Sessão de Hipnose
Capítulo 15
Sessão de Hipnose
- HERMIONE! – Ela ouviu alguém gritar, mas não deu tempo de saber de onde vinha a voz, mal teve tempo de pensar ou associar o que estava acontecendo e já estava no chão. Incrível como quando estamos perto do fim um segundo pode ser tempo suficiente para lembrar de tantas coisas boas e ruins de uma só vez. O pensamento se enche de cores, vozes, risos, sons, rostos, emoções e todas estas emoções se misturam paralisando o corpo por um segundo que pode ser decisivamente vital.
Sentiu-se voando e todos os sons ecoavam nos seus ouvidos, não estava montada numa vassoura, num hipogrifo ou qualquer animal alado, mas ainda assim, de olhos fechados, sentia que seus cabelos acompanhavam o vento e suas pernas não tocavam o chão. Respirou fundo e abriu os olhos, uma luz dourada e prateada ofuscava-lhe a visão de modo que ela não reconhecia onde estava. Viu o vulto de duas pessoas se aproximando, eram seus pais, e estranhamente eles também voavam e postaram-se cada qual de um lado da filha que mesmo sem entender o que se passava, gostava da sensação de estar voando no desconhecido ao lado de seus pais.
- Venha filha, precisamos descer – Estendendo-lhe a mão, sua mãe disse com um sorriso enorme de MÃE. Sentiu a leve brisa em seu rosto, e finalmente abriu os olhos. A garota percebeu que estava em movimento, mas não estava andando, desta vez também não estava voando, braços a seguravam com firmeza e proteção de modo que podia ouvir as aceleradas batidas do coração daquele que a levava, Draco Malfoy. O rapaz corria rápido buscando uma saída e pelo caminho desviava de pessoas e feitiços, fator que parecia muito difícil devido a destruição do lugar e as nuvens de poeira que subiam e se alastravam por todo o ambiente. As coisas estavam voltando à sua mente num ato de retrospectiva, fotografias de memórias pairavam... “A penseira, o beijo, Harry... O Harry viu tudo, Rony é um auror, o memorando, os ebuliçóis, Draco estava mentindo, Crabbe esstá vivo, Draco nos salvou, o fogo maldito, aparatar, fomos descobertos, Greyback, os duelos, AVADA KEDAVRA!... O raio verde na minha direção, o raio verde... Eu sobrevivi, eu sobrevivi, eu sobrevivi...”
- Está tudo bem agora... – “Rony?” Hermione nem percebeu quando chegaram num corredor escuro, porém longe de toda aquela confusão, mas o que mais a surpreendeu foi ouvir a voz de seu namorado, quando imaginava que quem a levava e protegia com tanta segurança era o seu assistente.
- Eu sobrevivi – Ela disse encarando Rony numa expressão de dúvida.
- Sim... Eu sei! – Rony respondeu com um riso sincero de quem está aliviado.
- Como? Quero dizer, a última coisa que me lembro é daquele raio verde na minha direção, ele pronunciou o feitiço, você sabe disso? Ele lançou em mim a maldição da morte. – o tom de voz dela era um misto de indagação e angústia. – Eu quero dizer... Como eu sobrevivi se fui atingida...
- Não, você não foi atingida. Agora fica aqui, acho que está segura... Preciso voltar. – Já ia levantando-se, mas Hermione segurou seu pulso fortemente, não conseguia levantar também, pois estava um tanto tonta.
- Eu preciso saber como as coisas aconteceram, e tem mais: não vou ficar aqui esperando feito uma donzela indefesa, vou continuar lutando.
- Você não pode se arriscar assim!
- Todos estão se arriscando, inclusive você!
- Você não entende que quase morreu? – Rony alterou-se, falando mais alto.
- É por isso que você quer que eu fuja? - Ela também alterou o tom de voz.
- Não me importa a que preço, eu só não quero correr o risco de te perder! - Desta vez Rony gritou, e sua respiração se alterara. Diante daquele olhar a garota não pôde mais argumentar.
Eles se encararam por um instante, e por fim Rony se levantou fazendo menção de que voltaria à batalha, mas antes que sumisse na escuridão ainda olhou pra trás como um pedido para que Hermione ficasse onde estava. “Eu vou obedecer? O que está acontecendo comigo?”
Sem mais demora ela decidiu voltar para a batalha, mas continuava tonta, e algo a impossibilitava de ir para qualquer lugar que fosse, suas pernas não a estavam obedecendo na ordem de andar, não podia entender até que passou por sua mente que Rony poderia tê-la enfeitiçado para não sair do lugar. Agora percebeu que era um tanto desconfortável ficar sentada naquele chão, e sentiu falta de sua varinha, procurando-a em suas vestes após perceber que não estava em sua mão.
