A ETERNIDADE POR ESSA NOITE



Harry tinha dúvidas sérias se não seria mais fácil enfrentar os bruxos das trevas do que a imprensa do mundo mágico. Os jornalistas literalmente acampavam no St.Mungus a espera da tão esperada declaração pública do “garoto que sobreviveu”, do “homem que derrotou as trevas”. Draco Malfoy teve que expulsar aos bofetões e algumas ameaças de maldições imperdoáveis um sujeito que conseguiu infiltrar-se na sua sala, esperando alguma declaração exclusiva sobre a saúde de Harry.

O jovem bruxo não tinha nenhuma vontade de se submeter ao circo que estavam montando em torno de sua volta. Recebera visitas de velhos amigos dos tempos de Hogwarts. A Professora MaCgonagall, atual diretora da escola, Neville Longbotton, que ministrava aulas de herbologia desde a aposentadoria da velha Professora Sprout, sua esposa Luna Lovegood, que surpreendeu Harry, pois havia se tornado uma moça muito bonita e uma jornalista e escritora de renome, embora continuasse com algumas idéias extravagantes. Disse a Harry que quando ele se sentisse pronto, poderia lhe dar uma entrevista, mas bondosamente enfatizando “quando” e “se” ele se sentisse realmente pronto para isso.

Sua visão retornava aos poucos, mas estranhamente ele estava quase tão míope como aos dezesseis anos. Seqüelas da lesão cerebral, segundo Hermione. Ele ainda tinha alguma dificuldade de locomoção, mas sua amiga garantiu que ela desapareceria em breve. Voltou a usar óculos como há nove anos. Gina e os demais Weasleys vinham visitá-lo quase todos os dias. Patrícia recusava-se a voltar para a escola enquanto ele não se recuperasse totalmente. Harry reconhecia que como irmão mais velho era um fracasso completo. E apreciava muito a companhia de Rony. Agora que tinham retomado a velha amizade, descobrira no ruivo uma pessoa muito agradável, um grande contador de histórias engraçadas, que sem sombra de dúvidas havia tornado sua estadia no St.Mungus, desde que recobrara a consciência, muito mais suportável.

Na véspera de receber alta, uma Hermione muita séria, junto com Malfoy e outro jovem medibruxo que tinha acompanhado a evolução do seu caso apareceram no seu quarto no final da tarde para uma conversa. Harry imaginou o que viria.

- Vamos, Hermione, dê as más notícias – brincou Harry, tentando diminuir a tensão.

- Não são exatamente más notícias – a medibruxa disse – Mas também não são totalmente animadoras.

- Você ainda continuará por aí fazendo a alegria da imprensa bruxa, Potter – falou Draco com a sua ironia peculiar – Mas nós não sabemos por quanto tempo – acrescentou subitamente de maneira séria, silenciando em seguida ao receber um olhar cortante de Hermione.

- Conseguimos controlar o seu tumor, mas realmente não sabemos os danos que ele ainda pode causar. O cérebro é uma área delicada demais, mesmo para a medicina bruxa – disse Hermione, tentando dar um enfoque profissional à conversa, mas era possível sentir o pesar na sua voz.

- Não temos meios, mágicos ou não, para extrair o tumor sem colocar a sua vida em risco – disse o outro medibruxo – Procedimentos trouxas também não seriam satisfatórios, não com a sua tremenda resistência física. Eles apenas debilitariam a sua saúde, deixando-o ainda mais exposto à doença.

- Onde entra o rapaz loiro bonito, exímio preparador de poções – falou Draco de uma maneira cinicamente afetada – Você tomará várias poções ao dia durante algumas semanas, depois nós as reduziremos, mas não o suficiente para encerrar o tratamento.

- O que significa? – quis saber Harry

- Que você ficará bem dentro de poucos dias, seguindo as prescrições do Malfoy – falou o outro medibruxo.

- Mas não sabemos por quanto tempo... – Hermione hesitou.

- O que a sua amiga quer dizer é que talvez você viva uma vida saudável, se não cometer excessos, por vários anos – completou Draco.

- Mas... – instigou Harry, imaginando que haveria mais coisas por trás da declaração aparentemente tranqüilizadora.

- Mas não podemos afirmar que os sintomas não retornarão mais tarde, de maneira mais agressiva, se o seu organismo se tornar tolerante às poções – esclareceu Hermione.

- Resumindo, estou bem por enquanto, mas não há garantias – sentenciou Harry, aparentando tranqüilidade – Me parece uma boa notícia.

