O fiasco
Ronald acordou mais cedo do que de costume. Era sábado, dia que ele costumava levantar depois das nove horas, já que não iria para a escola. Porém, naquele dia em especial, ele sabia que não conseguiria permanecer dormindo. Consultou o relógio em cima da mobília, marcava sete e trinta. Daqui a uma hora, exatamente uma hora, ele estaria saindo de casa com a mãe ao encontro do seu pai. Levantou-se e foi até a janela, abrindo-a levemente, o que fez com que os raios esplendorosos do sol adentrassem no seu quarto, iluminando-o.
Pôs-se a olhar a rua que, no momento, estava calma, exceto pelo vizinho, que estava saindo de carro para o trabalho. Tentou forçar a visão para enxergar mais adiante (e bem mais!) a clínica onde seu pai estava. O que viu foi apenas resquícios. De fato, era bastante longe. Fechou a janela e decidiu se arrumar logo. Tomou banho e vestiu a roupa que sua mãe havia separado desde o dia anterior: boné azul-marinho, que ele adorava, camisa pólo verde-cana e um short jeans. Devidamente arrumado, consultou o relógio. Era exatamente oito horas. Dirigiu-se até a cozinha, onde sua mãe, também já arrumada, preparava panquecas para o café.
- Já está arrumado, mocinho? Nossa - comentou Molly, ao ver o filho sentando-se a mesa.
- Já sim. Não consegui nem dormir ontem. Obrigado mesmo mamãe - ele disse, sorrindo.
- Espero que eu não me arrependa disso - murmurou Molly, para si mesma.
Ás 8h20min, eles saíram. Molly dirigia, apreensiva. Temia aquele encontro. Já Ronald, no banco ao lado, estava mais apreensivo do que nunca. O momento pelo qual esperara toda sua infância estava a minutos de acontecer.
Logo, Molly estacionou o carro em frente a clínica. Ronald desceu, abobado. O local era esplendorosamente belo. Na entrada, um jardim florido dava um ar tranqüilo ao local. A área ocupada pela clínica era larga e ampla, e a pintura cinzenta davam um clima atrativo a ela. Molly segurou a mão de Ronald e rumou para a entrada. Juntos, entraram no local.
- Arthur já está vindo! - disse Charles Dyson, para Molly e Ronald, que já encontrava-se sentado à cadeira, esperando a vinda do pai.
- Obrigado, Charles.
- Mas o garoto não pode se demorar muito. Nunca sabemos se Arthur terá ou não outra crise, entende? - preveniu. Ronald fingiu não escutar.
- Claro. É que ele realmente queria ver o pai. E eu achei que já estava na hora, sabe? - disse Molly, em resposta.
- Claro. Todo garoto na idade dele precisa de um referencial masculino. Foi realmente muito sensato de sua parte trazê-lo. Sedamos Arthur mais forte ontem à noite. Posso crer que ele ficará são por mais ou menos meia hora. A propósito, vamos. Ele está vindo.
Ronald acompanhava, milimetricamente, a cena que se passava do lado de fora da sala. Dois homens altos e fortes, vestidos de branco, traziam outro, trajando uma roupa azul, com a cabeça abaixada. Os cabelos loiros estavam estupidamente bagunçados, as mãos estavam algemadas e quando ele ergueu a cabeça, Ronald registrou os olhos vermelhos e a boca levemente ressecada. Parecia não por nada nela há dias. O homem, que Ronald reconheceu como seu pai, foi posto na cadeira a sua frente. Molly, o Dr. Dyson e dois seguranças a tudo assistiam, do lado de fora.
- E aí moleque, assustado de me ver? - perguntou Arthur. Sua voz era quase um resquício.
- Não. É o momento mais feliz da minha vida - pontou Ronald, sem vacilar.
- Que irônia. E então, já deve ter ouvido falar de mim, não? - a voz de Arthur adquiria secura e rudez a cada palavra pronunciada.
- Já. Demais. - Ronald ia continuar a falar, mas de repente tudo ficou escuro. Não conseguia enxergar mais nada. Era como se estivesse numa espécie de transe.
Ele não soube ao certo quanto tempo se passou. Horas, minutos ou segundos. Mas quando deu por si, sentiu uma dor lacinante no pescoço. Seu pai estava tentando asfixiá-lo. Tentou afastá-lo, mas foi inútil. Ele era mais forte. Sentiu o ar começar a se esvair. Felizmente, os seguranças agiram e conseguiram tirar Arthur de cima do filho.
- Me solta! Me larga! Tenho que acabar com isso enquanto há tempo! Esse garoto tem que morrer! Enquanto há tempo! - ele berrava, desesperadamente, enquanto Charles lhe aplicava um sedativo, que o desacordou.
Molly correu até Ronald, que tinha os olhos arregalados numa expressão de medo. Abraçou-o. Ele nada falava.
