Um amor, um lugar



O meu amor é teu


Mais um dia começava e ele sabia, pelo simples fato de senti-la em seus braços, que o dia seria perfeito, que tudo valeu a pena, que ela era tudo o que ele queria, tudo que sempre tinha sonhado, ele a amava, mas não tinha medo desse sentimento tão forte como tinha tido no passado, agora ele se entregava sem se importar com nada, já que o amor que ele tinha era só dela, ele era dela, e nada mudaria isso.

O meu desejo é meu


Acabara de acordar e já tinha um ótimo motivo para sorrir, Sirius a observava com um sorriso bobo no rosto, era interessante como até com um sorriso idiota no rosto ele era lindo, perfeito como só ele sabia ser, sorriu também, encarando os olhos azuis dele intensamente, se perdendo neles, ele sorriu maroto quando a viu olhando para ele daquela forma, um intenso desejo se apossou dela, só ela sabia o quanto o desejava, por isso ela sempre dizia para si mesma que o amor dela era dele, mas o desejo era seu, soava meio autoritário, mas fazer o que? Ela era autoritária.

O teu silencio é um véu


Por mais que convivesse com ela há anos, ele nunca foi capaz de saber o que se passava por trás daquela mente brilhante, o silêncio dela era um véu indecifrável, Lince era simplesmente surpreendente! Nunca dizia o que estava aprontando, seus planos e pensamentos eram sempre indecifráveis, ninguém nem mesmo ele que a amava com toda a sua alma conseguia saber o que se passa pela cabeça dela, e também não se importava nem um pouco.

O meu inferno é o céu
Pra quem não sente culpa de nada


O inferno dele era o céu, soava meio estranho, mas sempre que ele se lembrava dos anos que passou em Azkaban ele entendia bem essa frase que lhe vinha à mente às vezes, por mais que tivesse sido preso por trair Lílian e Thiago, coisa que ele não fez, ele se sentia culpado pelo que acontecera, por ter confiado em Pedro, por ter sido tão idiota, por não ter ouvido Lince… enfim ele achava que merecia estar naquele inferno sobre a terra, no entanto sempre que sua mente o traia, por mais que não quisesse lembrar dela, quando lembrava, aquele lugar se tornava aconchegante e iluminado, a lembrança dela era um raio de sol no meio da escuridão, durante todos aqueles anos a lembrança dela foi o que o fez se manter são juntamente com a certeza de que não tinha sido preso pelo crime certo, foi ela que o fez pensar que o céu existe mesmo no inferno, ela era o seu céu.

E se não for valeu
E se já for, adeus


Viver… como tinha sido difícil sobreviver estando longe dele, naquela época ela se obrigou a pensar, a acreditar, que o que aconteceu entre eles era suficiente para mantê-la bem, era uma ilusão, mas era tudo que tinha, se convenceu de que se não conseguisse vê-lo novamente não tinha importância, se obrigou a não ter esperanças de revê-lo, mesmo que isso a matasse por dentro, era o tipo de coisa que ela se dizia em Hogwarts, quando o via com outra garota,
“se não for para acontecer não tem problema”
, era o que ela pensava, tentava se enganar, tentava acreditar nisso, e quando o teve em seus braços e seu dom a “avisou” que se separariam, ela se condicionou a pensar que se acabasse então adeus, não choraria por ele, ela ria quando se lembrava disso, se enganava para não sofrer, e acabava sofrendo mesmo assim, por mais indiferente que se mostrasse, sentia o coração sangrar quando o via com outra, quando se separaram era como se parte dela tivesse sido arrancada, e mesmo assim ela não podia se entregar, tinha que continuar, e se baseando nos momentos felizes, erguendo frágeis alicerces sobre a ruína que a sua vida se transformou, ela conseguiu sobreviver os anos de separação.