- Oh, Harry – soluçou Hermione, abraçando o amigo – Eu sinto tanto! Eu sei que não é justo!

A um gesto de Draco, o outro medibruxo acompanhou o preparador de poções para fora do quarto, deixando os dois ex-grifinórios sozinhos. Harry estava sentado na cama e sua amiga chorava abraçada a ele.

- Eu queria que existisse um jeito – ela ainda soluçava.

- Está tudo bem, Mione – tranqüilizou-a Harry – Eu sei que você, Malfoy e os demais fizeram tudo que foi possível. Eu, provavelmente, vou viver bem mais do que mereço.

- Não diga isso, Harry!

- Mione, você ouviu os relatos das coisas horríveis que eu fiz.

- Aquilo era uma guerra, cara – disse Rony, que acabara de entrar no quarto – Não seja tão idiota como o seu amigo aqui, que ficou culpando você ao invés de te agradecer. Pense nas coisas horríveis que os Comensais da Morte fizeram ou fariam se você não tivesse acabado com eles. E você renunciou à imortalidade para defender as pessoas. Eu não consigo imaginar alguém sendo tão nobre como você. Ou talvez tão panaca...

- Não, Rony, eu não...

- Sim, você é. Nobre, panaca e o meu melhor amigo também. Não deixe os fantasmas daqueles malditos comensais estragar a sua vida, Harry. Eles não merecem isso.

Hermione ficou olhando para o ruivo, os olhos ainda brilhantes por causa das lágrimas derramadas, mas seu rosto demonstrava o orgulho que sentia por ele. Rony sabia ser idiota ou ser nobre com igual determinação e competência.

- Quem tornou você um sujeito tão sensato e sábio de repente? – brincou Harry depois de um minuto de silêncio constrangido, dando um tapinha amigável no ombro do amigo.

- Ah, não precisou de muita coisa – disse, tornando a voz falsamente formal – Apenas um passeio pela mente de um certo bruxo. Um soco bem dado da minha irmãzinha favorita também ajudou.

No dia seguinte tiveram que providenciar uma chave de portal para levar Harry até a sua casa. A imprensa continuava montando seu circo. O hospital incumbiu Hermione (para o desespero da jovem) de dar à imprensa a tão esperada declaração sobre a saúde de Harry:

- O Senhor Potter tem uma lesão cerebral que está sob controle e estará sendo conduzido até a sua residência daqui a alguns minutos. Não, eu não informarei o endereço. Não, ele não dará uma entrevista, exclusiva ou não. Sim, ele está muito satisfeito em estar de volta. Não, eu não darei nenhuma declaração sobre a vida amorosa do Senhor Potter, que não é apenas meu paciente, mas também um grande amigo.

Draco Malfoy, ao lado de Hermione, fazia uma profunda cara de tédio frente às perguntas idiotas dos jornalistas. Quando uma jovem de uma revista bruxa de futilidades quis saber se era seguro Harry Potter ser tratado por poções preparadas pelo Senhor Malfoy, filho de um notório adepto de “Você-sabe-quem”, o loiro perdeu a paciência:

- É óbvio que não é seguro – disse – Tudo faz parte de uma grande conspiração dos Comensais da Morte, que como todos sabem conseguiram recrutar Hermione Granger e os Weasleys, com o intuito maligno de matar o “garoto que sobreviveu”.

Burburinhos excitados puderam se fazer ouvir, enquanto a jornalista fazia uma cara apatetada de dúvida, pensando se deveria ou não dar crédito às informações. Hermione, segurando o riso, declarou de maneira a não deixar dúvidas:

- Como já foi esclarecido anteriormente, o Senhor Malfoy goza da minha confiança e da confiança da direção desse hospital, apesar do seu senso de humor mórbido – acrescentou – E tenho certeza que ele tem também a confiança de Harry Potter.

No quarto de Harry, os gêmeos Fred e Jorge ofereciam ao amigo um estoque de logros para espantar a imprensa. Pós que produziam urticária, sprays que faziam cócegas, pequenos embrulhos que soltavam estranhos sons que imitavam a emissão de gazes corporais. Patrícia parecia maravilhada com as invenções. Harry advertiu:

- Nem pense em levar algum desses produtos para Beuxbatons, mocinha!

- Imagine se nós seríamos capazes de oferecer essas coisas para uma jovem tão inocente – falou Jorge, mas piscando discretamente para a irmã de Harry.

- Já “kits mata-aula”... – emendou Fred.

