Mais uma horcruxe
De volta ao Carmelo
Gina olha para a mulher a sua frente. A ruiva ainda está tentando processar a informação que acabou de receber – Você está dizendo que você trouxe o medalhão? Que ele está aqui com você?
Sim ele está aqui, mas não comigo. Eu o escondi em um lugar onde tenho certeza que ninguém irá achá-lo (Aletheia fala) um lugar seguro, um lugar onde o mal não vai conseguir penetrar. Você tem certeza que precisa levá-lo?
Sim eu tenho (Gina fala com convicção) este medalhão esconde um feitiço muito poderoso em seu interior, um feitiço que precisa ser destruído. Sem isso o mal vai dominar o nosso mundo e nada mais poderá ser feito. Todos nós estaremos em perigo, inclusive os trouxas. Eles mais até do que nós bruxos
Aletheia senta-se sob um grande carvalho e fita o horizonte – Eu jurei pra mim mesma que nunca mais voltaria àquele mundo. Eu não sei se consigo...
Gina olha para Aletheia com a preocupação transparecendo em seu semblante. A ruiva sabe que precisa achar uma forma de voltar, mas também sabe que não pode obrigar a freira a ir com ela, isso sem falar que se Voldemort descobrir que ela está desprotegida as consequências podem ser terríveis – Eu entendo (ela fala tentando mostrar solidariedade), eu sei que deve ser difícil pra você. Mas, por favor, você precisa me entregar o medalhão e me mostrar como sair daqui... Alguma coisa que me leve para Hogwarts ou para algum lugar no mundo bruxo, eu não posso fazer magia fora da escola ainda, eu preciso da sua ajuda pra voltar...
Neste momento elas percebem que madre prioresa caminha em sua direção e as duas se calam
Irmã Helena (a velha freira fala docemente) eu creio que precisamos conversar... Que você precisa conversar
As duas freiras se entreolham. Gina, sentindo que o momento é apenas delas, se afasta um pouco e fica observando as duas mulheres caminharem pelo jardim
Vejo que você se deu bem com a menina – a velha senhora fala
Sim. Ela é uma boa menina (a freira mais nova concorda, então ela para e olha para a prioresa. Por mais que não queira irmã Helena sabe que precisa fazer isso) madre...
Sim minha filha, eu notei (a madre interrompe) eu notei que vocês têm algo em comum... Há alguma coisa nela ligada a seu passado, estou certa?
Mas como... Como a senhora... – Irmã Helena balbucia sem entender. Ela nunca falou nada pra ninguém naquele convento, nem para madre prioresa por mais que confiasse nela.
Minha filha... (Madre prioresa sorri) foi só ver a forma que você olhou pra ela, você não fala muito, mas é um livro aberto. Eu sempre soube que havia uma tristeza muito grande em seu coração e sempre soube também que havia ainda alguma coisa lá fora. Algo inacabado que você precisaria enfrentar mais cedo ou mais tarde
Não... (irmã Helena fala com dificuldade) não há nada inacabado... Pelo contrário, tudo que eu tinha lá fora se foi, não há mais nada lá...
Você pode até achar isso minha filha, mas você está errada (a madre fala), além disso, eu não quero que você fique aqui por não haver mais nada lá fora. Eu quero que você fique aqui por escolha
Não foi isso que eu quis dizer... – Irmã Helena fala meio constrangida
Eu sei minha filha (a madre sorri), as pessoas pensam que nós estamos presas aqui, mas o que ninguém percebe é que somos mais livres do que aqueles que estão lá fora. Nós somos mais livres porque pudemos escolher nosso caminho independente de qualquer coisa (ela olha nos olhos de sua protegida) você precisa fazer o que tem que ser feito. Só assim você ficará bem seja qual for o caminho que for trilhar
A anciã se afasta deixando sua pupila pensativa. A freira fica por alguns minutos refletindo e então caminha decidida até a ruiva – venha comigo (ela fala e Gina a segue em silêncio)
XXXXX
Elas caminham por alguns momentos e entram em um local que Gina nunca viu antes, uma pequena sala com vários bancos ocupados por mulheres vestidas como Aletheia. Na frente há uma espécie de altar onde o único homem presente comanda o ritual – é uma capela (Aletheia explica) vamos esperar a missa terminar. É melhor que não haja ninguém aqui
As duas mulheres ficam em um local onde não podem ser vistas. A ruiva olha a tudo com curiosidade, a iluminação suave do ambiente e as músicas entoadas pelas mulheres transmitem a ela uma sensação de paz inigualável
É como se nada de mal pudesse atingir este lugar – ela fala mais para si mesma do que para a freira a seu lado
Eu também me senti assim na primeira vez que entrei por estas portas (Aletheia concorda) é como se estivéssemos protegidas do restante do mundo... Foi por isso que decidi deixar o medalhão escondido aqui
Elas aguardam mais alguns minutos até que a missa termina. As freiras saem e Gina e Aletheia ficam sozinhas na capela
As duas mulheres caminham até o altar, Gina olha a tudo maravilhada.
