Reunião da Ordem
Em Hogwarts
Draco Malfoy se encontra no aposento preparado exatamente pra ele. Não que alguém ache que ele mereça tratamento especial, mas o aposento foi preparado para que ele não seja encontrado por alguém indevido. O loiro sabe que se alguém o encontrasse isso poderia ser um problema, tanto alguém de outra casa que com certeza poderiam falar para pessoas que não deveriam saber da sua presença, quanto por alguém da sua própria casa que poderia avisar a algum simpatizante de Voldemort o que seria pior ainda
Muitas vezes ele se pega pensando se não seria melhor ter ficado ao lado de sua mãe, mas ele sabe que caso estivesse sob o jugo de Voldemort provavelmente não duraria muito tempo mesmo estando sob a proteção de Snape. Draco tem consciência que não seria difícil para que alguns comensais o pegassem por causa da sua falha e o loiro também sabe que Voldemort não faria nada para impedir; pelo contrário, a Lorde Voldemort agradaria que seu castigo continuasse. Para o Lorde das Trevas nada é suficiente para castigar uma falha
Ele não sabe ao certo ainda como escapou de ser torturado até a morte. O loiro tem certeza que tem o dedo de seu professor de poções nesta história, Draco só não sabe o porquê, ele não sabe por que Severo Snape arriscou sua reputação para salvar sua vida
Seus pensamentos são interrompidos por um barulho na porta, um barulho que Draco reconhece como uma leve batida. Instintivamente ele leva a mão ao local onde costuma guardar sua varinha em suas vestes, para só depois lembrar que não está de posse dela. Maldição (ele pragueja) quando a escola for atacada como eu posso ter alguma chance se nem uma varinha eu posso ter?
Com o pensamento que comensais não bateriam antes de entrar, ele se aproxima da porta cautelosamente e pergunta – quem está aí?
Malfoy? Draco Malfoy? – Ele ouve uma voz vinda do exterior – eu trago um recado da senhorita McGonagall, ela quer que você a encontre imediatamente
Draco abre a porta relutante e vê uma mulher que a princípio ele não reconhece, mas ao puxar pela memória ele se lembra que a viu uma vez procurando um garotinho – você mora aqui? – ele pergunta
Digamos que estou passando uma temporada no castelo com meu filho – a mulher responde – não me apresentei da última vez, meu nome é Barbara Trapp e o garotinho que você viu é meu filho Adrian. Agora vamos, a diretora nos espera
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Enquanto isso na sala da diretora
Minerva olha os semblantes dos presentes. A sala foi magicamente aumentada para caber todos ali. Neste momento se encontram nela alguns alunos, professores, funcionários do ministério integrantes da ordem, enfim todos aqueles que se encontram dispostos a lutar contra o jugo maligno de Voldemort e a diretora sabe que precisará deles mais do que nunca. Ela nota várias expressões entre os que ali estão, curiosidade por parte de alguns, desolação na face de outros. Mas é possivel ver, principalmente, que todos tem a mesma determinação, a determinação de não deixar que o mal prevaleça
Acho que estamos todos aqui, podemos começar? – Tonks a tira do devaneio
Ainda não (Minerva fala) falta uma pessoa
Neste momento, Bárbara chega acompanhada por Draco Malfoy. Harry respira fundo para engolir seu desagrado, mesmo já tendo aceitado a presença do loiro no castelo e admitindo que ele está ajudando bastante em seu treinamento, não lhe parece certo que o sonserino participe destas reuniões. Ele tenta confiar em Draco, mas o que aconteceu com Dumbledore por confiar na pessoa errada sempre lhe vem à mente e o olhar de revolta que ele percebe em algumas pessoas lhe mostra que ele não é o único
O que esse sujeito está fazendo aqui? – ele ouve um dos gêmeos vociferar
Draco encara os presentes com seu olhar orgulhoso de sempre e contém a custo um suspiro entediado. Será que vai ser assim toda vez que alguém ficar sabendo que eu estou aqui? Ele pensa e logo responde para si mesmo. Pergunta idiota, é claro que vai ser sempre assim