O dia amanheceu
Levante as mãos para o céu
E agradeça se um dia encontrar
Um amor, um lugar
Pra sonhar


A claridade na janela incidia sobre eles, deixando o quarto que era quase totalmente branco, meio dourado, a luz refletia no espelho da penteadeira, que ficava de frente para a cama, o reflexo caia sobre eles ainda deitados se olhando, Sirius e Lince se olhavam intensamente, como se mais nada existisse além deles, mentalmente, dia após dia, ambos agradeciam por estarem juntos, por terem aquele amor para governar suas vidas, por ainda ter a capacidade de sonhar, por ter a mansão Cresswel como seu refugio, o lugar onde se amavam e eram felizes, pois era isso que eles sonharam desde os tempos de Hogwarts, ficar juntos e serem felizes, e estavam sendo, finalmente.

Pra que a dor possa sempre mostrar
Algo de bom


Dor, todos achavam que era ruim, que era horrível sentir dor, não dor física, não era dessa dor que ela se lembrava quando essa palavra era pronunciada, Lince sempre se lembrava do outro tipo de dor, aquela que não passa com uma poção, aquela que deixa cicatrizes tão profundas que às vezes levam as pessoas à loucura, a dor do coração, era ruim, era horrível senti-la, mas ela via algo de bom nisso, pois era a dor do coração que fazia a pessoa olhar ao seu redor e ver que nem tudo está perdido, foi sofrendo que ela aprendeu a dar valor às pessoas que a amavam e que ela amava, foi sofrendo que ela aprendeu o que era amar, foi por causa da dor em seu coração que percebeu que Sirius era tudo o que queria, e que sem ele ela não era nada, então sempre que a dor vinha, ela deixava que tomasse conta dela, para que assim a dor pudesse lhe mostrar algo de bom, algo pelo que lutar e ser feliz.

O meu amor é teu


Sim, ele tinha todo o amor que pudesse haver dentro dela, era quando olhava nos olhos de Sirius que Lince percebia o quanto o amava, o quanto ele era importante para ela, o quanto sua felicidade dependia dele para existir, ela dependia daqueles olhos azuis para viver, para respirar, para ter alguma felicidade em seu coração, era difícil explicar o sentimento que a dominava sempre que estava perto dele ou se lembrava dele, ela só sabia que era totalmente louca por ele, que seu amor era dele, somente dele, e que nunca iria deixar de amá-lo.

O meu desejo é meu


Às vezes se perguntava como podia sentir tanto desejo por aquela mulher, era indescritível, era impressionante, amava cada parte do corpo dela, mas não desejava somente o corpo, não, ele desejava o conforto que sentia ao lado dela, os sorrisos dela, os sentimentos dela, não desejava somente o corpo queria a alma dela, queria tudo que ela pudesse lhe dar, o seu desejo era seu, sabia que esse era um sentimento egoísta, mas não conseguia simplesmente se livrar dele, para minimizar o egoísmo de querer tanto dela, ele se dava na mesma proporção a ela, talvez fosse por isso que eram tão felizes juntos, pois eram capazes de se entregar na mesma medida, ou seja, integralmente.

O teu silencio é um véu


Ele estava pensativo de novo, ultimamente ele sempre ficava assim, ela sempre se perguntava o que se passava na mente dele, ele sempre dizia que ela era um mistério, que ele nunca conseguia decifrá-la, principalmente quando ela bolava algum plano maluco, mas ele também não era tão fácil de ler como pensava, ela conseguia decifrá-lo na maior parte das vezes, mas de vez em quando ela via o olhar dele se tornar sombrio, como se lembrasse de algo ruim, mas depois ele sempre sorria radiante, como se não pudesse ser mais feliz na vida, e ela percebia, de algum modo seu coração sabia a resposta para aquele olhar, Sirius ainda não tinha conseguido se livrar de seus fantasmas, mas ela o ajudaria, sempre estaria ao lado dele para fazê-lo feliz, para lembrá-lo que ambos alcançaram à felicidade.

