Efeito Borboleta
Capítulo um: Efeito Borboleta
“Um farfalhar de asas de borboleta na China causa um furacão na América. Deu-se o Efeito Borboleta. O pequeno produziu o grande. Por mais absurdo que pareça é a realidade. Tudo é interdependente, tudo é interligado. Às vezes, o elo aparentemente mais insignificante é responsável pela irrupção do novo...”.
Teoria do Caos
“BIZZ! BIZZ! BIZZ! BIZZ! BIZZ! BIZZ!...”.
O alarme zunia com força em seus ouvidos, irritando-o profundamente. Maldita hora em que sua mãe, num lampejo de maldade e genialidade (esse último ele admitia a contra-gosto), resolvera comprar esse tal de despertador, uma invenção daqueles trouxas masoquistas, e encanta-lo com poderes mágicos para só parar com a barulheira quando o indivíduo adormecido (ele, infelizmente...) levantasse da cama. Às vezes concordava com Malfoy, odiando o fato de sua mãe ter nascido trouxa... Aqueles trouxas e suas invenções bizarras...
- Ta, ta, já to levantando! – ele gritou para o objeto.
Resmungando, arremessou um travesseiro na “coisa demoníaca”, mas não adiantou de nada, a almofada nem chegou a tocar no despertador, sendo barrada pela barreira de proteção ao redor dele. Outro “acréscimo” de sua mãe que conhecia muito bem seus ataques matinais de mal-humor violento.
Ele deixou o aconchego de sua cama macia e quentinha para erguer-se meio tonto, sem a mínima vontade de levantar, mas sabendo que não tinha muito escolha. Era primeiro de setembro e sua mãe teria um ataque se eles se atrasassem por sua causa. Espreguiçou-se longamente, bocejando. Havia se desacostumado a acordar cedo após passar praticamente dois meses dormindo até tarde. Mas sua moleza acabara. Chegara o dia. O dia do início de seu sétimo e último em Hogwarts.
- Daqui a um ano vou finalmente me ver livre daquele bosta do Malfoy e suas “cobrinhas de estimação”. – disse para si mesmo enquanto lamentava o fim de suas tão gloriosas férias. Ah, férias eram com toda certeza a criação mais divina do homem. Pena que as suas acabaram...
Cambaleou até seu armário lotado, abriu-o e saiu à procura de uma roupa decente para vestir. Sua mãe certamente o mataria se aparecesse para o café vestindo somente com a parte de baixo do pijama. As noites de verão tinham sido muito quentes e ele acabava sempre arrancando a camisa do pijama durante o sono. Bom, era esse o motivo que sempre alegara, mas o fato de sua melhor e mais atraente amiga dormir no quarto em frente ao seu também contribuía para seus “calores”.
Vasculhou o armário inteiro e só encontrou roupas amassadas e emboladas, como sempre. As únicas que permaneciam passadas e dobradas, quase que intocadas, eram as roupas de mauricinho que sua mãe insistia em comprar-lhe. Ele odiava todas elas, faziam parecer que ele era um almofadinha afeminado. E, sempre que ele usava dessa desculpa para recusar as roupas, Sirius fechava a cara sob as risadas de seu pai. Coisa de animagos, vai entender...
Quando já estava a ponto de ir para a estação só de cuecas (Quem sabe eu não faturo umas gatinhas expondo meus dotes físicos?), percebeu um amontoado de brim no fundo de uma de suas gavetas. Franzindo as sobrancelhas, ele apanhou a roupa, reconhecendo-a com uma calça jeans de aspecto meio surrado com alguns rasgos espalhados pelo tecido. Um sorriso maligno formou-se em seu rosto quando ele ergueu o olhar para o pequeno espelho retangular fixado do lado interno da porta do armário.
Um rapaz de dezessete anos olhou para ele com seus grandes olhos de um verde-esmeralda surpreendentemente belos. Os cabelos negros caíam em mechas revoltas por seu rosto de pele ligeiramente bronzeada enquanto os lábios curvavam-se maliciosamente. Harry Potter estava pronto para agitar. Como sempre...
***
- PERA AE! PERA AE! PELO MERLIN! ESSA NÃO É A CALÇA “DÁ PRA MIM”?
