OITO
Oito
Estava tentada a deixar Draco em frente à porta da casa dele, tocar a campainha e sair correndo. Mas, assim que chegamos, ele me olhou adoravelmente, tentando se desculpar. Sua mãe abriu a porta. Os braços dela eram tão longos quanto os dele, e sua voz uma oitava mais grave que a minha. Em situações como essa, eu sabia que a verdade era a melhor saída. Só esperava que no dia seguinte, quando tudo já tivesse passado, Draco continuasse me olhando com aqueles doces olhos cinzas cheios de gratidão.
Joelle e eu chegamos em casa bem depois das onze.
- Seu pai e eu já estávamos começando a nos preocupar - minha mãe falou, em frente de uma pilha de relatórios de alunos. - Está tarde para uma segunda-feira à noite.
- Bem, eu pensei que um amigo iria me dar uma carona - expliquei - Mas ele não se sentiu bem. Então, Joelle e eu acabamos levando ele para casa.
Mamãe olhou compreensiva.
- Sabia que podia contar com vocês para que tomassem conta uma da outra - disse e voltou para o trabalho. É isso o que acontece quando seus pais são ex-ativistas hippie que trabalham com educação. Sorte deles que eu e Joelle não tenhamos nos transformado em delinqüentes juvenis.
Subimos as escadas nos arrastando e Joelle foi direto para o banheiro. Enquanto eu me esticava na cama, fiquei hipnotizada pelas luzinhas que piscavam na secretária eletrônica. Se eu fosse esperta, escutaria as mensagens enquanto Joelle estivesse com a torneira da pia aberta. Mas pelo menos duas das cincos luzes que piscavam eram mensagens de Gina, e eu não suportaria ouvi-la dizer como estava muito, muito feliz por mim.
- Você não vai checar as suas mensagens? – perguntou Joelle ao retomar para o quarto.
- Está tarde - respondi - Muito tarde para retomar a ligação de alguém. Então, por que vou me incomodar com isso agora?
- Mas esses recados parecem uma novela! Pensei que você estivesse curiosa para saber como andam os seus amigos.
Dei de ombros. Tirei o elástico do cabelo e comecei a desfazer a trança.
- Gina está muito, muito... - ela começou.
- Eu sei - respondi, cortando minha irmã.
- E o Tim quer saber por que ele não recebeu mais notícias da Gina.
- Bem, adivinha, Tim- disse.
Os dedos de Joelle pairavam sobre a sua prateleira de cremes e vitaminas.
- Na terceira mensagem, Gina está muito, muito...
- Eu sei!
- ...irritada com os telefonemas insistentes do Tim.
- Bem feito para ela - resmunguei.
- E, é claro, que ela também está muito “você-sabe-o-que” - minha irmã acrescentou, escolhendo um grande pote de creme de abacate.- Enquanto isso, Steve está bem confuso em relação a Gina. Ele disse que ela fica em cima do muro.
- Boa sorte, Steve- disse,soltando a última volta da trança.
- Depois vem a mensagem de uma certa Jill- continuou Joelle. Quem é esse tal de Harry?
- Um amigo. Trabalho com ele.
- Ele apareceu em outra mensagem também. A tal da Jill deixou o e-mail dela. - Joelle começou a esfregar o creme de abacate na perna. Toda noite, ela verificava se não havia aparecido novas varizes. - Hermione, por que é que, de repente, você virou uma central telefônica de encontros amorosos?
- Sei lá. Foi por acaso - falei.
- Hermione,nada do que acontece com você é "por acaso".Você está aprontando alguma coisa.
Peguei um grande pente de madeira para desembaraçar o meu cabelo, que estava todo frisado.
- Acho que tem alguma coisa a ver com o Belo Adormecido - disse Joelle. - Quer ouvir a minha teoria?
- Não.
- Você está a fim do Belo Adormecido. Isso é óbvio. E você acha realmente que pode manter Gina afastada dele - ela disse descrente, balançando a cabeça.
Como não reagi, ela continuou:
- O Tim acha que descartou você, mas foi você que o descartou primeiro, pensando em deixar Gina ocupada.
- Ninguém descartou ninguém - falei secamente. – Foi uma decisão conjunta.
Ela não deu muita importância para a minha colocação, acenando com o pote de creme.
- Todos esses outros caras... de algum modo, você conseguiu deixá-los numa fila de espera para Gina. E, dessa vez - acrescentou com um sorriso sarcástico - Eu não acho que você pretende sair com eles antes de sua amiguinha.
