Os dias passam
Os dias passam, Harry já saiu da ala hospitalar e eles passam o tempo entre os treinamentos e a pesquisa do que pode ser a horcruxe, pesquisa essa que envolve não apenas os quatro amigos, mas vários membros da armada, alguns integrantes da ordem, professores e todos aqueles que se propuserem a ajudar. Não há tempo a perder. Voldemort ainda não atacou, mas eles sabem que o silêncio em se tratando do ser maligno nunca é nada bom
Ele nunca pensou que faria isso, mas tanto Harry quanto Rony, Gina e muitos outros se debruçam sobre exemplares de Hogwarts uma história. Não que tenha havido um surto de interesse por história da magia, não é nada disso, mas é o melhor que eles têm para tentar descobrir algum objeto que seja dos fundadores. Qualquer nome que eles encontram é objeto de pesquisa árdua
Hermione sorriria e diria sempre soube que a leitura desse livro poderia ser útil em algum momento se ela tivesse ânimo pra isso. Mas ela não tem, ela não tem pois além de auxiliar os amigos na busca pelo que pode ser uma horcruxe, ela se desdobra em pesquisas para buscar uma forma de tirar Sirius Black do famigerado véu. Mas por enquanto ambas se mostram infrutíferas
Harry falou para ela sobre a sua teoria de que o objeto deve ser algo pertencente à corvinal o que ela relutantemente concordou. Pode ser que haja algum outro objeto da grifinoria e por isso eles ficam abertos a ambas possibilidades
Mas Harry está quase certo de que é algo de Rowena e é por isso que neste momento o quarteto se encontra na sala precisa acompanhados de Luna e Neville
Obrigado por virem – ele diz diante do olhar curioso dos presentes – na verdade eu os chamei por que preciso pedir um favor pra você, Luna
Pra mim? – a corvinal o fita com seus grandes olhos azuis enquanto assente com a cabeça – o que eu puder, Harry
Harry respira fundo – eu estou quase certo que um dos objetos da fundadora da corvinal foi transformado em horcruxe
Um objeto da corvinal? – Luna fala com o seu semblante sonhador – mas o que seria?
Nós não sabemos – Harry diz – é aí que você entra. Você é a corvinal em que mais confiamos e logicamente tem acesso às dependências da corvinal, pode tentar conversar com os quadros da sua sala comunal, descobrir se existe um livro ou algo que nos dê uma pista
Eu posso fazer isso – Luna diz assentindo com a cabeça – mas e se não for nada da corvinal?
Todos os fundadores tiveram objetos transformados em horcruxes – Harry pondera – sonserina, lufa-lufa... Só faltam a corvinal e a grifinória, mas a espada da grifinória está aqui, eu acho que se houvesse algo maligno na espada Dumbledore teria descoberto
Entendi, Harry – Luna sorri – eu vou vasculhar cada quadro, cada objeto e tudo mais que eu puder. Se tiver algo, eu vou encontrar – a garota fala e neste momento não tem seu costumeiro ar sonhador e sim um ar decidido, um ar de quem sabe exatamente o que tem que fazer e irá mover céus e terras para fazê-lo
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E assim os dias passam, os treinamentos estão cada vez mais intensos, Harry e todos os que sabem do que se passa continuam procurando pistas sobre o que pode ser a próxima horcruxe e tentando não desanimar a cada alarme falso. Eles sabem que o tempo é escasso, mas infelizmente não há nada a fazer a não ser continuar tentando
Hermione, além de auxiliar nesta busca, usa todo o seu tempo pra tentar achar uma forma de tirar Sirius do véu e a cada passo infrutífero, ela se vê pensando se realmente irá conseguir. Mas ela não vai desistir, ela deve isso a Sirius, ela deve isso a Harry
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Enquanto isso, no ministério
O ministro está sozinho. Ele pediu para seus assessores um minuto para si mesmo. Rufus pega os inúmeros exemplares dos jornais bruxos e em todos eles, alguns de forma curta e grossa e outros sendo um pouco mais sutis, cobram que ele tome uma atitude. Vai ser preciso um outro ataque antes que se faça algo? É o que ele mais ouve
Ele não sabe o que fazer. Aliás, ele sabe muito bem o que deve fazer e sinceramente lhe agradaria fazê-lo. Os trouxas não são assim tão inofensivos quanto eu pensava. Ele fala para si mesmo
Minerva McGonagall insinuou que teria o dedo de você sabe quem nessa história, mas ele não entende como. Ora, ele sempre odiou tudo que é trouxa! Por que então aquele que não deve ser nomeado faria os trouxas atacarem bruxos puro sangues? É o que ele se pergunta
Sim, ele tem que fazer alguma coisa. Sua omissão pode ser perigosa. Sua cabeça está a prêmio e uma das coisas que ele jurou quando aceitou o cargo de ministro da magia foi não cometer os mesmos erros do seu antecessor, ele não vai colocar uma venda em seus olhos e agir como se nada tivesse acontecido. Isso não, mesmo que suas atitudes não agradem boa parte da população, ele tem certeza que outros o apoiarão. Rufus só não pretende agir sem uma estratégia. Por um lado foi bom que a diretora de Hogwarts tenha aparecido isso evitou que ele tomasse uma atitude precipitada, isso lhe deu um tempo pra pensar em como agir e ele irá agir. Em breve...
