Uma conversa no meio da noite
Em algum lugar da Londres bruxa
Cornélio Fudge desistiu de tentar dormir. Ele sorve um chá sem realmente sentir o gosto. Maldita hora em que ele se deixou convencer e continuou no ministério como um dos homens do novo ministro. Pra ele é definitivamente uma humilhação, isso sem falar que o ministério não é exatamente o local mais seguro para se estar nestes últimos tempos. Verdade seja dita, um dos motivos que o levou a aceitar o cargo inferior foi o fato dos assessores do ministro terem direito a proteção e isso nunca é demais do jeito que as coisas andam
Ele finge não notar a forma com que várias pessoas no ministério o encaram quando pensam que ele não está olhando. Como se de alguma forma ele fosse culpado pela volta de você sabe quem. Como se alguém pudesse fazer alguma coisa para impedir. Ele pensa. Nem Dumbledore pôde, nem Harry Potter pôde... O ex-ministro, entretanto, tem que admitir que se ele não fosse tão teimoso em ver o que estava óbvio, talvez muita coisa pudesse ser diferente, talvez ele ainda fosse ministro, talvez ele conseguisse dormir sem ser atormentado por pesadelos onde dementadores, lobisomens, inferis a mando daquele que não deve ser nomeado não o perseguissem
Neste momento ele ouve um ruído. Cornélio Fudge demora alguns segundos para ter certeza que isso não é produto da sua imaginação atormentada, ele segura a varinha com os dedos trêmulos falando para si mesmo que os aurores que se encontram do lado de fora não deixariam ninguém entrar sem avisá-lo... Ou deixariam? Ele sabe que muitos dos homens que foram designados para protegê-lo não são especialmente seus fãs. O que lhe consola é que são homens extremamente profissionais e leais ao combate das trevas e é apenas por isso que o ex-ministro não teme ser deixado a sua própria sorte
Neste momento, ele vê um clarão e o que surge não é nem de longe o que ele espera...
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No outro dia
Harry e Gina aguardam Rony e Hermione que ainda não desceram para o café. Por um lado o menino que sobreviveu fica aliviado por não ter que aguentar os olhares de seu amigo e cunhado, mas por outro isso o intriga. Será que aconteceu alguma coisa? Ele pensa com seus botões
Estranho – a voz da namorada o tira do devaneio – eles não são de atrasar. Pouca coisa no mundo faria meu irmão perder o café da manhã
Harry balança a cabeça concordando e neste momento o casal vê Hermione e Rony adentrando pela porta
Pensei que fosse perder o café, irmãozinho – Gina fala de modo irônico – a noite foi boa?
Hermione sorri – vocês nem imaginam como foi boa (ela sabe que as suas palavras vão dar mil e uma idéias a seu amigo e a sua cunhada, mas ela não se importa. Hermione está feliz demais para se importar)
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Algumas horas atrás
Remo Lupin prepara para se recolher. Ele está feliz por Hermione ter concordado em ajudá-lo, mesmo que não dê em nada o lobisomem quer tentar. Vai ser bom se eu lembrar de algo que acontece quando estou transformado. Ele fala para si mesmo
Neste momento, uma batida à porta interrompe seus pensamentos. Ele segura a sua varinha, algo quase instintivo nestes tempos atuais, vai até a porta e pergunta – quem é?
Hermione Granger, professor – ele ouve uma voz vinda do lado de fora – desculpe bater no seu quarto há essa hora. É urgente, podemos entrar?
Claro – o lobisomem balbucia ainda atordoado. O que poderia ser tão urgente a ponto de Hermione Granger vir bater no seu quarto durante a noite?
A garota entra acompanhada do namorado. Ela vê que seu ex-professor a encara, intrigado. Hermione respira fundo e torce para que ele veja o que ela viu
Professor... (ela começa) eu contei ao Rony sobre aquilo (ela diz e vê o professor assentir com a cabeça) e ele me fez ver uma coisa que nenhum de nós viu (ela encara o homem que a fita em silêncio) e se a vela não está lá porque alguém a tirou?
Lupin olha para a garota – realmente ninguém pensou nisso, Hermione. Mas por que alguém iria querer tirar uma vela daquela sala? Nunca se soube de um roubo de velas! Elas estão acesas e quando alguém morre se apagam, é simples assim, não há motivo pra ninguém tirar
Hermione respira fundo. Agora vem a sua idéia maluca – e se alguém tirou justamente porque não queria que outras pessoas vissem como a vela estava?