- Não se atrevam! – repreendeu-os Gina, que ajudava Harry a vestir um casaco – E dispensamos os seus produtos. Iremos para a casa de Harry via portal.
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Os gêmeos e Rony admiravam a antiga residência dos Blacks que abrigava Harry e Patrícia na Inglaterra. A comitiva que os acompanhou incluía Hermione, Rony, os gêmeos Fred e Jorge, Gina e Draco. Maravilhado por ter tanta gente em casa, Dobby ofereceu a todos um sem número de guloseimas que Rony se apressou em degustar.

- Algumas coisas nunca mudam – brincou Harry.

- Ele continua comendo como um hipogrifo – acrescentou Jorge.

Passado algum tempo, quando todos se alimentaram e exploraram a imponente residência, estranhamente, um a um , a “comitiva” foi se retirando, pretextando desde sono até compromissos inadiáveis.

- Uma boa casa, Potter – disse Draco com sua voz arrastada – Imponente, sóbria, mas não me parece boa para criar filhos, se é que você me entende.

Os gêmeos já haviam desaparatado, alegando que tinham que cuidar da loja, embora fosse sábado e além do horário comercial. Draco também já estava de saída, dizendo que mal pregara o olho nos últimos dias. Rony, Patrícia e Hermione acharam graça do seu comentário, principalmente por causa do olhar surpreso de Harry.

- Eu não entendi, Malfoy – disse o moreno, visivelmente constrangido.

- Ora, Potter, não seja lento. Eu falo de criancinhas de cabelos ruivos rebeldes, talvez de olhos verdes. Pensando bem, essa casa não me parece boa para criar filhos, mas parece ideal para fazê-los... – disse o ex-sonserino, desaparantando a seguir, sem esperar uma resposta. Gina e Harry estavam vermelhos com a insinuação, enquanto os demais seguravam o riso com muito esforço.

- Bem – disse Rony – Eu e Hermione prometemos que levaríamos Patrícia ao cinema. Hermione e Draco já deram as instruções sobre os remédios, portanto... E não se preocupe, sua irmã está em boas mãos – Também sem esperar qualquer comentário, o ruivo e a noiva desaparataram, levando junto a irmã de Harry. Ele e Gina ficaram sozinhos, a princípio sem saber o que fazer ou o que dizer um ao outro.
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Bruxos faziam filmes, mas eles eram muito mais exibições de virtuosismo mágico do que propriamente uma trama com enredo, ação e desenvolvimento. Patrícia estava maravilhada com a sucessão de imagens e ação, misturados aos dramas dos personagens. Cinema trouxa era o máximo na opinião da jovem. Só pipoca era quase tão bom quanto o filme. Suas amigas em Beuxbatons, que não provinham de famílias trouxas, morreriam de inveja.

Rony e Hermione estavam muito felizes pelo fato da irmã de Harry estar se divertindo, principalmente depois da tensão dos últimos dias. Após o filme eles decidiram esticar a noite em um restaurante bruxo muito bom que o casal costumava freqüentar.

- Será que eles já se acertaram? – perguntou Patrícia, enquanto apreciava um prato delicioso de frutos do mar e especiarias. A garota tinha quase tanto apetite quanto Rony, pensou Hermione.

- Acho que não – ponderou a medibruxa – Eu proponho que a gente dê mais um tempo a eles. E do jeito que vocês dois comem...

- A garota está em fase de crescimento, Mione – disse o ruivo, às voltas com um imenso filé.

- E você também logo estará. Para os lados, é claro – brincou Hermione.

- Sabe que eu sempre tive muito ciúme de você, Srta. Granger, digo Hermione – disse Patrícia de repente, e lembrando que a amiga de Harry a havia proibido de tratá-la com formalidade.

- De mim? – surpreendeu-se Hermione – Mas Harry nunca disse a você quer éramos apenas grandes amigos, praticamente irmãos?

- Ah, por isso mesmo. Sempre soube que Gina era a mulher da vida de Harry. Mas você, bem, era a sua melhor amiga, praticamente sua irmã. E Harry sempre falava de você com muito carinho. De você também, Rony - acrescentou ao ruivo. Sabe, eu tinha um pouco de medo que Harry... bem é uma bobagem da minha parte.

- Que adoraríamos ouvir – disse Rony de maneira gentil.

- Harry foi a única família de verdade que eu tive, a primeira pessoa que se importou realmente comigo. E eu fui sua única família também por muito tempo. Consigo saber o que Harry pensa, mesmo sem utilizar o “DOM” e tive um pouco de medo – disse, agora afastando sua refeição e olhando timidamente para Rony e Hermione.

