiser pode mudar o meu nome para o seu na pulseira que acabou de multiplicar.'


Hermione sentiu as bochechas corarem um pouco. 'Hm, Rose, mas essa pulseira é da sua família...'


'Sim, e não preciso de duas.' Hermione ainda estava um pouco sem jeito. 'Além disso, minha família não tem lá muito orgulho de mim. Você pode colocar seu nome nela e ai passará a ser sua, além de ser um presente, tudo bem?'


A castanha abaixou os olhos e agradeceu ainda sem jeito. Ela ainda observou Rose fazer o feitiço, causando mais uma multiplicação à sua própria pulseira. 'Olha, agora são três!' Exclamou Rose em falsa animação. 'Acho que darei a Hugo.'


'Me empresta?' Pediu Hermione ao seu lado e Rose piscou os olhos. 'Me empresta as pulseiras? Posso mudar para o nome de Hugo também.' Rose acenou e entregou as duas pulseiras que tinha para Hermione. Rose logo virou o rosto e passou a ver os feitiços de Hugo e Leslie na carteira ao lado enquanto Hermione fazia o feitiço para colocar seus nomes.


Haviam três pulseiras em cima da mesa à sua frente. Decidindo usar a mesma referência do nome de Rose, Hermione mudou os nomes de duas das pulseiras. Uma continha o nome Rose K, a outra Hermione G, e a última Hugo S. Todas elas ainda guardavam o pequeno pentagrama ao lado dos nomes. Hermione sentiu-se um pouco mal, mas decidira fazer aquilo como uma forma de proteção. Após isso, entregou duas pulseiras à menina e colocou a que continha seu nome em seu pulso direito.


'Obrigada, Rose.' Agradeceu Hermione gentilmente. A monitora confirmou com a cabeça e logo entregou a pulseira de Hugo ao monitor que pareceu um pouco envergonhado com o suposto 'presente'.


A aula então correu normalmente, Hermione aprendera mais dois feitiços naquela aula, mas ambos já eram conhecidos por ela, o que de certa forma a deixava um pouco desanimada já que não havia tanta graça em fazer os feitiços já aprendidos em seu tempo. Acabara por ganhar 30 pontos para a Grifinória somente naquela aula e Rose ficou ainda mais animada com os 40 pontos que estava por contar sobre a vitória em Malfoy – somando até ali 70- e fazendo com que Grifinória se aproximasse mais da penúltima casa do Torneio.


'Veja bem, Hermione, até sexta-feira, se você nos fizer ganhar 30 pontos todos os dias, teremos um bônus de 120 pontos, mais 40 do duelo, 160, dai se somarmos com o que já temos, que é 100, ficamos com 260 e passamos a Lufa-Lufa.' Disse Rose animadíssima em seu encalce.


No dormitório feminino, já á tarde, Leslie se arrumava para o jogo. Hermione descobrira que a garota era a narradora do jogo. Leslie usava sobretudo jeans sem manga – que pareceu terem sido rasgadas por ela mesma-, uma camisa listrada alvinegra de mangas compridas, calça jeans azul-escura, cinto de couro preto e um tênis preto que a Hermione lembrava muito o modelo do calçado All Star. Hermione viu então que Leslie era realmente Trouxa e além disso parecia ter como filosofia de vida a Anarquia – já que tal símbolo era encontrado nas costas do sobretudo jeans rasgado que usava. Era engraçado ver que uma garota utilizava-se da Anarquia em tempos de Nazismo e Fascismo.


'Bem alternativa você, né Leslie?' Ela indagou sorrindo à garota.


'Eu achei essas roupas na Tracey Square. A gente mora perto de lá, mas ninguém compra nada naquela praça porque acham muito cafona, mas quer saber? Isso aqui é vanguarda!' Respondeu Leslie batendo a mão esquerda no peito.


Hermione riu fazendo um gesto de legal pra ela. 'Aposto que sim. Já consigo ver pessoas usando isso no futuro.'


'Sabe do que mais gosto em nós, Hermione?' Perguntou Leslie se referindo aos trouxas. Hermione balançou a cabeça. 'Temos estilo. Veja Rose e Hugo você só os reconhece porque Rose é garota e Hugo um garoto. Mas se vestem iguais...'


Leslie parou de falar quando Rose voltou ao dormitório ao sair do banheiro. Rose soltou um som de susto ao ver as roupas que Leslie usava.


'Tá, não vou dizer nada desta vez. Pelo menos está melhor do que aquele treco com suspensório que você usou jogo passado.'


As três desceram pro jogo juntas e Hermione ria dos comentários impertinentes que Rose fazia das roupas de Leslie. A garota loira se afastou das duas quando chegaram ao estádio e ela foi para a arquibancada dos professores para então tomar o seu lugar e começar a narrar o jogo. Hermione olhou em volta no estádio de Quadribol e comparando com os tempos que vivia, o estádio estava absurdamente vazio. Isso a fez Hermione lembrar novamente da segunda Guerra Mundial e mais uma vez se entristeceu. Hugo logo se juntou as duas na arquibancada e Hermione percebeu que ele também estava usando a pulseira que Rose lhe dera na aula de Feitiços.


Então os portões se abriram e a gritaria na arquibancada da Grifinória começou. Fox foi o primeiro a sair, seguido pelas gêmeas e o restante do time.


'O batedor negro é o Andy e o outro é o Terry.' Apresentou Hugo apontando o dedo indicador para cada um dos jogadores. 'O Hank, logicamente, é aquele ali meio gorducho e as meninas são gêmeas, então não me pergunte quem cada uma é.'


