As nossas fraquezas
6.As nossas fraquezas
Nem sequer ouviu tudo o que o garoto tinha a dizer. Apenas o suficiente para conectar as palavras ‘Hermione’ e ‘enfermaria’.
Atravessava os corredores consumido pela preocupação, que como um ácido lhe corroia as entranhas. Tão rápido quanto as pernas podiam agüentar, andava e ouvia os passos do amigo que o acompanhava, mas não importava, nada importava. Só ela.
Praticamente arrombou a porta que parecia nunca chegar. Havia gente demais dentro da enfermaria normalmente vazia, Donn, a menina Corvinal, Malfoy, McGonagall e Madame Pomfrey, todos ao pé de uma das camas. Onde ela estava, serena, como se dormisse e tivesse belos sonhos. Caminhou até eles e foi com o coração apertado que perguntou – O que aconteceu?
- Nada importante, Sr. Weasley – responde McGonagall
- Como assim nada importante, professora? – se exalta Harry. Malfoy e Renée se afastam do grupo e vão para a cabeceira da garota - Se não fosse importante ela não estaria desmaiada, e nem precisaria estar aqui!
- Sim Potter...
- O que a profª. quis dizer Sr. Potter é que não há nada de grave com a sua amiga – explica a enfermeira, Zabini finalmente chega e se junta aos outros dois companheiros.
- Mas e o que aconteceu? – Rony volta a perguntar
- A srta. Granger se esforçou demais durante o exercício com o Sr. Malfoy – explica
Donn.
- O que!?! – Rony grita enquanto Harry se virava na direção de Draco.
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Nada mais passou por sua cabeça a não ser a vontade de fazer migalhas de cada osso da cara de fuinha de Malfoy. Avançou como um touro, pronto para acertar um soco nele, mas foi impedido pela garota que estava entre eles. Parada a sua frente, o impedia de seguir, com as mãos em seus ombros – Saia-da-minha-frente – rosna sem controlando a raiva.
- Não
- Eu mandei sair – tira as mãos dela de si e da mais um passo.
Ela também da um passo a frente, o encarando – E eu disse, que NÃO – nesse momento Rony também avança contra Malfoy mas é detido por Zabini, que prende seus braços nas costas.
- O que você fez com ela, seu imbecil? – grita com os braços presos.
- Eu não fiz nada, Weasley! Não é culpa minha se a sua amiguinha é fraca demais!
Ao dizer isso recebe não só mais xingamentos e olhares fatais dos grifinórios, mas também de Renée, que o faz com abominação.
- É melhor vocês saírem daqui – volta a por as mãos nos ombros de Harry e começa a empurrá-lo.
- Não antes de eu matar esse infeliz – se desvencilha da garota
- Não vai adiantar nada você fazer isso, Harry – volta a segura-lo pelo braço – Todo esse escândalo pode fazer mal pra Hermione. Vamô, você volta quando tiver mais calmo. – consegue fazê-lo mudar de idéia e sai da enfermaria o puxando pelo braço, seguida por Zabini, que arrastava Rony.
Os adultos que apenas observavam vão para o escritório da enfermeira, com exceção de Donn – Acredito que tenha entendido o que eu disse, Malfoy. – usa um tom frio que o garoto ainda não conhecia.
- Sim, senhor.
- Então sabe que a srta. Granger esta assim por sua causa. E não vai voltar a repetir o que disse, pois a única fraqueza que teve foi a de se sair melhor do que o esperado na tentativa de proteger alguém, verdadeiramente, fraco. – se junta às mulheres, deixando o garoto sozinho com Hermione.
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- Me solta, seu idiota – rosna Rony do lado de fora da enfermaria.
- Tudo bem Zabini, acho que já pode soltar ele.
- O que aconteceu afinal? – pergunta o garoto
- Eu também não sei.
- Aconteceu que o seu amiguinho Malfoy andou aprontando com a Mione de novo. – se exalta Harry, acusando os dois.
- Quem te disse isso?
- Donn
- Bom, eu acho que o que ele disse, foi que Hermione se esforçou demais num exercício. – também se altera.
- Com Malfoy! – grita e se aproxima da garota
- Claro que foi com Draco, ele é a dupla dela! – gritando de volta – Eles tem que fazer as coisas juntos, Potter. E daí, toda vez que acontecer alguma coisa a culpa vai ser dele? – termina o encarando desafiadoramente.
- Eu não sabia disso... – baixa o tom e se afasta.
- É claro que não – retruca Zabini e encosta displicente na parede, indiferente à situação.
