Capítulo Único



One of Those Girls



Ah, como chovia. Chovia tudo o que não choveu nesse último mês, ele pensou. Sentiu uma enorme saudade dessa sensação de frescor, umidade, calma. Perdendo apenas para uma boa partida de quadribol, banho de chuva era o passatempo favorito de James Potter.

Ugh, James Potter. Seu próprio nome já o deixava enojado. Eram tantas responsabilidades que lhe vinham a mente quando pensava nele mesmo, na vida... A maioria sendo, na realidade, alguns tipos de irresponsabilidades. A azaração de amanhã para o Ranhoso, as tarefas atrasadas, os estudos para os NOM’s, seus dois relacionamentos amorosos com Carmem e Louie, o estoque da Zonkos, a discussão com os pais, a detenção de daqui uma hora...

Mas esse é o bom de um banho de chuva. Ele te faz esquecer de todos os problemas, as preocupações, as pressões. Você fica tão feliz curtindo o momento, sentindo a água percorrer seu cabelo e fazer um exótico traço até a sua boca, suas roupas ficando pesadas... que você esquece. Você só quer começar a cantar, a pular, correr, rir, chorar... Isso já depende do momento, do que você está realmente sentindo, lá no fundo.

James começou a perceber que sua camisa estava incomodando, devido o peso, portanto a tirou e jogou-a no chão. Continuou a andar, assoviando o ritmo de uma certa música, as mãos erguidas para o céu. Como se pedisse por mais. Mais alegria, mais momentos, mais garotas, mais sexo, mais tempo, mais amigos, mais paz, mais chuva. A cabeça para baixo, como se pedisse por menos. Menos brigas, menos guerras, menos lésbicas, menos feias, menos sonserinos, menos orgulho, menos mal. É, algumas pessoas podem achar que não, mas James é uma pessoa com ideais futuristas bem definidos. Ele olhou para certo ponto no céu. Ele queria ser auror. Sorriu ao ver uma estrela cadente aparecer nesse exato momento, no local onde ele olhava. E ainda tem gente ingênua e cega o suficiente para não acreditar realmente em magia. Bando de trouxas... Bom, talvez daí tenha surgido o nome, trouxas.

Rindo alto de suas próprias pérolas sobre trouxas ele olhou para cima, abaixando os braços. A subida estava acabando. Era de um pequeno morro que se encontrava atrás da cabana de Hagrid. No topo dele (“do morro, não de Hagrid. Hehe, eu sou hilário!”), encontrava-se uma árvore. Um enorme e velho carvalho. Tinha um tronco enorme, grosso, e uma vasta folhagem verde que dava uma bela sombra em dias de sol. Ele costumava deitar ali perto quando chovia. Além de a vista ser linda em todos os sentidos, (além de se ver toda a escola dali, até mesmo a Floresta e o Lago, dava-se para ter uma visão privilegiada da Via Láctea). James ia ali para ficar sozinho. E quando achava alguém lá, logo dizia que árvores têm o poder de atração de raios tão forte quanto a própria água. Logo ele estava sozinho embaixo daquela árvore que era magicamente a prova de raios. Mas isso James não precisava contar para ninguém, não é mesmo?

Porém, enquanto ele subia o final do morro, ele ouvia uma música. E a medida em que ele subia, a voz ficava mais alta.

- … so what did you think I would say? No you can’t run away, you can’t run away, you wouldn’t!

Era uma belíssima voz feminina. James apertou o passo para descobrir a dona da voz e quando chegou ao topo do morro, viu. Ela usava um vestido vermelho que ia até antes do joelho, com um delicado decote. O vestido estava todo justo e colado ao corpo, revelando as bens colocadas curvas da moça. Seus cabelos eram curtos, mas de longe James não podia definir se eram loiros ou ruivos. Mas até mesmo com aquela distancia, James pode perceber o brilho esverdeado dos olhos dela.

- I never wanted to say this! You never wanted to stay! I put my faith in you, so much faith, and then you… - ela pos os olhos nele e arqueou uma sobrancelha. - … just threw it away.

Ela estava de pé, encostada no tronco da árvore. Era engraçado o fato de ela estar com um par de pantufas em forma de patas de leão. James não conseguiu conter um sorriso, assim como a moça.

- Sabe, árvores atraem tantos raios quanto água. – ele comentou, andando lentamente até ela, sorrindo divertido.