A Sonserina ainda não havia entrado em campo, o que fez alguns grifinórios mais novos vaiarem a demora. Hermione olhou para a arquibancada da Sonserina e pôde perceber facilmente que Riddle não estava ali.


'Hm, Hugo, Riddle faz parte do time de Quadribol da Sonserina?' Perguntou Hermione ao ouvido do garoto e ele negou com a cabeça.


'Não, Hermione, do sétimo ano, só tem o Malfoy – que é Apanhador – e o Rosier que é artilheiro.' Hermione piscou os olhos castanhos e ficou um pouco apreensiva. Será que ele estava fazendo alguma coisa? Malfoy era apanhador, não seria natural que ele estivesse ali para ver seu amigo jogar? Ou ainda mais o time da sua casa?


Então mais uma vez os portões do estádio se abriram e o time da Sonserina sobrevoou o campo, arrancando gritos e palmas dos sonserinos e vaias e uivos dos grifinórios. Hermione reconheceu Malfoy em sua vassoura com um sorriso desdenhoso no rosto enquanto voando o campo ali perto.


'Está tudo pronto para mais um jogo entre Grifinórios x Cavalos Puro-Sangues...' Começou Leslie, mas logo foi reprovada pelo Professor Hildegard, enquanto a arquibancada grifinória ria do comentário da menina. Hermione sorriu quando percebeu Dumbledore lhe piscar o olho.


A Sonserina começou a vaiar a menina, mas Leslie não parecia muito se importar. Ela continuou narrando o jogo. 'Madame Ferris levanta a goles e... começa o jogo! Grifiória fica com ela. Foxy avança para os aros, desvia do balaço, toca para Olivia... Ou Sophie, sei lá quem, que faz um combo e marca! Grifinória abre 10 pontos!' Gritou a menina fazendo um diabinho com a mão.


'Até que ela anima, não é' Perguntou Hermione rindo da empolgação de Leslie narrando o jogo.


'A goles então é da posse de Sonserina. Rosier avança com ela, tocando para Boot, que a devolve para Rosier, ele desvia do balaço e lança para o gol! Hank não consegue agarrar, e o placar agora marca 10 a 10!'


A arquibancada verde-prata estremeceu e Hermione mais uma vez a observou, tentando achar ali alguma evidência de Tom Riddle. Sentia-se ansiosa e desconfiada de não vê-lo ali.


'Rose, Tom Riddle não está aqui...' Falou baixinho para a monitora. Rose apenas se deixou piscar os olhos.


'Okay...'


'Rose! Ele era para estar aqui, não era?' Perguntou Hermione novamente e a garota ao seu lado levantou os ombros.


'Riddle não gosta de Quadribol, Hermione. Se eu o vi num jogo três vezes em todos esses anos foi muito.' Hermione piscou os olhos castanhos. Rose franziu as sobrancelhas. 'O que foi? Por que tá interessada nele?"


'Não estou interessada nele! É só que ele era pra estar aqui, não é?' Tentou jogar a pergunta para um outro lado.


'Não exatamente...'


'Burro!' Gritou Leslie e Hermione agradeceu à garota por chamar a sua atenção e a de Rose. Hermione não podia deixar que alguém suspeitasse de sua missão. Tornaria as coisas mais difíceis. Bem mais difíceis. A castanha decidiu continuar prestando atenção ao jogo.


'Sonserina 60 x Grifinória 30.' Avisou Leslie evidentemente desapontada com o placar.


'Ele não vê que o Pomo tá perto da arquibancada da Sonserina?' Perguntou Rose indignada com a suposta falta de visão de Eric Presto.


Já Lester Malfoy pareceu ter visto o pomo e prontamente ele apontou a vassoura em direção, indo até a arquibancada da Sonserina em alta velocidade. Presto então percebeu o movimento do apanhador sonserino e foi atrás de Malfoy. Os dois voavam rente ao chão atrás do pomo dourado. Malfoy empurrou o grifinório com o pé, Presto desviou-se, mas caiu quando, de repente, sua vassoura foi atingido por um balaço. A vassoura quebrou-se e ele caiu no chão. Hermione assustada colocou a mão sobre a boca quando o grifinório caiu na areia do gramado. O jogo terminou logo em seguida, quando Malfoy pegou o pomo de ouro.


'É, Presto... Você não presta mesmo.' Disse Hugo com uma careta. Depois de algum tempo, cada aluno foi saindo um por um de suas respectivas arquibancadas; os alunos sonserinos saiam cantarolando enquanto os grifinórios saíam de cabeça baixa, desapontados com o resultado da partida.


O time grifinório ainda continuou em campo, Hugo, Hermione e Rose desceram até o gramado para ver se Presto estava bem. Quando os professores saíram da arquibancada, Leslie se aproximou dos amigos.


'Você está bem, Eric?' Perguntou Hermione preocupada. O garoto resmungou alguma dor e a menina o ajudou a levantar.


'Assim não dá!' Gritou Fox enraivecido. 'É a segunda derrota! Sem contar ano passado quando perdemos cinco das seis partidas.'


'O que está querendo dizer?' Indagou Leslie.


'Desculpe, Presto, mas precisamos de um novo apanhador!'


'Finalmente, foi capaz de ver, ein, Mulder!' Reclamou um dos batedores, Terry. 'Já era tempo. Colocando esse palhaço como apanhador...'


'Mas não foi culpa dele. Presto não viu o balaço!' Defendeu Hermione do comentário do garoto.


