MALFOY E WEASLEYS
Draco Malfoy tomava a sua segunda cerveja amenteigada. Horas antes presenciara o reencontro de Harry Potter e Hermione Granger. Harry defendeu Draco e prometeu que pagaria pelo tratamento. Hermione olhou para Draco com um olhar de agradecimento e o loiro preferiu ir até o bar mais próximo tomar uns drinks. Reencontros chorosos embrulhavam-lhe o estômago. "Ah, Malfoy, quem você pretende enganar?" - disse Draco para si mesmo. Sempre teve ciúmes do amor e da admiração que "o menino que sobreviveu" despertava nas pessoas. Ele pensou, melancólico, se alguém um dia sentiria tanto a sua falta para lhe dar um abraço como aquele que Hermione deu em Harry. Por um momento ele se sentiu de novo em Hogwarts, quando morria de inveja da amizade de Harry, Hermione e Roni Weasley. O "trio maravilha", como ele os havia apelidado. Espalhara boatos de cunho sexual sobre a amizade dos três, sempre que podia, caçoava do "santo Potter", do "pobretão Weasley" e da "sangue ruim sabe-tudo", mas na verdade mordia-se de ódio por nunca ter merecido uma amizade como a deles. Vivia cercado de bajuladores da sua casa em Hogwarts, "Sonserina", que naquela época estava cheia de filhos dos Comensais da Morte de Voldemort. Filhos que sabiam que o pai de Draco era um dos líderes do exército do Lorde das Trevas. Pessoas que o abandonaram e desprezaram quando o próprio Lorde matou seu pai num acesso tolo de fúria. Draco enterrou-se nos estudos, tendo se tornado uma grande autoridade sobre poções medicinais. Mas ninguém lhe dava um emprego decente. Dumbledore, na época diretor de Hogwarts, interviu junto a Hermione Granger para arranjar um estágio para Draco nos St. Mungus. Com "padrinhos" como o velho diretor e a jovem e brilhante Granger, Draco foi admitido no hospital mas seria pra sempre um reles preparador de poções se Hermione não o houvesse requisitado para o seu departamento como seu assistente direto. Mulher de fibra, essa Granger! Havia brigado com muita gente no ministério para lhe dar aquele cargo, inclusive com o irmão de seu noivo, o idiota do Percy Weasley, o todo poderoso Chefe Administrativo Sênior do Ministério da Magia. Esses Weasleys eram mesmo um saco! A admiração que crescia cada vez mais por Hermione era proporcional ao desprezo que sentia pelos Weasleys. Eram agora a família mais importante do mundo bruxo. Os gêmeos e o cara de fuinha do Roni, ricos com aqueles brinquedos ridículos que fabricam, Percy, o burocrata-mor do ministério, Crlinhos, a "maior autoridade sobre dragões do mundo bruxo" (Ora, quem liga para dragões!?) e Gui, "apenas" presidente do Gringotes, o banco dos bruxos. "Admita Draco, meu velho, os caras se deram bem e você é um mísero assalariado!" Draco pensou tuodo isso e, surpreendendo a si próprio não tinha tanta mágoa ou tanta inveja assim. Gostava do seu trabalho e acabara de prestar um favor ao "santo Potter".
E havia Gina Weasley, é claro! A melhor coisa (em todos os sentidos)da família Weasley. Draco provavelmente ainda gostava dela. Tiveram um breve namoro antes da ruiva ir para os Estados Unidos. Mas ela ainda era apaixonada por Harry Potter e, tudo o que ele não queria era ser a "segunda opção" de uma garota, "Ótimo, Malfoy", disse a sua irônica voz interior, "é muuuito melhor não ser opção nenhuma!". Enquanto esperava pela segunda cerveja, olhou em volta do bar, que já estava ficando cheio e viu, não muito longe da sua mesa, um jovem alto, de cabelos ruivos e sardas, que olhava muito interessado para um copo cheio, provavelmente de uísque de fogo. Parecia em dúvida se tomaria ou não a bebida.
Draco levantou-se e caminhou até a mesa do outro. Sentou-se na cadeira vaga e, colocando o máximo de sarcasmo sonserino na voz, desdenhou:
- Ora, ora, se não é o meu velho colega Roni Weasley!! Pensei que você tinha largado o álcool, mas eu vejo que certos vícios são difíceis de abandonar.
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