capítulo 9



Nono Capítulo:

Eu estou extremamente irritada. E até mesmo James tinha dado uma trégua aos meus nervos nos últimos tempos - certo, não aos meus nervos e muito menos a minha saúde física, mas pelo menos às minhas cordas vocais – e agora vem isso que os outros chamam de crianças para acabar com a minha paz. Ou com o resto de paz que ainda reina em meu ser. Certamente entendo que os pais de Lene quererem tirar umas férias delas.

Sam e Mich têm cinco anos, mas não se enganem com os seus rostinhos angelicais - idênticos olhos azuis e cabelos com grandes cachos loiros. Tenho certeza que gastaram cada minuto dos seus cinco anos aprendendo novos jeitos de me irritar. Talvez confabulassem ainda dentro do útero de sua mãe. Lizie tem seis anos e é, com toda a certeza, a criança mais linda que já conheci - a pele branca e o cabelo negro a fazem parecer uma boneca de cera -, mas a mais ardilosa também. Não a culpo, foi criada com os seus tios Sam e Mich.

“De repente se gritarmos, ela acorda” ouvi uma voz angelical falando a alguns metros de mim. Não importava se os anjos quisessem que eu acordasse, estava de férias, iria dormir até cansar - se é que isso era possível. “Como pode ela não ter acordado ainda? Nós quase deixamos ela cair umas 200 vezes” outra voz falava divertida e ouvi risadas, mas não eram de anjos. Eram vozes um tanto quanto familiares para mim. Não estava muito confiante de que aquilo era um sonho para tomar coragem e abrir os olhos.

“Ouviu o barulho?” agora era a voz de uma menina. “A diversão vai começar” o outro anunciou. Resolvi que tinha luz demais sobre mim- tanto que dava para perceber de olhos fechados – além de um frio arrepiante, preparei-me psicologicamente para acordar. Mas então quando abri os olhos não pude acreditar na minha sorte! Por que eu?

Meu colchão flutuava sobre a piscina da casa de Lene. E eu realmente levei um susto quando percebi que estava dormindo sobre a água - principalmente levando em conta que eu não sou o que se diga de ótima nadadora. Na verdade não sei nadar. Mas me desesperei demais e enquanto berrava assustada, o colchão virou de modo que lá estava eu mergulhando na piscina de Lene numa manhã de inverno -mesmo que a piscina seja aquecida magicamente. Um começo animador de manhã, não?

Sirius conseguiu conter o riso até que me tirasse de dentro da piscina e então se juntou a Mich, Sam e Lizie que gargalhavam. “O que deu em vocês?” comecei o meu primeiro berro do dia para os três. “Eu podia ter morrido” para dramatizar mais a cena estava reclamo que sou vermelha demais não quer dizer que eu queira um tom roxo. E agora Marlene e James tinham se juntado a nós. “O que aconteceu?” eles perguntavam a Sirius que realmente não sei como conseguiu responder de tanto que ria. “Jamais tentaríamos te matar, Lily” Sam usou sua voz angelical, mas seus olhos eram cheios de malicia. “Se colocasse os pés no chão perceberia que nossa piscina é extremamente rasa” Era a cópia de Sam, Mich. “Pois eu teria medo de dormir a partir de hoje se fosse vocês” falei ainda tremendo de frio e raiva.

“São só crianças” James me dizia quando eu já estava recomposta tomando meu café da manhã na cozinha para não ter que ficar perto daqueles anões estava sentado sobre o balcão da cozinha e eu no chão comendo meus pães. “James, o que eles fazem é maldade demais...Como podem ter arquitetado tal plano? Fora o peso do colchão? Estão fantasiados de crianças tenho certeza.” James, logicamente, riu e depois disse que isso era fácil com magia. Magia? A lei para o não uso da magia por menores os colocava certamente como criminosos. Não disse que era uma tentativa de assassinato? Tenho certeza que ele, James, já havia feito isso alguma vez só assim compreenderia tanto. Imagina me casar com James e acordar afogada na piscina de minha própria casa por uma brincadeira de meu filho que herdou os genes ruins do pai? Ainda bem que isso nunca vai acontecer!

Enquanto imaginava isso James me falava algo em que não prestei atenção, de tão horrorizada com o que minha mente é capaz de arquitetar. Não bastava ser torturada pelos outros agora estava me auto-torturando. “Por que você ta me olhando assim?” James perguntou me tirando de meu devaneio. “Ah, estava só imaginando um jeito de fazer essas crianças ficarem longe de mim, mas levando em conta meus anos de derrota tentando me afastar dos marotos...” Menti, ele fez uma cara de quem não acreditava – afinal ele sabe tudo de mim mesmo - mas então começou a achar graça do acontecimento da manhã.