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Em Hogwarts
Aletheia anda pelos corredores. Ela nunca pensou que se adaptaria tão bem novamente ao mundo bruxo, não depois de tanto tempo vivendo no convento. Talvez seja pelo fato de não haver tempo para adaptações, não há como ficar pensando no que ela deixou lá fora quando há uma guerra iminente na qual muitos não sobreviverão para contar a história
Ela admite que gosta da escola, gosta dos novos amigos que fez. Mesmo sentindo uma falta imensa do convento e principalmente de madre prioresa. Ela não pode dizer que está totalmente infeliz nesta escola. Seu trabalho não é muito, ela ajuda Madame Pomfrey quando necessário, mas o resto do tempo ela está livre para usar a biblioteca e perambular pela escola e é exatamente isso que ela esta fazendo agora. Existe muita coisa que ela ainda não conheceu e Aletheia tem a impressão que deverá demorar muito tempo antes que ela conheça tudo
A bruxa resolveu procurar por Draco, ela sente que embora ele consiga alguma interação com os demais, o rapaz está se sentindo sozinho. Ela vê isso em seus olhos cada vez que o encontra. Mesmo que o loiro tenha sempre uma expressão de tédio, Aletheia sabe que ele precisa de contato humano, todos precisam
Ela está absorta em seus pensamentos quando sente uma lufada de ar frio atravessando seu corpo. Aletheia para assustada e se dá conta que atravessou o fantasma da Lufa-lufa sem querer. Ela sente um arrepio, atravessar um fantasma não é uma sensação exatamente agradável – desculpe, frei – ela diz sem jeito – eu estava distraída
Não foi nada – o fantasma sorri – eu sei que não é agradável para vocês vivos, mas para nós fantasmas até que é legal. É como se fossem cócegas
Aletheia olha para o frade bonachão. Ela já conhece todos os fantasmas da escola e pode dizer de longe que o frei é o que ela mais simpatiza. Talvez se ela tivesse ido para Hogwarts ao invés de Beaubeatoux ela fosse uma Lufa-lufa, talvez seja pelo fato dele ter tido uma vida religiosa, uma vida trouxa assim como ela
Frei! – Ela o chama num impulso e vê o espectro olhar curioso pra ela – eu posso fazer uma pergunta? E meio pessoal, então se o senhor não quiser responder...