O meu inferno é o céu
Pra quem não sente culpa de nada


Viver sempre foi um inferno para Lince, a vida dela estava marcada por lutas, perdas, perdas difíceis de superar, sentia-se culpada por tantas coisas, por não ter sido capaz de salvar a vida de seus familiares e amigos, afinal ela tinha um dom, o dom de ver ou sentir o que estava acontecendo de ruim a quem amava, então ela devia ser capaz de salvá-los não é? Mas ela sabia que essa culpa era errada, seus familiares e amigos morreram por um mundo melhor, eles eram os heróis, eles é que perderam a vida pelos que amavam, e se sentir culpada pela morte deles, era diminuir o que eles fizeram, e não seria justo deixar a culpa a dominar e não ser feliz, pois foi para que pudessem ser felizes que eles morreram, os heróis de guerra, Lince sabia que devia esquecer o inferno que sua vida foi e viver o agora, aceitar a felicidade que tanto lhe foi negada e ela faria isso, de algum modo ela sabia que conseguiria.

E se não for valeu
E se já for, adeus
O dia amanheceu


Ele nunca contou a ninguém o medo que sentia do amor, ele nunca tivera amor em sua casa, em sua infância tudo era negro, bom, pelo menos até conhecer Lince aos nove anos, desde então ele soube o que era amizade, quando entrou em Hogwarts e conheceu os marotos ainda no trem se sentiu amado, mas o amor que sentia por ela era diferente, era forte demais, poderoso demais, se fosse um pouquinho mais covarde ele teria fulgido dela no dia em que ela lhe disse que o ignorava porque ele nunca a tinha chamado para sair, por sorte ele era corajoso o suficiente para se entregar ao sentimento, se entregar a ela.

Levante as mãos para o céu
E agradeça se um dia encontrar
Um amor, um lugar
Pra sonhar


Era incrível como ela nunca se imaginou morando na mansão Cresswel com Sirius, a antiga casa deles ainda existia, mas eles nem pensaram em viver lá, traria lembranças dolorosas demais, não foi uma decisão tomada através de uma conversa, simplesmente foi natural, era como se tivessem sempre morado ali, Lince se sentia feliz de estar de volta à casa de seus pais, às vezes se sentia nostálgica por estar ali, mas tinha lembranças tão boas, nada naquela casa trazia alguma lembrança ruim, nunca ninguém entrara na mansão e matou ou machucou um Cresswel, aquele lugar era um refugio, um lugar onde eles poderiam ser eles mesmos, e ela queria um lugar assim para viver, um lugar tranqüilo, onde ela pudesse amá-lo com todas as suas forças, onde pudesse ser feliz, e ali ela sentia toda a sua família lhe protegendo, viver ali era voltar a viver com sua família, era voltar a pertencer ao clã Cresswel.

Pra que a dor possa sempre mostrar
Algo de bom


Lince sempre lhe dizia que ele não devia fulgir da dor, que a dor mostra o que existe de bom ao nosso redor, apesar de sempre sorrir quando ela lhe diz isso, Sirius sabia que ela tinha razão, se ele não tivesse sofrido tanto em sua infância, não saberia dar o valor que devia aos amigos, se não sofresse pensando que Lince não gostava dele, não saberia dar valor ao amor deles, o sofrimento é horrível, mas é por causa dele que se aprende que quando se está feliz, deve-se viver integralmente.

Eu ainda lembro
O dia em que eu te encontrei


Ele ainda se lembrava do dia em que a encontrou pela primeira vez, não tinha sido um dia nada agradável, eles tinham nove anos quando se conheceram, a família Black estava dando uma festa, todos os sangues-puros estariam lá, e ele ficou enojado só com a idéia de ter que ver todas aquelas pessoas se achando melhores que as outras por terem o “sangue-puro”, ele odiava aquilo desde que se lembrava, e quando o pai resolveu, um pouco antes da festa começar um discurso de como eles eram privilegiados por serem do grupo mais seleto de sangues puros do ramo da magia, e que devíamos agradecer a Merlin todos os dias por isso, ele não agüentou e falou que ele agradecia todos os dias a Merlin por não ser idiota o suficiente para acreditar em tal bobagem, percebeu tarde demais que devia ter ficado calado, seu pai ficou furioso, puxando ele pela escada e jogando-o dentro do primeiro quarto que viu pela frente…

“Por favor, que alguém me mate”, pensou Verônica*.