“Isso é muito legal principalmente pelo fato de não ser você a pessoa que levou um choque térmico. Além do choque psicológico! Quando amanhã chegar a sua vez quero ver você achando graça dessa forma.” Praguejei, mas no fundo sabia que todas as brincadeiras de Sam e Mich – com colaboração especial de Lizie - eram direcionadas somente a mim. Era sempre assim, mas eles estavam crescendo e as maldades também. Por que não podiam jogar James na piscina ao invés de mim? Aí sim ia ter graça. Acho que é o vermelho - do meu cabelo, da minha pele – criança fica atraída por cores vibrantes, não é? Não é por isso que o nariz do palhaço é vermelho? Talvez Simplesmente me odeiam! Resolvi contar minha teoria sobre o vermelho para James que estava bastante interessado, apesar de aparentar segurar o riso inúmeras vezes. Ele me disse que eu tinha que entender que vermelho realmente era uma cor irresistível, mas eu realmente não quis entender a piada.

“Vamos lá enfrentar as feras, não é justo deixar só Marlene e Sirius com eles” E por que mesmo não era justo? Ele desceu do balcão e estendeu a mão para me ajudar a levantar. “Eu me recuso a cuidar dessas crianças... Tenho que cuidar é de mim mesma na presença delas” Ele riu e foi me arrastando pela mão para a sala onde estavam as feras - pestes, monstros, como preferir – junto de Sirius e Lene. “Oh, aí estão vocês, estava imaginando se vocês resolveram seguir o nosso exemplo...” lógico que era Sirius fazendo graça. Estava cheio de graça porque Marlene não desgrudava dele; porque não fora ele que criara a expectativa de ver uma cena romântica na noite passada, e de certo modo não vira; e principalmente por não ter sido ele a pessoa que acordou sobre uma piscina em pleno inverno.

“Não inverta as coisas, meu caro, nós que fomos os exemplo a ser seguido” Era James mencionando o passado novamente. Não briguei com ele porque estava mais preocupada em ver o que exatamente aqueles três seres estavam fazendo sentados em círculo no meio da sala. James que já havia sentado no sofá ao lado de Sirius, que tinha Lene depositada em seu colo, me deu um puxão de forma que eu simplesmente cai ao seu lado. Como podem achar que esta criatura delicada é a pessoa certa para mim?

Estava começando a achar que meu dia ia ser comprido demais. Continuei observando Sam, Mich e Lizie, enquanto James perturbava o namoro de Sirius e Marlene. Acho que alguém tem que ensinar alguns conceitos básicos a James como privacidade, rir nas horas certas e, lógico, humildade. “O que vão fazer com Charles?” foi só uma das perguntas super convenientes que ouvi a pessoa que diz ser meu ex-namorado fazer. Então um deles, acho que era Sam, se aproximou e eu congelei.

“O que vamos comer hoje?” Ele estava perto demais, tentei me esconder atrás de James. “Não sei, Sam, mal acabamos de comer” Lene respondeu, mas então Mich e Lizie também se levantaram. “Nós queremos comida trouxa” anunciou Mich, não sei qual deles me assustava mais, sem perceber estava aliviando a tensão no casaco de James. “Não sabemos fazer comida trouxa, amigão” falou Sirius como se o assunto estivesse resolvido. “Ela sabe.” Lizie estava apontando para mim. “Ah, não sei não, e mesmo que soubesse não iria fazer. Pensassem duas vezes antes de me jogar na piscina esta manhã” e não estava mentindo! Mas James estar contendo uma risada não ajudou muito em minha moral naquele momento.

“Ou você faz, ou nós contaremos tudo para nossos pais.” Contar o que? “ Que jogaram a Lily na piscina? Essa eu quero ver!” Não só você James, eu também! Mas Marlene estava séria, parecia temer o que vinha a seguir. “Contaremos para nossos pais que ele te agarrou” e olha que não estariam mentindo, Sirius fechou a cara. Não acredito que iam cair nessa chantagem. “Chegamos à conclusão que uma típica comida trouxa, como uma pizza para o almoço ficaria do nosso agrado” Pizza? Quem andou ensinando os costumes trouxas para eles? Se ao menos tivéssemos um telefone! “Depois queremos ir a um parque de diversões trouxa”.

“Qual o grande problema de vocês com os trouxas afinal?” era meu segundo grito do dia! E eu estava de pé e braços cruzados! “Aposto que meus pais vão ficar muito felizes de saber o que a filhinha deles anda fazendo em sua ausência. Especialmente porque Sirius era apenas seu amiguinho e sinceramente amiguinhos não se beijam na boca, eca!” Ficou claro que eles estavam enojados. E ficou mais claro ainda que Marlene queria que eu pagasse por isso. Se até eu fui capaz de apresentar James aos meus pais, por que ela simplesmente não apresentava Sirius aos seus?