Ora, minha cara – o fantasma sorri – eu já estou morto mesmo, nada do que me perguntar poderá me ofender ou coisa parecida
Bem... É que... – ela diz, parecendo desconcertada – como o senhor pode ter sido um frei sendo um bruxo? – ela vê que o fantasma fica calado – desculpe se pareço intrometida, não precisa responder se não quiser. Eu só fiquei curiosa
Ah, menina... – o fantasma parece pensativo e depois sorri – É uma longa história. Se você estiver disposta a perder um tempo com um mero fantasma, eu conto
Eu quero, se não for muito incomodo – Aletheia responde e vê o fantasma emitir um suspiro
Na verdade eu não sabia que era um bruxo – o frei diz mais para si mesmo – foi há muito tempo e infelizmente nem todas as crianças bruxas foram achadas. Eu vivia em uma família abastada em um período onde havia o que hoje é conhecido como inquisição. Muitas pessoas sofreram, trouxas principalmente já que os bruxos conseguiam escapar. Eu fazia algumas coisas estranhas e minha família vivia apavorada, com medo que alguém descobrisse e eu fosse denunciado. Então em uma medida desesperada me mandaram para o serviço religioso esperando que a vida como um monge pusesse fim a isso
Aletheia suspira. Ela tem conhecimento suficiente deste período da história pra saber que os jovens não tinham muita escolha. Faziam o que a família mandava e pronto
Eu fui para o mosteiro muito jovem e comecei minha vida religiosa – ele continua – não era ruim e à medida que eu crescia conseguia controlar a minha magia, na maioria das vezes pelo menos. Um dia chegou uma senhora muito pobre com uma criança no colo, o menino estava muito doente, ele havia sido picado por uma cobra e a pobre mãe queria que os frades rezassem por ela
O fantasma olha para a moça a sua frente e vendo que Aletheia escuta com atenção, ele continua – eu fui até o garoto. Naquele tempo uma mordida de cobra era fatal, só o que a gente poderia fazer era rezar, então me preparei para encomendar a pobre alma – o fantasma suspira – não sei por que motivo resolvi tocar a ferida e ela se fechou como mágica. O menino abriu os olhos e chamou pela mãe, ela caiu de joelhos e disse que era um milagre
Depois disso começaram a trazer todo tipo de doente e ferido pra mim e eu curava a todos. Eu não sabia por que fazia isso, hoje eu sei que era a minha magia involuntária, a magia que eu não tinha controle. De alguma forma havia se canalizado para curas. A notícia se espalhou, alguns achavam que eu era um santo – ele respira fundo – outros... Bem, outros pensavam que eu era um bruxo o que não deixava de ser verdade, não é mesmo? – ele sorri – bem eu fui preso pela inquisição, julgado e queimado em uma fogueira em praça pública. Eu não tive treinamento mágico então não sabia como me safar e, bem, aqui estou eu
E como o senhor veio parar aqui? – Aletheia questiona – quer dizer, o senhor nem sabia o que era, não sabia que Hogwarts existia
É uma boa pergunta – o fantasma fala, pensativo – na verdade nem eu sei dizer, eu comecei a vagar olhando sempre para meu corpo, tentando entender porque não estava queimado. Acho que não tinha idéia do que estava acontecendo, não sabia que estava morto. Eu falava com as pessoas, mas ninguém me ouvia. Eu fui ao mosteiro onde morava, tentei falar com meus irmãos e nada. Então eu parti, eu vaguei durante muito tempo não sei precisar quanto, a gente perde um pouco essa noção depois que morre. Eu não sentia fome, sono ou nada parecido, mas ainda não sabia da minha condição ou pelo menos não queria admitir – ele suspira – acho que no fundo eu sabia, mas não aceitava, sabe. Ia contra tudo o que eu aprendi. Quando eu realmente me dei conta, eu comecei a questionar se realmente eu não era um ser maligno, afinal se eu não havia encontrado a paz eterna, eu deveria ser um pecador horrível
Aletheia ouve atentamente ela tem muitas perguntas pra fazer, mas não que se arriscar. Então a freira decide ouvir tudo antes de qualquer questionamento
Então um dia, não sei dizer como nem porque, eu encontrei o castelo. Eu fiquei exultante ao perceber que aqui as pessoas me viam, eu encontrei o chapéu seletor meio que por acaso e nós começamos a conversar, ele me disse que eu teria sido da lufa-lufa caso tivessem me encontrado. Eu fui ficando e aqui estou eu – o frei encara a jovem mulher – você quer me perguntar mais alguma coisa, acertei?
Aletheia fica meio sem jeito, mas toma coragem e respira fundo – você foi um religioso e depois descobriu que era um bruxo... Você deixou de acreditar? Você sabe do que eu estou falando...
O frei sorri – eu descobri que as coisas não eram bem como eu imaginava, não eram bem como me foi ensinado. Mas não, eu nunca deixei de acreditar... Eu fui um bruxo, mesmo que não soubesse, hoje sou um fantasma, mas acima de tudo fui um ser humano... Não perdi a minha fé – ele olha para Aletheia – e se eu posso lhe dar um conselho... – ele vê Aletheia assentir a cabeça – não perca a sua fé, menina... Nunca
A bruxa ou a freira, como queiram, segue o seu caminho sentindo paz em seu coração. Uma paz que ela havia encontrado apenas no convento, mas cada vez mais ela percebe que a verdadeira paz deve ser procurada dentro de si mesma...
