MAIS DUAS CONVERSAS



- Por que ele voltou, Draco? – perguntou Gina Weasley, tentando desesperadamente não se deixar tomar pelas lágrimas – Digo, se está morrendo. O que ele quer?

- Como assim, o que ele quer, Gina? O sujeito está morrendo. Você não entendeu essa parte? Acha assim tão absurdo que ele queira reencontrar os amigos?

- Mas ele não queria nos encontrar, não é mesmo? Ele procurou você, um antigo desafeto, não Hermione, Roni ou a...- a voz da ruiva falhou nesse instante e ela deixou escapar um soluço – ou a mim.

- Eu tenho certeza que ele queria procurar vocês. Tenho certeza. Mas ele tinha esperança de não ter que encontrá-los quando estivesse à beira da morte. O maldito orgulho grifinório!

- Mas...

- Vocês grifinórios são muito complicados, isso sim. Eu, no lugar do Potter iria querer que todo mundo me idolatrasse. “Aqui estou eu, o grande vencedor do mal, o cara que derrotou as trevas. Vamos, me dêem um milhão de galeões, dez virgens para passar a noite, lugares preferenciais nos principais jogos de quadribol da temporada, estoques ilimitados de cerveja amanteigada da melhor marca”. Sabe, coisas simples assim. Mas ele não. Ele volta escondido, querendo estar inteiro para se desculpar com os amigos.

- Bem sonserino você e muito grifinório o Harry... Mas, o que você quer dizer com “se desculpar?”.

- Sim, ao que parece ele acha que tem algum tipo de débito com vocês. Com você e seu irmão, principalmente.

- Mas, afinal, o que Harry Potter quer de nós? Eu não entendo!

- Eu que é não entendo você e o boboca do seu irmão. Sempre achei que o dia que o “garoto que sobreviveu” voltasse, vocês Weasleys iriam estender o tapete vermelho, fazer festa, coisas assim. Mas vocês se comportam como se ele realmente tivesse feito alguma coisa errada. E o pior é que ele parece acreditar nisso. O sujeito passou por mil e uma arapucas, enfrentou sabe-se lá o que para salvar o mundo. O mínimo que vocês poderiam fazer era dar um abraço no cara. Parece que só a Hermione entendeu isso.

- E você acha que ele voltou apenas para receber um abraço?

- Bem, da maioria sim – disse Draco, retomando a ironia característica – Mas de algumas pessoas, talvez ele espere um pouco mais do que isso – acrescentou maliciosamente, piscando para a ruiva.







- Roni – murmurou Harry, livrando-se gentilmente do abraço de Hermione.

- O que, Harry? – perguntou a amiga, enxugando as lágrimas que teimavam em cair.

- Roni. Eu acho que ele não ficou muito contente de ver a gente abraçado.

- Onde ele está?

- Bem, ele saiu não muito contente. Acho que seria perda de tempo ir atrás dele agora. Por sorte ele está indo para um lugar onde haverá conhecidos que evitarão uma recaída.

- Como você pode saber tanta coisa, Harry? – perguntou abismada, Hermione.

- O maldito “DOM”, Hermione. Não é nada divertido, pode acreditar em mim - disse de maneira sombria. Dá pra ver até breves imagens do futuro próximo. Mudando de tom e desanuviando o semblante disse, apontando para os outros presentes na sala de espera: - Minha irmã, Patrícia Okosha – apontou para jovem negra, que sorriu de volta.

- Eu sempre quis conhecê-la, Srta. Granger – falou a menina, estendendo a mão – Eu li todos os seus artigos sobre reversão medicinal de feitiços – disse radiante para uma surpresa e encabulada Hermione.

- E Dobby, você já conhece, é claro – apontou para o elfo que estava impecavelmente trajado.

- Claro, ele sumiu assim que você saiu do hospital – recordou a medibruxa.

- Dobby gostaria de dizer à senhorita, defensora dos elfos, que Harry Potter vem insistindo em pagar salário mas Dobby tem recusado. Dobby aprendeu a se vestir bem graças a Harry Potter e sua irmã. E os dois lhe deram permissão para brigar com eles e xingá-los sempre que fizessem bobagens, o que acontece muito, por sinal – declarou o elfo, muito satisfeito.

- Estou muito orgulhosa de você, Dobby – sorriu Hermione, acariciando as orelhas enormes do elfo, que guinchou de contentamento, enquanto Harry e Patrícia seguravam o riso.

- Eu e minhas amigas de Beauxbatons temos contribuído todo o mês para a seção francesa do F.A.L.E. (N.A.: Fundo de apoio para a Libertação dos Elfos) – declarou orgulhosa a irmã de Harry.

- Vocês dois ainda precisam me explicar essa história de irmãos – disse uma Hermione muito curiosa.

- É uma longa história... – suspirou Harry – Hermione, por favor, não culpe o Malfoy. Eu pedi sigilo para ele e prometo pagar o tratamento e as poções que me foram recomendadas.

- Claro, Harry – Hermione concordou – Mas, por que você não me procurou? Você acha que alguém iria impedir o “grande” Harry Potter de se tratar no St. Mungus?

- Hermione – disse o rapaz, cansado – O “grande” Harry Potter gostaria de ficar anônimo por enquanto. Eu queria ver vocês todos, é claro. Eu senti sua falta, minha amiga, senti a falta do Roni, dos Weasleys, e... bem, senti falta de vocês todos os dias da minha vida. Acho que eu teria enlouquecido nos últimos anos sem Patrícia e o Dobby.

- E sentiu principalmente a falta de Gina, não foi? – perguntou Hermione com a sua habitual sagacidade.

- Você continua a “sabe tudo” de sempre, não é mesmo? - brincou Harry, mas todos, até Malfoy que estava se retirando discretamente, notaram a emoção em sua voz.


- Harry, pelo que estou vendo aqui, o seu problema parece bem sério – disse a medibruxa, assumindo um ar profissional – Eu preciso estudar melhor esses pergaminhos e... – parou por um instante, ao que parece chocada com alguma informação – Por Merlin! Você... você está cego?

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Comentários (2)

  • Bárbara JR.

    Concordo com a Clara Ginny Tonks. Eu até entendo quando você muda de passado pra presente/presente pra passado, mais é meio confuso e deixa agente noiado tentando entender ><'

    2011-07-31
  • Clara Ginny Tonks

    Amo muito a história, mas uma coisa eu percebi tu auternas entre passado e presente muitas vezes, só que em certos momentos isso não fica bem explicado e fica meio confuso.

    2011-07-17
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