Harry sorriu ao escutar o grito surpreso de Carol. Esperara essa reação dela, assim como de todos. Na verdade, era exatamente essa a reação que ele queria. Principalmente de uma certa ruivinha que ele tanto odiava... Ah, mas aquela Weasley era fogo mesmo. Dama de Fogo, como a apelidara durante uma de suas infinitas brigas. Sim, eles brigavam. Muito. Harry achava que os dois brigavam mais até que seu pai e sua mão nos tempos de Hogwarts. Mas pelo menos sua mãe não era uma completa idiota como Ginevra Weasley. Ginevra... Que nome aquela garota tinha... Santo Merlin...
Sim, Ginevra ia surpreender-se quando o visse vestindo a calça “dá pra mim”. Afinal, o apelido justificava a aparência da peça de roupa. A tal calça fora presente da Sra. Weasley de Natal, ela aparentemente quisera inovar e, ao invés de presenteá-lo só com o habitual suéter Weasley, ela dera-lhe uma calça jeans também. Mas como não tinha as medidas certas do rapaz, usara as de Rony para faze-la, pois os dois tinham basicamente o mesmo físico. Enganara-se. Rony mostrara-se mais magro do que aparentava e a calça ficara apertadíssima, delineando com perfeição seus quadris, colando em suas pernas em outras partes, fazendo-o parecer uma tanajura.
Sem falar no enorme rasgo que provocara ao tentar empurra-la á força para cima, a fim de faze-la ultrapassar suas coxas. Resultado: Um rombo defeituoso que descia rasgando a perna esquerda e outros rasgos pequenos pela direita. Muito embaraçoso. E o pior de tudo é que, o que podia ser facilmente concertado com um Reparo!, foi totalmente destruído quando Tonks, sempre com suas idéias modernas, dissera que podia dar um jeito, afirmando que os trouxas usavam calças assim o tempo todo e que era muito punk. Estrago total. Virara uma tanajura punk, conforme Ginevra mesmo dissera, afirmando que ele nunca teria coragem de usar aquilo em público. E Harry estava doido pra contrariá-la...
- Caroline Black! Onde está a sua educação, menina? Almas inocentes no âmbito! – ele disse com ironia explícita na voz, encostado displicentemente na porta, os braços e pernas cruzados.
- HÁ! – suas irmãs protestaram, ambas com a boca cheia de mingau.
Harry piscou para as pequenas, que não eram mais tão pequenas assim, mas para ele sempre seriam suas irmãzinhas que ele cansara de pegar no colo. Amber e Phoebe Potter eram o retrato perfeito de sua mãe, Lílian. O mesmo formato de rosto, os mesmos traços delicados, os mesmos espessos cabelos ruivos e os mesmos olhos amendoados. A única diferença entre mãe e filhas eram a cor das íris: castanho-esverdeadas, como as do pai Tiago.
- E quem disse que estava falando de vocês, suas intrometidas? – Harry riu, apontando com a cabeça para seu “tio” Remo Lupin acomodado ao lado de seu outro “tio” e padrinho Sirius Black – Estava falando do Tio Remo...
Todos riram da provocação, fazendo Remo franzir o cenho de leve, um sorriso calmo espalhando-se por seu rosto abatido, ressaltando ainda mais as visíveis olheiras escuras embaixo de seus olhos cor-de-mel. Balançando a cabeça, ele disse num tom brincalhão de aviso:
- Olha, Harry, é melhor tomar cuidado, viu? Não vou admitir brincadeirinhas assim em sala de aula! Sou seu professor!
- Só daqui à... – Harry consultou seu relógio de pulso – doze horas! Enquanto isso você continua sendo o meu “titio” Aluado...
Novamente a cozinha se encheu com as gargalhadas da turma. Sob o olhar ainda curioso do pessoal, ele caminhou até Carol, planejando sentar-se ao lado da amiga que ele considerava uma prima emprestada, filha de Sirius. Uma daquelas garotas cuja beleza vicia, com seus longos cabelos negros cacheados e os olhos igualmente escuros que brilhavam intensamente. Puxara Sirius nesse quesito, tinha a elegância inebriante do pai. E o sorriso doce da mãe. Falecida.
- Harry, meu afilhado, que decepção!