Mordi os lábios de raiva.
- Estou certa?
- Se você acha que sim...
- O que ainda não entendi é como o Harry e essas outras garotas entram na história - acrescentou Joelle.
- As garotas não entram. Mas Harry pode ser o cara perfeito.
- Hermione, por favor, você não está realmente achando que esse esquema vai dar certo!
- O que eu acho é que Gina precisa encontrar o cara certo. E vou ajudá-la nisso.
- Ai, pelo amor de Deus! - Joelle começou a afofar os travesseiros em cima de sua cama. Ela sempre teve alguns; agora ela tem muitos deles, uma coleção de travesseiros para confortá-Ia à noite. - O cara perfeito será sempre aquele que estiver saindo com você. Já devia ter sacado isso. Não sei por que você largou o Tim. Devia ter largado a Gina.
- Ela é minha amiga - disse com os dentes cerrados.
- Ela está usando você, Hermione! A doce e tímida Gina está usando você. Chama isso de amizade? Acho isso patético. Gina é muito egoísta. E você acha que bancando a tonta está sendo uma amiga fiel. Bem, eu tenho pena de você.
- Bancando a tonta? Você também devia se preocupar mais com isso, não é, Joelle? - disse, pegando um de seus travesseiros e jogando-o com força na cama dela. - Eu realmente espero que o Sam goste disso.
Joelle arregalou os olhos. Ela nunca havia contado para ninguém o nome do pai do bebê.
- Da próxima vez, lave a sua própria roupa suja - falei a ela. - Eu vi o nome dele atrás de uma foto na sua gaveta de meias. Ele parece velho.
- Ele é um pouco mais velho - explicou com a voz baixa. - Ele faz mestrado em antropologia. É um professor assistente.
- Um professor? - exclamei. - Você quer dizer que ele deu aula pra você? Ah, não - disse, enojada. - Espero que ele tenha, pelo menos, dado um B pra você. B de bebê!
Joelle puxou o lençol de sua cama e cuidadosamente arrumou os travesseiros. Era sempre assim quando ela não queria lidar com alguma coisa. Começava a se ocupar, se fechando em seu mundinho. Fechava os olhos e desaparecia.
- Joelle - falei, enquanto ainda tinha chance. - O Camarada é filho dele também. Ele deveria estar dando uma força. Ajudando você.
- Ele não pode - disse e apagou a luz ao lado de sua cama.
- Bem - eu falei, convencida, feliz de estar jogando em sua cara tudo o que ela havia acabado de falar para mim -, eu acho isso patético. Sam é muito egoísta.
- Ele é casado.
Por um momento, eu fiquei inerte, pasma.
- Casado?
Minha irmã com um cara mais velho e casado? O que havia acontecido com a aluna exemplar que tinha entrado na faculdade cheia de sonhos, querendo estudar os povos da África? Como foi que ela se transformou em uma mãe solteira, que só fica em casa, no subúrbio de Baltimore?
- E você critica Gina por roubar namorados. Mas...você deu em cima de um cara casado!
- Eu não sabia. Não no início - retrucou Joelle, com a voz abafada pelo travesseiro.
- Mas depois você descobriu.
- Era tarde demais- ela disse.- Já estava apaixonada por ele... muito apaixonada - ela levantou a cabeça do travesseiro por um minuto, falando bem francamente.- Ainda estou.
Balancei a cabeça:
- E ele?
- É casado - falou categórica, então, afundou a cabeça na cama.
- É por isso que você está sempre rodeando o telefone, não é? Fica esperando uma ligação dele.
- Ele já ligou duas vezes. Mas não atendi. Fiquei escutando ele falar e depois apaguei as mensagens.
Inspirei profundamente e depois fui soltando o ar devagar.
- Vai tomar o seu banho, Hermione - disse Joelle, com uma voz cansada e aborrecida. - Está ficando tarde. Nós duas precisamos dormir. Nós três precisamos dormir - e colocou a mão na barriga.
Desliguei a luminária do meu lado e fui para o banheiro. Uns vinte minutos depois, quando voltei para o quarto, Joelle se virou rapidamente de costas para mim, fechando os olhos como se estivesse dormindo. Mas, graças ao brilho azulado da lua que entrava pela janela, eu já havia visto as suas lágrimas silenciosas.
- Vai, três!
- Miguel, Miguel, não consegue bater nem em papel! - cantou uma vozinha.
