Repreensão



Seis homens encapuzados mantinham-se enfileirados diante de seu mestre. Peitos estufados, mãos ladeando o corpo. As respirações sincronizadas.
— Pegaram-na?
Nenhum deles respondeu.
— Onde ela está? - insistiu o mestre.
Num impulso de extrema bravura, um dos homens deu um passo à frente.
— Escapou, milorde - foi o que o homem disse com certa rapidez.
— Como? - indagou o mestre elevando o tom de voz.
— Ela... possuía uma chave de portal.
O silêncio reinou absoluto por segundos.
— Eu lhes dou tudo pronto, cada movimento do plano mastigado, e retornam de mãos vazias? - murmurou o mestre. - CRUCIO! - berrou em seguida, e seis Comensais foram revelados ao caírem de joelhos no chão, contorcendo-se de dor. - O que mais me deixa irado é que não essa missão não é difícil. Vocês simplesmente deveriam encontrar uma pessoas... Que dificuldade há nisso?! - e mirou a varinha nos homens caídos. - Incompetentes! CRUCIO!
Novamente os comensais se contorceram de dor.
― Onde é que eles estão? – quis saber Voldemort, mesmo tendo certeza de que a resposta não existia.
― Ainda não fazemos idéia, mestre.
― Lúcio, eu juro que nada de bom irá acontecer com você se não me aparecer logo com o paradeiro daqueles três.
― Mestre - falou Lúcio fazendo uma reverência -, pode demorar algum tempo...
― Lúcio - Voldemort foi imperativo, mas antes de continuar a frase, lançou uma cruciatus no Comensal. - Você sabe o quanto preciso deles!
― Sim... mestre - gaguejou Lúcio, ainda sentindo as dores da maldição. Depois, retirou-se com uma reverência exagerada.
Nesse momento, chegou Crabbe acompanhando por Snape.
― Pois bem. A pessoa que esperava ver - rosnou Voldemort. Um calafrio percorreu o corpo de Crabbe. - O que aconteceu?
― Mestre - ele se abaixou quase até o chão -, acredito que ela tenha um aliado... alguém nos traiu.
― Está me dizendo, Crabbe, que sua mulher, aquela cuja rédea você mantinha curta, estava se encontrando secretamente com alguém?
― S... sim, mestre.
Voldemort berrou e lançou um duplo Criucio no Comensal.
― Quero saber quem é o traidor, Crabbe, antes que eu decida atirá-lo aos Dementadores. Você gostaria disso?
― Não, mestre.
— Pois, então, trate de encontrar o culpado, caso contrário... - e Voldemort empurrou Crabbe com o pé. - Já lhes disse que essa mulher é muito preciosa! Tratem de encontrá-la... ou não serei tão bonzinho! Severo.
― Mestre.
― Ache o espião - sussurrou no ouvido do Comensal. - Prometo não machucá-la... ela será só sua.
Snape sorriu sarcástico, meneou a cabeça e saiu da sala junto com seu mestre.
— Que droga de mulher! - quase vociferou Amico.
— Ah, como é que uma trepada pode afetar tanto um homem? Ele pode comer quem quiser! Que importa tal mulher? - rugiu Avery.
— Se é que alguma mulher quer dar para ele... - troçou Amico.
— Você tem razão. Qual iria querer? - riu Aleto. - Vamos sair logo daqui, antes que ele volte!
Seguiram pouco mais de mil metros e então desaparataram. Uma figura pálida e esfumaçada desapareceu da janela quando a cortina se fechou com lentidão, na casa onde houvera o encontro.
— O que acha, Severo?
— Desculpe pelo linguajar, milorde - sibilou Snape -, mas são grandes imbecis.
Voldemort gargalhou alto.
— Em que pé está sua poção Polissuco?
— Mais um dia, milorde. Só mais um!
— Escolha por conta própria quem irá levar. Mas, detalhes sobre o plano, somente você e eu teremos.
— Como desejar, milorde - disse Snape reverenciando. - Se me dá licença, voltarei aos meus aposentos para verificar a poção e estudar melhor os detalhes de nossa estratégia.
— Isso, Severo, vá e não me decepcione. Estou farto de ter perdedores ao meu redor.

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