Marlene ficou cuidando dos irmãos na sala, se é que isso era possível, talvez eles que estejam cuidando dela e ela nem saiba. Eu fui para a cozinha e convoquei Sirius e James para me ajudarem. “Certo, Lily, como se faz esse troço?” Era Sirius, e ele parecia revoltado. “ Pizza” expliquei. Eu e Sirius estávamos em pé enfrente ao fogão e James sentado sobre o balcão – certamente estava achando que ajudar era igual a assistir. “Aposto que Lily não faz a mínima idéia de como se faz uma, Sirius.” James estava abusando demais de seu conhecimento sobre minha pessoa e meus defeitos. Realmente não sei cozinhar nada. Mas não estava querendo admitir isso, e também tínhamos que tentar de qualquer forma. “Acho que a massa se faz com farinha e ovo, não sei se leva leite.” Sirius arregalou os olhos enquanto James gargalhava. “Já sei, Sirius, faço uma sem leite e você faz uma com” falei entregando uma vasilha para ele. “E quanto de cada ingrediente?” Sirius estava certamente considerando minha internação. “Tudo a seu gosto, Sirius” James respondeu por mim achando muita graça.

Abri o saco de farinha abruptamente e quase metade caiu sobre a pia subindo uma nuvem branca até meu rosto. Tenho certeza que até minhas sobrancelhas estavam brancas, tive mais certeza ainda ao ouvir James gargalhando. Pelo menos Sirius estava em silencio. Estranho o silencio dele? Sim, mas satisfatório. Minha massa não chegou a virar exatamente uma massa e a de Sirius, bom, a dele ficou um pouco melhor do que a minha. Olhei para a minha roupa cheia de farinha depois olhei para a cozinha que estava completamente imunda e então olhei para James. “Sabe do que precisamos? Um telefone!”e meus olhos se encheram de lágrimas de desespero. Mas ele apenas me pegou pela cintura e me sentou no balcão em que estivera sentado. Acho que ele tinha um plano. Será que era possível transfigurar farinha em telefones?

“Qual o plano, Pontas?” Pontas era um apelido? Mas parece que tínhamos um plano! “Como se parece uma pizza?” Expliquei que era como se fosse uma massa redonda com molho de tomate e queijo derretido. Então ele pegou a minha vasilha e a de Sirius e começou a fazer uma massa. “Não acredito que você sabe fazer esse troço trouxa!” exclamou Sirius falando uma palavra bem feia – que poderia muito bem ser usada como chantagem por seus futuros cunhados. “Não acredito que sabe cozinhar!” agora era minha vez de exclamar. “Não sei fazer pizzas, estou fazendo panquecas.” James nos explicou e minha vontade de chorar voltou. O que adiantavam panquecas? E eu nem estava ligando para a chantagem - afinal, não entendia porque os pais de Lene não poderiam saber - só não queria ser jogada na piscina amanhã novamente.

Então James me explicou que eles eram crianças bruxas e que provavelmente nunca tinham comido pizzas. Ele ia fazer a massa da panqueca e colocar tomate e queijo, isso segundo ele de certo ia os enganar. Até estou vendo vantagens de ter me tornado tão próxima de James. Sirius ainda estava estranhamente quieto e enquanto James cozinhava – ainda admirada com este dom – resolvi abordar o amor da vida de minha melhor amiga.

“O que houve, Sirius? Hoje de manhã estava todo radiante e agora está assim? Fui eu que fui jogada na piscina ao acordar e estou com farinha até em minha alma no momento” Só eu podia fazer drama! Ele nem tinha direito e nem o porquê de roubar a minha cena. “Acho que Marlene não quer que os pais dela saibam do nosso namoro.” Ah! Realmente, também tive essa impressão. “Mas isso é culpa sua, falei para dizer que a amava” ele riu como se me dissesse para ficar calada. “Ei, James, toma conta da sua namorada, por favor” Por que eu ainda falo com Sirius?

As pizzas de panqueca, ou as panquecas de pizza foram um sucesso. Após nossa refeição fomos nos arrumar - e eu tomar mais um belo de um banho para tirar toda aquela farinha – para então irmos ao parque de diversão. Enquanto Marlene me ajudava a amarrar meu vestido atrás tentei descobrir algo para Sirius. “Por que não conta para os seus pais de uma vez?” Ela ficou calada durante um tempo e então respondeu que era melhor não. “Não sei exatamente o que ele pensa sobre nós dois, Lily, melhor deixar minha família longe disso por enquanto”.Estava certa sobre a declaração de Sirius.