Ficam em silencio até que Rony pára de caminhar de um lado para o outro – Quando será que a gente vai poder entrar? – ninguém responde e continuam em silencio até que a garota bate na porta – Será que a gente já pode voltar?
- Não sei, mas eu duvido que Madame Pomfrey deixe depois do show que vocês fizeram. – a enfermeira abre a porta – Olá Madame Pomfrey, eu queria saber se podemos entrar pra ver a Hermione?
- Não. Não vou correr o risco de ter mais um festival de gritos na minha enfermaria.
- Posso entrar sozinha então? – a mulher reflete por um instante e faz um aceno afirmativo com a cabeça, já voltando a fechar a porta, mas é impedida pelos protestos dos garotos do lado de fora.
- Renée! – se volta para a porta – Avisa o Draco que eu já fui pra sala comunal. – assente e escuta a enfermeira dando informações aos que continuavam pra fora antes de seguir para onde estava Hermione, escondida pelas cortinas.
Ao afastá-las encontra Draco, sentado numa poltrona ao lado da cama, olhos fechados e a cabeça deitada do encosto. – Então? – abre os olhos e a encara sem entender – O que mais eles disseram?
- Que ela vai dormir até recuperar as forças. – volta à posição inicial – Que quer dizer, até amanhã de tarde. – fala monótonamente.
- Ahm. – o olha e se sente muito irritada com a atitude dele diante da situação – Você realmente não fez nada, não é Draco? – ele nega com a cabeça sem mudar de posição – Eu só me pergunto porque ela te daria uma proteção tão forte. Porque pelo que o Donn disse, ela atingiu o quinto, dos sete graus do feitiço... Eu me pergunto, como ela conseguiu achar tantos motivos, que passassem por cima do ódio de vocês, e a fizessem querer tanto isso, que a deixassem sem forças, por passar todas elas pra você.
Draco se levantou e lhe olhou tão bravo como nunca o tinha visto antes, - e já o vira muito bravo - podia ver faíscas saindo dos olhos dele quando respondeu, frio como gelo – Não sei porque a sangue-ruim fez isso, Campbell. Mas garanto que não fiz nada que a induzisse a gostar de mim. Por isso não fale como se eu tivesse culpa de alguma coisa!
- Você tem, Malfoy. Tem, porque sabia que quem estava fazendo o feitiço precisava de no mínimo um sentimento em comum, que desse suporte e não esvaísse com todas as forças.
- É pedir demais que eu compartilhe alguma coisa com uma sangue-ruim, Renée... Mesmo que seja um mísero sentimento. – o sarcasmo pesa na voz.
- Demais, é pensar que ela pôde proteger um estúpido como você. - são interrompidos por Madame Pomfrey que os expulsa e garante a melhora da garota no outro dia – Zabini mandou avisar que já foi. Boa noite. – segue sozinha, mesmo sabendo que podiam ir juntos até metade do caminho.
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- Harry! – senta e toma fôlego – O que aconteceu com a Mione? Acabei de saber que ela não voltou pro dormitório ontem!
- Ela ta na enfermaria.
- Porque?!
Rony chega e senta ao lado do amigo – Grita mais Gina, ainda não tão te ouvindo lá no corujal.
- Cala a boca, Rony. Então o que aconteceu com a Mione?
- Passou mal – responde o irmão mal humorado.
- Ta, mas porque? Como?
- Gina, desculpa ai, mas depois de uma puta noite mal dormida, a ultima coisa que eu quero é escutar você gritando. Ela se machucou, ponto, chega ta bom!? – Harry corta a garota, que se cala por um minuto antes de se levantar.
- Eu vou devolver os livros pra ela na biblioteca. – fala baixinho e dá as costas aos garotos.
- Muito, obrigada! – grita Rony irônico – Pelo visto você não foi o único que teve uma noite ruim – cutuca Harry e indica Malfoy, que atravessava o salão bufando e com uma cara nada amigável em direção a mesa da Sonserina.
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Puxou Crabbe pelo colarinho, o fazendo ficar debruçado sobre a mesa, na altura dos olhos, com os rostos apenas alguns centímetros um do outro, e cuspiu – Nunca mais mexa nas minhas coisas. – não era preciso gritar, nem mesmo mover muito os lábios, a voz e os olhos se encarregavam de passar a raiva e a ameaça contida nas palavras - O empurrou de volta para a cadeira e jogou o lenço que trazia na mão na cara do outro, que parecia apavorado. Fez o caminho de volta e deixou o salão sem nem mais uma palavra.
