Um colar já conhecido
Alguns dias depois, no ministério
Hermione respira fundo. A morena sabe que esta é a sua última esperança, se o fantasma da grifinoria falhar, ela não sabe se terá ânimo para tentar arranjar outro jeito
Ela está acompanhada, além de sir Nicolas, de Rony, Remo e Tonks. Bem que o lobisomem e a metamorfogama tentaram fazer com que os dois jovens ficassem na escola, mas eles foram categóricos nisso. Hermione simplesmente não conseguiria ficar esperando na sua sala comunal. Além disso, ela sentia que devia estar lá por Nick quase sem cabeça que de uma forma ou de outra pode estar sacrificando a sua existência
Graças aos bons contatos de Tonks eles conseguiram entrar no ministério durante a noite. Hermione sente seu coração bater descompassado. Vai dar certo, ela repete como a um mantra, nós vamos conseguir
Ela olha para o véu. Harry disse que ouvia vozes vindas de lá. No entanto, ela não ouve nada. Será que uma destas vozes é o lamento de Sirius Black? Ela não pode deixar de pensar
Estou pronto – Sir Nicolas diz, tirando-a do devaneio – o que eu devo fazer?
Hermione olha para o fantasma, na verdade ela não pensou nisso, a grifinoria não tem idéia do que Nick deve fazer para tirar Sirius Black do véu
Felizmente Remo Lupin toma a palavra – primeiramente você deve entrar no véu e procurá-lo. Não sabemos ao certo onde ele estará nem em que condições, depois deve mostrar pra ele o caminho de volta e se for da sua vontade e for possível deve vir com ele
O fantasma assente com a cabeça. Se fosse vivo, Hermione diria que ele respirou fundo e então ele entra no véu
Hermione não sabe dizer quanto tempo se passou, o fato é que ela cochilou recostada na parede, então ela sente um leve toque, ela acorda sobressaltada e vê que Rony está a seu lado, seu semblante é tristonho quando ele diz suavemente – nada até agora, por quanto tempo devemos esperar?
Hermione olha para o namorado, ela na verdade não tem nenhuma idéia a respeito de quanto tempo deveriam esperar, tudo que ela sabe é que estão ali há horas e até agora não há nenhuma notícia, nenhuma pista, nem Sirius Black nem sir Nicolas surgiram pelas brumas do véu. Ela sabe que já está amanhecendo e que em breve a movimentação do ministério começará e que seria difícil explicar a presença de alunos de Hogwarts no ministério, que dirá na sessão proibida. Seu coração se angustia ao pensar que não apenas falhou ao trazer Sirius Black, mas também relegou outra pobre alma aquela prisão, sem que perceba as lágrimas surgem em sua face e ela mal sente o ruivo abraçá-la
Não fica assim, Mione – ele diz tentando consolá-la – nós vamos pensar em outra coisa
Não, Rony – ela diz soluçando – acabou
Nem bem Hermione pronuncia estas palavras, um clarão toma conta do local. Uma explosão faz com que todos sejam lançados longe do lugar onde estavam e eles vêem estupefatos uma forma sendo lançada pra fora do véu
XXXXX
De volta aos dias atuais
E foi assim, Harry – Hermione conclui o seu relato – Sir Nicolas entrou no véu e de alguma forma que não sabemos como, ele conseguiu fazer com que Sirius saísse
E o Nick? – Gina pergunta – o que aconteceu com ele?
Não tivemos notícias dele desde então – Hermione diz, tristonha – o Sirius estava praticamente morto e tivemos que sair do ministério o mais rápido possível, não podíamos levá-lo ao St Mungus pois temíamos que caso alguém descobrisse tentasse leva-lo para Azkaban, tecnicamente ele ainda seria um foragido, então o trouxemos pra cá e Aletheia está fazendo de tudo para que ele sobreviva
Harry olha para seu padrinho, não é preciso ter conhecimentos médicos para perceber que ele está praticamente morto. O menino que sobreviveu não sabe direito o que pensar, é injusto que Sirius tenha sido resgatado do véu para morrer, isso não pode acontecer é o pensamento que ele tem no momento. Ele sente seus olhos queimarem com as lágrimas que teimam em cegá-lo. Então Harry se levanta e sai do quarto perante os olhares atônitos dos presentes
Hermione tenta segui-lo, mas a mão do ruivo em seu ombro lhe impede – deixe – ele diz – você conhece o Harry, ele precisa de um tempo
Nunca foi minha intenção chateá-lo – ela diz enquanto uma lágrima desce por sua face – eu só não queria que ele criasse falsas esperanças e se decepcionasse caso a gente não conseguisse
Nós sabemos, Mione – Gina diz – você conhece o Harry, ele só precisa ficar um pouco sozinho pra digerir essa loucura toda – ela olha para Sirius Black, o homem outrora vigoroso está pálido e extremamente magro. Seria fácil confundi-lo com um cadáver – vocês acham que ele tem alguma chance?