Nunca em toda a sua vida conhecera alguém tão chato quanto aquele garoto! Em sua frente estava um Malfoy de nove anos, que se ela se lembrava bem se chamava Lucius, os pais dele estavam bajulando os seus pais, ainda não entendia como tinha sido arrastada para uma festa da família Black USANDO VESTIDO! Ela odiava vestido, primeiro porque lhe dava um ar doce e desprotegido, coisa que ela odiava, depois porque o idiota do Malfoy resolveu que um jeito muito bom de puxar conversa com ela era lhe elogiando o vestido que usava.

Tinha certeza do motivo pelo qual aquele chato estava no seu pé, toda vez que era arrastada para uma festa dessa, sempre era abordada por algum idiota, o motivo era simples, era rica, membro do clã Cresswel, que era simplesmente o mais importante dentre as famílias bruxas puro-sangue ou não e todos queriam um pouco do prestígio que tinham, e também por que ela era filha do líder do clã.

Infelizmente não podia culpar os pais por tê-la trazido, afinal foi ela que insistiu em acompanhá-los em uma missão, ela só não imaginava que a maldita missão era uma festa, e que ela teria que aturar aquele macaco albino, e que tudo que eles fariam seria vigiar a possível aparição de um bruxo das trevas, do qual ela nem se lembrava o nome!

As palavras de Lucius entravam e saiam por ela sem que realmente prestasse atenção em seus significados, seu olhar vagou por todo o salão, deteu-se por um instante na Sra. Black, a anfitriã da festa que parecia nervosa com alguma coisa, estava conversando com uma mulher loira que tinha três meninas perto dela, uma loira como ela e as outras morenas, uma das morenas, a mais velha parecia tão entediada quanto ela, mas também parecia preocupada, Lince sabia que aquela mulher loira era esposa do irmão do Sr. Black… por falar em Sr. Black onde ele está?

Verônica vasculhou o salão novamente com o olhar e percebeu que o Sr. Black não estava por perto, isso era estranho, afinal ele era o dono da festa, porque deixaria a esposa sozinha para receber os convidados?

Seu olhar se deteu na escada que levava aos aposentos dos Black, ela tentou desviar o olhar, mas não conseguiu, alguma coisa errada estava acontecendo lá em cima, apesar de não saber de onde tinha tirado isso, já que não tinha nada além de uma escada na sua frente, ela dispensou Lucius pedindo que ele encontrasse um pouco de uísque de fogo para ela, ele ficou surpreso e apreensivo, ele tinha nove anos! Como conseguiria uísque de fogo? Mas tinha que conseguir, seus pais tinham lhe ordenado que fizesse de tudo para agradar Verônica, já que ela era uma Cresswel muito importante.

Enquanto Lucius se afastava, ela foi discretamente em direção a escada, por sorte seus pais não lhe prestaram atenção, deu um olhar de soslaio a Sra. Black e percebeu que tinha um menino atrás dela, era pequeno e tinha os cabelos negros e olhos de um azul aguado, ele se agarrava a saia da mãe e de vez em quando olhava para as escadas e fazia cara de choro, depois enterrava o rosto na saia da mãe, em uma dessas vezes Verônica aproveitou e subiu as escadas, não precisou andar muito, assim que chegou a primeira porta algo fez com que ela parasse.

Verônica colocou a mão na porta, sentiu que tinha magia ali, tirou um sapato e jogou contra a porta, o sapato voltou para suas mãos, imperturbabilizada, num impulso ela colocou a mão na fechadura e a rodou, a porta cedeu, ela ficou surpresa, se a pessoa lá dentro não queria que a perturbassem, porque não trancou a porta também? Curiosa ela colocou a cabeça para dentro do quarto, e o que viu lá dentro a fez ficar congelada.