'Sim, Hermione, a questão Hermione, é que não foi só isso, foi o conjunto todo.' Falou Fox fazendo um movimento de globo com as mãos. 'É meu último ano em Hogwarts e em todos esses anos nunca fomos campeões.'


'Mas não precisa tirar o Presto.' Continuou tentando mostrar confiança no garoto. Eric agradeceu o apoio de Hermione. 'Se ele treinar mais, talvez fique melhor.'


'Ah, até parece! Além disso ainda tem esse goleiro gordo, que com a pança, não é capaz nem de tampar os gols.' Reclamou Terry de uma vez, que fez os outros abrirem os olhos assustados.


Hermione sentiu o rosto ficar vermelho um pouco irritado com o que o batedor estava dizendo. Andy fechou a cara também e Hugo cerrou os punhos. Hank tinha a cabeça baixa, como envergonhado por ser um pouco gordo.


'Você não fale assim dele!' Reclamou Fox zangado. 'Somos um time e não aceito que haja esse tipo de atitude dentro do time!'


'Fox tem razão. Hank não é tão ruim, só levamos 8 gols da Sonserina.' Afirmou uma das gêmeas. A outra completou. 'É, além disso, a novata tem razão, Eric não viu o balaço...'


'A culpa foi do Andy'. Falou Terry. O resto olhou assustado para o batedor.


'O que eu tenho a ver?'


'O balaço estava perto de você, é a sua tarefa defender nossos jogadores! Mas não, você não fez nada.'


'Eu não vi, se tivesse visto teria lançado longe.'


'Não venha com desculpas!' Falou Terry com raiva. 'Você mal sabe jogar Quadribol, seu negro imundo!'


Andy avançou em Terry, socando-lhe no rosto. "Os batedores, Terry e Andy não se gostam". Racismo. Pensou Hermione. Terry era racista. Andy levantou-se de cima de Terry visivelmente irritado e sem dizer nada saiu do gramado jogando o taco no chão. Fox coçou a cabeça.


'Acho que precisamos de outro batedor também.'


'Vamos logo embora.' Falou Hugo para o time parecendo cansado. Fox negou com a cabeça e decidiu fazer uma reunião com o time nos vestiários. Presto, Terry, Hank e as gêmas o seguiram e Hermione, Hugo, Rose e Leslie decidiram ir embora para o castelo. Já estava por anoitecer e em algumas horas seria o jantar.


Hermione olhou mais uma vez para a arquibancada sonserina e abriu os olhos quando viu Tom Riddle. Estava sozinho, em pé, com o uniforme de Hogwarts e o cachecol verde-prata no pescoço. Ela estreitou os olhos castanhos e o viu dar-lhe as costas, descendo de onde estava e indo também para o castelo. O que ele estava fazendo ali? Será que ele estava ali o jogo inteiro e somente agora Hermione foi capaz de vê-lo?


'Nosso time é realmente uma piada'. Falou Rosie entre Hugo e Leslie.


A semana passou incrivelmente rápido para Hermione. Já era sexta-feira e Rose só falava no duelo que teria com Malfoy. Hermione fingia não escutar. Ela realmente não queria ir para aquele duelo, iria perder pontos para a Grifinória caso zelador Pringle as pegasse, sem contar no perigo de duelarem sozinhas com Malfoy e Riddle, mas Rose parecia não ligar para aquilo.


As duas saíram do salão comunal da Grifinória ás nove e meia. Caminhavam com cautela pelos corredores para ver se, de repente, não aparecesse um professor, Pirraça ou o próprio zelador de Hogwarts. Hermione se perguntou se ele também tinha uma gata chata como o chato do zelador Filch. Ao chegarem no Great Hall, logo se encontraram com Hugo, que havia prometido patrulhar aquela área para que elas não corressem perigo.


Hugo no entanto, pareceu ter mudado de ideia, e passou a acompanhá-las com medo de que talvez Malfoy e Riddle fizesse alguma coisa com elas. Hermione não deixou de pensar que talvez ele estivesse certo, afinal, confiar em Malfoy e Riddle poderia ser um tiro no pé. Chegaram no local marcado, na sala número quatro, ás dez em ponto. No entanto, os três grifinórios respiraram fundo e nervosos quando viram que não havia ninguém na sala.


Hermione então teve um estalo em sua cabeça. 'Rose, para se oficializar um duelo, é necessário um professor!'


Rose olhou para Hermione. Havia se esquecido disso. 'Acha que ele chamou um professor para nos pegar fora da cama e levarmos detenção?'


'Ah, vá!' Falou Hugo revoltado. 'Certeza!'


'Idiotas'. Xingou Rose um pouco revoltada com o sonserino.


'Precisamos sair daqui. Eles não vêm.' Falou Hugo dando ás costas para a sala.


Os três saíram e foram voltar pelo mesmo caminho, mas pararam no meio do corredor ao virem Malfoy e Tom Riddle. Hermione piscou os olhos castanhos e engoliu em seco ao ver novamente Voldemort ali à sua frente. Não conseguia se sentir bem com Voldemort próxima a ela.


'Quis trapacear, Malfoy?' Perguntou Rose com uma careta no rosto.


'Em nenhum momento, Rose. Estávamos distraindo o zelador já que vocês não tiveram essa capacidade.'


'Hermione, o que você acha de eu duelar no seu lugar?' Perguntou Hugo visivelmente irritado. Hugo detestava Lester Malfoy. Era a primeira certeza que Hermione teve naquela primeira semana de aula em Hogwarts de 1944.


