Doce Ilusão
Naquela terça-feira chuvosa que sucedeu o então convite à casa de Harry, tudo estava muito calmo. Aquele ambiente era algo muito propício para alguma coisa acontecer, pois sempre que as coisas ficavam muito relaxadas algo de muito especial acabava acontecendo, desde os tempos de Hogwarts em que Harry descobria mais e mais coisas a cada dia que se passava. Porém a calmaria não passava a anos, sempre que Harry acordava via a sua esposa que certo dia amara, não, aquilo que ele sentia por ela não era mais amor, não era possível. Não se sentia mais a vontade ao deitar com sua esposa, não era a mesma coisa de antes. Mas o problema era com ele, tinha certeza disso. Gina sempre tentava inovar, era um tipo de esposa perfeita, porém não era com ela que Harry sonhava de noite, não era nela que Harry mais pensava com o passar dos dias.
Era em outra pessoa, uma pessoa muito especial e querida pra ele, na qual tinha uma relação de amizade profunda e que não queria acreditar que algo além disso poderia acontecer, porém fantasiava sim e sentia um tremendo baque em seu coração quando pensava em seu amigo. Aquele amigo. Sim, Rony era seu melhor amigo, sempre fora, desde aquele dia no Expresso de Hogwarts em que se sentaram juntos. Desde aquele dia nunca mais teve dúvidas em quem realmente confiar, naquela pessoa que se pode contar tudo. Menos o que sentia por Hermione. Aquilo devia guardar para si, pelo resto da vida. Ou não? Será que era apenas um amor platônico, e Hermione nunca havia pensado em Harry como alguém mais que um amigo? Ou seria aquele um amor recíproco, pouco provável, já que Harry sempre viu Hermione como uma apaixonada a Rony, pelo menos desde o 4° ano em Hogwarts, quando as coisas começaram a ficar mais evidentes.
Achava que foi por aquele tombo inicial que começara a seguir a sua vida amorosa, independente de Hermione, quando beijara Cho Chang, e um ano depois se apaixonara por Gina, será que tudo aquilo não seria uma maneira de esconder um amor que o fazia sofrer a cada dia que se passava? Será que tudo aquilo que sentia por Hermione um dia iria ser revelado para a amada? Harry se sentia confuso com todas essas perguntas e decidiu parar de pensar um pouco quando foi dormir. Porém aquele pensamento permaneceu em sua cabeça por duas horas antes de adormecer.
E realmente não saíra de sua cabeça, pois o estranho sonho que se apresentou em sua cabeça era mais claro que nunca.
- Harry, eu sempre quis te contar isso, sempre te amei desde o primeiro dia no Expresso em que encontrei você e Rony naquela cabine. – falava uma Hermione de 17 anos, linda e esbelta, ainda com as roupas de Hogwarts.
- Mione, é você mesmo? O que é tudo isso? Ah, esquece, - começou Harry, quando viu que tudo parecia perfeito – eu te amo tanto Mione, quero que você saiba. Eu te quero, sempre te quis, mas tenho medo do que possa acontecer com o Rony, Mione. Quero a felicidade de todos nós e quando tudo acabar pelo menos 1 de nós terá ficado com o coração partido.
- Não se preocupe com Rony. Ele ficará bem. Harry, me beija – disse Hermione fervorosamente, ao passo que Harry desistira de resistir.
Avançou em direção aqueles lábios cheios e lindos, os quais tanto tempo sonhara e que pareciam mais pertos do que nunca. Quando estava à menos de um centímetro do paraíso, ouviu a voz de Gina.
- Acorda Harry, precisamos fazer as compras antes que ele cheguem. Precisamos arranjar algo pra eles comerem. Rápido, levanta, amor. – completara Gina com a voz claramente anciosa.
- Estou indo, linda, estou indo. – murmurou Harry ainda de olhos fechados.
Não queria acreditar que aquilo não era verdade, não queria sair daquele sonho, queria permanecer lá pra sempre, abraçado e beijando os lábios vívidos de Hermione. Foi com grande esforço que levantou da cama e começou a se arrumar para fazer as compras.
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