Havia um homem, provavelmente o Sr. Black, e um garoto, o garoto estava na cama com os braços protegendo a cabeça, ele não gritava, o homem o estava espancando a maneira trouxa, tinha um chicote nas mãos e batia sem piedade no garoto, que não parecia ser mais velho que ela, o Sr. Black preenchia o quarto de gritos do tipo “Isso é para você aprender a honrar a sua família”! e “Como ousa dizer que não se importa se é ou não puro-sangue, moleque”?

Verônica sentiu o sangue ferver, então o garoto estava apanhando porque não se interessava por essa bobagem de puro-sangue? E o pior é que ela percebeu que o garotinho era filho daquele monstro.

- Esse não é um jeito aceitável de se tratar uma criança. – falou calmamente, apesar de que sua vontade era de gritar, mas iria se controlar, e aquele verme ia se arrepender de ter se quer pensado em dar a primeira chicotada naquele garoto.

Sua voz não soou muito alta, mas o suficiente para se fazer ouvir, o homem parou imediatamente de bater no garoto e se virou furioso para ela, o menino tirou os braços do rosto e a encarou surpreso e preocupado, olhou para o pai como se esperasse que ele começasse a bater nela também.

- E quem é você para me dizer o que devo e o que não devo fazer em minha casa? – rugiu o Sr. Black.

- Uma Cresswel. – respondeu Verônica observando com satisfação o rosto do homem ficar branco e os olhos dele se arregalarem.

- U - uma Cresswel? – perguntou hesitante.

- Sim. – respondeu Verônica que estava encostada na parede e com os braços cruzados, seu rosto estava impassível, escondendo qualquer sentimento que pudesse passar ali. – Verônica Cresswel, para ser mais especifica, sou filha de Jonathan e Karollyne Cresswel, o senhor logicamente já ouviu falar dos meus pais, não é?

O Sr. Black balançou a cabeça incapaz de responder, sua garganta estava seca e ele nunca tinha sentido tanto medo na sua vida, aquela garota era filha dos maiores caçadores de bruxos das trevas que já viveram!

- Vamos fazer o seguinte Sr. Black. – falou Verônica calma. – O senhor vai para sua festinha, e eu cuido do seu filho.

O Sr. Black não discutiu, apesar da expressão calma no rosto da garota ele sabia que não era inteligente contrariá-la, e se ela chamasse os pais e eles vissem o que tinha feito com seu próprio filho? Não que se arrependesse, afinal Sirius mereceu, mas tinha certeza de que os Cresswel não pensariam dessa forma, ele lançou um olhar de nojo ao filho, por tê-lo feito passar por aquilo, afinal ele estava recebendo ordens de uma criança de nove anos em sua própria casa!

Verônica teve que buscar todas as suas forças para não estrangular aquele homem asqueroso, como ele podia olhar o filho com tanto desprezo? Ela se desencostou da parede e foi em direção à cama, cruzou com o Sr. Black no meio do caminho e preferiu não olhá-lo, seu autocontrole não era tão bom assim, o garoto olhava para ela confuso, ela sorriu para ele, quando estava bem próxima dele e o Sr. Black prestes a sair pela porta, algo lhe ocorreu e ela se virou para olhar o homem.

- Ah! É mesmo, já ia me esquecendo. – falou como se realmente se lembrasse de algo, quando continuou sua voz era irônica e havia ameaça em cada palavra. – Se tocar num fio de cabelo dele de novo, seja com um feitiço ou com as próprias mãos eu vou saber, e acredite em mim, o senhor não quer a inimizade de um Cresswel, principalmente se esse Cresswel for eu.

O Sr. Black olhou raivosamente para aquela garota mal educada e saiu batendo a porta com toda força que tinha, Verônica não deu importância a ele, se virou novamente para Sirius que a observava atônito.