Eu me virei lentamente, com o meu olhar de árbitro mais austero, e dei de cara com uma fila de rostinhos sujos e suados. Tinha chegado para trabalhar na terça-feira de manhã, exausta após uma noite mal-dormida, pensando em Joelle. Não estava com paciência para as brincadeirinhas da segunda série.
- Alguém falou alguma coisa?
Uma fileira de carinhas inocentes me olhou do banco. Miguel, piscando os seus olhos rapidamente, tomou o seu lugar no canto do assento, deixando um bom espaço entre ele e os seus colegas de time. '
Tinha de ser cuidadosa com o que iria falar, cuidadosa para não humilhar Miguel mais ainda. Obviamente que a pequena palestra que eu havia dado no dia anterior sobre espírito esportivo e trabalho em equipe não tinha surtido efeito algum.
- Alguém falou e eu quero saber quem foi.
Metade das crianças olhou diretamente para mim, a outra metade olhou para baixo.
- Está bem - disse. - Vamos continuar jogando, mas o time de vocês perdeu dois pontos.
Agora, todas as crianças viraram-se e olharam com raiva a menina que havia cantado, mas eu sabia que ela não era a única que vinha implicando com Miguel. Aquilo vinha acontecendo desde a semana anterior e estava me deixando desconcertada. Miguel parecia querer se enfiar debaixo de uma pedra.
Fiquei feliz quando tivemos de parar o jogo para o almoço. Harry, Anna e eu estávamos dispensados naquele dia.
- Eu não consigo entender - disse a eles, saltando para me sentar em cima de um murinho de tijolos. Eles tinham arranjado um lugar embaixo dos carvalhos do campus e levado o meu almoço e um refrigerante para mim. - Miguel é o meu grande lançador - continuei, abrindo uma latinha. - Semana passada, ele fez o melhor lançamento que eu vi por aqui. Mais forte e mais preciso do que qualquer outra criança da primeira, segunda ou terceira série já fez. Quer dizer, eu percebi que não faltam oportunidades para elogiá-lo e para deixá-lo mais confiante.
Anna concordava com a cabeça enquanto me escutava. Harry olhava para mim, mas parecia não estar ouvindo nada do que eu falava.
- Na última quarta, Miguel se atrapalhou todo durante um jogo. E,um pouco depois, se atrapalhou de novo. Aí, uma criança começou a provocar ele, e mais outra, e mais outra. Eu sei que toda turma gosta de eleger um bode expiatório. O que não entendo é por que o Miguel não revida.
- Revidar, agora? - perguntou Anna.
- É. Ele é um atleta nato. Posso ver pela maneira como se move no campo - disse a ela. - Já dei várias chances pra ele mostrar pros outros o talento que tem. Mas ele sempre acaba fazendo alguma coisa errada.
Anna continuava concordando. Harry fitava o seu sanduíche como se estivesse mergulhado em seus pensamentos. "Talvez eu aborreça tremendamente os homens", eu pensei. "Daqui a pouco, ele vai estar dormindo que nem o Draco."
- Acho que o Miguel é canhoto como eu - Harry disse baixinho. - Tenho quase certeza de que ele pinta com essa mão. Será que ele está tentando praticar esportes com a mão direita?
- Não sei - respondi, tentando me lembrar de algo que provasse a teoria de Harry. - Mas agora que você falou isso... ele é o tipo de criança que faz tudo exatamente como a gente pede. Pode ser isso! Ele deve ser um atirador canhoto. Você pode estar certo, Harry! - exclamei, sacudindo-o pelo braço, de modo que o sanduíche que comia tremeu em sua boca, deixando cair uma folha de alface. - Ai, desculpe!
Ele sorriu para mim e deu uma mordida.
- Espero realmente que você esteja certo - continuei. – Eu sei que a gente não deve ter favoritos, mas eu gosto muito dele.
- Bem, é impossível não ter favoritos - disse Anna. – O fato é que as crianças são pessoas. Elas também têm personalidade. E nós vamos sempre ter uma afinidade maior com alguma criança. Assim como nós temos com pessoas da nossa idade. Só não podemos demonstrar isso.
Nós três ficamos um tempo mastigando em silêncio.
- É engraçado, não é? - disse, olhando para Anna. – A maneira como a gente é atraída por alguém. Às vezes, é um estalo. Na mesma hora.
Ela concordou.
- Mas, às vezes, a pessoa vai chegando de mansinho. E, de repente, você se dá conta de que está pensando nela o tempo todo. Está sempre esperando, querendo encontrar aquela pessoa novamente.
