<i>ÚNICO</i>
N/A: Espero que gostem da fic, se gostarem, COMEEEENTEM! Por favooor :D A música é linda, recomendo para vocês (y) ;)
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Tudo escuro, todos dormiam. Desceu as escadas, cuidando para que não rangesse com seus passos firmes, pouco delicados. Prendeu a respiração, havia se esquecido de que o penúltimo degrau da imensa escadaria em mármore rangia fortemente. O amaldiçoou e continuou seu caminho. Nada poderia a deter. O relógio de 3 metros da Sala Principal estava quase badalando meia noite. Estava atrasada para o encontro com Sirius. Porque ele teve que marcar em um lugar tão complicado?
Cruzou a sala, sem olhar para trás. Caso alguém aparecesse, diria que era um encontro com seu noivo, Rodolphus. Mas se alguém aparecesse, seria bom que não fosse Narcissa, sua queridíssima irmã. Se fosse Andrômeda, também não haveriam problemas, porque volta e meia ela mesma saía para se encontrar com seu namorado secreto, Ted Tonks, um trouxa qualquer.
Mas nada iria estragar essa noite. Seu maior problema seria como cruzar o imenso e pesado portão da Mansão Black. Que Merlim a ajudasse, porque não tinha muito tempo.
Conseguiu não fazer muito barulho ao cruzar aquele portão. Sirius a esperaria embaixo do Big Bang, ficava meio longe dali. Essa seria a última vez que se veriam, até porque, no dia seguinte, seria seu casamento oficial com Rodolphus, na Mansão Black. Não que quisesse se casar com ele, mas sabia que era necessário. Teria uma vida de ouro, e, afinal, tinha planos a seguir.
Não quis chamar o Nôitibus, até porque aquela era uma ocasião especial. Há muito deixara de pensar em Sirius apenas como o primo mais novo irritante e pirralho. Não, ela não o amava. Muito pela contrário, ela sempre odiara seu primo, e deveria ser por isso que a relação deles era sempre tão imprevisível. Tanto quanto eles.
Preferiu ir como uma trouxa. Havia um táxi ali perto agora. Bellatrix entrou nele e disse para onde desejava ir. O homem devia ser uns 10 anos mais velho que ela, e a olhava com diferente prazer. Antes que perguntasse qual era o problema, ele arrancou o carro dali.
Em 5 minutos chegou no Big Bang. Pagou o homem com galeões, e antes que lhe perguntasse que tipo de dinheiro era aquele, ela sumiu por debaixo da Torre.
A Torre brilhava, havia uma festa de trouxas acontecendo por ali, provavelmente. Haviam luzes de néon. Bellatrix olhou para aquilo. Era bastante bonito, pensou. Mas onde estava Sirius?
Agora,
A neblina em toda a janela esconde as linhas
Mas nada esconde a cor das luzes que brilham
Eletricidade tão fina,
Olhe e seque seus olhos.
- Oi, Bella.
Ela virou-se. Atrás de todas as luzes de néon estava seu primo. Mais bonito que o normal, se é que seria possível. Calça apertada, tênis, uma camiseta, devido ao calor que fazia em Londres. Bellatrix olhou o garoto de dezoito anos em sua frente. Ele estava com um sorriso maroto em torno dos lábios. Ela não pôde deixar de sorrir também.
- Porque esse lugar, priminho?
Sirius aproximou-se.
- Queria que essa noite fosse especial, priminha. Espero que goste daqui tanto quanto eu. É meu lugar preferido.
Ela não respondeu. Caminhou três passos, olhou para baixo. Já estava meio alto, as luzes brilhando acima de si. Os cabelos negros e brilhantes as refletindo nos olhos do primo. Os olhos pretos de Bellatrix voltaram a encarar o primo. Ele foi até ela, permitindo-se perder por segundos em seus olhos. Cinzas nos negros.
- Quer dar um passeio?
- Com o que? Sua moto?
- Que tal?
Ela aceitou, sorrindo. Seria divertido mesmo dar uma volta pelas ruas de Londres ao lado do rapaz.
Sirius acelerou. Cruzaram a festa dos trouxas e Bellatrix olhou para a Torre. Como estava linda. As luzes misturavam-se em verde, azul, amarelo, laranja, rosa, vermelho e incolor.