Veja se ninguém está olhando – a freira fala enquanto tira algo de dentro das suas vestes, estupefata Gina vê que Aletheia apesar de tudo ainda guarda sua varinha.
Elas caminham até uma espécie de pedestal, um objeto estranho para os padrões de Gina – é uma pia batismal (Aletheia explica) aqui as crianças trouxas são batizadas (ela fala e respira fundo enquanto faz um feitiço que Gina desconhece)
A ruiva vê que a água que havia no local começa a se mover, como se estivesse sendo sugada por um cano no centro da pia. Um vácuo se abre e Gina vê o medalhão surgir ao fundo
Pegue por favor – A freira fala
Gina toca o objeto maligno com a respiração suspensa, ela ainda não está acreditando que finalmente o medalhão verdadeiro foi localizado.
A ruiva tira o medalhão da água enquanto Aletheia desfaz o feitiço e as duas se retiram do local
Agora você, por favor, me espera aqui – a freira fala para Gina e sai
Irmã Helena caminha pelos corredores do convento – eu vou fazer o que é certo Reg, vou fazer isso por você... (ela fala emocionada enquanto se dirige a um aposento específico)
Madre... Posso entrar? – ela respira fundo e fala batendo na porta
Claro minha filha, entre – ela ouve a voz do outro lado do quarto
A freira respira fundo e entra nos aposentos daquela que sempre a apoiou. Ela sabe que vai ser difícil, mas Aletheia tem certeza que mais uma vez poderá contar com o apoio da madre prioresa, o mesmo apoio que obteve quando era uma completa desconhecida, perdida e cheia de feridas em seu coração.
Irmã Helena olha para a sua amiga mais querida e seus olhos se enchem de lágrimas, se dependesse dela nunca sairia do local onde finalmente encontrou a paz, mas agora ela sabe que não é possível, há uma guerra no seu mundo e ela não pode fechar os olhos pra isso.
Eu... – Ela balbucia olhando para a madre sem saber como explicar o que vai fazer
Sim filha (a freira mais velha fala em tom compreensivo) você precisa ir
Eu juro que se eu pudesse... – Ela fala já com os olhos cheios de lágrimas
Eu sei (sua superiora fala) você não pode evitar (ela se levanta) você precisa ir agora. Antes que alguém descubra a menina e faça perguntas. Eu direi que é um assunto de família, uma mentirinha piedosa
As duas freiras se abraçam carinhosamente
Obrigada (irmã Helena balbucia) eu voltarei, eu prometo
Vá com Deus minha filha (madre prioresa fala tomada pela emoção) se for o seu destino. Tenho certeza que você voltará.
Elas se abraçam novamente e irmã Helena sai. Ela sabe que assim que ultrapassar as portas do convento deixará de ser irmã Helena a freira e voltará a ser Aletheia a bruxa
NOTA DA AUTORA
Eis que a autora ressurge das cinzas, ainda convalescendo mas louca pra voltar a escrever! Pois é gente, estou de volta. Ainda não estou cem por cento e não posso passar muito tempo em frente ao pc, por isso o capítulo ficou pequeno. Mas o importante é que estou de volta não é mesmo?
Vou ficar um tempo de molho e não posso fazer muito esforço, então ainda não posso prometer postar com regularidade mas vou tentar fazer o melhor possivel. Vejam a ironia da vida, eu sempre reclamava que estava sem tempo, agora que eu tenho tempo não posso utiliza-lo pra escrever...
De qualquer forma eis o capítulo, espero que gostem.
Bjos e obrigada a todos que se preocuparam comigo e aproveitando meu atual estado pra uma chantagenzinha emocional, façam uma autora acamada feliz deixando sua review
Nota da autora (2)
Na verdade já era pra ter atualizado há algumas semanas, assim como fiz no fanfiction, mas como o site resolveu deixar a gente na mão por algum tempinho. Só deu pra atualizar agora.
Desculpe não ter respondido aos comentários, mas se eu parasse pra fazer isso ia enrolar mais ainda pra atualizar e eu não queria isso.
O próximo não deve demorar muito, já que durante o tempo que a FeB estava "descansando" eu aproveitei pra adiantar
Bjos e até a próxima
Comentários (1)
ameii o capítulo ... não para de escreverrrr
2016-08-15