Encontrando



Em algum lugar distante de Hogwarts


Uma mulher olha ao longe enquanto anda pelo jardim, em meio às mais belas rosas. O local sempre lhe trouxe paz e conforto, mas agora isso é algo que ela não sente há algum tempo. Ela sabe que anda angustiada, com uma sensação de peso em seu peito que não lhe deixa esquecer que há um mundo lá fora, um mundo que talvez não esteja tão distante quanto ela gostaria que estivesse.


Ela senta-se aos pés de um grande carvalho e olha para a construção, o local que ela pode chamar de lar há mais de quinze anos, o local que finalmente trouxe alento a seu coração. Alento este que há alguns dias se dissipou.


Faz tanto tempo... Pensa ela. Tanto tempo que na maioria das vezes me esqueço quem eu sou, ou melhor, quem eu fui... Ela fala para si mesma enquanto olha para seus pés descalços


Uma voz doce e suave faz com que ela saia de seu devaneio – deixando-se levar pelos pensamentos, irmã Helena?


Ela olha para trás e vê uma senhora de cerca de setenta anos que sorri amavelmente enquanto se senta a seu lado


Madre prioresa... (Irmã Helena fala olhando para aquela que é sua mentora há vários anos). Estou apenas esperando o sol se por. Eu gosto de assisti-lo sumir no horizonte, me faz pensar na grandiosidade da criação e no quanto somos pequenos diante de tudo.


Minha criança (madre prioresa fala de forma carinhosa) eu conheço você mais do que imagina. Eu notei que há alguns dias você está estranha, tem o mesmo olhar tristonho que tinha quando chegou aqui.


Irmã Helena olha para sua mentora espiritual, a mulher que nunca a julgou, a mulher que sempre a compreendeu mesmo que ela nunca tenha dito uma palavra sobre a sua antiga vida.


Às vezes eu fico pensando no mundo lá fora – ela desabafa


É... Há um mundo lá fora (madre prioresa fala sorrindo) um mundo maravilhoso mesmo com todos os seus problemas. Filha... (ela fala olhando para a freira) isso aqui não é uma prisão. Somos livres para deixar o convento...


Não (irmã Helena interrompe ao mesmo tempo que sente suas faces esquentarem) não é isso...


Madre prioresa sorri – Como eu ia dizendo, nós somos livres minha filha (ela olha nos olhos da freira) eu sinto que você ainda tem uma forte ligação com o mundo exterior. É como se uma parte sua ainda estivesse lá fora


Irmã Helena pensa em contra argumentar, mas o que acontece em seguida deixa atônitas as duas freiras...


XXXXX


Em Hogwarts


COMO ASSIM... ELA SUMIU? – Harry fala exasperado, ou, melhor dizendo, desesperado. O menino que sobreviveu se sente como se, de repente, alguém tivesse lhe tirado o chão.


Eu... Eu não sei - Hermione fala se esforçando para não chorar. A morena também está visivelmente nervosa. Depois que viu a sua melhor amiga literalmente sumir diante de seus olhos, o estarrecimento fez com que Hermione demorasse alguns momentos até conseguir tomar uma atitude. Então a morena correu de encontro à diretora onde conseguiu contar o que aconteceu. Harry e Rony foram chamados e agora Harry está diante delas a ponto de colocar fogo na sala


Como não sabe? Ela não pode simplesmente ter sumido! (Harry fala se esforçando para não gritar) É impossível alguém sumir assim!


Calma Harry, deixa a Mione falar - Rony segura a mão da namorada que apenas a muito custo controla o tremor nos lábios. Ele olha para a morena incentivando-a a contar o que aconteceu


Hermione respira fundo - a gente estava relendo as cartas da Aletheia e a Gina deixou cair e quebrar a caixa. Quando a gente foi juntar, ela achou algo e então desapareceu. Não sei como e nem porque, simplesmente sumiu diante dos meus olhos...


Harry olha e não fala nada. O moreno sabe que se abrir a boca irá gritar, xingar, fazer qualquer coisa que acalme o bolo crescente que tem em seu estômago e a angústia que toma conta do seu coração


Ele olha para o amigo. Rony está estranhamente calado, quase em estado de choque. Harry sabe perfeitamente o que o ruivo está pensando e ele mesmo tenta tirar essa idéia da cabeça... Voldemort


Eu sei que é difícil, mas não podemos perder a calma – Hermione parece se recuperar e fala escolhendo as palavras.


Harry e Rony olham para a amiga, como ela pode dizer pra eles não perderem a calma?