- Teve medo que você e Harry deixassem de ser uma família – completou Rony – Foi o mesmo sentimento que tive quando ele partiu, Patrícia. Eu era mais próximo de Harry do que dos meus irmãos. Me senti traído, como se ele não confiasse em mim. Você não precisa se envergonhar desse sentimento. Como costuma dizer o Professor Luppin, isso nos faz apenas humanos. E você não precisa ter vergonha de ser humana, minha cara.

- Não somos cegos, querida – acrescentou Hermione – É fácil perceber o quanto você é importante na vida de Harry e o quanto ele é importante na sua vida. Nós nunca pensamos em tirar isso de vocês. Seria terrivelmente injusto. Apenas queremos voltar a fazer parte da vida dele de novo. Ele sempre foi o nosso melhor amigo.

- É claro – disse a adolescente, emocionada e com os olhos brilhando, segurando as lágrimas com dificuldade – É fácil entender porque Harry gosta tanto de vocês.

Rony amigavelmente estendeu-lhe um lenço. Depois disso a conversa assumiu um caráter mais ameno. Falaram, para o desespero de Hermione, que não entendia nada do assunto, de quadribol (Patrícia jogava como artilheira em sua escola), de filmes trouxas e bruxos e de tempos em tempos especulavam sobre o resultado da ação que empreenderam para deixar o irmão de Patrícia e a irmã de Rony a sós.
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Meia hora após a partida de Rony, Hermione e Patrícia, Harry e Gina estavam mais relaxados e conversavam animadamente sobre quadribol. Gina havia lhe contado sobre as suas aventuras como artilheira na liga profissional dos Estados Unidos. Trocaram divertidas impressões sobre esse país, onde o bruxo havia estado em duas oportunidades atrás de Comensais da Morte. Depois a jovem havia falado sobre o seu trabalho de comentarista do esporte no “Profeta Diário”, que para a sua surpresa, era acompanhado por Harry, que sabia citar facilment os seus escritos, muitos dos quais ela nem mesmo se lembrava de tê-los produzido. Como se houvesse um ímã de efeito bastante demorado, eles foram se aproximando lentamente durante a conversa, no sofá onde estavam instalados. Quando perceberam (ou não perceberam), estavam muito próximos um do outro. A sala, programada magicamente para um clima ameno, estava estranhamente quente naquele momento. O beijo dado na Toca havia sido um impulso. Os dois decididamente não sabiam como agir agora. Tomando a iniciativa, Gina segurou a mão de Harry e perguntou tímida:

- É verdade?

Harry sempre tomava cuidado para não usar as sua habilidades vasculhando a mente e os sentimentos das pessoas. Achava que aquilo era uma violação indesculpável de privacidade. Mas a pergunta de Gina o pegou desprevenido. Sem querer, o “DOM” se manifestou e ele sabia exatamente o que ela queria saber.

- Sim – respondeu sem pensar – Só havia uma mulher na minha vida. Eu não estaria sendo justo se procurasse outras.

- Você sempre esteve na minha vida, Harry, mas ainda assim eu não fui tão “justa” como você.

- Isso não importa realmente Gina – disse Harry – eu gostaria de passar a vida inteira ao seu lado. Eu realmente gostaria...

- E o que o impede? – a jovem perguntou. Poucos centímetros separavam os dois naquele momento. De repente ouviu-se um estalo que sobressaltou o casal. Dobby, muito constrangido, anunciou que Harry teria que tomar uma das poções preparadas por Draco.

- Aqui está – anunciou o elfo solenemente – A próxima o senhor só precisará tomar amanhã às onze horas. Suponho que até lá os dois já tenham resolvido suas pendências e já tenham feito aquilo que jovens humanos apaixonados costumam fazer. Com sua licença – e com uma mesura exagerada e, Harry pôde perceber, com um sorriso malicioso, Dobby desaparatou.

De novo constrangidos, ambos ficaram em silêncio até que Harry tomasse a poção.

- Eu não sei quanto tempo irei sobreviver, Gina – falou depois de algum tempo, sentando-se de novo no sofá, agora a uma distância razoável da ruiva.