“Já que de qualquer forma eu teria que ficar aqui, ele poderia pelo menos ter conjurado uma poltrona, uma cadeira ou qualquer coisa deste tipo... Ah Hermione Granger, você é uma bruxa... Sem varinha... Uma Bruxa, uma excepcional Bruxa sem varinha, a minha magia não fica limitada à minha varinha, eu só preciso pensar num feitiço... Vamos, pense...”.
Aquele impasse tomou conta dos pensamentos dela, de modo que torturavam sua mente, uma parte de si se sentia tão frágil e indefesa, a outra queria sair de seu corpo e sacudi-la com força na intenção de fazê-la voltar a ser quem sempre foi, pois era no mínimo estúpido acreditar que o cansaço, as obrigações e preocupações que tinha agora a estavam afetando o intelecto. Pensar num feitiço que anulasse a azaração paralisante de Rony era o único assunto que ocupava sua mente agora, mas nada lhe ocorria, ainda estava tonta. Olhou ao redor, mesmo que no momento isto não fizesse diferença, queria identificar o local em que se encontrava, a muito custo, pois o lugar estava estranhamente escurecido, percebeu estar às portas do elevador, no fim do corredor que fisicamente encerrava aquele departamento.
O silêncio de sua mente era enlouquecedor, tanto que no momento em que passos longínquos começaram a ecoar em seus ouvidos, achou que era fruto de sua imaginação, mas esta impressão passou a esmaecer no instante em que uma sombra ou vulto deu volume à escuridão a frente, alguém se aproximava a passos lentos e a sombra se aproximava, assim como aquele som surdo e ecoante.
- Rony? Você voltou? – Ela indagou hesitante, mas a única resposta que obteve foi a continuação dos passos e uma respiração um tanto ofegante, não de cansaço, parecia mais estar sedenta por algo até então desconhecido por ela – Harry? Sr. Weasley? Quim? – A resposta não veio e a aproximação continuava – Quem é você? Responda! – ordenou com autoridade, mas novamente ficou apenas a esperar uma resposta – Draco é você?
- Acho que não! – Aquela voz causou-lhe náuseas tanto quanto a aparição à meia luz da forma humana não menos asquerosa – E ainda tem gente que insista que a diversão vem após a obrigação... Será que hoje é meu dia de sorte? Primeiro o ministério abre suas portas, depois me oferecem um lanchinho, assim vou ficar mal acostumado. – Aquele riso abafado fazia com que Hermione tremesse involuntariamente, e sua nova batalha foi tentar não demonstrar seu medo e impotência diante da situação, que realmente não era das melhores “Não é das melhores? O que deu em mim pra pensar positivo? Minhas pernas estão paralisadas, minha varinha sumiu, não consigo raciocinar direito, e estou diante de um assassino faminto e duas vezes maior do que eu. Eu diria que a situação é péssima, desastrosa... CHEGA! Já chega... Eu preciso pensar num feitiço...”
- Fugindo da batalha lobo Greyback? – Tentou parecer segura e sentia que não estava dando muito certo.
- Não... Você não vai me enrolar com suas conversinhas. – Ao falar a face dele demonstrava um ser faminto e sedento por carne e sangue, o intuito da garota era fugir, sair correndo, porém as pernas não correspondiam a tal necessidade, ela sabia que agora era perceptível que estava com medo, mas mesmo assim tentou demonstrar sua postura de coragem – Você é jovem, cada pedaço deve ter gosto de vitalidade...
Greyback avançou o asqueroso rosto para bem perto da garota com voracidade, e estava tão perto que Hermione pôde sentir o bafo quente sobre suas veias pulsantes, então fechou os olhos e mais do que nunca desejou estar em outro lugar, onde se sentisse em casa e lembrou-se do primeiro dia em que entrou em sua sala, era onde ela mais desejava estar, sua sala, que tem suas marcas, onde ultimamente tem passado a maior parte de seu tempo, onde pode ficar a sós consigo, e onde pode ver Draco como uma pessoa normal, a sala que foi feita sob medida para recebe-la, nem grande, nem pequena, apenas ideal para Hermione Granger. Ainda sentia o calor da respiração do ser faminto e sabia que era uma questão de pouquíssimo tempo para que ele a devorasse, mais uma vez sua vida estava dependendo de um segundo, apenas um segundo em que alguém poderia chegar, ou talvez que ela executasse um feitiço sem varinha, ou ainda em que Greyback a devorasse, apenas um segundo para definir o rumo das coisas, porém nenhuma das três opções pensadas pela garota para seu segundo fatal aconteceu.