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Enquanto isso na sala da Corvinal
Luna senta-se em uma das confortáveis poltronas da sua sala comunal e solta um suspiro. Ao mesmo tempo em que ela se sente orgulhosa da missão que Harry lhe confiou, ela está temerosa de não conseguir e a última coisa que ela quer é decepcionar o menino que sobreviveu
A corvinal tem consciência do quanto a sua vida mudou depois que ela começou a conviver com Harry e seus amigos. Ela sabe que muita gente deixou de se referir a ela como Di-lua quando perceberam que ela gozava da confiança de Harry Potter
Pra ela nada mudou, é claro. Luna nunca pensou e nunca pensaria em usar a sua amizade com Harry para conseguir algo para si, até porque ela consegue ver o menino que sobreviveu como ele realmente é, um jovem com um senso de justiça e uma coragem inabaláveis e é por isso que ela vai mover céus e terra para fazer o que ele lhe pediu
Luna admite que não está sendo fácil. Ela já vasculhou livros, perguntou aos quadros e até agora nada. Mas ela não vai desistir, se Harry precisa disso ela conseguirá
O problema é que ela não tem mais nenhuma idéia de como conseguir isso. Ela já leu todos os livros que encontrou sobre a fundadora da sua casa, já perguntou aos quadros da sua sala comunal, ela falou até mesmo com a Dama Cinzenta. No entanto, todas as suas tentativas foram infrutíferas. Do que adianta tanto empenho se eu não estou tendo sorte? Ela diz para si mesma e neste exato momento seu semblante se ilumina, Luna teve uma idéia, uma idéia louca e desesperada, mas ela vai tentar...
NOTA DA AUTORA
Aqui está (finalmente) mais um capítulo! Hoje não vou explicar os motivos da minha demora, afinal eu os explico praticamente toda vez que posto, continuam os mesmos...
Na verdade eu queria aproveitar esta N. A. pra falar um pouquinho de outra coisa, eu quase cai dura outro dia. Motivo? Eu me dei conta do tempo que faz que eu estou postando essa fic! Não é brincadeira, juro! Eu sou muito distraída pra essas coisas e apenas outro dia fui perceber que fazem ANOS que estou escrevendo essa história, se eu realmente vivesse disso já teria sido demitida há muito tempo
Aí eu fiquei pensando, será que é por isso que as reviews diminuiram consideravelmente? Será que as pessoas perderam a paciência comigo e desistiram da história? Ou será que uma grande parte simplesmente cansou do universo maravilhoso de HP e partiu para outra? Afinal eu comecei a postar depois que o último livro saiu, os filmes também já foram lançados faz tempo, muita gente acaba procurando novos horizontes né
Eu fico preocupada e meio chateada com isso, muitas das autoras maravilhosas que apareciam por aqui agora não escrevem mais, fics que eu adorava ler estão inacabadas... Por favor não deixem isso acontecer, a saga acabou mas a magia continua...
Vou parar por aqui, se eu continuar a "filosofar" deste jeito daqui há pouco a nota fica maior que o capítulo (sim, eu continuo fazendo capítulos pequenos, sorry) mas não posso deixar de agradecer imensamente a todos que estão lendo, não apenas por ler a minha fic mas por ainda amar e querer fazer parte deste mundo mágico. E, a propósito, se quiser deixar uma palavrinha eu continuo ficando muito feliz (não resisti)
Ah, antes que me esqueça, a história do Frei... A Jk disse no Pottermore que o fantasma da lufa-lufa havia sido morto pela inquisição e eu resolvi explorar esse fato um pouquinho mais. Espero que tenham gostado
Bjos e até o próximo
Comentários (2)
ficou ótimo o capítulo! tomara q a Luna consiga achar a pista q leva a outra horcruxe...
2013-09-09Amei o capitulo eu sou daquelas que continua a acreditar no mundo HP mesmo se formos poucos para os que ficaram HP nunca vai morrer ou pelo menos falo por mim posta logoo proximo cap.BJS
2013-09-09