- Acho que seria meio idiota da minha parte se te perguntasse como você está. – afirmou Verônica com um sorriso torto no rosto.

- Bem, já tive dias melhores. – respondeu Sirius tentando sorrir, mas o sorriso não chegava aos olhos.

- Vamos cuidar desses ferimentos. – Verônica puxou uma varinha do vestido e Sirius arregalou os olhos, crianças bruxas ou não só recebiam as varinhas quando tinham onze anos, vendo a cara de Sirius Verônica falou. – Eu sou uma Cresswel, e nós recebemos nossa varinha ao primeiro sinal de magia que produzimos, eu tenho a minha desde os cinco anos.

- Por quê? – perguntou Sirius interessado.

- Você nunca ouviu falar de nós? – perguntou Verônica surpresa, Sirius fez que não com a cabeça. – Nós somos caçadores de bruxos das trevas…

- Os aurores são caçadores de bruxos das trevas. – corrigiu Sirius enquanto via admirado, Verônica cuidar de um ferimento que tinha no braço.

- De onde você acha que eles copiaram a profissão? – perguntou Verônica rindo enquanto cuidava de um outro corte agora na perna de Sirius. – Minha família caça bruxos das trevas a mais de um milênio, na verdade desde a época que Merlin era vivo, nós fomos seus primeiros aprendizes.

Sirius estava boquiaberto, a explicação dela era incrível, mas era meio difícil de acreditar, no entanto, só isso explicaria o fato dela saber feitiços curativos.

- Qual o seu nome? – perguntou Verônica quando terminou de curar Sirius e concertar as roupas dele que estavam um pouco rasgadas.

- Sirius. – ele não acrescentou seu sobrenome, não tinha porque se orgulhar dele.

- Verônica Cresswel. – apresentou-se Verônica. – Qualquer problema que aquele idiota te der me manda uma carta que eu arranjo um jeito de fazê-lo se arrepender.

- Ok. – concordou Sirius rindo, agora tinha uma arma contra o pai, sua amiga era incrível! Surpreendeu-se quando pensou nela dessa forma, nunca tivera amigos, mas tinha que confessar era muito boa a sensação de ter um.

- Vamos pra festa. – chamou Verônica.

Desceram juntos para a festa, e nos dois anos seguintes se corresponderam todos os dias, até que chegou o dia de entrarem em Hogwarts.


Eu ainda lembro
Como era fácil viver


Lince ainda se lembrava de como era fácil viver ao lado de Sirius, de como ele fazia tudo ser mais fácil, de como era verdadeiro o que viveram, de como tudo parecia morto quando se separaram, e agora tudo voltou, sem guerras, tudo bom demais, será que viveriam assim para sempre? Mas, ela sabia, que mesmo a resposta sendo não, ainda seria feliz, porque Sirius tinha o dom de deixá-la feliz, mesmo que tudo conspirasse para deixá-la triste, Sirius era o seu sol, com ele era fácil viver.

Ainda lembro
Eu ainda lembro
Ainda lembro


Por mais que vivessem eles ainda lembrariam de tudo pelo que passaram, mas isso não importava, o importante é que estavam juntos, e felizes.

Eles meio que acordaram de seus devaneios e perceberam que ainda estavam deitados na cama se olhando sem realmente ver, sorriram um para o outro e se levantaram para se arrumarem, afinal tinham um almoço na Toca para ir.


N/T: * Verônica é a Lince, não coloquei Lince porque nessa época ela ainda não tinha esse apelido, ela o recebeu no expresso de Hogwarts, no seu primeiro ano.

Não sei se todos que lerem essa song, já leram a minha fic Harry Potter e a Relíquia de Merlin, mas eu estou pensando em fazer uma continuação dela o que acham? Nessa continuação o Sexteto da Morte vai para a época de Merlin (com o Sirius a tiracolo), comentem e me digam o que acham da minha idéia, beijo a todos.

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