Sentiu-se aconchegada e resolveu abrir os olhos, viu o arquivo e a janelinha acima dele, as mesas e a poltrona, estava em sua sala encolhida num canto, ainda não movia as pernas, mas ao menos estava salva.
- Eu aparatei! – Incrédula Hermione fechou e abriu os olhos várias vezes e também os esfregou para que pudesse ter certeza de que tinha se livrado deste problema, de que estava bem em sua sala onde sentia que nada poderia atingir-la.
Depois que passou o estado de felicidade e êxtase por estar viva, as preocupações voltaram, estava muito agradecida a qualquer força superior que a tivesse feito aparatar naquele momento, mas começou a preocupar-se por seus amigos, pelo que estaria acontecendo na sessão dos aurores, como aparatou, como a maldição da morte não a atingiu, o que Rony tinha na cabeça quando a enfeitiçou, como faria para voltar à batalha, por que Greyback estava indo em direção ao corredor, enfim... Muitas perguntas passaram a rodear sua mente e não sabia no que deveria pensar primeiro.
Decidiu-se tão súbita e inesperadamente que pareceu voltar a ser a Hermione dos tempos da escola “Preciso lutar, não posso ficar aqui esperando alguém morrer, Harry, Ron, Sr. Weasley ... Draco” . Tentou se levantar decidida, porém descobriu, fosse por causa do susto do Lobo GreyBack ou por conseqüência do enigmático feitiço que não lhe atingiu, suas pernas ainda tremiam não sustendo o peso do seu corpo o que levou-a novamente ao chão. Não soube dizer quantas horas de desespero passou ali tentando levantar-se, uma estranha força a puxava para baixo, “O feitiço que Rony me lançou não pode durar tanto tempo assim...ou pode? Mesmo depois de ter aparatado? ... como eu aparatei?” Mais uma vez sua cabeça fervilhava de perguntas até então sem respostas...
Em meio à confusão instalada em sua cabeça ouviu passos apressados vindo do lado de fora de seu escritório, por conseqüência dos últimos acontecimentos decidiu calar-se e somente esperar, os segundos em que os passos se aproximaram pareciam não ter fim, e a cada novo passo Hermione sentia o coração dar um salto e engasgar-lhe a garganta, mas o que paralisou-a de vez não foi o rangido habitual do abrir de sua porta e sim a seguida batida forte juntamente com um “Droga” extremamente alto. Conhecia aquela voz, e esta entrou pelos seus ouvidos inundando-a de uma felicidade inexplicável, como estava encolhida num canto apenas levantou sua cabeça, mas neste momento passou-lhe a desconfiança de que aquele poderia não ser quem aparentava. Decidiu continuar quieta, mas seu movimento anterior de levantar a cabeça não passou despercebido pelos olhos acinzentados que fiscalizavam a sala.
- Hermione?! – Draco Malfoy estava parado a frente da porta com a varinha na mão e uma expressão de incredulidade no rosto - Onde esteve todo esse tempo? Está todo mundo te procurando por todo ministério... pensei que...
- Não se aproxime – Ela gritou desconfiada.
- Ãhn?! – Ele fez exatamente o contrário do que Hermione havia pedido, aproximou-se de modo que pudessem se olhar frente a frente, sem qualquer objeto que pudesse separá-los. – O que aconteceu com você? Sou eu, o Draco, você pode confiar em mim.
- Como é que eu vou saber?
- O quê? Saber o quê?
- Que você é quem diz ser! – Ela afirmou quase que involuntariamente.
- Você está achando que Eu não sou Eu? – Draco não conseguiu disfarçar o fato de ter achado graça da situação.
- Do quê você está rindo? – a garota irritou-se.
- Quantos Draco’s Malfoy você conhece?
- Só um! – Quis parecer a mais óbvia o possível.
- Que sou eu! – Ele usou o mesmo tom que a garota usara em sua ultima afirmação.
- Como é que você pode provar?