Antes que Minerva ou qualquer outro que já saiba da presença de Draco responda, um dos quadros ao fundo se faz ouvir – olá Draco, fico feliz que tenha se reunido a nós
É muito raro ver um dos gêmeos Weasley perder a fala ou ficar de queixo caído por algum motivo, mas neste momento é assim que ambos estão
Um burburinho se forma, alguns questionando o porquê de Dumbledore ter se referido a Draco de forma amistosa, outros enfurecidos com a presença do loiro
Atenção! – Minerva chama os presentes, utilizando seu melhor olhar de professora severa – para aqueles que não estão a par, eu devo informar que por motivos que não cabem a mim explicar, Draco Malfoy se encontra neste momento sob a proteção de Hogwarts e está fazendo de tudo para se redimir e ajudar-nos. Eu o chamei porque já é hora dos que estão aqui presentes saberem disso
Neste exato momento uma pena caindo no chão poderia ser ouvida. Embora muitos dos presentes já soubessem da presença do loiro no castelo, a grande maioria não sabia do que se passava e se a situação atual não estivesse tão trágica, seria cômica as feições que os mesmos apresentam neste instante
Minerva espera alguns segundos para que alguns possam digerir, ou não, a notícia e então continua – ontem à noite o quadro de Fineus Black disse que eu deveria ir com urgência ao ministério. Felizmente eu cheguei lá a tempo de evitar uma tragédia
O que aconteceu? – Quim Shacklebolt pergunta, curioso. Afinal ele é o chefe dos aurores e em momento algum ficou sabendo de alguma coisa fora do comum no ministério, quer dizer nada que eles já não esperassem considerando os tempos em que estavam vivendo
Isso é algo que também me intrigou, que nenhum dos nossos membros tenha tomado conhecimento (Minerva fala) acho que o ministro deve estar pouco confortável de partilhar decisões que ele sabe que não iremos apoiar
Mas o que aconteceu? – Tonks pergunta, curiosa
Minerva narra os acontecimentos da noite anterior. O chamado do quadro, sua ida ao ministério, a conversa com o ministro e as suas intenções. Intenções essas que ela conseguiu refrear, mas Minerva conhece demais o jogo político para ter esperanças que tenha sido definitivamente
Isso é um absurdo! – A voz indignada de Arthur Weasley se faz ouvir – eu não acredito que o ministro não viu que tem o dedo de você sabe quem nessa história!
Eu creio que ele sabe – Minerva pondera – o problema é que ele está sendo pressionado, a população está apavorada e exige uma atitude – ela suspira – muitos já não vêem os trouxas como uma gente inofensiva
Rony interrompe a diretora – nós vimos alguns alunos usando broches escritos morte aos trouxas
A diretora luta pra não deixar seu queixo cair, ela tinha a vaga esperança que isso não afetasse seus alunos, tal fato vai contra todos os preceitos ensinados em Hogwarts
O ministro... Ele vai atacar os trouxas... – todos se calam procurando quem disse essas palavras e se surpreendem ao ver que foram proferidas por Draco Malfoy
Ele olha para o quadro de Dumbledore que faz um gesto com a cabeça incentivando-o, Draco continua – se as pressões do nosso povo e dos conselheiros não forem suficientes, um império deve bastar – e antes que alguém diga alguma coisa, ele completa – sim, o lorde tem gente dele no ministério. Passou pela cabeça de algum de vocês que ele não teria?
Ele estuda as feições estupefatas dos presentes com alguma satisfação antes de completar – embora eu ache que ele não vai precisar recorrer ao império, o ministro está muito propenso a tomar a atitude. Ele não quer que aconteça com ele o mesmo que aconteceu com o tonto do Fudge e se ele não consegue deter o lorde, algo que o tire do foco vai cair do céu. Ora! Ele chegou ao desatino de prender o garoto que trabalhava no noitibus apenas pra dizer que estava fazendo algo!