Fomos para o parque da maneira trouxa, porque Sam, Mich e Lizie sabiam jogar alguém com mais idade que os três somados na piscina, mas ainda não podiam aparatar. Andamos até o ponto de ônibus mais próximo, e era bem longe. Lizie estava de mãos dadas com James, Mich com Marlene e Sam com Sirius. Eu ia na frente, o mais distante possível. Coloquei um gorro preto que não cobria todo meu cabelo, mas pelo menos despistaria um pouco se minha teoria sobre o vermelho estivesse certa.

No ônibus os três sentaram juntos num banco para dois. Sirius e James no banco da frente e eu e Lene atrás, estrategicamente colocadas. Se aquelas crianças resolvessem mostrar aos trouxas que os bruxos existem, eu com toda certeza correria o mais rápido possível. Então chegamos. O parque não estava nem de longe cheio, mas também era inverno e apesar de ter cobertura, tem muito mais graça no verão.

Roda gigante quatro vezes. Tobogã oito vezes. Carrinho de batidas dez vezes. Montanha Russa dezoito vezes. Trem fantasma vinte vezes. Eu realmente contei e não estou exagerando em nada. E tudo bem que foi divertido ir no carrinho de batidas, pelo menos pude bater bastante em todos que vivem me atormentando. A montanha russa foi interessante até a terceira vez, depois passou a ser um tanto quanto nauseante. Roda gigante serviu para tentar convencer Lene que Sirius a ama de verdade, se ele não se declarava, eu podia tentar ajudar. E eu morro de medo do trem fantasma, só tinha ido uma vez com meu pai para nunca mais, de modo que eu apenas ficava de olho fechado e agarrava a primeira pessoa que via pela frente – ou lado, sei lá. Na maior parte das vezes James, mas por vezes um completo estranho. Uma grifinória que tem medo de trem fantasma, sou realmente uma piada, ou pelo menos a piada de Sirius para o resto do ano que vem.

O único brinquedo que não me cansei foi o tobogã! Poderia ir mil vezes lá! Porém quando saímos da oitava rodada do tobogã, Sam já estava caindo de sono. Sirius carregou-o no colo e ele logo adormeceu. Lizie e Mich ainda estavam bem animados e não paravam de falar um só minuto, sabia que não deveríamos ter dado tanto chocolate para eles. Já no ônibus, os outros dois também dormiram. Eles podiam até ficar mais parecidos com crianças assim, mas eu realmente não ia arriscar. James carregou Lizie e Marlene pegou Mich. Na verdade fiquei com inveja deles quando saímos do ônibus e tivemos de caminhar até a casa de Marlene. Também queria colo!

Quando digo que eles me traumatizaram com a história da piscina, não estou brincando. Fiquei andando de um lado para outro quando chegamos em casa. O irmão mais velho de Lene, Stuart ficou um pouco chateado de nós não querermos jantar a comida que ele havia preparado, e então foi levar as crianças para a cama. “O que está havendo Lily?” só James estava comigo na sala, Marlene e Sirius estavam no quintal. “Não quero dormir, só Merlin sabe o que eles podem aprontar” ele riu e então de repente me pegou no colo. Com toda certeza do mundo ele lia meus pensamentos. “O que está fazendo?” falei assim que pude. “Vou te colocar na cama. Não se preocupe, eu durmo com os gêmeos e, assim que Sirius entrar no quarto, eu tranco a porta magicamente” Não posso negar que ele é inteligente, além de forte - não sei quantos quilos eu peso, mas sei quantos quilos minhas roupas pesam no inverno - e, bom, ele sabe cozinhar. E tudo bem, são três elogios para uma pessoa que antes eu só sabia criticar, mas isso não quer dizer nada. Nada mesmo! Então por que ele não sai da minha cabeça desde de que me deixou em minha cama com um beijo de boa noite? Eu devia estar pensando na minha voz que está começando a sumir...

Nota da autora:

Olá Pessoal? Tudo bem? Vamos por tópicos...

Esse capítulo – Bom, eu não sabia exatamente o que ia acontecer, só sabia que as crianças eram muito, mas muito levadas. AMO criança levada. Meus irmãos dizem que pelo medo que eu trato meu cachorro, querem ficar longe de meus filhos, mas ok! Então na segunda eu estava muito irritada – por vários motivos – e resolvi fazer a Lily irritada também, rs. E foi assim que o cap foi sendo feito. Mas é assim que a maioria de meus caps são feitos...

COMENTEM POR FAVOR! SE EU TIVER UM COMENTÁRIO PELO MENOS EU POSTO OS PRÓXIMOS 3 CAPS QUE FALTAM PARA TERMINAR A FIC! BJS

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