Estamos fazendo o possível – Aletheia diz – se fosse em outra ocasião eu diria que apenas Deus poderia salvá-lo, mas eu acho que ele não teria conseguido escapar do véu se fosse simplesmente para sucumbir aqui
Ele vai escapar – Remo diz de forma otimista – tem que escapar...
Ele diz e não fala mais nada, mas todos compreendem. Se apesar de tudo Sirius morrer Harry vai literalmente enlouquecer e isso pra Voldemort será um prato cheio
XXXXX
Na torre de astronomia
Harry respira fundo numa vaga tentativa de se acalmar, é difícil para ele definir o que está sentindo. Uma mistura de raiva, mágoa e apreensão. A raiva e a mágoa evidentemente são porque seus melhores amigos lhe esconderam uma coisa como essa. É claro que o seu lado racional entende, mas isso não faz com que ele se sinta melhor. E a apreensão é por saber que talvez Sirius Black não sobreviva
A última coisa que ele quer é parecer um menino mimado, mas neste momento só o que ele quer é gritar até seus pulmões perderem a força. Não é justo, ele pensa. Mas quando em sua vida as coisas foram justas? Ele mal se lembra dos seus pais graças ao pouco tempo em que conviveram, foi relegado a uma família para quem era menos que nada, depois quando vislumbrou a possibilidade de morar com seu padrinho não pôde fazê-lo, pois Sirius se tornou um fugitivo e depois foi lançado ao véu e agora... Agora ninguém sabe se ele poderá sobreviver
Ele está se consumindo em auto piedade quando sente alguém se aproximar, Harry se vira e ao contrário do que poderia pensar não é Rony, Gina ou Hermione quem está lá, ele vê Aletheia se sentar a seu lado e permanecer por alguns minutos em silêncio como se estivesse analisando a sua reação
O menino que sobreviveu já está começando a ficar incomodado com aquele silêncio. Ele, no fundo, esperava palavras de consolo ou talvez alguma explicação, mas não Aletheia sequer o encara, ela olha ao longe como se a sua mente não estivesse lá. Então Harry não resiste e murmura mais para si mesmo – não é justo...
Ninguém disse que é, Harry – Aletheia olha para o jovem – muitas coisas nas nossas vidas não foram justas, muitas coisas não são justas, essa guerra não é justa, tudo que você passou não foi justo, mas infelizmente foram assim que as coisas aconteceram
Eu só queria poder fazer alguma coisa – Harry diz – às vezes eu tenho a impressão que é so questão de tempo para o maldito voltar e dominar tudo
É... Acontece comigo também – Aletheia diz e vê que Harry a olha espantado – mas isso só dura um minuto ou dois. Eu acredito que ele não vai triunfar, não apenas que voce vai derrotá-lo, eu acredito que isso vai ser feito por todos nós, por todos aqueles que lutam. Mesmo que você tenha que derrotá-lo todos estão dispostos a fazer o que for preciso e o Sirius também, eu tenho certeza
Isso se ele conseguir – Harry diz, pessimista
Sim, se ele conseguir – Aletheia concorda – mas sabe de uma coisa? Ele conseguiu escapar de Azkaban, conseguiu sobreviver ao véu. Não acho que ele seria resgatado pra morrer. Ele não está bem – ela suspira – mas você não viu a forma como ele chegou, eu posso dizer que ele melhorou bastante
Harry olha para a freira, se ele já melhorou Harry não quer nem pensar na forma que ele estava quando o acharam
Sim, ele estava praticamente morto – Aletheia fala adivinhando o que o menino que sobreviveu está pensando – mas eu tenho muita fé que ele vai sobreviver e quanto a seus amigos...
