Johnny, se manca!

- Namorada? – pergunta Jasmine, pasma, se dirigindo a Isabel – Porque você não me contou?

- Ora, se eu fosse te contar sobre todos os rolos e namoros que tive, ficaríamos dois dias inteiros sem dormir – falou Isabel, com um sorriso fraco – Além disso, não sabia que você conhecia Otto, nem que estava namorando ele...

- Não estamos namorando! – interveio Otto, ainda mantendo o olhar de Johnny, com a mesma intensidade (n/a: de furiosidade xP).

- É claro que não, o beijo foi entre amigos e eu sou um otário! – falou Johnny, sarcasticamente.

- Pra falar a verdade, é sim – falou Jasmine

- Pelo menos eu posso namorar você DIREITO – falou Johnny – ao contrário do otário aqui do lado, eu não tenho medo de um relacionamento sério.

- Eu não tenho medo... – falou Otto, entre dentes.

- Tem sim, seu maricas! – Johnny atiça a raiva de Otto cada vez mais – Não é Isabel?

Isabel nada disse, apenas abaixou a cabeça. Num movimento rápido, Otto retirou a varinha do bolso e aponta para o rosto de Johnny, e tremendo de raiva, ele olha fundo nos olhos de Johnny, um brilho prateado se intensificando cada vez mais em seus olhos.

- Vamos, o que pretende fazer? – pergunta Johnny, uma pontada de medo crescendo mais e mais – Explodir minha cabeça?

- Otto, pare... – Jasmine pede, percebendo o brilho nos olhos de Otto – Ah não!

- Affe, vamos Jasmine, preciso conversar seriamente com você – Johnny dá um peteleco na varinha de Otto, pega Jasmine pelo braço firmemente e vai em direção a porta.

Otto aponta a varinha para a cabeça de Johnny, e sentiu o seu Patrono dentro de si. Não sabia se isso era normal, mas sentia-se como um lobo: poderoso e rígido, discreto e, quando ameaçado, bastante perigoso. Estava sendo ameaçado. E agora, ele iria atacar. Ele sentiu algo quente percorrer-lhe o corpo e, por alguns segundos, não sabia o que estava acontecendo com ele. Mas em seguida, sentiu-se fraco e quase desmaiou, sua visão ficava turva e embaçada, ele ouvia vozes distorcidas.

- O...o que aconteceu...? – perguntou ele para um vulto a sua frente. Ele sentiu uma parede atrás de si e se apoiou nela. Mal conseguia ficar em pé.

- Você estuporou ele – falou Jasmine, sorrindo vagamente.

A garota olhou para Otto: o garoto parecia mais fraco que nunca, mas uma névoa prateada ainda permanecia em seus olhos: a energia do Patrono que o mantinha de pé. Ele suava bastante, o vento cortante o deixava com frio, e por um momento, ele se sentiu vulnerável. Jasmine então correu em sua direção e falou para que ele se apoiasse nela. Ele passou os braços pela nuca da garota e quase desmontou em cima dela. Isabel, ainda em estado de choque, olhava para o chão e não percebia o que acontecera depois que Johnny caiu.

- Isabel...uh...me ajuda! – Jasmine gritou, fazendo com que a menina se levantasse devagar para ajudar a carregar Otto, que a cada momento ficava mais fraco.

Nesse momento, a porta se abriu uma figura alta, de barba branca, longa e oclinhos de meia-lua saiu do castelo, seguido de uma mulher também alta, um coque alto firmemente preso na cabeça, os lábios mais finos que qualquer um dos três havia visto na vida.

- O que aconteceu aqui? – perguntou a mulher, conjurando uma maca para Otto – Quem são vocês? O que o garoto tem?

Jasmine explicou tudo rapidamente para os dois professores, que prestaram atenção em cada palavra que ela falou. Os olhos de Dumbledore expressavam calma e serenidade, o que a acalmou.

- Bem, vamos então para a Ala hospitalar, seus amigos precisam de cuidados – disse ele, dando um leve sorriso. Todos foram até lá, onde Otto foi colocado numa cama, ainda desmaiado, Isabel tomou uma poção para dormir e Johnny acordou algum tempo depois, indo para seu quarto, sem falar com Jasmine.

Otto suava frio, sua face estava pálida e fria. Jasmine então resolveu passar a noite ao seu lado, cuidando de seus remédios. A enfermeira não sabia ao certo o que acontecera com ele, apenas que precisava descansar. Jasmine limpava o suor do garoto e tentava dormir, mas não conseguia de tanto nervosismo. Por fim, horas depois, ela adormeceu junto ao amigo (ela tava sentada na cadeira e apoiada na cama dele)

Jasmine sonhou com Otto, que a beijava, mas no sonho ele ficava nervoso e se trasnformava num lobo. Jasmine acorda rápido, e percebe que está em uma cama. Então ela olha em volta e vê Otto, que a observa.

- Você me pôs aqui? – pergunta ela

- Sim, você estava dormindo tão bonitinho, mas parecia bastante desconfortável – sorriu o garoto

- Mas você não tinha forças nem para se manter em pé!

- Pois é, mas você precisava de mim – disse ele, olhando para a garota docemente.

Eles sorriram e chamaram a enfermeira, que lhes deu alta. Então saíram de mãos dadas e foram até o Grande Salão, onde todos os alunos estavam conversando, rindo e comendo. Era sábado, lembrou-se Jasmine, daqui a uma semana, as aulas acabariam.

Então ela e Otto se sentaram na mesa da grifinória, e todos do salão pareceram ter se calado. Johnny observava os dois com uma expressão fria, mas nada disse.

- Vamos para a Sala? – perguntou Otto, sussurrando para Jasmine.

- Vamos, mas antes... – ela se levantou e andou em direção a Johnny. Quando ela parou, todos a olhavam com expectativa. Ela então levantou a voz – Por que essa expectativa toda? Estão querendo que eu lance uma maldição imperdoável nele ou o que?

Todos na sala se remexeram, ansiosos.

- O que você falou para eles?

Johnny olhou para Jasmine, os olhos mais frios que gelo.

- A verdade.

- E qual seria a verdade? – perguntou ela, botando a mão na cintura.

Ele adquiriu uma expressão furiosa e se levantou, mas mesmo sendo mais alto que a garota, ela não se intimidou.

- Eu falei que você é uma patricinha ridícula e é idiota porque resolveu não ficar com o cara mais legal e bonito de Hogwarts para ficar com um idiota excluído como o Otto.

- Pelo contrário.

Uma voz saiu do meio da multidão: Isabel se levantou da mesa da Corvinal com uma expressão corajosa. Foi até onde Jasmine e Johnny estavam e ficou do lado da garota.

- Ela está certa em não ficar com você. O Otto é tudo o que você não é e ainda melhor - ela o olhou com desprezo – você não passa de um arrogantezinho que, só porque tem dinheiro, acha que é melhor e superior aos outros, quando é mimadinho e egocêntrico que não tem personalidade nenhuma. Resumindo – ela olhou para Jasmine, e as duas falaram juntas – você é um babaca!

Todos no Salão aplaudiram, alguns dando vivas e assobiando. Finalmente alguém teve a coragem de enfrentar Johnny.

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