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Péssimo, a palavra perfeita para descrever o dia. Simplesmente, péssimo. Começando pelo maldito relógio de Goyle, que despertava o quarto inteiro uma hora antes do necessário. E Crabbe, como odiava, que mexessem nas coisas que guardava trancadas a chave. Justamente para que ninguém se metesse era que o fazia, e o idiota sabia disso, mas mesmo assim, abriu a pasta em que colocava as cartas de casa. Da próxima vez não pensaria duas vezes antes de azará-lo. E como se já não estivesse bravo o suficiente ainda teria treino depois daquela – ótima – aula de historia da magia. Claro, comparecer a eles pra fazer nada, já que a sua querida e amada dupla ainda não tinha saído da enfermaria.
Definitivamente, Granger é um problema, não importa se esta ou não presente, sempre consegue atrapalhar minha vida.
E alem de tudo, estava com fome. Passara tanta raiva durante a manhã que se esquecera de tomar café.
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O almoço estava gratificantemente bom. A fome era tanta que repetiu o prato, o que acarretou um atraso significativo para o primeiro treino vespertino. Não que isso realmente importasse já que Helena os faria dançar e ele não tinha um par. Pensando nisso não se deu ao trabalho de apressar o passo. Qual a sua surpresa quando chegou a sala e Granger estava lá. Com uma aparência frágil, porem composta, esperando encostada a parede enquanto observava a treinadora corrigir a postura do outro casal.
- Finalmente, Malfoy. Achei que não nos daria o prazer da sua companhia. Ande logo, tomem posições você dois.
Foi até Granger que agora estava no meio da sala, e como instruiu Helena; tomou sua posição, que consistia em tê-la nos braços. A musica voltou a soar e eles começaram a valsar pela sala. Draco percebeu que assim como da primeira vez, ela procurava foco em algo por cima de seu ombro, e apesar de não estar tensa como no dia anterior, ainda fugia de seus olhos, se recusando a olhar algo dele que não fosse o casaco e alguns fios de cabelo.
- Eu achei que só saia da enfermaria de tarde, Granger. – disse também olhando por cima da cabeça da garota.
- Já é de tarde.
Não havia mais nada a dizer. Tudo estava de volta ao normal. E o silencio seguiu até que Helena já havia se divertido o bastante apontando erros em suas posturas, e maneiras de se mover, entre outras coisas. Ela anunciou que esta seria a ultima dança do dia e depois de alguns segundos de embalo Draco se surpreendeu ao ouvir a voz de Hermione quebrar o silencio entre os dois.
- Me desculpe.
Atônito, mas sem demonstrar ele prosseguiu na conversa – Pelo que?
- Por ontem. Aquilo foi realmente vergonhoso, e considerando que você estava bem na minha frente eu provavelmente cai em cima de você. Alem de que você não pôde fazer o feitiço e agora nós vamos ter aulas extras no sábado.
Me desculpe...
Ela fez todo o discurso sem desviar os olhos do ponto acima do ombro dele, assim como ele que olhava por cima dos seus cabelos sem mostrar nenhuma mudança na expressão vazia que sustentava desde o inicio da aula – Não importa, Granger.
A garota se calou e seu exemplo foi seguido por ele, que não demonstrava interesse algum em manter com ela qualquer tipo de contato que não fosse estritamente necessário.
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Depois daquela dança a aula acabou, e eles não representavam um para o outro mais do que figurantes de uma grande peça, o que ficou claro para ambos. E a talvez imaginária aproximação entre eles na noite anterior, foi esquecida ante a antipatia que voltavam a sentir um pelo outro, antipatia que talvez nunca os devesse ter deixado.
People, me desculpem meeeesmo, o cap ta curtinho mas o proximo ja ta mais que pela metade, falta mesmo eh organizar :D
montagem suuuper decadente, mas sabe como eh eu nao resisto a fotos...
boom, to postando correndinho entao nao vou responder os coments, mas no proximo que eu espero que venha rapidao eu respondo tudo ao quadrado...
Bruh, ain voce pediu musica neh, mas eu ainda nao tive tempo de achar um jeito de por "/ sorry, vou me empenhar nisso
Anyway proxima meta eh 65 coments, mas quem sabe a gente nao da uma aliviada por causa do tamanho do cap neh... vaai saber.
Acredito que no Artemis apareça por aqui no capitulo sete, e alguma cositchas vao ser deixadas no ar, alem eh claaaro de voces descobrirem quais vao ser os animagos o.O
Beijokas estalaadas em quem comenta.
Love yú.
28-09-2008
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