Harry suspira, ele sabia que o assunto do segredo seria mencionado. Ele não quer ser indelicado com Aletheia, mas definitivamente não quer falar disso agora
Eu não vou dizer pra voce não ficar chateado – Aletheia diz – eu sei que a gente não pode controlar esse tipo de coisa. Mas se coloque no lugar deles, e se fosse um engano? E se não houvesse forma de tirar seu padrinho do véu? Pelo que eu fiquei sabendo nem Dumbledore, aliás, o quadro dele tinha qualquer tipo de esperança
Ótimo! O menino que sobreviveu pensa. Mais um que sabia e me manteve no escuro. Ele se segura para não bancar o menino mimado e diz – eu posso fazer alguma coisa pra ajudar?
Na verdade você pode – Aletheia diz – fique com o seu padrinho o máximo que puder, converse com ele, deixe que ele saiba que não está mais no véu e que as pessoas estão esperando que ele se restabeleça – ela olha para Harry que não parece achar que isso é de grande valia – você pode até achar que isso não faz diferença, mas eu digo que faz. Ter pessoas que se importem sempre faz diferença e eu estou falando isso como medibruxa não como freira
Harry assente com a cabeça, Aletheia continua – e outra coisa, por favor não perca seu foco, você tem uma missão – ela vê Harry rolar os olhos – você sabe mais do que ninguém como isso é importante. Não adianta nada Sirius sobreviver pra morrer nas mãos dos comensais ou algo parecido, você não pode se esquecer disso nunca
XXXXX
E assim os dias passam. Harry divide seu tempo entre seus treinamentos, a procura do colar e a espera que Sirius melhore. Fisicamente o padrinho de Harry está mais forte, mas não houve nada até agora que o fizesse acordar, o que é claro frustra o menino que sobreviveu
Não perca o foco, ele repete para si mesmo o tempo todo enquanto treina mais pesado que nunca, não apenas porque ele precisa estar preparado, mas também para descontar toda sua raiva e frustração
Calma lá, menino que sobreviveu! – Draco diz limpando o suor do rosto – você disse que acreditava que eu estou do seu lado, por que então está tentando me matar?
Comensais não deixam você parar pra tomar fôlego, lembra? – Harry diz ironicamente utilizado uma das frases que Draco gosta de usar quando estão treinando. Ele senta-se ofegante no chão enquanto diz – eu peguei pesado, desculpe
A questão não é essa, Potter – Draco diz enquanto se senta – você está lutando pesado, eu admito. Mas não é preciso ser um gênio pra saber que você não tem foco algum enquanto luta
Harry até pensa em argumentar, mas ele sabe que o loiro está certo. Ele não tem prestado atenção alguma enquanto luta, Harry sabe que se fosse pra valer ele não duraria muito tempo, por sorte ainda não é
Eu sei que não estou dando tudo de mim – o menino que sobreviveu diz, desanimado – mas é muita coisa acontecendo, se a batalha acontecesse agora não haveria porque me esforçar muito, enquanto a gente não destruir as malditar horcruxes eu não posso fazer muita coisa, se ao menos a gente soubesse onde está o colar, mas mesmo com a foto ninguém tem nenhuma pista
Foto? – Draco fala curioso – você não me falou nada a respeito de foto!
Harry olha para o sonserino, de fato ele contou tudo a respeito do colar, mas por algum motivo que ele mesmo desconhece, a foto tirada por Luna na câmera de Colin não foi mencionada, como ele pôde ter esquecido isso!
Você tem a foto aí? – o loiro pergunta e vê Harry assentir com a cabeça
Eu ando com ela o tempo todo – Harry diz – para o caso de encontrar algo – ele diz enquanto tira a fotografia do bolso
Draco pega a foto que Harry lhe estende, ele só precisa de um minuto para respirar fundo e dizer – eu... Eu conheço este colar!
Harry olha para o loiro sem acreditar – você está brincando! – ele exclama sem pensar
Potter, acho que você me conhece bem o suficiente pra saber que não sou exatamente uma pessoa com senso de humor. É claro que eu não estou brincando! – o loiro exclama – eu conheço este colar e você também conhece
Eu conheço? – o menino que sobreviveu indaga, curioso – não me lembro de ter visto esse colar antes, como voce pode afirmar com tanta certeza que eu conheço?