Alguns queixos caem nesse instante, inclusive o de Harry Potter. Ele estava acostumado a ver Draco Malfoy apenas como um garoto arrogante e preconceituoso, nunca passou por sua cabeça que o loiro pudesse ser uma pessoa perspicaz. Mas o que ele fala faz sentido, faz todo sentido do mundo
Bem, Malfoy... – quem fala é Remo Lupin que não parece ao todo chocado. O tempo que ele passa com Harry e Draco já lhe mostrou que o loiro não é apenas um menino metido sem nada na cabeça que aceitou ser um comensal da morte por pura vaidade. A forma séria que ele luta já lhe mostrou isso – suponho que você deve ter uma idéia do que ele pretende
Na verdade eu tenho apenas algumas suposições – ele fala meio sem jeito – os últimos tempos em que fiquei sob o jugo do lorde, digamos que eu não estava em condições de saber de seus planos, mas sempre se ouve algo aqui e ali
Muito bem, Malfoy – é Harry quem diz – e o que você acha que ele pretende?
Draco respira fundo – ele pretende acabar com os trouxas. Eu sei que vocês já sabem disso, mas pelo andar da carruagem eu diria que ele não pretende usar seus próprios meios, ele quer que os próprios bruxos façam isso. Seria a forma perfeita de mostrar que ele está certo, que ele sempre esteve
O loiro vê algumas feições estupefatas, outras pensativas. Mas ele sabe que está certo. O loiro continua – a essa altura do campeonato muita gente está se questionando, está pensando se o lorde sempre teve razão e eu não duvidaria se alguns desses se oferecessem para fazer parte do seu grupo de seguidores
Draco espera ouvir comentários, vozes indignadas. Mas o que vem a seguir é um silêncio absoluto, silêncio esse que é quebrado após alguns minutos pela voz do quadro de Dumbledore – brilhante explanação, senhor Malfoy (ele olha para a diretora) Minerva, por favor, eu gostaria que você tomasse conta da ordem em meu lugar (ele vê que várias pessoas murmuram) eu sempre estarei por perto para ajudar quando precisarem, mas vocês não podem nunca esquecer que sou apenas um quadro e para aqueles que se perguntam por que eu não pedi isso a Harry (ele suspira e olha para o menino que sobreviveu) eu sei que você é capaz, Harry, sempre soube, mas você já tem a sua missão e deve se concentrar nela (ele sorri quando Harry balança a cabeça em concordância) vamos lá! Agora, ao trabalho! (ele fala e sorri ao ver os presentes se mexerem esperando as ordens da nova líder da ordem. Voldemort não vai conseguir tão fácil assim)
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Mais tarde
Harry, Gina e Rony se esparramam pelas poltronas do salão comunal da grifinória. Eles passaram a tarde toda traçando estratégias para lutar contra Voldemort e impedir que o ministro cometa o desatino de atacar aos trouxas
Hermione, no entanto, não está com eles. Remo Lupin pediu que ela ficasse por mais um tempo e ao contrário do que ela pensava não era para falar sobre o mistério de uma certa vela
Neste momento ela se encontra confusa com o que seu ex-professor lhe pediu. Nunca, nem em seus sonhos mais loucos, ela imaginaria que Remo Lupin fosse lhe perguntar algo sobre hipnose e muito menos que ele iria propor algo desta natureza
Hipnotizar você? – ela pergunta tentando não parecer tão espantada – mas, por quê?
Remo respira fundo, na verdade nem ele mesmo sabe por quê. Ele olha pra ela – eu sou um lobisomem. Você e todo mundo sabe disso e eu finalmente aceitei o fato, nada vai mudar o que eu sou. Então eu pensei que a hipnose talvez fosse uma forma de eu me lembrar do que acontece quando eu estou transformado, talvez isso pudesse ajudar de alguma forma
Hermione olha para o lobisomem e só a muito custo ela consegue manter um olhar neutro. Em seu íntimo ela se pergunta: de onde ele tirou isso?