- Calma filho, está tudo bem! Relaxa! Eu estou aqui e ninguém vai te fazer mal. Por que ele fez isso? - perguntou-se Molly, acariciando o filho ternamente.
- Eu não consigo me lembrar... - sussurrou Ronald.
- Como, filho?
- Eu não... não consigo me lembrar de toda a conversa. Acho que eu... - Ronald não completou a frase. Abraçou a mãe mais fortemente.
- Tudo bem! Vamos voltar para casa. Vem. - ela levantou-se e ajudou Ronald a fazer o mesmo. - Filho, vai indo para o carro. Eu tenho que dar mais uma palavrinha rápida com o doutor aqui - ela disse, virando-se para o filho.
- Promete que não vai demorar? - ele disse, quase em súplica.
- Prometo.
Ronald deu um beijo na face da mãe e, ainda um pouco assustado, saiu da sala em direção ao carro. Molly olhou para Charles, buscando um olhar de sustento. Mas ele parecia pensar a mesma coisa que ela.
- Charles, por favor, me diga que não.
- Não sei, Molly, mas tudo leva a crer que sim - ele disse, sério. Molly desabou em lágrimas.
- Não, não pode ser! Tudo de novo não! Ronald não pode ter o mesmo problema de memória que o pai! E se, quando jovem, ele achar que pode voltar no tempo e mudar o passado, igual ao Arthur? Por favor, eu não quero que o Ronald fique louco também!
- Você nunca acreditou realmente na história do Arthur, não é?
- Claro que não! Quem, em sã consciência, acreditaria numa história dessa? Voltar no tempo para mudar o passado? Por favor, Charles! Não me diga que você realmente acredita que isso é possível?
- Não sei, sinceramente. Arthur sempre me pareceu muito convicto quando afirmava que podia fazer isso.
- Sim, e olha só no que essa convicção dele deu! Ele acabou de tentar matar o próprio filho! - explodiu Molly, ofegante. - Bom, eu tenho que ir. Já vi que não dá para discutir esse assunto com você. Voltar no passado... me poupe! - colocou os óculos escuros no rosto e saiu, batendo a porta.
- Esse ceticismo não vai acabar bem. - comentou Charles, para si mesmo.
Três dias depois, Ronald ainda lembrava-se com pesar do fatídico encontro com o pai. Era um dia de terça feira, ele e Hermione conversavam animadamente, na cantina da escola, que era tão sofisticada quanto o restante do colégio. O balcão era revestido de mármore e as mesas, dispostas igualmente ao redor do local, traziam um jarro de flores em conjunto com uma quantidade considerável de guardanapos. As cadeiras mais pareciam cadeiras de mesas residencias. Não eram de plástico como das demais escolas. Eram de aço inoxidável, após uma camada de tinha vermelha. Mas o maior destaque era sem dúvida a qualidade e a variedade dos lanches, que faziam com que a cantina de Hogwarts se igualasse a diversas lanchonetes do centro de Londres.
Hermione e Ronald comiam, cada um, um sanduíche de queijo emmentaler, um tipo de queijo famoso mundialmente por seu sabor. Para acompanhar o sanduíche, cada um tomava uma xícara pequena de cappuccino.
A intimidade entre os dois somente crescia com o passar dos dias. Passavam quase toda a parte do tempo juntos. E ela tinha ajudado-o a esquecer um pouco o encontro com Arthur.
- Ron - Era assim que ela o chamava agora. -, às vezes seu pai nem te reconheceu. Vai ver exageraram nos remédios - disse ela, na tentativa, infrutífera, de animá-lo, ao perceber que o assunto ainda mexia com ele.
- Reconheceu sim. O problema é que tem uma parte da conversa que eu não consigo me lembrar... esse meu problema de memória. Eu tô com medo. Devo ter dito alguma coisa muita feia ou muita errada para o meu próprio pai tentar me matar - retrucou ele, triste.
- Todo mundo esquece coisas às vezes. Não acontece só com você - pontou a garota.
- É... mas já é a segunda vez em menos de um mês. Não é normal - replicou.
- Não se chame de anormal! Você não é. Agora, vamos para a sala. O sinal já vai bater e Mrs. Hailigdon não gosta que nos atrasemos. Deixe disso, ok? - disse Hermione, alteando um pouco o tom de voz.
Ronald não respondeu. Apenas acabou seu cappuccino e seguiu para a sala, ao lado de Hermione.
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N.A/ Obrigado pra quem comentou. *--*
E desculpem a demora, estava aterefado =[
Comentem =)
N/B: Nessas horas eu morro de dó do Rony!!! =/ Já falei que também tenho problema de memória? (Qm qr saber? ¬¬) Quem dera pudesse mesmo voltar no tempo! AAAAAAin fiquei com dó dele quando o pai tentou mata-lo =[.
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