'Vocês chegaram na hora, gosto de pontualidade, contudo, não há nada confirmado com o Stradivarius. Ele não é padrinho da senhorita Granger então deverá ir embora'.


'Só pode tá brincando! Esqueça, Malfoy! Eu não vou deixar elas duas com você!'


'Virou guarda-costa foi, Stradivarius? Quero ver a cara do Ministro quando descobrir que seu filhinho mimado anda escoltando alunas fora da cama...'


'Cale a boca, Pó de Arroz!' Retrucou Rose e Abraxas estreitou os olhos zangados para ela.'Eu vou estrunchar esses seus olhos de peixe mort-'


Um garoto da Sonserina chegou onde eles estavam interrompendo a conversa de Rose, Hugo e Malfoy. O garoto tinha um nariz grande e torto, e sobrancelhas grossas do tamanho de taturanas que em determinado ângulo pareciam ser apenas uma.


'Malfoy, foi mal, não deu pra segurar! Pringle está vindo aí. Acho que vem com professores...'


'Seu idiota! Como é que você deixa que Pringle...' Malfoy calou-se quando viu Rose, Hermione e Hugo correrem para o lado contrário tentando achar um caminho que levassem para longe dali, do zelador e dos professores. Malfoy e Riddle seguiram os grifinórios enquanto o sonserino se escondia em uma das salas das masmorras.


Chegaram ao fim do corredor e viram que todas as portas possíveis estavam trancadas com grades. Uma estátua de cavaleiro se mexia com sua lança logo á frente de uma parede que possuía um tapete e nele o emblema de Hogwarts. Hermione olhou para os lados apreensiva de que pudesse ser expulsa sem ao menos tentar o prometido a Harry. Precisava encontrar alguma saída! Olhou para o chão e percebeu que estavam sobre um carpete com o símbolo exclusivo da Sonserina. Era um carpete estranho, no mínimo curioso, e Hermione apontou a varinha para o ele. 'Spongify!'


Como se tivesse vida própria e fosse uma cama elástica, o carpete empurrou os alunos para cima com força total. Com o impulso, chegaram a um patamar que Hermione não havia percebido, mas que ao menos parecia tê-los salvos de uma detenção. Com força, caíram desajeitados no chão e eles rapidamente ouviram vozes vindo do patamar abaixo. Hermione resmugou de dor e levantou-se do chão, curando os arranhões que recebera. Rose machucou o nariz quando caiu seu rosto atingira o chão de concreto de Hogwarts, mas logo Hugo o ajeitou usando 'Episkey'.


Riddle levantou-se do chão passando a mão nas vestes limpando-a da sujeira e Malfoy reclamou algo sobre ela para o amigo. Hermione engoliu em seco ao fitar mais uma vez o rosto de Voldemort. Ela negou com a cabeça e virou-se para os dois amigos grifinórios, que já se encontravam em pé.


'Onde estamos?' Perguntou Rose piscando os olhos observando o patamar que estavam. Não era comprido, nem estreito, mas não havia salas e ao fundo daquele corredor dava uma parede reta com algumas tochas.


'Não faço ideia.' Respondeu Hermione também observando o local.


'O que é este lugar, Malfoy?' Indagou Hugo para o loiro que estava ao lado de Riddle, um pouco afastado dos três.


'E você acha que sei?'


'Você é sonserino, não?'


'Se você não percebeu, Stradivarius, isso aqui não é a Sonserina propriamente dita e sim um local nas masmorras. Mas o que esperar de um ser sem cérebro com você, não é?' Hugo fechou a cara com raiva e apontou a varinha em direção ao loiro. Hermione prontamente se colocou à frente da varinha de Hugo.


'Não. Se duelarmos aqui corremos o risco de sermos pego. Os professores podem está lá embaixo e com os feitiços poderão descobrir este patamar!' Ela disse firme. 'Podemos ficar aqui para passar o tempo e logo voltarmos ás nossas casas. Duelar aqui não é a melhor ideia. Aliás, este duelo nunca foi uma boa ideia!'


Hugo abaixou a varinha e a guardou entre o cinto da calça do uniforme, decidindo escutar Hermione. Malfoy fez uma careta de desdém e também guardou a varinha. Hermione fez um gesto afirmativo e logo saiu à frente do monitor grifinório. Hermione percebeu que Rose, à frente, caminhava pelo corredor com sua varinha acesa em um Lumus e a castanha decidiu segui-la também.


Logo os outros passaram a segui-las também. Hugo logo andou atrás de Rose, enquanto Malfoy tomou o posto ao lado de Hermione. Ele fez um muxoxo e Hermione decidiu ignorar. 'Não pense que escapará dessa, Granger.' Ela o ouviu falar e Malfoy logo se pôs à frente de Hermione seguindo os outros dois monitores. Então, Hemione sentiu os pêlos do corpo se arrepiarem e o coração gelar-se ao perceber que Tom Riddle Jr andava por último, ás suas costas. Sentia-se completamente desprotegida com Voldemort em sua retaguarda então ela engoliu em seco e estancou, de repente. Riddle a alcançou. E ela viu os olhos negros do garoto se desviarem para ela quando ele passou ao seu lado. E ai, ela respirou aliviada quando ele tomou à sua frente. Hermione colocou a mão no coração, sentindo-o completamente descompassado de medo, angústia e insegurança.


Quando o corredor daquele patamar acabou, encontraram uma parede reta, de concreto, que no alto de suas quinas haviam duas formas de tochas apagadas. Também não havia quadros, nem armaduras, o que fazia ser um corredor deserto. Hermione se perguntara se por acaso os gêmeos Weasley já havia visto aquele patamar. Os dois tinham o Mapa do Maroto e graças áquilo tinham total acesso a todas as passagens secretas e não secretas de Hogwarts.