Anna fitou Harry.
- Como o Ovos Mexidos?- sugeriu Harry.
- Como o Draco - disse com teimosia.
- E aí? Como é que foi ontem à noite?
Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, ele iria querer saber.
-Bom.
- Bom? - repetiu Harry. - Depois de correr pra casa, lavar, secar e passar sua roupa, e, provavelmente, também passar o cabelo, tudo o que você consegue dizer é "bom"?
- Bem, o que você quer? - perguntei com raiva. – Uma descrição passo a passo?
- É possível - falou Anna, fechando a sua garrafa de água.
- O filme foi muito interessante - falei friamente.
Harry abriu um sorriso:
- Não era aquele em que todas as criaturas parecem um monte de gelatina mole?
- É - respondi. - Pensei que um tipo como você não gostasse de filmes assim.
- Eu não disse que não gosto. Só estava curioso para saber a sua opinião.
- Foi bom - retruquei, apertando a mandíbula.
- Acho que já chegamos à conclusão de que o encontro e o filme foram bons - falou Anna.
- Anna e eu estávamos atravessando o campus esta manhã - continuou Harry -, e sabe aquela área com grama perto do córrego e das árvores?
- Sei - disse apreensiva.
- Sabe aquela placa grande em que está escrito "Faculdade Kirbysmith"? Está derrubada. Alguém dirigiu sobre a grama ontem à noite e deve ter passado por cima dela.
- Não é possível que a gente tenha batido naquilo! - gritei.
Harry e Anna se entreolharam, e, então, começaram a rir descontroladamente.
- Você me deve uma, Anna - disse Harry. - Eu falei pra você que aquelas marcas de pneu eram do carro dela.
- Bem, mas você está errado - eu o interrompi. – Minha irmã estava dirigindo.
- Sua irmã? - seus olhos verdes ficaram ainda mais brilhantes com a gargalhada. - Quer dizer que existe outra como você?
- Não, não existe. Nós não poderíamos ser mais diferentes - disse a ele.
- É você que me deve, Harry - retrucou Anna, colocando a mão sobre a dele. Foi um gesto casual, mas chamou a minha atenção, porque ela não era o tipo de pessoa que toca os outros. Parece que, em um curto período de tempo, ela e Harry haviam se tornado mais íntimos.
Anna retirou a mão e amassou o saquinho de papel do seu sanduíche.
- Bem, há uma pilha de textos sobre educação esperando por mim na biblioteca - ela disse.
- Precisa de ajuda para carregá-los? - perguntou Harry, arremessando o saco de papel que Anna acabara de amassar dentro da lixeira.
- Não, não - ela falou rapidamente. - Termine de almoçar. Mesmo assim, obrigada, Harry - e abriu um lindo sorriso para ele. "Será que estava acontecendo alguma coisa entre eles?", fiquei pensando.
- Ela é legal- eu disse enquanto ela saía.
- É mesmo - Harry concordou.
- Está ficando com ela?
Harry se engasgou com o sanduíche.
- Como?
- Você está ficando com ela?
- Ela está no último ano da faculdade - ele me lembrou. - Somos amigos. Só isso.
- Ah. Como você e eu.
Ele hesitou:
- Mais ou menos.
Comecei a balançar os pés, batendo os calcanhares contra o murinho de tijolos.
- Quer dizer que eu e você somos amigos? - perguntei.
- Por que você está perguntando isso?
- Por que você está sempre me perguntando "por que eu estou perguntando"?
Olhamos um para o outro e, em seguida, nos viramos para o lado.
- Certo - disse a ele. - Se somos amigos, eu quero pedir um favor pra você. Na verdade - eu me corrigi -, vamos colocar desta maneira. Eu vou fazer um grande favor pra você. Um favor fantástico. Tenho uma ótima idéia. Gina.
- Gina, o quê?
-Gina Weasley. Como você pôde esquecer? Eu acho que vocês fariam um par perfeito.
- Você acha?
Parece que Harry não gostou muito do comentário. Pude perceber o modo como ele apertava os lábios.
- Não precisa ficar nervoso.
- Não estou - ele disse, disfarçando a tensão da boca.
- Então, fique animado! - falei. - Existe um monte de carinhas que dariam a vida para conseguir um encontro com Gina. Ela é linda. Só veste roupas sexies. E seus olhos castanhos destroem qualquer coração. Ela...
