1- O início de tudo



N.A
Máira Vivian --> Obrigado. *-* Sim, promete :x
*Lari Forrester Black* --> Obrigado. *-* Dó do Ron? UHAUISUAUSA. vc vai ter mais ainda. =/ O cap vem agora. *--* Obrigado novamente pelo comentário.


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Até o fim, vou caminhar
E te buscar até te encontrar
E sempre devagar eu vou me aproximar
Do pouco que sonhei
De todos que eu amar
Pelo mundo (Chikyuugi) – Yumi Matsuzawa

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I
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- Eu não quero ir! Já disse! Não quero vir para essa escola! - ralhou o garoto, de dentro do carro, recusando-se terminantemente a descer.
- Não tem mais nem menos, mocinho. E eu estou atrasada para o trabalho. Portanto, trate de melhorar essa cara emburrada e desça do carro. - disse Molly, em resposta ao protesto de Ronald.
- Ei, isso é exploração de menores! Nem direito a livre expressão de opinião tenho mais! - ele cruzou os braços, decidido.
- Direito a expressão você tem, querido. Mas eu também tenho o direito de não concordar com sua...hum... livre expressão.
- E porque a senhora tem esse direito?
- Vejamos... - Molly franziu a testa, como se escolhesse suas palavras. - Porque eu carreguei você no meu ventre durante 9 meses, porque desde que o seu pai está internado eu que cuido de você e também pelo simples fato de eu ser sua mãe. E aí garotinho, quem ganhou agora? - pontou, com escárnio.
- Ok, você venceu! - meio que impaciente, tirou o cinto e desceu do carro. Deu um beijo na mãe e já subia os degraus para a porta de entrada do colégio, quando a voz de sua mãe o chamou.
- O que foi? - perguntou, virando-se e sendo surpreendido por um flash.
De dentro do carro, sua mãe exibia um belo sorriso no rosto e uma máquina fotográfica nas mãos.
- Para guardar de recordação. Boa aula, filho. - completou Molly, sorrindo. E finalmente, deu partida no carro em direção ao jornal onde trabalhava.


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A escola de Hogwarts era uma das mais famosas de Londres. Distinguia-se por sua disciplina e formação de caráter inabaláveis. O crédito, certamente, era de seu diretor, o Sr. Albus Dumbledore, que controlava tudo à mãos de ferro e ao mesmo tempo, com um jeito doce e paciente. Situava-se no centro da cidade e era considerada por muitos, a melhor escola da cidade, ou talvez até da Europa.

Na entrada, um belo jardim florido com tulipas, orquídeas e plantas endêmicas davam um ar agradável ao local. Uma escada de piso revestido do melhor granito do país dava acesso ao portão de entrada, onde todo dia milhões e milhões de alunos passavam. Sob o portão, podia-se ver o nome 'Escola de Hogwarts', em letras verdes garrafais. Era o típica colégio da elite londrina.

E era em direção a esse colégio que Ronald seguia. Subia as escadas com pesar, demorando mais do que o normal para passar de um degrau para o outro. Não queria aquela mudança. Não queria ir para aquela escola de gente rica. Queira continuar na sua antiga escola. Era simples e modesta, localizada no bairro onde residia. Simples, mas extremamente aconchegante. Coisa que ele duvidava que Hogwarts poderia ser. Mas sua mãe decidira, por vontade própria, matriculá-lo ali. Quando questionada, apenas afirmou que ele teria uma formação melhor para o seu futuro.

- Futuro... Eu só tenho 8 anos! Porque raios tenho que me preocupar com futuro? - pensou alto.

Finalmente, alcançou o último degrau e colocou o primeiro pé, oficialmente, dentro da escola. Olhou ao seu redor. Várias crianças corriam no imenso e largo corredor. Outras encontravam-se encostadas à parede. Outras ainda, pareciam se sentir como ele: Deslocados. Se uma palavra definisse todo o ser de Ronald Weasley naquele momento, essa palavra seria deslocado. Vazio. Não sabia para onde ir.
Começou a andar em meio aquelas crianças e então notou que não existiam apenas crianças ali. Vários adolescentes também se aglomeravam em grupinhos, cochichando.

Ronald seguia a passos firmes até o fim daquele corredor, onde sabia que situava-se sua sala, segundo sua mãe. Por fim, chegou. Uma distinta placa estava pendurada à porta da sala, onde podia-se ler claramente :

manhã – 2ª série A / tarde – 8ª série B

Tinha encontrado a sala. Adentrou-a, receoso. Estava vazia. Decerto nenhum dos outros alunos havia chegado. Era ampla e iluminada. Na parede, encontravam-se dispostas referências a histórias da Carochinha como Branca de Neve e os sete anões, Cinderela, A bela adormecida, entre diversas outras. Histórias essas que Ronald já sabia do início ao fim, de tantas foram as vezes que ouviu sua mãe contá-las.