- Simples – era incrível como Draco parecia ter tanta segurança na voz e em tudo o que fazia, pois começou a se aproximar lentamente e a cada milímetro de aproximação tinha mais certeza do que fazia e falava – Eu não precisaria provar nada, mas sei que você tem uma teimosia de trasgo e não desistirá de uma prova convincente... Como eu saberia, por exemplo, que toda vez que você fica nervosa, com medo ou assustada, suas bochechas ficam um pouco coradas – Hermione sentiu seu rosto queimar um pouco e sabia que estava corando – Como agora... Quando está irritada fica desviando o olhar, quando feliz contrai um pouco os lábios num quase sorriso – Sabia que estava tendo todas as reações que ele citava, mas era algo maior ou mais forte que ela, resumidamente não podia controlá-las – E... – Draco a olhou de uma maneira inexplicável, e a encarava como se não permitisse que ela desviasse o olhar, e continuava se aproximando – E... Quando eu chego perto assim... – Já falava quase encostando os lábios nos dela – Você prende a respiração e eu quase posso ouvir seu coração batendo acelerado, suas mãos tremem tão sutis... - Finalmente Draco terminou com a pequena sessão de hipnotismo ou tortura, apertando suas mãos como se quisesse conferir o quanto tremiam enquanto encostava os lábios nos dela peculiarmente, separou-os, olhou-a novamente quase confirmando que havia ganhado algo, sorriu – E tão perto assim como agora, eu consigo ver sua alma pelo brilho dos olhos, pedindo pra encontrar a minha.
Estava acabado, aquele ser acabara com todas as dúvidas que poderiam ter passado por sua mente, era mesmo Draco Malfoy, e se suas palavras não confirmassem isto, não haveria prova maior do quê aquela sensação de segurança proveniente dos lábios e braços e mãos tão cuidadosamente postos em volto a seu corpo, uma das mãos em seu rosto e a outra em sua cintura, e todo o conjunto transmitia a impressão de que em nenhum outro lugar poderia estar mais a salvo ou simplesmente feliz, pois nestes tão raros momentos que agora tornavam-se tão freqüentes Hermione Granger e Draco Malfoy eram um só.
- O coração tão fica acelerado... – Ele disse num tom tão brincalhão que nem parecia o mesmo, seu riso era sincero.
- Já pode parar, eu não preciso mais de provas... Já me convenci – Por menos que quisesse admitir sabia que estava contraindo os lábios, e para completar também estava consciente de que Draco sabia exatamente o que isto significava.
- É uma pena... Se você não estivesse tão convencida eu não teria problemas em te dar provas pelo resto do dia.
- Acho que ainda estou em dúvida, pensando bem, quem me garante que você não seja um comensal da morte usando poção polissuco? – O rapaz sorriu e voltou a tocar seus lábios rapidamente.
- E agora? – perguntou ele.
- Por que me convenceria? – O ultimo ato foi repetido.
- Que tal agora? – Hermione apenas balançou a cabeça negativamente contraindo os lábios – Está ficando exigente!
Ambos acharam extrema graça da situação, deixando transparecer seus risos, Hermione não mais encarava-o de frente, seu olhar estava direcionado ao chão assim como sua cabeça, mas como num golpe de misericórdia Draco precisava concluir a situação, levantou um pouco o queixo da garota, e novamente a chefe da sessão F.A.L.E. estava se perdendo naquela profundidade azul acinzentada, que a faziam corar, e tremer, sentir-se forte e impotente ao mesmo tempo, mas isto só significava quem quando se perdia nos olhos de seu assistente o resto do mundo não importava e o momento não poderia acabar de outra maneira, desta vez ela avançou primeiro e sabia que a partir deste instante não teria mais volta, este ato marcaria sua vontade de estar junto de Draco de modo que não mais conseguiria esconder isto e enfrentar o mundo seria insignificante diante da grandeza da reconfortável sensação de estar nos braços dele, como agora, mais do que nunca como agora, pois ao perceber que a iniciativa partiu dela, o rapaz retribuiu de igual maneira ou ainda mais intensidade e paixão.
O ministério poderia cair, definitivamente nada poderia atingi-los neste momento.
N/A. Gostaríamos muito de nos desculpar com todos (as) que acompanham esta fic. Tivemos um problema com nosso PC que nos impossibilitou de postar este capítulo. Realmente queremos pedir desculpas! 8/
Esperamos imensamente que apreciem este capítulo. Resolvemos não pedir comentários obrigatários pelo cap. 16. Todos os comentários são bem vindos, para sabermos a aceitação do cap., mas a obrigatoriedade está fora!
Tenham uma boa leitura. Obrigada por não desisitir desta história.
Atenciosamente, Irmãs Fasi. =*
Comentários (2)
Opa... n mudei a nota uasuahsuahsué 5 viu u.u
2016-02-24Como vc pode escrever algo assim e sumir??? Volte logo!!
2016-02-24