Mas quem iria querer... – Remo para a frase no meio. Ele entendeu o que Hermione quis dizer. Talvez houvesse sim alguém que gostaria de esconder algo assim, alguém que já estava encrencado o suficiente pra querer que esse tipo de coisa não viesse à tona – você acha? – ele pergunta encarando o casal na sua frente
Eu não sei – Hermione responde – sinceramente eu não sei... Pode ser apenas uma idéia maluca e desesperada, mas talvez exista essa possibilidade. Só não sei como faremos para descobrir
Ah, mas isso eu sei! – Remo sorri – eu sei exatamente como fazer! Vocês devem ir agora, eu falo com vocês amanhã e espero ter alguma notícia
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Pouco depois ele, Tonks e mais dois membros da ordem que trabalham no ministério estão frente a frente com Cornelio Fudge. Ele pode ver o medo nos olhos do ex-ministro. Sim, Hermione definitivamente pode estar certa. Ele pensa
Peço desculpas pela forma impetuosa que o abordamos, senhor Fudge – ele fala, polido – mas as circunstâncias fizeram com que isso fosse necessário
Não entendo o que poderia ser tão urgente que necessitasse uma abordagem assim – o ex ministro fala com um tom pedante, mas é evidente que ele está aliviado por não ser um ataque de comensais – vocês poderiam me procurar no ministério, creio que sabem que continuo lá
Nós sabemos – Remo fala e o encara – mas o que temos a tratar, além de urgente pode ter certeza que precisa deste tipo da abordagem. Não creio que o senhor se sentisse propenso a nos dar o tipo de informação que precisamos se estivesse no ministério
Então é isso! – Fudge vocifera, irritado – um grupinho qualquer invade minha residência pra fazer questionamentos! Como se atrevem?
Como a gente se atreve? – Tonks, que até o momento estivera calada, resolve se pronunciar. Remo Lupin instintivamente se encolhe, ele já conhece a mulher muito bem pra saber que irritá-la não é nunca uma boa opção – como a gente se atreve? Me responda o senhor, ex-ministro, como o senhor se atreveu a retirar uma vela acesa da sala das velas?
Ela vê que o homem empalidece. Bingo! Ela pensa, satisfeita, a metamorfogama sabe que caso eles houvessem perguntado o homem provavelmente negaria até a morte.
Remo Lupin vê o homem tentar em vão pronunciar algumas palavras. Se eles não tivessem em um momento tão crucial ele seria capaz de pegar a sua amada e beijá-la impetuosamente por sua jogada. Ela é brilhante! Ele pensa – sim, senhor Fudge – ele diz, entrando no jogo – o senhor realmente pensou que seu ato passaria despercebido indefinidamente? Deixe-me adivinhar você ficou com medo de que investigassem e descobrissem que ela estava acesa, acertei? Realmente isso não seria nada bom para a sua situação no ministério
Cornélio Fudge pensa em negar, mas o olhar firme das pessoas a sua frente faz com que ele recue. Então ele fala com um suspiro – ela não podia estar daquele jeito! Aquele é o véu da morte, não podia!
Remo Lupin sente seu coração disparar de forma incontrolável, mas ele precisa manter a frieza então ele diz – onde ela está?
Cornélio Fudge olha para os aurores a sua frente. É visível a derrota em seu olhar, então ele diz – eu vou contar onde ela está
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Pouco depois, no ministério
Remo e Tonks entram no ministério. A aurora se valeu do fato de ser funcionária e de suas boas relações com todos para adentrar durante a madrugada. Ambos sentem seu coração bater desordenadamente, eles estão muito perto de achar a chave do mistério da vela de Sirius Black
Embora esteja feliz por saber que o palpite de Hermione estava certo, o lobisomem ainda não acredita que o ex-ministro teve coragem de retirar a vela da sala de onde ela pertencia. Remo fica pensando no que levou o homem a tomar tal atitude extrema, talvez um ato de desespero, talvez ele tenha pensado que haveria uma ínfima possibilidade de continuar no cargo e que as pessoas poderiam pensar em verificar a vela
Mas ninguém pensou nisso... O lobisomem pensa com uma pontada de culpa. Talvez se alguém tivesse pensado em verificar, isso já poderia ter sido resolvido de uma forma ou de outra
Um toque leve de Tonks em seu ombro o tira do devaneio. Eles devem fazer o que tem que ser feito antes que amanheça, então eles seguem não para as dependências conhecidas do ministério, mas para um andar abaixo, uma espécie de porão. Seguindo as instruções que Cornélio Fudge deu, eles batem na parede com a varinha e encontram a vela de Sirius Black