'E agora que vamos fazer?' Perguntou Hugo ansioso ao perceber que não tinha volta. 'Não podemos voltar, os professores estão lá embaixo.'


Malfoy novamente soltou um muxoxo, o que não só irritou a Hermione, mas também Rose e Hugo. Agora, ela entendia o que Riddle quis dizer com 'Gostei da forma como calou a boca de Malfoy... Estou pensando em me utilizar da mesma técnica.'


Hermione soltou o ar um pouco nervosa e seus olhos castanhos caíram sobre a parede. Aquela parede tinha algo estranho. Embora fosse de pedras como todas as outras do castelo, ela parecia ser um pouco escura das outras. Ou aquilo seria pela mínima claridade que estavam tendo? O feitiço Lumus de Rose era consideravelmente baixo, já que não poderiam correr o risco de usar um Lumus Maxima e chamar a atenção dos franziu a testa e aproximou-se da parede, pegando a dianteira, o que chamou a atenção dos outros. Então, vendo as duas formas de tochas, Hermione decidiu acendê-las criando pequenas chamas.


'Lacarnum Inflamarae'. Disse Hermione apontando a varinha para a tocha da direita e prontamente ela se acendeu com chamas de fogo azuladas. Apontou para a tocha da esquerda e fez o mesmo, dando mais claridade ao ambiente. Rose diminuiu mais a intensidade do Lumus.


'O que é isso?' Rose indagou estreitando os olhos azuis. Hermione virou-se para a menina e a viu apontando a varinha para a parede à frente.


Hermione chegou mais perto e viu que na parede, onde antes não havia nada, agora havia aparecido algo escrito em uma tinta escura. Era uma equação. Uma equação matemática.


a+b/a = a/b = ϕ


'O que isso quer dizer?' Perguntou Hugo fazendo uma careta à equação matemática que apareceu.


'A resposta.' Hermione sentiu um calafrio, mas se conteve ao não demonstrá-lo, ao ouvir a voz de Riddle. 'Parece que há alguma sala secreta atrás desta parede, mas só poderemos revelá-la se respondermos corretamente a equação escrita.'


'Zero.' Respondeu Rose afirmativa.


'Como sabe que zero?' Perguntou Hugo para a monitora com o cenho franzido.


'Não sei, mas quando se tem essas coisas é sempre a resposta mais fácil possível, ou seja, zero.' Ela tentou explicar, no entanto, nada acontecera.


Hermione piscou os olhos castanhos e sentou-se sobre o chão do patamar, chamando atenção dos outros alunos. 'Hermione?' Indagou Rose curiosa. A garota não respondera, analisava a equação ali escrita como se fosse uma pergunta de N.I.E.M's de Matemática.


Então ao perceber que a resposta estava implícita na equação, começou a resolvê-la na cabeça, mas ao mesmo tempo acompanhava o raciocínio enquanto explicava aquela conta matemática aos garotos ali presentes.


'Hm, vejam, a sobre b é igual a Phi. Se isso é certo, então pode-se dizer que a é igual a b multiplicado por Phi.' Os alunos piscaram os olhos sem entender. Hermione continuou e utilizou a sua varinha para resolver a equação escrita na parede e explicar seu raciocínio. 'Então, pode-se concluir que a = bϕ. Isso então faz com que a conta vire; bϕ + b/bϕ = bϕ/b. Utilizando-se de uma fórmula matemática podemos cancelar b em ambos os lados, ficando: ϕ + 1/ϕ = ϕ. Então multiplicando ambos os lados por Phi em questão temos ϕ + 1 = ϕ². Vocês sabem o que é isso?' Ela indagou animada ao perceber aquilo.


'A resposta?' Tentou Hugo confuso. Hermione negou.


'Não. Isso se torna uma equação quadrática quando multiplicamos todas as parcelas por -1. Temos então ϕ² – ϕ – 1 = 0. Daí, basta resolver a equação quadrática pela fórmula de Bháskara que tem como fórmula b² – 4ac. Quando terminarmos de resolver as duas opções da equação, a única opção afirmativa é a do ϕ = 1 + √5 /2. A resposta desta equação então é na verdade exatamente 1,618.' Terminou animada e orgulhosa de si.


Malfoy levantou uma das sobrancelhas e fez um ruído esnobe. 'Não deu certo, Granger.' Ele comentou. Hermione piscou os olhos castanhos e de fato percebera que nada se revelara.


'Talvez, ele está querendo realmente a resposta. Digo, no que exatamente, 1,618 representa.' Ela tentou pensativa. Hugo e Rose se entreolhavam confusos enquanto Riddle tinha os olhos negros pousados sobre a garota. Hermione sentiu os pêlos da nuca se arrepiarem.


'O que representa?' Perguntou Malfoy parecendo interessado na resposta. 'O que exatamente isso quer dizer, Granger?'


'Não faz sentido'. Ela disse negando por fim com a cabeça. '1,618 representa a letra Phi ou seja o ϕ que estava na equação. Então a resposta já estava lá o tempo inteiro. a+b/a = a/b = ϕ = 1,618.'


'E por que um idiota daria a resposta na equação que queria esconder?' Malfoy resmungou novamente impaciente.


'Por que a maioria iria tentar resolvê-la e assim erraria esta equação. Ele não quer o resultado da equação em número, mas aquilo que exatamente esta resposta pode se assemelhar.' Hermione piscou os olhos e percebeu que aquela era a lógica. Saber o que exatamente significa o resultado em 1,618. Exatamente.