A senhorita Granger tem razão (Minerva fala. Ela olha para Hermione) conte tudo o que aconteceu desde o começo...


XXXXX


De volta ao local desconhecido


As duas freiras olham para a garota ruiva com vestes estranhas que apareceu do nada diante de seus olhos. Uma delas não tem idéia do que está acontecendo, já a outra tem uma suposição...


Louvado seja Deus! (a madre prioresa solta uma exclamação de espanto) Como ela veio parar aqui?


Gina Weasley tenta se recuperar do mal estar súbito de ser sugada por uma chave de portal sem aviso. Ela olha ao redor tentando reconhecer o local, seu estômago se contrai ligeiramente quando ela pensa que pode ter ido parar em qualquer lugar, nos braços de Voldemort entre eles. Então a ruiva se depara com duas mulheres desconhecidas vestidas de modo estranho. A última coisa que ela percebe antes de perder os sentidos é que ambas estão descalças


XXXXX


Novamente em Hogwarts


Minerva e alguns integrantes da ordem ouvem o relato de Hermione com atenção por alguns minutos. Depois o silêncio é total, não é preciso ser muito inteligente pra concluir que ela deve ter segurado em alguma espécie de chave de portal. A pergunta agora é onde Gina está?


Pergunta esta que Harry exterioriza – muito bem... Já sabemos que ela foi levada por uma chave de portal. Agora eu pergunto, pra onde ela foi?


Não temos como saber (Minerva fala visivelmente preocupada) só o que podemos fazer é esperar


Esperar? (Agora é Rony quem fala alteradamente) A minha irmã some e você fala pra gente simplesmente esperar? Deve estar ficando maluca!


Olha o respeito Rony! – Hermione fala exasperada


Os ânimos estão exaltados. Minerva olha para Rony com desagrado obviamente ofendida por ter sido chamada de maluca, Hermione olha furiosa para o namorado devido à falta de respeito com a diretora e Harry anda de um lado para o outro desolado tentando achar um modo de trazer a ruiva de volta.


Minerva dá um suspiro e fala – Senhorita Granger, você disse que vocês estavam lendo algumas cartas de Aletheia


Hermione assente com a cabeça – Sim diretora, a gente estava tentando achar alguma pista.


Por favor, pegue estas cartas (ela fala para a monitora) quem sabe a gente acha alguma coisa que explique o que aconteceu. (Minerva dá um olhar gélido ao ruivo) esperar não significa necessariamente ficar de braços cruzados


XXXXX


Novamente no local desconhecido


Gina acorda ainda meio tonta. Ela tenta reconhecer no local traços de seu aposento ou de qualquer outro lugar da escola, tenta e não consegue. Talvez seja a sala precisa. Ela pensa consigo mesma, afinal esta sala se transforma no local desejado. Não... Ela logo descarta a idéia. Definitivamente nem eu nem o Harry desejaríamos que ela se transformasse num lugar assim... Ela pensa analisando o local onde está


O quarto é extremamente simples. Apenas uma cama, uma mesinha com uma jarra de água e um armário minúsculo tudo em cores sóbrias e nenhum objeto de decoração além de um crucifixo.


Ela levanta-se com dificuldade e tenta se lembrar o que aconteceu. Sua última recordação é estar no quarto com Hermione lendo as cartas de Aletheia. Então a caixa caiu e foi pedaço pra todos os lados. Sim, ela se lembra. A ruiva se lembra também que ao cair a caixa que possuía uma espécie de fundo falso revelou um objeto e então...


Céus! Aquilo que toquei devia ser uma chave de portal! Ela pensa mas não pode se deter na sua descoberta, pois neste exato momento a porta se abre.


Ela vê duas mulheres com roupas estranhas entrarem no quarto. Gina ouve as duas conversarem entre si em uma língua que não conhece


Era só o que faltava (as palavras saem da boca da ruiva) eu vim parar em um lugar onde não falam minha língua! Como vou sair daqui?


Nós falamos, minha menina – a mulher mais velha fala com um sotaque carregado


A ruiva olha para as duas, a mulher mais velha tem um olhar bondoso ao passo que a mais nova olha fixamente pra ela como se quisesse ler seus pensamentos.


O que aconteceu? (as palavras saltam da boca da ruiva) Quem são vocês? Como eu vim parar aqui?