Harry ergueu as sobrancelhas, parando a meio palmo de Carol ao escutar a risada-latido do padrinho.
- O quê?
- Foi pra guerra e nem nos convidou! – O sempre irreverente Sirius Black respondeu, fingindo uma careta de profundo descontentamento e inveja.
Seu pai afogou-se em meio a um gole de café e sua mãe correu para acudi-lo, deixando de lado sua tarefa de servir o desjejum aos filhos. Mas Sirius chegou primeiro e deu um generoso tapa nas costas do amigo. O outro reclamou, passando a mão nas costelas doloridas após desafogar-se. Harry, entretanto, tinha franzido o cenho e mordido de leve o lábio inferior. O comentário do padrinho havia relembrado-o de um sonho meio mórbido e certamente muito estranho que tivera àquela noite. Na verdade, havia soado mais como um pesadelo...
Sonhara que estavam no meio de uma guerra muito sangrenta contra um poderoso bruxo das trevas. Não lembrava o nome dele, mas sabia que todos temiam pronuncia-lo. Todos, sem exceção, o temiam mais que tudo. Um bruxo que praticava Magia Negra e executava Maldições Imperdoáveis era certamente motivo de medo. Mas o mais estranho era que parecia que ele, Harry, já o tinha enfrentado e saíra vitorioso, para a fúria do tal bruxo. Saíra do confronto com apenas uma cicatriz na testa, uma cicatriz gozada, no formato de um raio. Ele tocou a testa e um arrepio percorreu suas costas.
- Filho? Aconteceu alguma coisa?
Harry saiu de seu estado pensativo ao ouvir a voz preocupada de sua mãe. Ele a olhou. Ela o encarou com seus grandes olhos verdes que lhe pertenciam também. Ele conhecia aquele olhar. Era o típico olhar de mãe que ela lhe lançava quando achava que alguma preocupação rondava a mente do filho primogênito. Harry sorriu, tentando despreocupa-la, mas falhou, pois o sorriso tremeu em seus lábios quando mais imagens difusas de seu sonho explodiram num flash em sua mente perturbada. No sonho, sua mãe morria. Ele ainda podia ouvir os gritos dela, implorando pela vida do filho.
- Na... Nada não, mãe. Pode ficar tranqüila...
- Mas, Harry, você teve um arrepio de repente...
- Já disse que não é nada, mãe. Esquece.
Lílian ainda o olhou uma segunda vez antes de voltar aos seus afazeres, lançando de vez em quando um olhar maternal ao rapaz. Ele bufou levemente, odiava quando sua mãe agia daquele jeito, às vezes chegava a irritar sua superproteção. Sufocava, tirava a liberdade. Sendo que a liberdade era a coisa que Harry mais prezava na vida.
- Ih, não liga não, Lily! – Sirius riu, servindo-se de uma colher de açúcar para depois beber um grande gole de seu suco de laranja – O Harry deve ter se arrepiado de frio! Afinal, essa calça que ele ta usando tem mais rasgo do que pano!
Harry mostrou a língua ao padrinho, sentindo uma leve quentura colorir suas bochechas de um rosa-pálido. Ele até podia sentir-se embaraçado em certas situações, mas não ficava realmente envergonhado, nunca corava de verdade. Era de lei. Essa característica certamente “herdara” de Sirius após dezessete anos de convivência.
O rapaz soltou uma risada pelo nariz, mirando as próprias pernas. Sirius certamente exagerara quando comentara sobre s rasgos de sua calça. Já vira calças trouxas bem mais rasgadas que aquela, era realmente divertido observar os tais punks andando pelas ruas com aquelas peças de roupa que teimavam em chamar de “calças”, mas que deixaram de ser consideradas assim quando restara mais rombos do que tecido no jeans. Na sua calça, pelo menos, havia mais pano do que rasgos e isso já era uma grande coisa.
- Ora, Black, antes de falar de mim, olhe para a sua filha! Pelo amor de Merlin, você não deu educação a essa menina, não? Ela está OBVIAMENTE tentando me despir com os olhos! – Harry disse com um sorriso cínico, fazendo Carol corar ao perceber que fora descoberta sua atenção dirigida as pernas do amigo, desnudas nos rasgos da calça – Caroline, por favor, assim eu vou ficar vermelho! Pare de me secar, sou tímido.