- Essa é magicamente a prova de raios. – ela falou, misturando a frase com um riso. É, ou ela era uma alegre boba, ou James tinha cara de palhaço.

- É. Bom, você me pegou. – ele falou, segurando o riso. – E aí... – ele se apoiou com uma mão no tronco da arvore, proximamente perigoso, sorrindo maroto. – Vem sempre aqui? – ele arqueou as sobrancelhas duas vezes rapidamente. A menina fez uma careta engraçada e desatou a rir. Segundos depois ela olhou diretamente para os olhos dele e deslizou pelo tronco, até sentar-se, encostada no carvalho.

- Quando chove. – ela ergueu uma sobrancelha, sorrindo. Era lindíssima, e ruiva. Possuía algumas delicadas sardas espalhadas no nariz e o sorriso mais puro que ele já vira. Sentou-se ao lado dela.

- Engraçado. Eu também. – os dois se encararam e sorriram um para o outro. James então resolveu fazer a pergunta que fazia a 90% das garotas que conhecia. – Então... Quer dar uma volta em Hogsmeade comigo?

Ela riu forçada e ironicamente.

- Me chamar para sair sem nem ao menos saber meu nome? Típico de James Potter.

James ao soube explicar o porquê, mas sentiu aquele enjôo de novo ao ouvir deu nome sair da linda boca daquela ruiva.

- Você sabe meu nome? – ele falou surpreso. Ela virou o rosto para ele, com uma expressão de sarcasmo. – O que, pelo time de Quadribol? – ela riu e fez que não com a cabeça. – Pelas detenções? – “não” com a cabeça novamente. – As azarações no Ranhoso? – ela revirou os olhos e sussurrou, observando atentamente o Lago.

- Minhas amigas.

James se sentiu deliciado ao ver um tom rubro se sobressair na pele alva dela, então sorriu marotamente, porem resolveu mudar de assunto para não constranger mais a moça.

- Bom, pelas pantufas, você é da Grifinória. – ele disse brincando, e ela riu e concordou com a cabeça. – Acertei? – ele perguntou surpreso, e ela concordou, rindo. – Merlim, como eu não te vi antes? Você é tão linda... – ele sussurrou a ultima palavra, e os dois se olharam intensamente, isso o encorajando de se aproximar dela. Muito próximo. James podia ver seu próprio reflexo nos olhos dela. Ela sorriu e sussurrou roucamente:

- Talvez você já tenha me visto, só não... Parou pra realmente me olhar. – ela abaixou um pouco o olhar, timidamente, e logo depois estudou o olhar de James.

Ele estava hipnotizado pela garota. Olhou para os chamativos lábios vermelhos dela e tocou a bochecha dela com as pontas dos seus dedos frios. Ela fechou os olhos e os manteve assim. James inclinou a cabeça para a esquerda e fechou os olhos também. Sentia a respiração acelerada dela a milímetros de seus lábios. Eles estavam respirando praticamente o mesmo ar, os narizes se roçaram levemente. O beijo ia acontecer. E...

Ela deu um salto, assustada. James olhou para ela e depois para onde ela olhava. Um raio caiu no exato centro do lago, e fez um enorme barulho de choque e eletricidade.

- Eu acho que eu vou voltar pro castelo. – ela disse, ainda olhando para o lago. Depois ela olhou para ele e sussurrou: - É, eu vou.

Ela se levantou e James franziu o cenho, confuso.

- Mas... – ele observava a garota andar até o final do pico do morro. Ela virou-se, parando de andar.

- Sim? – ela disse, piscando algumas vezes.

- E o meu encontro?

Ela sorriu aberta e marota, e o encarou. E até mesmo com aquela distancia, James viu o brilho desafiador nos olhos verdes dela.

- Eu duvido que você vai conseguir esse seu encontro.

Ele demorou um pouco para entender a indireta. Mas quando entendeu, abriu lentamente um sorriso maroto. Ela sorriu mais ainda e voltou a andar morro abaixo. Mas voltou-se novamente para falar algo que mudaria a vida daquele Maroto até o dia da morte dele. Mas isso ele descobrirá só mais tarde.

- A propósito. – ela enrolou uma mecha de seu cabelo nos dedos e, com um sorriso de criança, disse: - É Lily Evans.



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Esperem mais fics minhas, porque eu estou digitando tudo tão sem parar que a minha tendinite ta mais fodida do que nunca! YES!

~ aninha

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