Enquanto os outros membros da família dormiam na Mansão Black, os dois primos cruzavam as ruas de Londres, rindo, brincando, gritando. Liberdade, até que enfim. Isso que era vida. E era só agora que Bellatrix estava entendendo os princípios de Sirius, as filosofias de seu primo tão odiado. Mesmo ele sendo mais novo, ensinara muitas coisas a ela. Mas ela não podia se apegar tanto a ele agora. Ela não ia desistir do que planejara a vida inteira e estava a ponto de conseguir. Algo satisfatório para fazer para o resto de sua vida.
Então, cansados de todas as trevas em nossas vidas,
Não encontrando palavras para dizer
Pode viver
Receba um carro e dirija,
Para o outro lado
A sensação de liberdade era a melhor coisa que Bellatrix já sentira até então. E não era a liberdade vivida em Hogwarts, onde poderia sempre fazer o que quisesse com qualquer um. A liberdade que experimentava com o primo era diferente. Era para os dois, compartilhada, vivida.
Ela aprendera com ele a viver o presente, porque o futuro era depois, pra que ficar pensando em uma coisa que você nem sabe se vai acontecer? Nada era certo nessa vida. Ela sabia que essa era a última noite com o primo, tinha que ser. Ela não queria, mas tinha escolha? Agora que iria se casar, não iria abrir mão de mais nada. Tinha duas escolhas: casar-se com Rodolphus e seguir Voldemort, virando uma comensal da morte, ou renunciar o casamento, se entregar oficialmente a Sirius e ser queimada da Tapeçaria dos Black. Druella certamente não esperaria isso da filha. Portanto, Bellatrix anulou segunda opção. Não porque queria, mas porque devia.
Depois de rodarem as ruas mais bonitas e tranqüilas de Londres, voltaram para a Torre. As belas luzes ainda estavam lá, para testemunhar mais uma união dos dois primos.
Desceram da moto, Sirius a ajudou. No momento em que tocou a cintura da prima, ela estremeceu e ele sorriu. Finalmente, ele tinha certeza de que ela realmente o queria. Antes de mais nada, trouxe-a agilmente para si e a beijou de leve. Aos poucos o beijo ganhou vida. Imprevisível.
Encontrou as mãos de Bella. Mãos finas, delicadas e brancas, que ele sabia que mataria muita gente, se ela tomasse o destino que a esperava. Ele não tinha pressa, poderia esperar pela prima uma vida. Mas e ela? Ela hesitaria em casar-se no dia seguinte com o homem que não amava, apenas para seguir esse destino tão terrível? Não, ela não hesitaria. Até porque já estava decidida.
- Bellatrix, me diga que esse não será nosso último encontro.
A prima olhou fundo nos olhos do primo, como se bastasse isso para ele adivinhar a resposta. Ele não disse nada, ela somente fez que sim com a cabeça, fazendo com que seus olhos perdessem o brilho peculiar que minutos antes encantara o primo.
Sirius afrouxou as mãos da prima por um momento. Mas mesmo que esse fosse o último encontro, não adiantava nada lamentar. Passara muitos momentos com Bella, e foram certamente os melhores de sua vida, ele os guardaria sempre. E se esse era o último encontro, teriam de aproveitar e muito.
Ele nada disse. Apertou os braços dela e a levou para a cama do pequeno flerte embaixo da Torre de néon. Ela não hesitou. Foi com ele, deixou-se levar, entregou-se pela última vez, estava entregue, mesmo que não fosse para sempre.
Babe por mim, steppin out
Na noite, para a luz
Babe, na noite, para a luz…
O vestido de Bella era simples. Era fácil de ser retirado por mãos tão ágeis e experientes. Era curto, o que facilitava o contato.
De leve, passou suas mãos pelas coxas dela. Ela aceitou o contato. Continuavam se beijando, antes que as luzes se apagassem.
Não tinham muito tempo, eram quase 2 horas da manhã. Deveriam chegar antes que Druella e Walburga acordassem. Sirius retirou o vestido da prima, deixando-a apenas de calcinha e sutiã. Os tirou também, enquanto ela tirava suas roupas tal como ele fizera com ela.
