A Ficha de Anne

Capítulo Um: A Ficha de Anne.

O dia estava quente e claro. Era um belo dia de verão. Harry tinhas boas e péssimas lembranças da sua época de escola em relação a suas férias de verão.
Pegou o elevador no átrio, e disse ao ascensorista que iria ao Departamento de Mistérios. Não ia lá há dez anos, há dez anos quando ele entrara neste mesmo elevador com cinco amigos para salvar Sirius, e no final...
O elevador havia chegado ao Departamento de Mistérios. Desceu junto de duas pessoas. Lá não havia mudado mesmo, estava à mesma coisa, como
Harry suspeitava que fossem estar daqui há mais dez, e mais dez...
- Ai! – exclamou uma figura que ele não identificara. Havia trombado em alguém, e havia sido uma trombada feia.
- Desculpe. – disse. Percebeu que trombara em uma mulher, que estava lendo alguns papéis e andava apressada. – Você está bem?
- Estaria melhor se não tivesse praticamente me derrubado. – resmungou.
- Me desculpe, por favor. Será que poderia me informar onde fica a sala do diretor do Depmt. º, o Sr. Harrisson Strummer? – perguntou cordialmente.
- Se você está procurando o Strummer não vai achar. – disse friamente.
- Ãh, por quê? – perguntou confuso
- Assuntos profissionais ou pessoais? – disse no mesmo tom frio.
- Profissionais.
- Então pode vir comigo. Não sei quem te informou Sr. Potter, mas o Strummer se aposentou há algumas semanas, e eu estou substituindo-o.
- Certo... Como você sabe meu sobrenome?
- Disseram que você vinha me ver.
Depois disso, a mulher – que pelo que Harry pôde observar, não deveria ter mais que sua idade - seguiu adiante por um longo e escuro corredor, até chegar a uma porta, que se abriu magicamente quando esta se aproximou. Ele adentrou a sala junto dela, que lhe indicou uma bela e alta cadeira em frente a uma escrivaninha. O chão da sala era de mármore negro, e as paredes de cor muito escura. Ela se sentou atrás da escrivaninha, e colocou algo dentro de uma das várias gavetas da escrivaninha.
- Bom, acho que ainda não fomos devidamente apresentados. – disse a beirando o óbvio. – Meu nome é Claire Butler, e eu sou a nova chefe do Departamento de Mistérios, como você já deve te percebido.
- Bom, como você também já sabe, eu sou Harry Potter. Vim a pedido do Ministro da Magia, que contratou meus serviços para solucionar o desaparecimento de uma de suas funcionárias – Harry fez uma pausa, tirou um pedaço de pergaminho da capa e leu: - Anne Jackman.
- Em que posso ser útil? – falou de maneira séria.
- Para começar, a... – ele olhou para as mãos de Claire, e ao não notar nenhuma aliança não mão esquerda, disse: - Srta. poderia me falar exatamente no quê Anne Jackman trabalhava. – indicou.
- Bom, Anne exercia uma função importante aqui no Departamento Sr. Potter. O Sr. Strummer se aposentou oficialmente há três semanas, mas já venho ocupando o cargo dele há seis meses. A Srta. Jackman cuidava pessoalmente das experiências feitas por aqui.
- Como assim...? – perguntou confuso.
- Que dizer que era ela quem fazia os relatórios de certas experiências, muitas vezes batendo o martelo.
- Ela era como uma manda chuva? – sugeriu.
- Não Sr. Potter, eu não diria manda chuva - sentenciou com ironia. -, mas sim uma pessoa importante para nós, que trabalhava há vinte anos aqui, e não ficou nada satisfeita quando uma pessoa que trabalha aqui apenas há quatro anos. Mas acho que isso não afetou em nada sua rotina habitual.
- Você sabe se ela tinha inimigos...
- Nisto não poderei lhe ser útil. – disse em tom de falsa pena. – Anne Jackman e eu tínhamos apenas relações profissionais.
- E você sabe se alguém?...
- Se alguém a odiava? Certamente. Não dá para construir uma carreira como a dela se ter um único inimigo. Acho que o senhor entende o quero dizer.
- Entendo. Então ela era muito fechada? – perguntou.
- Pelo que parece sim. Não sei o que o senhor tem dela em sua ficha Sr. Potter, mas garanto, sem nem ao menos olhá-la, que metade do que lhe sentenciaram não é verídico. – disse casualmente.
- Certo. Você poderia me passar a ficha dela?
- Claro. Imaginei que iria pedir.
Claire Butler deu um belo, enigmático e singelo sorriso de compreensão. Levantou-se e foi até o final da sala. Harry pôde observar que ela tinha cabelos extremamente negros, como o seu, e seus cabelos eram lisos e brilhantes. Aquele sorriso lhe lembrou o de alguém, embora agora ele não soubesse dizer quem. Ela voltou do fim da sala, com uma pasta portifólio cor de areia. Antes de entregar disse:
- Boa sorte.
Ele deu meia volta um tanto decepcionado. Será que ela, chefe deste Departamento há seis meses, pelo que disse, não poderia lhe informar mais? Algo estava estranho.
- É realmente só isto que você pode me dizer?- perguntou frustrado pela escassez de informações.
Ela o olhou intrigada e disse com um pouco de piedade na voz:
- Infelizmente não posso lhe ajudar mais do que isso.
Harry agradeceu e se inclinou para frente para cumprimentá-la, mas... Acabou derrubando um copo de café quente em sua roupa.
- Me desculpe Srta. Butler!
- Ah, tudo bem, eu dou um jeito nisto. – disse com uma cara de desagrado, e uma expressão forçada de “vai tudo bem”.
Ela pegou a varinha e a apontou para suas vestes. Com um toque as roupas ficaram limpas e secas.
- Nossa, eu estou realmente desastrado hoje, por favor, me desculpe de novo.
- Não tem problema, teria se eu fosse trouxa e tivesse de voltar para casa pra trocar de roupa, mas como não sou. – disse sugestivamente.
- Agora estou te devendo um café não é mesmo?
- É, está, mas infelizmente não vou poder lhe cobrar hoje.
- Bom, então quando você estiver sem dinheiro para o café, me escreva.
- Tudo bem então. Foi um prazer conhecê-lo S. Potter.
- O prazer foi todo meu Srta. Butler.

Ele saiu. Foi andando até a direção do elevador, mas notou que esqueceu sua pasta. Já com o caminho gravado na cabeça, voltou a sala. Bateu, mas ninguém pareceu ouvir. Ele precisava da pasta para agora. Tinha outros compromissos. Entrou e pegou sua pasta. Mas no momento que estava saindo, alguém entrou, e para não parecer que estava bisbilhotando, se escondeu atrás de uma armadura do lado da porta.
Ele ouviu claramente a voz de Claire Butler dizer para si mesma:

- Sabe Potter, eu gostaria imensamente de poder lhe ajudar mais. O Ministro certamente o contratou com intenções bem diferentes do que abrangem esse desaparecimento. Com certeza você não vai encontrar muito sobre Anne Jackman, ela era realmente uma funcionária modelo do Departamento de Mistérios... Nem sei por que Rudolph o chamou... Ele deveria imaginar que você descobriria mais do que deveria, e certamente isto irá lhe intrigar bastante, mas... Sinto muito lhe dizer que este é um caso perdido.
Harry estranhou. Desde quando, ela, uma pessoa, pelo que pôde perceber realmente impessoal, chamava o ministro, Rudolph Brewster, pelo nome de batismo? Alguma coisa estava acontecendo. Como assim descobrir mais do que podia? Ele estava louco para ela lhe cobrar o café que tinha derramado.