Draco encara Harry e por um momento ele parece extremamente sem jeito, por fim ele diz – eu usei este colar pra tentar envenenar Dumbledore o ano passado e quase matei aquela garota da grifinória
Sim, Harry se lembra do ocorrido, mas não parece que seja o mesmo colar – o colar era negro, eu me lembro muito bem e este da foto é azul
Não, Potter – Draco insiste – ele não era negro, era um azul muito escuro que poderia parecer negro se voce não o visse de perto e eu garanto que vi o colar muito de perto
O menino que sobreviveu sente seu coração acelerar. Será mesmo possível que ele esteve tão perto assim da horcruxe sem sequer imaginar? Harry tenta raciocinar com clareza, então ele olha para o loiro e diz – eu vou avisar os outros e encontro com você na sala da diretora em dez minutos – ele vê Draco assentir com a cabeça e sai
XXXXX
Pouco depois, na sala da diretora
Draco olha para os presentes. Ele se sente um pouco desconfortável por estar naquele lugar, o loiro não pode deixar de lembrar a última vez que esteve lá de forma clandestina para conversar com o quadro de Dumbledore
Ele não pôde esquecer as palavras do quadro, dizendo que ainda havia esperança pra ele, da mesma forma que nunca pôde esquecer as palavras de Dumbledore antes de sua morte oferecendo-lhe proteção. Talvez se ele tivesse dito um simples sim as coisas tivessem acontecido de forma diferente
Quando Remo e Tonks chegam, Harry pigarreia para chamar a atenção dos presentes e começa – eu mostrei a foto ao Malfoy e ele disse que reconhece o colar – ele respira fundo – ele diz que a horcruxe é o colar que quase matou Catia Bell
Não pode ser – Minerva diz – eu vi a foto, o colar da Corvinal é azul e aquele era preto
Foi o que eu disse também – Harry diz – mas ele insiste que o colar visto de perto era de um azul profundo
Pode se que ele tenha mudado com o feitiço – Remo explica – ninguém sabe como um objeto vai reagir a uma magia tão negra – ele olha para o Malfoy – você tem certeza?
Draco praticamente revira os olhos ao dizer – eu tenho certeza absoluta, já disse. Este colar ficou em meu poder durante vários dias até que surgisse a oportunidade de fazer o que eu tinha planejado
Há uma forma de saber com certeza – Hermione, prática como sempre, diz – achar o colar e verificar a magia existente nele – ela olha para a diretora – a senhora sabe se o colar foi guardado por Dumbledore?
Minerva fica meio sem jeito ao dizer – ele foi dado ao Snape – ela vê que os presentes a encaram – ele era o professor de dcat na época e foi o próprio Alvo quem o fez
Há alguma chance de que ainda esteja nas coisas dele – Hermione diz – eu acho que ele não tinha idéia do que aquele colar realmente era
Pode ser – Minerva diz, esperançosa – nós vamos procurar – ela olha para Draco Malfoy – você deve saber melhor do que os outros os locais onde Snape poderia guardar isso, poderia ficar encarregado de procurar nas dependências da sonserina
Draco olha maio desconfortável para a diretora – não é que eu não queira fazer isso, mas acho que vocês se recordam que meus colegas de casa não sabem que estou aqui
Isso pode ser providenciado, senhor Malfoy – Minerva diz – se voce quiser colaborar – ela quase sorri ao ver Draco assentir com a cabeça muito – bem então mãos a obra!
NOTA DA AUTORA
Finalmente estou postando! Como eu não canso de dizer, eu posso enrolar mas sempre acabo aparecendo! Espero que ainda tenha alguém por aqui e a estas pessoas eu agradeço imensamente pela paciência.
Mais uma horcruxe descoberta, confesso que passei muito tempo pesquisando para arranjar algo que fosse verossímil sem copiar a mestra JK, foi difícil mas eu acho que consegui.
Espero que tenham gostado do capítulo, até o próximo e lembrem-se que eu posso demorar mas não abandono as minhas fics!
Bjos
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!