- Está bem - ele me interrompeu. – Já ouvi tudo isso na festa do Steve.- Ele desceu do muro e parou na minha frente. - Sabe, Hermione, você acha que sabe muito mais sobre os rapazes do que você realmente sabe. Acha que nós somos todos iguais e que gostamos do mesmo tipo de garota. Talvez você pense que somos todos estúpidos.
- Mas você não sabe...
- E o pior - ele continuou, me encarando, apoiando as mãos sobre o muro ao lado do meu corpo, chegando bem perto de mim - é que você tem certeza de que pode manipular a gente. Acha que sabe tudo sobre mim. Pensa que pode lidar comigo do mesmo modo que lida com os outros. E quer me usar para os seus propósitos pessoais. Eu odeio isso! Odeio!
Eu engoli seco e fitei os seus olhos verdes.
Ele deu um passo para trás.
- Toda essa intriga, tentando juntar Gina e alguém. Gina e eu. Se você quer tanto o Ovos Mexidos, vá atrás dele honestamente.
-Mas você não conhece Gina. Você não sabe sobre Craig e Todd e Lenny e Taylor e Bo e Tim! Eu nem consigo me lembrar de todos eles. Mas eu saí com cada um antes de Gina. Eu não estou exagerando - acrescentei, quando ele me olhou surpreso. - Ela pega todos eles. Pergunte pra minha irmã.
- Então, por que você ainda é amiga dela?
- Porque sou uma idiota! - explodi.- Não é óbvio? Eu me preocupo com essa pessoa que se preocupa comigo, mas que se preocupa muito mais com ela própria. Sou uma completa idiota! Vá em frente, sinta pena de mim. Minha irmã sente... Mas eu acho que Joelle e eu temos de sentir pena uma da outra - acrescentei, mordendo os lábios.
Eu não sei por que eu fiz aquilo. Não costumo chorar facilmente e nunca choro na frente de outras pessoas, mas as lágrimas não paravam de cair. Estava me sentindo totalmente miserável e confusa sobre Gina. Estava extremamente irritada.
- Hermione - ele falou docemente, pegando com os dedos uma mecha de cabelo que caía no meu rosto. Fechei os olhos, mas meu nariz continuava escorrendo. Abaixei a cabeça de modo que o meu cabelo cobrisse o meu rosto. Comecei a vasculhar os bolsos da calça com as mãos. E ele gentilmente puxou meu cabelo para trás e me deu um lenço de papel.
- Hermione, escute - disse Harry, ajoelhando-se para conseguir ver o meu rosto. - Quando a gente se preocupa muito com uma pessoa, a gente acaba fazendo coisas que as outras pessoas acham uma bobeira.
- Com certeza. Eu aposto que você e Anna fazem isso o tempo todo.
- Não sei quanto a Anna, mas eu sou bom nisso: melhorar a cada dia - ele acrescentou secamente.
- Isso é difícil de acreditar - eu disse, fungando. - Você é do tipo centrado, que fica na sua.
Ele fez uma careta.
- Obrigado... se é que isso foi um elogio.
Sorri um pouco.
- Certo, e o que você acha dessa idéia? - perguntou Harry. - Eu vou sair com a Gina se você realmente quer que eu faça isso, mas só se você for junto. Assim, isso vira um encontro casual.
- Na verdade, isso até seria melhor - considerei a proposta. - A Gina foge sempre que um cara chega muito diretamente nela. É melhor que ela não perceba que tem algo combinado.
- Nada vai ser combinado - ele disse calmamente. - Hermione, você não pode tomar como verdade que eu estou a fim da Gina. Se isso acontecesse, eu não pediria a sua ajuda. Eu não precisaria da sua ajuda - acrescentou confiante. – Vamos apenas sair e nos divertir, certo?
- Certo - disse feliz. Mas eu já estava prevendo como seria isso e, mais tarde, naquele mesmo dia, eu chamei Jim para ir conosco. Era bom ter alguém com quem conversar assim que Harry começasse a olhar fixamente para os lindos olhos de Gina.
Demorei, mas cheguei! rsrs
Me desculpem pela demora, mas é a mesma desculpa de sempre: vestibular, teatro, estudo... Enfim, hoje eu entrei na FeB e resolvi postar logo antes que eu começasse a ler as minhas fics favoritas.
E ai? O que acharam desse capítulo? Agora é que as coisas começam a ficar interessantes! Esperem o próximo capítulo! Se eu fosse vocês eu não perderia por nada!!! rsrs
Milharesdebeijos ♥
Binks
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