1,618 era a letra Phi em questão. A letra ϕ é grega que nos tempos antigos e em matemática representa a proporção áurea. O número de ouro. Hermione então percebera. A resposta era algo mágico relacionado com o número de ouro ϕ. Mas em quê bruxaria e matemática se uniam? Em que estavam juntas? Aquilo não fazia sentido. Magia sempre alterou e desafiou as leis das ciências exatas e jamais tivera alguma lógica na magia em si.


Hermione fechou os olhos novamente, se concentrando. Ouviu Malfoy soltar um muxoxo de indignação. A castanha sentiu uma pequena onda de frio em seu pulso e percebeu que o metal da pulseira que Rose lhe dera, esfriara, fazendo-o sentir um pouco de frio. Ela analisou novamente a pulseira prateada. Hermione franziu a testa curiosa. Ao lado de seu nome, Hermione G, havia um...


'É isso!' Ela disse levantando-se com um sorriso alegre no rosto. '1,618 é a proporção áurea que para os gregos é a letra ϕ. 1,618 é a resposta da razão entre as medidas dos lados dos dois pentágonos, assim como também a medida dos lados dos pentágonos é igual a ao quadrado da razão áurea. A resposta é algo que se relaciona com matemática e bruxaria, sendo a resposta, pentagrama!'


As equações sumiram e a figura de um pentagrama circunscrito num círculo surgiu na parede. As pedras da parede se moveram, lembrando a parede de tijolos do Caldeirão Furado, e uma porta dupla de ferro apareceu. Hermione respirou fundo sentindo que havia ganhado um em seus N.I.E.M's.


Hugo e Rose empurraram a porta que aparecera e eles entraram. Era uma sala... Mais para um salão. Era grande, quase do tamanho da Sala Precisa. Embora a sala precisa não era de um tamanho exato, podendo ser extendida de acordo com a vontade e o desejo de seu usuário.


Hermione sentia-se estranha naquela sala. Olhou para a porta e percebeu que a porta não combinava com a cor das paredes daquela sala. A porta dupla era escura, de ferro, mas as paredes eram cinza. Quase cinza cor de gelo. Notou que havia prateleiras finas com poções que pareciam abandonadas. Hermione chegou perto de tais prateleiras e poções, e logo fez uma careta pelo mal cheiro forte e enjoativo saía de dentro dos frascos. 'Devem estar aqui há muito tempo'. Pensou consigo.


'Você é muito inteligente.' Hermione sentiu o coração fornicar em brasa quando ouviu a voz melodiosa atrás dela. Tom Riddle olhava para as mesmas prateleiras com o cenho torcido. Depois desviou os olhos para ela, fitando diretamente os olhos castanhos da garota. Hermione engoliu em seco. 'Embora seja o símbolo da bruxaria, eu nunca pensaria em pentagrama. Para dizer a verdade, nem mesmo, saberia como chegar a esta resposta...'


Hermione desviou os olhos para o chão desconfortável e nada mais falou. Ela que não ia dar trela para Voldemort. Sua pernas endureceram e ela sentiu o estômago se contorcer. Aquela sala... parecia ser feita de... Ossos?


'Muito bem, Granger, o que acha desta sala como nossa arena? É grande e aqui se pode realmente utilizar todos os tipos de feitiços.' Repôs Malfoy com uma voz divertida já se colocando em posição de duelo. Hermione franziu as sobrancelhas.


'Malfoy, não precisamos duelar. De verdade, isso não provará nada. O melhor que façamos é sairmos daqui...' Ela disse sentindo-se estranha por estar numa sala que a cada segundo se convencia mais ser feita de ossos. No entanto, ninguém mais ali parecia ter notado aquele 'detalhe'.


'Não, Hermione, você disse que ia!' Reclamou Rose e Hermione respirou denso. Aquilo não parecia ser um bom sinal. Riddle se afastou de Hermione e se colocou atrás de Malfoy, enquanto Rose viera para o lado de Hermione. Hugo também ficara próxima a castanha.


'Você não atrapalhe, Stradivarius!' Decretou Abraxas quase em tom autoritário. Hugo fechou a cara com o tom de voz do sonserino e ele fez um quase gesto de puxar sua varinha de dentro do cinto que outrora colocara.


Hermione se pôs em posição de combate, mas o seu pé esquerdo escorregou em algo no chão e ela se desequilibrou, dando a Malfoy um belo sorriso vitorioso. Ele usou um Stupefy, que atingiu Hermione e ela rodopiou pra trás, caindo no chão. Ao apoiar as mãos no chão, sua mão pôde comprovar que aquele salão era realmente feito de ossos e ela se sentiu mais estranha do que conseguia imaginar.


'Acho que você perdeu, Granger.' Comentou desdenhoso Malfoy. Hermione não pareceu ligar ao que o garoto disse. Hugo correu até ela.


'Você está bem?'


'Disse para não atrapalhar, Stradivarius! Stupefy!'


'Protego!' Disse Hugo de repente e o feitiço repelou em Malfoy, no entanto, o loiro conseguiu desviar. 'Você realmente é irritante Malfoy. Talvez seja melhor que se estrunche essa sua cara de mamão-macho.'


'Incarcerous!' Gritou Hermione e cordas grossas e fortes amarraram Malfoy que soltou a varinha no chão. Ele se debatia e se contorcia, tentando se livrar das cordas, mas a medida que o fazia, as cordas ficavam mais apertadas. Ao apertarem com força suas pernas, Malfoy caiu no chão novamente.