Observou atentamente cada detalhe: A mesa, que ele supôs ser do professor, era de mármore e estava devidamente equipada, com papéis, canetas e outros materiais escolares. As mesas dos alunos eram de tamanho razoável aos mesmos. Igualmente as cadeiras. No fim da sala, uma cortina de veludo verde estendia-se por uma janela, o que impedia que a luz do sol iluminasse totalmente a sala. Porém, pequenos raios de luz entravam por frestas da cortina, o que deixava o local claro o suficiente para a ocorrência de uma aula.

Ainda nervoso e tirando a mochila que trazia às costas, Ronald dirigiu-se a mesa mais próxima a si e sentou-se, esperando que o professor e seus futuros colegas chegassem.


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O sinal tocou 15 minutos após Ronald adentrar à sala. Várias crianças, aparentemente da mesma idade, apressaram-se a entrar na sala e ocupar as mesas vagas. Ronald reparou quando uma garota de cabelos castanhos sentou-se na mesa ao seu lado. Lançou-lhe um olhar tímido, que ela retribuiu, fazendo-o corar intensamente. Cogitou a possibilidade de levantar-se e ir se apresentar a garota, mas ao tentar o movimento, uma mulher de aparência severa, rosto rude e cabelos castanhos presos num coque mal-feito, trajando um vestido azul, entrou na sala. Decerto, deveria ser a professora.

Olhou para a classe e foi como se exercesse uma espécie de feitiço. Os que estavam em pé se sentaram, os que estavam falando se calaram, os que estavam prestes a levantar, como Ronald, apressaram-se em voltar aos seus lugares. Ela abriu a boca e disse:

- Bom dia, turma. Meu nome é Joanne Hailigdon, ou simplesmente Mrs. Hailigdon. Esse ano lecionarei a maior parte das disciplinas com vocês, portanto é de bom tom que sejamos ótimos amigos. - deu um sorriso amarelo e voltou-se para o quadro, onde pôs-se a escrever.

Meia hora depois, a turma toda estava concentrada copiando os apontamentos de Geografia no caderno. O nível de relaxamento que os alunos se encontravam enquanto copiavam era tão grande que a maior parte se assustou quando Mrs. Hailigdon alteou a voz.

- Bom, dividam-se em duplas e resolvam o exercício da página 14! Para, hum – ela consultou o relógio que trazia no pulso – agora.

Ninguém questionou nada. Os alunos apenas começaram a arrastar suas carteiras para próximos um do outro. Ronald olhou ao seu redor. Sempre fora tímido e acanhado e na outra escola e por isso quase sempre acabava sem dupla nesse tipo de trabalho. Assustou-se quando notou uma mesa sendo colada a sua. Quase caiu para trás ao ver que tratava-se da linda garota de cabelos castanhos. Emudeceu instantaneamente.

- Posso fazer dupla com você? - perguntou a menina, docemente. Sua voz era angelical, soava como música aos ouvidos, pensou Ronald.
- Po...po...claro que pode! Ronald. - ele disse, corando. Com uma força sobrehumana, estendeu a mão para que a menina a apertasse.
- Hermione. - ela disse, apertando a mão do menino, o que fez ficar ainda mais vermelho, se é que era possível. - E então, vamos resolver o exercício? - disse a garota, sorrindo.

Era como se aquele sorriso exerce em Ronald um efeito semelhante ao de uma hipnose. As palavras faltaram-lhe. Ele apenas abriu o livro na página pedida pela professora e os dois puseram-se a fazer as questões.

XxxXxXxXxXxXxXxXxX


- Vem, filho! - Molly chamava, de dentro do carro.

Ronald descia as escadas, Hermione ao seu lado. De fato, os dois tinham se dado muito bem. Passaram o recreio juntos, conversando. Ronald descobrira que Hermione também era novata na escola. Talvez isso tivesse feito com que ambos tivessem tanta afinidade.

- Já vou, mamãe! - Ronald gritou, do alto da escada. Virou-se categoricamente para Hermione e disse:
- Gostei de conhecer você. E olha que eu achava que não ia gostar de nada nessa escola. - ele sorriu, bobo.
- Eu também! Então, a gente se vê amanhã, Ronald! - ela adiantou-se e beijou-lhe a face, fazendo com que todos os nervos do garoto entrassem em colapso.
- Sim, a gente se vê. - ele concluiu, ainda sorrindo.

Desceu as escadas correndo, enquanto sua mãe buzinava embaixo, absurdamente apressada. Abriu a porta de frente, sentou-se e colocou o cinto de segurança. Era visível que estava bem mais alegre do que quando fora deixado na escola, pela manhã.

- E então filho? Como foi seu primeiro dia de aula na escola nova? - perguntou Molly, afagando carinhosamente os cabelos do filho.
- Maravilhoso. - ele concluiu.
- Que ótimo. Escuta, vou te levar agora para um lugar. Espero que você goste. - e sem dar chance para o filho questionar algo, deu partida no carro. Ronald espremeu o rosto contra o vidro do carro. De relance, deu uma última piscadela de olho para Hermione.

-II



- Eu não quero ir nesse lugar! Não quero! - Ronald estava às lágrimas. Molly tentava a todo custo convencê-lo a entrar na sala de esperas do consultório médico onde se encontravam.
- Por favor, filho! Não vai doer nada! Ele só vai fazer uns exames de rotina em você, te garanto que vai ficar tudo bem. Confie em mim. - Molly usava um tom de voz doce com o filho.
- Não quero, não quero. - mas acabou rendendo-se e adentrado na sala de espera.