Eu sei que parece loucura – o lobisomem continua – e provavelmente deve ser mesmo uma loucura total, mas eu quero tentar – ele respira fundo – vold... Voldemort tem lobisomens do seu lado, quem sabe eu possa fazer alguma coisa pelo nosso lado também
Você já faz – as palavras escapam da boca da garota
Obrigado – o homem a sua frente sorri – mas eu sinto que não faço o bastante, eu quero fazer mais. Eu sei que pode não dar em nada, mas pelo menos eu tentei
Eu não sei hipnose – ela fala meio constrangida, para Hermione é meio difícil admitir que não sabe nada sobre um determinado assunto
Eu não esperava que você soubesse, Hermione – Lupin fala, condescendente – mas eu sei que você é uma bruxa brilhante e se você quiser pode aprender qualquer coisa. Eu não tenho tanto conhecimento do mundo trouxa, eu preciso de ajuda, por favor
Mesmo que Remo Lupin não a estivesse encarando com olhos suplicantes, isso é um desafio e Hermione nunca recuou diante de um desafio e é por isso que ela diz – sim professor, eu vou ajudar você
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Na sala da diretora
Minerva beberica seu chá em frente ao quadro de seu velho amigo. Isso é um ritual que se repete quase todas as noites. Nestes momentos ela agradece por ser uma bruxa, pela magia permitir ao menos esse contato. Ela sabe que não é Dumbledore realmente quem está lá, mas o quadro lhe dá um pouco de alento, ela não quer nem pensar no que seria se não tivesse isso
O que mais afeta a diretora é a informação que o garoto Weasley lhe passou, que alguns alunos estavam usando broches escritos morte aos trouxas. Ela ainda não acredita que isso possa estar acontecendo. Não aqui em Hogwarts, não no lugar onde a tolerância e a igualdade são pregadas desde a sua criação. Se as pessoas começarem a acreditar que os trouxas são seres inferiores que devem ser eliminados, Voldemort vencerá, mesmo que Harry o derrote
Ela olha para o quadro de Dumbledore que permanece em silêncio. Tudo que Minerva mais queria é que ele se manifestasse, desse algum conselho, uma luz a respeito de como agir. Mas o quadro não se manifesta então a diretora fala – sinceramente não sei como agir, Alvo. É inconcebível alunos usando broches dizendo morte aos trouxas, é inadmissível que eles não percebam que estão sendo usados
No fundo muitos deles percebem, Minerva – o quadro finalmente se manifesta – no fundo muitos bruxos possuíam preconceitos contra os trouxas, mas não tinham coragem suficiente para dizê-lo. Quantas vezes você já não ouviu alguém dizer que não tinha nada contra os trouxas desde que eles ficassem em seus próprios mundos?
Minerva suspira ao ouvir essa verdade. Ela sabe que muitos bruxos embora não fossem totalmente hostis, não viam com bons olhos nascidos trouxas penetrando seus mundos. Afinal para cada aluno oriundo de família trouxa que adentrasse os portões da escola, no mínimo mais uma pessoa ficava sabendo da existência dos bruxos o que definitivamente não era bom em suas visões. Visões essas que ficaram mais fortes com o ocorrido
Tom é muito inteligente – o quadro diz – louco, maníaco, extremamente cruel, mas ninguém pode negar que ele é inteligente. Talvez o bruxo mais inteligente que eu conheci, para o nosso pesar. Mas felizmente para o nosso lado ele não se importa com as pessoas e isso de uma forma ou de outra vai acabar sendo sua ruína
A diretora olha para o quadro, ela não entendeu direito a última parte, mas Dumbledore não continua, ele apenas sorri o mesmo sorriso enigmático que teve quando estava vivo, o sorriso que diz que apesar de tudo as coisas vão acabar bem
NOTA DA AUTORA
Capítulo saindo do forno pra vocês! Aos poucos estou retomando o ritmo e espero postar com maior regularidade. Muito obrigada a todos que estão lendo e podem ter certeza que mesmo que eu não consiga postar com a rapidez que gostaria eu sempre estarei por aqui. Quem puder deixar uma palavrinha vai me deixar muito feliz
Bjos e até o próximo e um excelente 2013 pra todos nós
Comentários (1)
ficou ótimo! os gemeos não mudam mesmo!
2013-01-11