Esperávamos que você nos dissesse! – a mulher mais nova olha pra ela e fala de forma um pouco ríspida


Irmã Helena! (a mulher mais velha repreende) você está assustando a menina! Vamos fazer o seguinte, busque algo para nossa hóspede beber enquanto eu converso com ela


Desculpe madre (a mulher mais nova fala abaixando a cabeça) se me permite discordar, eu acho que eu deveria conversar com ela. É que eu tenho maior conhecimento da língua...


Claro minha filha (a mulher mais velha fala) só não vá assustá-la


Sim madre – a mulher mais nova fala enquanto a mais velha se retira e Gina fica sozinha com ela


A ruiva olha preparando-se para a avalanche de perguntas, mas a mulher desconhecida apenas fala – como você me achou? Ninguém sabia...


Gina olha pra ela sem entender. Então... Tudo vem a sua cabeça como uma avalanche. A chave de portal deveria estar programada para levar quem tocasse nela até...


Aletheia? Você é Aletheia? – A ruiva olha para a mulher e pergunta


Irmã Helena, por favor, (a mulher olha pra ela e fala) Aletheia faz parte do meu passado. Um passado que está morto e enterrado


Mas é você, não é? – Gina pergunta contendo o entusiasmo. Quem diria que ela iria encontrar a namorada de Regulus Black por acidente


Sou... Ou melhor, eu fui um dia (a freira responde sem disfarçar a tristeza na voz). Como você me encontrou?


As cartas... (Gina fala ficando sem graça de repente, afinal aquelas eram cartas entre duas pessoas que se amavam. Gina se sente como se tivesse invadido a privacidade de alguém) desculpe a gente ter lido, mas era muito importante.


Por que as cartas de dois jovens apaixonados poderiam ser importantes pra alguém? – Ela pergunta meio cismada


Gina respira fundo, a ruiva fica sem saber como falar afinal ela pode perceber que a mulher a sua frente abandonou completamente o mundo bruxo. Gina não sabe até que ponto pode lhe fornecer informações


Mas a mulher faz a pergunta que estava entalada na sua garganta – ele voltou não foi? Começou tudo novamente... O terror...


Antes que Gina responda, a freira mais velha chega trazendo uma bandeja com uma xícara de chá e pão fresco.


Desculpe, mas é só o que temos para oferecer (a freira fala) nós levamos uma vida simples aqui


Obrigada. (Gina fala enquanto toma um gole do chá) onde eu estou?


Você está no Carmelo de santa Tereza (a mulher mais velha fala e completa ao ver que a ruiva não está entendendo) é um convento, nós somos freiras, carmelitas descalças.


Mas é claro que a explicação não adianta muito, pois Gina nem de longe sabe o que é um convento.


Descalças? (Ela fala olhando para os pés das duas mulheres) por que descalças? Vocês não têm sapatos?


Aletheia, ou melhor, irmã Helena toca suavemente no hábito da freira mais velha – Madre prioresa, creio que a menina está meio confusa. Acho que ela deveria tentar descansar um pouco, talvez mais tarde eu possa conversar com ela e tentar descobrir algo


Gina olha para as duas freiras que conversam novamente em língua desconhecida. Aletheia olha pra ela e fala – tenho que cumprir minhas obrigações agora. Volto mais tarde para que a gente possa conversar. Enquanto isso descanse


Como se eu pudesse. Gina pensa consigo mesma enquanto vê a porta se fechar. Eu segurei uma chave de portal sem saber vim parar num lugar estranho onde as pessoas não tem sapatos, descubro que Aletheia Mirosvicky virou uma tal de freira e não tenho a mínima idéia de como sair daqui...


Ela olha pela janela e vê a lua resplandecendo no céu acompanhada por uma gama de estrelas. Apesar da situação inesperada Gina não sente medo. Pelo contrário, o local lhe trás uma imensa paz. E tomada por esta sensação ela adormece




NOTA DA AUTORA


Capítulo saído do forno pra vocês, espero que gostem. Eu pretendia ter postado na semana passada, mas infelizmente não foi possível pois as coisas foram meio corridada pra mim. Como já falei antes, essa fic ignora o sétimo livro. Eu quis fazer a "minha visão" do que aconteceu na busca das horcruxes. É claro que não tenho a pretensão de chegar aos pés da JK, mas estou me divertindo bastante e espero que vocês também se divirtam.


Vamos agora à parte chata. Comentários... Eu sei que muita gente lê e acaba não comentando, talvez por não saber direito o que dizer. Mas eu volto a insistir que é muito importante pra quem escreve receber uma palavrinha de incentivo. Então por favor, colaborem com essa humilde autora que pede encarecidamente e cliquem no botãozinho simpático pra deixar um comentário ok.


Bjos

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