O consultório do Dr. Dyson era, sem dúvida, um dos melhores de Londres. Decorado com muito bom gosto e requinte, era freqüentado pelas mais variantes classes sociais. Sem contar o Dr. Dyson, que era a simpatia em pessoa. O atendimento também era um ponto forte do lugar. Mal Molly e Ronald adentraram, uma mulher trajando uma roupa social e com os cabelos presos num coque adiantou-se até eles.

- Pois não. Em que posso ajudá-los? - pelo seu tom de voz, percebia-se que seu inglês era extremamente sofisticado.
- Temos uma consulta agendada com o Sr. Dyson, para agora. Meu filho Ronald fará alguns exames de rotina. Molly Weasley. - ela apresentou o cartão, onde era comprovado que a consulta de fato tinha sido marcada.

A secretária checou e quando viu que tudo estava nos conformes, conduziu-os até o Dr. Dyson.
Ronald estava gélido. Assim como o pai, odiava consultórios e exames médicos. Sua vontade era de quebrar tudo ali e ir embora. Mas controlou-se. Olhou para o médico.

Charles Dyson era o tipo de médico que tornava-se popular entre as crianças. E principalmente entre as mulheres. Aparentava, no máximo, 35 anos. A barba rala e mal feita dava um tom especial aos olhos estupidamente verdes e aos cabelos escuros, quase sempre bagunçados, como se acabassem de receber uma doce e suave brisa de outono.

- Boa tarde, Dr. Dyson. - disse Molly, sentando-se na cadeira vazia. Ronald permaneceu em pé, em vez de ocupar a outra cadeira vaga.
- Charles, por favor. - ele disse, galante como sempre, o que fez Ronald lançar-lhe um olhar extremamente ardiloso.
- Claro. - Molly sorriu.
- E então rapazinho! - ele voltou-se para Ronald – vamos fazer uns exames? - ele sorriu, como se estivesse convidando-o para um passeio no parque.
- Não quero. - respondeu Ronald, áspero.
- Gênio forte igual ao pai. Logo percebi. - retrucou o Dr. Dyson.
- Não fala mal do meu pai!
- Eu não estou falando mal do seu pai, garotinho. Acalme-se. Vamos. - ele pegou Ronald pelo braço e o colocou numa maca. Voltou-se para Molly :
- Como é a primeira vez que ele faz um exame aqui, precisamos de fotos para a produção da carteira de saúde. - o Dr. Dyson explicou, enquanto tirava fotos de Ronald em determinados ângulos.

Após 2 minutos, parou. Ajustou a máquina e disse:

- Vou entregar para a Sônia providenciar essa carteira o quanto antes. Molly, você precisa vir comigo para assinar os papéis de entrada para providenciarmos a carteira.
- Claro. Vamos. E você – virou-se para Ronald – comporte-se.

Então, saiu com Charles Dyson pela porta, deixando Ronald a sós.

XxxXxXxXxXxXxXxXxX


Charles e Molly regressaram minutos depois. Qual não foi a surpresa de ambos ao não encontrar Ronald deitado na maca, onde deveria ter ficado.

- Ronald! - Molly chamou pelo filho.

Um barulho de papéis caindo invadiu o ar. Logo ambos identificaram sua origem. Vinha de uma saleta, no fundo do consultório.

- É onde eu guardo todos os meus registros. Dos pacientes que atendi. - temoroso, Charles adiantou-se até a saleta, Molly nos seus calcanhares.

E estava lá. Sentado no chão, aparentemente aturdido, como se não soubesse o que fazia ali.

- Ronald! - Molly berrou, enfurecida. - O que você estava fazendo aqui na saleta do Dr. Dyson?

Ronald levantou a cabeça e encarou a mãe e Charles Dyson. Lágrimas brotavam dos seus olhos e caiam-lhe a face, misturando-se ao monte de papéis no chão, aparentemente mofados.

- Eu não... eu não sei. - Ronald pareceu fazer um esforço para que essas palavras saíssem. E ainda assim, saíram quase como um sussurro.
- Como não sabe? Como assim você não... - O tom de voz de Molly que começara alto foi ficando cada vez mais baixo, até que quase não podia ser ouvido – sabe... ? Você não sabe?
- Não. - Imediatamente, levantou-se do chão e abraçou a mãe, chorando demasiadamente.
- Charles, não é possível, é? - Molly perguntou, voltando sua cabeça para o médico.
- Não sei Molly. Sinceramente, não sei. - ele respondeu, pesaroso.

Molly abraçou o filho mais forte. Remarcou os exames para outro dia. Achou melhor não contrariar a vontade de Ronald. Colocou o filho no carro e dirigiu até em casa, ainda pensando no que acontecera no consultório. Rezou fortemente para que aquilo que imaginava não fosse verdade.


oOoOoOoOoOoOoOoOoO

N.A/ Fim do cap 1! Comentem please!
Obrigado :D

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