Caroline sorriu meio travessa ao ser pega no flagrante. Estivera “analisando” o efeito da calça “dá pra mim” (como ela mesma apelidara) e acabara esquecendo-se de continuar a mastigar a comida em sua boca. Sirius é que não gostou nada da “análise” da filha. Seria cômico se não fosse trágico os ataques de ciúmes do “pai coruja”. Ele tinha um ciúme quase que doentio da única filha, sua princesa, seu tesouro. Principalmente quando Haary estava envolvido. Ele e Carol eram melhores amigos desde sempre, eram muito unidos e compartilhavam dos mesmos ideais, dos mesmos sonhos. Havia uma ligação sentimental quase que palpável entre os dois e Sirius confundia a amizade dos dois com algo mais, algo romântico. Não que ele estivesse totalmente errado, masssssss...
- Tímido, sei... Mentiroso! – Carol riu, engolindo o pedaço de pão que colocara na boca – O dia em que você for tímido eu serei a garota mais linda de Hogwarts! Mas... Espera! – ela completou, batendo de leve a mão na testa, como se tivesse esquecido de algo – Eu sou a garota mais linda de Hogwarts!
- Mais linda e mais modesta também... – Amber disse ironicamente.
Harry riu do comentário da irmã, sentando-se ao lado de Carol e abraçando-a pela cintura, para o desgosto de Sirius.
- Viram? É por isso que eu e Carol somos perfeitos juntos. Ambos somos lindos e modestos!
Seu pai deu-lhe um tapinha nas costas enquanto sua mãe e seu Tio Remo apenas balançaram a cabeça, achando graça na arrogância do casal abraçado. Suas irmãs torceram o nariz e Sirius emburrou-se, desaprovando o comportamento da filha e do afilhado, ainda unidos num abraço apertado.
- E quando eu digo que somos almas gêmeas eles não acreditem! Vê se pode? – Carol disse só para provocar o pai, olhando com fingida incredulidade para Harry.
- É porque eles seguem a filosofia do “os opostos se atraem” – o rapaz fez uma careta – Besteira, na minha opinião.
- Isso nós sabemos, Harry! Afinal, você vive às turras com a Gina... – Phoebe intrometeu-se, encolhendo-se ligeiramente a um olhar frio do irmão.
- Nem me fale naquela garota... – rosnou.
- Sinceramente, Harry, não entendo o porquê de tanto ódio entre vocês dois. Gina parece ser uma menina tão gentil...
- Só parece, mãe, mas não é... – Harry disse com raiva, odiava quando as pessoas defendiam aquela Weasley. Apesar de ser o melhor amigo do irmão dela, a detestava mais que tudo. E sua mãe ainda tinha a audácia de vir defende-la!
- Que nada, mãe! – Amber soltou uma risada pelo nariz – Ele não gosta dela porque ela gosta dele! Menino problemático! Vai entender o que se passa por essa cabeça oca dele!
Harry estreitou os olhos para a irmã. Pirralha insolente! Sentiu-se Snape em pessoa após esse pensamento, mas não conseguiu controlar-se e sua resposta saiu em tom de seda, sibilantemente perigoso:
- Não se meta, pirralha! Não fale do que não entende!
- Harry! Não fale assim com a sua irmã! – Tiago o repreendeu.
- Ih, deixa pai! – Amber piscou para o irmão – Ele fala assim porque sabe que é verdade!
Carol não agüentou, teve que rir. Apesar da negação silenciosa e irritada do amigo, ela sabia que o comentário de Amber era fundamentado. Sabia muito bem que Gina, sua colega de classe e melhor amiga, gostava de Harry há algum tempo e este, por algum motivo que ela não sabia precisar qual, repudiava esse sentimento. Só restava saber se ele, de algum modo, retribuía tal carinho vindo da ruivinha...
- É, Tiago, parece mesmo que a saga dos Potter continua! Harry herdou sua fixação por cabelos ruivos... – Remo disse marotamente.
- Pelo menos ele herdou alguma cosia boa do papai! – Amber e Phoebe gabaram-se, passando os dedos pelas longas mechas de cabelo vermelho.