'Tom, ajude-me!' Arfou o loiro para o garoto.


'Ora, Malfoy, você se colocou aí, agora saia sozinho.'


'O quê? Você é meu padrinho... tens que me ajudar.' Rebateu mexendo-se ainda mais nas cordas. Uma delas passou a apertar com força o pescoço do garoto, deixando-o com falta de ar.


'Perderemos o duelo, Malfoy. E eu não sei você, mas não gosto quando a Sonserina perde pontos.'


'A-ajude-me, Riddle, por favor!'


'Não.' Ele respondeu frio.


Logo, as cordas que prendiam Malfoy desapareceram e o garoto loiro respirou forte, segurando o pescoço e percebendo a marca que as cordas fizeram ali. 'Obrigado.' Ele disse ao garoto atrás dele.


Riddle deu um sorriso cínico. 'Não foi eu quem lhe ajudei'. Lethar estreitou os olhos e olhou para Hermione do outro lado da sala. Ela levantou as sobrancelhas escuras e sua varinha havia parado de controlar as cordas. Rapidamente, antes que ele pudesse fazer algo, Hermione usou Accio para chamar a varinha de Malfoy e o loiro mordeu os dentes com raiva.


Rose logo foi estuporada por Riddle e Hermione arregalou os olhos castanhos. Ela correu até a menina e pareceu aliviada por saber que pelo menos ela estava viva. 'Rose, você está bem?' Ela perguntou ajudando a garota a se levantar.


'Mas é claro que estou bem!' Ela retrucou.'Não atrapalhe, Hermione. Isso agora é entre mim e Riddle.'


'Sim, mas..-'


'Vai interferir de novo, Srta. Granger?' Indagou Riddle e Hermione olhou para ele confusa. Srta. Granger? 'Irá perder o duelo novamente se o fizer.'


'Eu não me importo com pontos de duelo, Riddle. A segurança dos meus amigos é mais importante.'


'Segurança? Está querendo dizer que sou perigoso e que posso amaldiçoar seus amigos?' Ela engoliu em seco e voltou os olhos a Rose.


'Você está bem?'


'Sim, agora se afaste.' Mandou a monitora se colocando em posição de duelo novamente. Hermione engoliu em seco e sentiu-se completamente preocupada por Rose e Hugo estarem ali e serem de alguma forma machucados por Voldemort. Hermione trancou os dentes e fitou os olhos castanhos de Hugo que também parecia inseguro pelo duelo.


Rose conjurou um feitiço – Impendimenta -mas Tom Riddle o ricocheteou apenas com a sua varinha. Então o garoto novamente se utilizou de um feitiço não-verbal, mas assim que ele o fez, Hermione lançou-lhe um Stupefy, fazendo o sonserino voar para trás e cair no chão. Ele apoiou as mãos para se levantar e piscou os olhos ao ver um osso, dois ossos, três, quatro...


Hermione mais uma vez fora ver preocupada se Rose estava bem. A garota solto um muxoxo indignada. 'Disse para não atrapalhar, Hermione. Não pode interferir no meu duelo com Riddle! Agora perdemos...' Hermione ignorou o comentário da monitora e desviou os olhos para os dois sonserinos à frente. Malfoy ainda estava nervoso por ter perdido a varinha e Riddle tinha os olhos negros sobre o chão, como se tivesse visto algo curioso. Hermione percebeu que ele então havia notado.


'As paredes também!' Ela informou a ele, que logo levantou o rosto para a menina e então para as paredes da sala.


Aproximou-se delas e viu que além de ossos, alguns eram também crânios. De diversos tamanhos.


Os outros então pareceram notar o que Hermione já tinha visto no momento em que pisara naquele salão. Rose soltou um gemido de insatisfação quando viu os ossos no chão. Ela recuou dois passos e se postou ao lado de Hermione e Hugo que -tinha a os olhos arregalados em medo por aquela sala conter ossos e crânios.


'Mas o que é isso?' Perguntou o monitor inseguro cerrando os punhos.


'Algum tipo de salão de ossos...' Respondeu Hermione ainda com as duas varinhas em mãos.


'Quem poderia ter criado um salão de ossos' Perguntou Rose confusa. 'Quer dizer, por que não uma sala normal?'


'Tudo aqui é feito de osso. Dos mais variados...' Analisou Hermione, pensando no que um bruxo quereria com uma sala feita exclusivamente de ossos. 'O criador dela, deveria ser algum tipo de colecionador... Ou então os estudava.'


Tom fitava os olhos castanhos de Hermione profundamente. O que a fez então desviar os olhos, como se tivesse medo dele. Ou dele descobrir o seu segredo. Os olhos de Riddle se coloriram em um brilho curioso e ele, atencioso, escutava o que a menina tinha a dizer.


Ele era o garoto mais inteligente de toda Hogwarts. Até Dumbledore lhe havia dito. Mas aquela garota Granger tinha algo que ele não tinha, mas ele próprio não sabia o que era. Ela era tão inteligente quanto ele, tão analisadora quanto, mas como ela pensava, a dedução e rapidez de lógica era algo que lhe incomodava. Não tinha inveja dela, nem nada... Era só que aquela garota de Durmstrang era interessante.


'Por que alguém iria estudar ossos?'


'Muitas poções antigas usavam ossos em suas preparações.' Hermione logo apontou para as prateleiras que havia visto mais cedo. Também era feita de ossos. 'Há algumas poções ali, e talvez elas devam ter sido feitas com ossos, mas provavelmente não deram certo'.