- E quem sabe? – devolveu-lhe a jovem, aproximando-se de novo. Afinal ela era uma Weasley. Seu trisavô havia sido atacado por quinze bruxos das trevas e lutou até que cada um deles estivesse morto, mesmo tendo morrido a seguir. Seus familiares, durante séculos, haviam lutado em todas as batalhas que consideravam justas, mesmo aquelas que sabiam irremediavelmente perdidas. Ela não iria se deixar intimidar por Harry Potter, o homem que amava, apenas porque ele estava prestes a ter mais um ataque de heroísmo. Não agora que ele estava bem ali, a menos de um abraço de distância, a pouco mais de um beijo, distância essa que anulou com facilidade, beijando-o antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, tirando-lhe os óculos, antes que pudesse ousar em não corresponder, separando-se apenas quando lembrou que precisava respirar, mas voltando a beijá-lo em seguida. Depois, afastando-se alguns poucos centímetros, apenas para que aquilo que precisava dizer tivesse o efeito desejado, falou com a intensidade que os Weasleys costumavam colocar nas declarações importantes que faziam:

- Eu não sei quanto tempo você tem de vida. Pensando bem eu não sei quanto tempo EU tenho de vida, mas saiba uma coisa, Sr. Potter: nós passaremos esse tempo juntos. Eu estarei presente, cuidando para que você tome as malditas poções, evitando que você faça mágicas malucas que possam prejudicar a sua saúde, ajudando você mandar Patrícia para a escola, ouviu bem?

Gina disse tudo aquilo numa enxurrada. Quando terminou, seu rosto estava quase da cor dos seus cabelos. E, na opinião de Harry, ela nunca estivera tão bonita. Sem poder ou sem querer se conter, dessa vez foi Harry que a beijou. Muitas vezes.

Muito mais tarde, no quarto de Harry, abraçados sob as cobertas, Gina perguntou, alisando o seu peito nu, onde algumas finas cicatrizes podiam ser sentidas, lembranças em baixo relevo dos embates contra os bruxos das trevas:

- Nem por um momento você se arrependeu?

Dessa vez ele estava feliz e um pouco sonolento demais para evitar que o “DOM” desvendasse o que se passava na mente de Gina. Sabia que ela estava perguntando sobre o fato de ter desisitido de uma vida eterna.

- Nem por uma fração ínfima de um momento – respondeu.

Depois, aconchegando a jovem mais ainda nos seus braços, disse:

- Uma vez, na América do Sul, eu ouvi uma música que me parecia muito bonita.

- Humm – um rapaz romântico – sussurrou a ruiva – Música em espanhol?

- Não, em português – respondeu Harry, tendo agora a atenção absoluta de Gina. Ele não diria aquilo gratuitamente, pensou - Estava no Brasil. Pedi para o recepcionista do hotel trouxa traduzi-la para mim. Uma parte eu já esqueci, mas havia uma frase que eu achei muito bonita e é exatamente o que sinto nesse momento.

- Que frase? – quis saber Gina, cada vez mais interessada.

- “Eu trocaria a eternidade por essa noite”. – recitou Harry, enquanto uma surpresa e emocionada Gina Weasley o abraçava, nunca mais, nem por toda a eternidade, pretendendo afrouxar aquele abraço.
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MUITO BEM, AÍ ESTÁ O PENÚLTIMO CAPÍTULO. O ÚLTIMO (SNIFF, SNIFF, AUTOR EM PRANTOS) NÃO DEMORA... MUITO.
QUANTO À FRASE DE HARRY, É DA MÚSICA “RELICÁRIO”, DE NANDO REIS, MAGISTRALMENTE INTERPRETADA PELO AUTOR E PELA INESQUECÍVEL CÁSSIA ELLER. BJUS E FELIZ NATAL.








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Comentários (2)

  • Vitória Leopoldina Gomes Mendes

    muito bonito o romance escrito por você  entre harry e gina é .... uhm ... tocante?! é tocante

    2011-08-20
  • Bárbara JR.

    Eu te juro que desde que li essa parte: "- Humm – um rapaz romântico – sussurrou a ruiva – Música em espanhol? - Não, em português – respondeu Harry, tendo agora a atenção absoluta de Gina. Ele não diria aquilo gratuitamente, pensou - Estava no Brasil. Pedi para o recepcionista do hotel trouxa traduzi-la para mim. Uma parte eu já esqueci, mas havia uma frase que eu achei muito bonita e é exatamente o que sinto nesse momento. - Que frase? – quis saber Gina, cada vez mais interessada. - “Eu trocaria a eternidade por essa noite”. – recitou Harry, enquanto uma surpresa e emocionada Gina Weasley o abraçava, nunca mais, nem por toda a eternidade, pretendendo afrouxar aquele abraço."   Sempre que eu ouço Relicário aqui no PC, eu choro lembrando dessa parte da fic. E eu li a Gina falando da morte dele ouvindo Relicário também. Nossa, só escrevendo isso eu já estou com os olhos cheios de lágrimas! É a primeira fic que me faz choras ;x

    2011-07-31
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