- Não vejo motivo para comemoração. Eu lamento muito, Harry. Sinto muito ter de ser o portador de tamanha tragédia, meu afilhado... Mas essa é a tara dos Potter... Meus pêsames... – Sirius disse com uma cara fingida de enterro, balançando a cabeça em negação.
- Hei! – Tiago protestou, meio sério, meio divertido. Todos riram.
- Pois é, Tiago Potter, parece que Harry só herdou suas maluquices! – Lílian sorriu com carinho para o marido, à despeito de seu comentário que tentara soar severo – O fanatismo por Quadribol, por encrencas e por... mulheres!
- Hei! – Foi a vez de Sirius protestar – Você está dando crédito demais ao Pontas por meus esforços, Lily! Do último item de “maluquices” eu assumo completamente a culpa! E com orgulho!
- Pois é, eu sou o que sou por causa dos ensinos árduos do meu mestre em conquistas, Sirius Black! Obrigado pelas lições, Almofadinhas! Sou o cara mais adorado pela população feminina de Hogwarts devido aos seus ensinamentos! Mil vezes obrigado! – Harry colocou a mão no peito, fingindo emoção.
- Hei! – um novo protesto de Tiago – E eu não tive nenhuma participação nisso não? Não se esqueça que esse charme Potter você puxou de mim, Harry! – completou orgulhoso.
- Charme? Acho que não, Pontas. Depois de tantos foras que você ganhou da Lílian nos tempos de Hogwarts, estou começando a duvidar seriamente desse seu “charme” todo... – Sirius riu, para o deleite de Lily que sorriu com a lembrança, os olhos verdes brilhando. Tiago emburrou-se – Pelo menos o Harry dá foras ao invés de receber...
- E Gina que o diga! – Carol comentou, lançando uma piscadela ao amigo.
- É, parece que no caso do Harry a história amorosa dos Potters com as ruivas é um pouco distorcida – Remo disse, dando uma mordida em sua torrada.
- Acho que é porque eu prefiro as morenas... – Harry disse só para incomodar o padrinho, beijando a bochecha morena de Carol, provocando risadas da garota.
- E eu prefiro vocês dois bem afastados um do outro! – Sirius os interrompeu, carrancudo.
- AI, QUE BUNITINHO! – Tiago comentou irônico, apertando as bochechas do amigo – COM CIÚMES DA FILHINHA!
- E você não pode falar nada de mim, Pontas! – Sirius afastou as mãos do amigo de seu rosto, incomodado – Porque o pai coruja aqui é definitivamente você, que fica aí espalhando suas penas por qualquer canto... Me lembro muito bem do dia que o Harry disse “au au” pela primeira vez e você quase teve um ataque de ciúmes, dizendo que ele tinha dito o meu nome antes do seu!
O âmbito foi ocupado novamente pelas risadas da turma reunida. Tiago protestou debilmente, resmungando.
- AI, QUE BUNITINHU! – Harry usou da mesma frase do pai para irrita-lo – COM CIÚMES DO FILHINHO! Eu não sabia disso, pai! Mas o que você esperava que eu dissesse? Bé?
- Por que diabos eu iria querer que você imitasse uma ovelha? – Tiago perguntou confuso.
- Ah, não é esse o barulho que um viado faz? Qual é então? AI, NEGA? – Harry indagou, fingindo confusão.
- Já disse que não é viado! É VEADO! COM E! V-E-A-DO! –Tiago disse irritado sob as risadas espalhafatosas de Sirius.
- Ta, ta, pai! Eu entendi! E me orgulho de você por confessar sua opção sexual! De verdade! Tenho orgulho de dizer que MEU PAI É UM VIADO! – Harry engasgou-se entre as gargalhadas.
- Ora! – Tiago corou, recebendo um beijo de leve da esposa em seus lábios como consolo.
- Ih, Lílian, se eu fosse você não me esfregaria muito no Tiaguito, não, viu amiga? – Sirius forçou uma voz afeminada – Porque se não daqui a pouco não será mais ele o “Pontas”, ou melhor, “Chifres”... Esse Potter é insaciável, vive rondando uns bofes lá da Academia de Aurores! E que bofes, hein! Ui! Me deu até um calor! – começou a se abanar.
- AH, NÃO TORRA, SIRIUS!
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