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No castelo
Hermione se esforça pra tomar café sem deixar que a sua ansiedade venha à tona. Ela sabe que a essa altura o professor Lupin já deve saber o que aconteceu com a vela de Sirius Black. A morena luta para não ter nenhuma náusea, o que acontece sempre que pensa que a vela pode estar apagada, que tudo aquilo pode ser um delírio de sua imaginação. A mesma náusea lhe assola quando a morena pensa que sim a vela pode estar acesa e isso, embora seja uma boa notícia, também lhe dá calafrios, uma vez que não passa pela sua cabeça uma forma de tirá-lo do véu
Ela espera ver o licantropo aparecer com alguma notícia, mas o que lhe chama atenção é uma coruja que paira sobre a sua mesa e pousa ao lado de Harry. O menino que sobreviveu pega a mensagem e esboça um sorriso. Num entendimento mudo eles se levantam
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Na sala precisa
É o que eu estou pensando? – Rony pergunta e sorri ao ver Harry assentir com a cabeça. Dentro do pacote um pequeno pedaço de chifre, o chifre de erumpente que os gêmeos ficaram de arrumar
Os quatro amigos olham para o objeto com a respiração suspensa. Parece improvável que apenas isso seja capaz de destruir uma horcruxe, mas eles não têm outra opção a não ser tentar
Harry respira fundo – eu vou pegar a taça – ele diz enquanto sai deixando os amigos a espera
Ele se dirige à sala da diretora onde a horcruxe está guardada. Não teria cabimento deixá-la em seus aposentos ou algo parecido, sem dúvida a sala que pertenceu a Alvo Dumbledore seria o lugar mais seguro para guardar aquele objeto maligno
Ele está no meio do caminho quando encontra Remo e Tonks. Os dois parecem agitados demais quando perguntam – você sabe onde Hermione está?
Harry olha para o casal se perguntando por que eles procuram por Hermione de forma tão ansiosa, mas isso não pode ser resolvido agora, não quando eles estão tão próximos de tentar destruir uma horcruxe. Harry sabe que tanto Remo quanto Tonks estão a par do ocorrido, então ele diz - ela está com a Gina e o Rony na sala precisa, eu vou avisar a diretora e estou indo pra lá – ele respira fundo – acho que encontramos algo pra destruir a taça
Remo e Tonks se entreolham. Embora ambos estejam ansiosos pra contar as últimas novidades para Hermione, isso terá que esperar então eles assentem com a cabeça e vão se encontrar com os demais na sala
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Pouco depois, na sala precisa
Além dos quatro amigos, agora se encontram na sala Minerva, Lupin e Tonks. Harry acabou de contar a respeito da sua teoria, a de que o chifre de erumpente pode destruir uma horcruxe
Vocês têm certeza disso? – Minerva indaga contendo a vontade de perguntar como eles fizeram pra conseguir tal produto cujo comércio é controlado pelo ministério. Essa é a última coisa com que ela deve se preocupar agora. Algumas regras às vezes devem ser quebradas
Certeza a gente não tem – é Hermione quem responde – mas não temos nada mais concreto, então não custa tentar
Pode ser que dê certo – Tonks fala, entusiasmada – eu já vi essa coisa fazer estragos imensos, mas eu aviso vai ser perigoso
Harry respira fundo. Não que isso fosse novidade pra ele, quando algo em que ele se mete não foi perigoso? Ele pega o chifre e coloca dentro da taça ele não sabe direito o que fazer, está apenas seguindo uma intuição – afastem-se todos – ele diz enquanto aponta a sua varinha para o chifre e diz – confringo!
Um raio prateado sai de sua varinha e acerta o chifre de forma certeira. A última coisa que Harry vê antes de perder os sentidos é uma grande explosão
NOTA DA AUTORA
Finalmente o capítulo! Eu sei que deve passar pela cabeça de muitos que eu desisti da fic. Não, eu não desisti e não passa pela minha cabeça fazer isso, não se preocupem. Só que eu não tenho tanto tempo livre quanto eu gostaria e o pouco tempo que tenho precisa ser dividido não é mesmo? São quatro fics que eu estou postanto ao mesmo tempo e preciso dar atenção a todas, além disso não posso deixar a vida real de lado, preciso dividir meu tempo entre as fics, família, amigos e ter um tempinho pra mim mesma também. Espero que entendam
Espero que tenham gostado do capítulo. Obrigada a todo mundo que está lendo e principalmente aqueles que deixam uma palavrinha de incentivo. É muito importante pra quem escreve saber o que seus leitores estão achando.
Bjos e até o próximo
Comentários (1)
ficou ótimo! to anciosa para saber o q aconteceu realmente com o sirius....
2013-05-01