'Mas mesmo assim, quem iria criar um salão com ossos? Poderia usar uma sala comum.' Tentou Rose novamente.


'Uma sala com ossos parece ser mais prática quando se prepara poções com eles. Assim, não precisa perder tempo procurando-os. Além disso, eles podem tê-la usada para se preparar poções antigas. Algumas eram realizadas para se tentar ter a vida eterna.'


'Tolos.' Interrompeu Malfoy. 'Todos sabem que a vida eterna é intangível.'


'Você nunca ouviu falar da Pedra Filosofal, Malfoy?' Perguntou Hermione levantando as sobrancelhas de forma prepotente.


'Nicholas Flamel, 615 anos de vida. Criou a Pedra Filosofal que contém o Elixir da vida capaz de dar ao usuário a imortalidade.' Tom Riddle completou a informação de Hermione. Os dois se olharam. 'Há outros meios, mas nem todos foram tentados... Mas a imortalidade é possível sim, Malfoy.'


'Então, Flamel pode ter usado esta sala para criar a Pedra Filosofal?' Perguntou Hugo interessado.


'Não.' Disse Tom categórico. 'Flamel, assim como senhorita Granger, estudou Durmstrang'.


Hermione engoliu em seco, um pouco temerosa de que descobrissem que ela nem sequer sabia onde ficava Durmstrang exatamente ficava. Viktor Krum lhe dissera que parecia ser na Rússia, mas que não tinha certeza, pois também se parecia com as paisagens da Sérvia e Ucrânia.


'Mas há outro que tentou a vida eterna...'' Riddle continuou e Hermione voltou a olhá-lo. Andava pelo salão, parecendo procurar respostas naquelas paredes feitas de ossos.


'Quem?' Perguntou Rose curiosa.


'Salazar Slytherin.'


'Você parece saber muito sobre este assunto, não é, Riddle?' Indagou Hermione estreitando os olhos castanhos. Talvez ali já naquela idade, o bruxo procurava respostas para obter a sua imortalidade.


'Você idem, senhorita Granger!' Respondeu virando-se e a olhando nos olhos. 'Até demais eu diria'.


'Isso o incomoda?'


'Nem um pouco.' Respondeu normal. 'De certa forma até me impressiona'. Hermione engoliu em seco.


'Por que não saímos logo daqui?' Chamou Hugo e prontamente Hermione apoiou o amigo.


'Não terminamos o duelo.' Disse Rose colocando-se em posição de combate. Hugo revirou os olhos castanhos.


'Você perdeu, Rose. Nós ganhamos, sua afilhada ficou fora de combate e interferiu no duelo dos padrinhos, Lembra?' Instigou Malfoy com um sorriso.


Rose fez uma careta e olhou para Hermione. Hermione fez uma cara de "sem querer" e andou ao lado de Hugo até a porta de ferro do salão. Rose soltou o ar inconformada e acompanhou os dois. Tom e Malfoy logo foram atrás.


'Ainda bem que saímos.' Falou Hugo aliviado. 'Não gostei muito desta sala'.


'Se soubesse que existem coisas piores por aqui, Hugo.' Falou Hermione baixinho. Tom escutou.


'Como o que, por exemplo?'


'A Floresta Proibida, por exemplo. Tenho certeza que há coisas piores lá.' Completou com a voz um pouco fina.


Ao chegarem até o final do patamar, por onde haviam sido lançados pelo feitiço Spongify que Hermione usara no carpete da Sonserina, Hermione fez o mesmo tapete voar até eles, e quando todos se colocaram sobre a tapeçaria, a castanha o controlou com sua varinha para chegarem em segurança no chão do patamar abaixo, nas masmorras.


Hugo, Rose e Malfoy logo saíram do tapete. Hermione ia começar a andar, mas Tom Riddle a puxou pela mão e a prendeu na parede. A varinha dele rapidamente encostou-se no seu pescoço, próximo á artéria aorta. Hermione engoliu em seco assustada sentindo o fluxo sanguíneo por ali.


'Você ta escondendo algo, Granger.' Ele disse juntando os olhos negros.


'Não, não tô.' Disse negando com a cabeça, começando a tremer-se.


'Tá sim...' Disse o garoto com um sorriso cínico. Tom tirou a franja de Hermione de cima dos olhos com a sua varinha. 'Posso ver em seus olhos...'


Hermione encarou os olhos negros dele sentindo o coração se despedaçar. Logo, percebeu que os olhos de Tom eram cor de grafite, e não pretos como imaginava. Não conseguia parar de encará-los. Seu coração batia depressa e completamente descompassado.


'Eu vou descobrir o que é...' Tom abaixou a varinha e se aproximou mais de Hermione. 'É uma promessa!' Disse sussurrando em seu ouvido.


Hermione sentiu o corpo se arrepiar e um calafrio passou pela sua espinha. Riddle sorriu e fitando mais uma vez os olhos castanhos de Hermione, se afastou. Hermione engoliu a saliva que virava um bolo em sua garganta, e com as pernas tremendo, como se fossem de gelatinas, ela deslizou pela parede até o chão frio das masmorras.


'Hermione?' Chamou Hugo após um tempo. Ele percebeu que Hermione estava no chão e correu até ela, Rose veio atrás. 'O que houve?'


'Tá tudo bem?' Perguntou Rose parecendo preocupada.


'Não.' Disse levantando-se com a ajuda dos dois. 'Perdemos o duelo...'


Continua no próximo capítulo...

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