Beijaram-se de novo, imploravam por aquele contato, pela última vez. Bellatrix sumiria, cuidaria disso, cuidaria para que Sirius nunca mais a visse, mesmo que isso lhe custasse uma vida repleta de lembranças.
Chegaram ao ápice. Sirius tinha certeza de que a amava, ela, de que tinha que sumir da vida dele o mais rápido possível. E deixaria um vazio enorme por lá. Chegou a sentir pena do primo, mas não poderia fazer nada, era a sua vida e o seu destino que estavam em jogo. Sirius fora apenas aventuras. Noites de aventura. Aventura com seu próprio primo, longe dos olhares de cobrança do resto da família.
- Bellatrix, eu amo você.
A prima não disse nada, deitou-se, arfando, ao lado do rapaz, olhou-o nos olhos e disse:
- Eu também, Sirius. Mas isso é impossível. Esqueça possibilidades...
Sirius não deixou-a terminar de falar, a beijou. Não entendia porque ela tinha que casar com alguém que não queria...
Você pode estar vestida
Em rosa ou azul, como uma garotinha
E um táxi amarelo se virará para mim
E vou sorrir
Iremos estar lá em pouco tempo,
Se você me seguir.
- Fuja comigo.
A solução de tudo estava nos olhos de seu primo. Ele acabaria de salvar sua vida, se ela não tivesse achado isso algo completamente absurdo. Meu Deus, ele não entendia! Era a vida dela que estava em jogo! A dele também estava, mas isso era ela quem não entendia. Eles tinham mesmo vidas e caminhos diferentes a seguir. Eles eram diferentes.
- Isso é loucura.
Sirius sorriu.
- Eu sei que é, mas sempre fomos loucos.
Bellatrix riu. Era verdade, eles juntos desafiavam muitas coisas. Desafiavam a própria família, mesmo sem ninguém descobrir. Desde pequenos de odiavam, mas tinham seus momentos de amizade, de primos mesmo. Primos amigos. Nunca deveriam ter sido mais do que isso, ela sabia, ele também. Mas valeu a pena. Desde pequenos viveram coisas extraordinárias, mesmo se algumas deixassem algumas marcas.
Bellatrix lembrou-se de seu primeiro beijo.
FLASHBACK
A Mansão estava cheia de gente. Sirius não estava mais agüentando ficar no meio daquela gente chata. Tinha doze anos, a prima mais velha, quatorze.
Resolveu ir para os jardins antes que sua mãe o visse e passasse sermão. Foi então que ele encontrou Bellatrix.
Virou os olhos e deu meia volta.
- Hey, pirralho, volta aqui. Bellatrix ordenou.
Sirius bufou e foi até a prima.
- O que é que há?
Ela então agarrou o primo de forma que ele não pudesse fugir e o deu um beijo. Ele sentiu nojo, a coisa mais esquisita do mundo. Mas relaxou, por fim. Abriu espaço para a língua exigente de Bellatrix, e ela continuou seu objetivo.
Depois que se separaram, Sirius disse:
- Por quê fez isso?
A menina dos cabelos negros e enrolados respondeu:
- Queria saber como era.
Virou-se e entrou.
FIM DO FLASHBACK.
Bellatrix gargalhava ao lado de Sirius. Realmente era sempre ela no controle da situação.
Olharam o relógio, se assustaram. Eram duas e meia da manhã. Se levantaram e olharam uma última vez para a Torre, antes que o destino os separasse completamente.
Babe por mim, steppin out
Na noite, para a luz
Babe, na noite, para a luz…
(Steppin Out – Joe Jackson).
Chegaram suados na Mansão. Sirius olhou uma última vez para a prima antes que a perdesse para sempre.
Ela o beijou.
- Não esqueça o que passamos, Sirius.
Ele fez que sim, e devolveu o beijo. Amava Bellatrix, mas desejava acima de tudo que ela fosse feliz, mesmo que não fosse com ele.
- Seja feliz, priminha.
Ela sorriu, entrou na Mansão, e correu para o quarto.
Sirius ficou parado, antes de entrar, em frente à Mansão Black. No dia seguinte ela não seria mais sua. Mas jurou para si mesmo, que aquela de longe seria a última vez, até porque Bellatrix sentira amor, finalmente,
Fim.
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