Capítulo Unico
- Detenção, senhorita Granger!
McGonagall gritou mostrando um olhar que conseguiu impressionar Hermione.
- Eu sinceramente esperava mais em seu nome Miss Granger, que possivelmente não poderia dizer sobre os seus amigos. E em qualquer circunstancias acreditei que você ia se juntar a eles em seus habituais prejuízos. Mas na verdade foi admitida como tendo o comportamento de uma perversa quebrando não sei quantas regras... que eu nunca achei que fosse fazer!
Hermione permaneceu quieta.
- Você está ciente de que, obviamente, vagar pelos corredores à noite e quebrar a seção proibida da biblioteca são totalmente proibido e que por quebrar essas regras você estará se metendo em grandes problemas. – continuou a professora.
Hermione curvou a cabeça de vergonha.
- Por outro lado, considerando que você está na minha Casa e é uma excelente aluna, você só recebera uma detenção e nenhum ponto será tirado da Grifinória.
- Obrigada professora, eu prometo que isso nunca mais se repetirá – disse a menina levantando a cabeça rapidamente e exibindo um largo sorriso.
Alguém bateu a porta e McGonagall convidou a entrar. A porta aberta mostrou a figura de Argus Filch parado, abraçando sua amada e horrível (de acordo com Hermione) gata, Madame Nora. Seus olhos pareciam maiores e se possível, mais salientes do que nunca. Seus lábios estavam enroscados em um sorriso, o sorriso largo que ele só mostra quando acabou de pegar um aluno ou ocasionalmente quando o Barão Sangrento consegue manter Pirraça quieto. Madame Nora pulou de seu colo e aproximou-se de Hermione.
- O que é senhor Filch? – perguntou McGonagall enquanto dava uma olhada no seu relógio de pulso que mostrava uma péssima hora para alguém bater em seu escritório.
- Lamento preocupar-lhe essa hora, mas eu peguei outro estudante pelos corredores. Quer que eu o traga até a senhora? – perguntou ele ansiosamente.
- Como se já não bastasse uma... – lamentou-se McGonagall – Mande-o entrar.
Filch foi para o lado de fora da sala e depois do que pareceram alguns segundos, ele voltou, puxando para dentro do escritório um menino loiro, quem Hermione reconheceu como sendo Draco Malfoy.
- Perfeito – pensou Hermione enquanto dava uma olhada em Malfoy que estava tirando poeira inexistente de seu roupão verde e preto.
Ele deu um sorriso falso ao vê-la, mas com a intromissão de McGonagall e seu pigarreio também falso, ele sentou em uma cadeira e permaneceu ali, olhando para ela.
- Eu não esperava tal comportamento de grifinórios, mas eu deveria ter no mínimo previsto que os sonserinos fariam alguma coisa. Eu devo estar ficando velha... No entanto, não esperem que eu seja gentil e sensata com Malfoy. Você e senhorita Granger vão ficar em detenção hoje à noite! Acho eu que Filch tem algumas tarefas de limpeza, por isso, se quiserem dormir antes de assistir alguma aula amanhã, eu aconselho vocês começarem logo antes que eu mude de idéia e tire pontos de suas Casas.
Malfoy concordou e levantou-se da cadeira onde estava e Hermione caminhou até a porta para se juntar a Filch e Madame Nora, seguindo-os a cada passo.
Os três caminharam reto as masmorras e não pararam até chegarem a uma certa porta. Hermione olhou para seu relógio de pulso mostrando que era meia-noite e planejou um esquema que iria lhe fazer ir descansada para a aula no outro dia.
- Vocês terão algumas tarefas hoje à noite. Era para eu fazê-la, mas já que tenho vocês, eu os dou a honra...
- Meu pai ficará sabendo disso! Não se é tolerável colocar um aluno do quinto ano a fazer esses trabalhos sujos. E, para inicio de tudo, um sonserino como eu! – disse Draco com seu tom de voz excessivamente superior.
Hermione rodou seus olhos pela sala e depois pigarreou tentando abafar a palavra “Idiota”.
- O que disse Granger? – perguntou o loiro.
- Só por que seu pai tem influencias no Ministério não significa que você deve ser tratado de forma especial ou diferente. Tal como a sonserina, eu espero que você seja suficientemente inteligente para percebeu que não existe nenhuma importância tratando dessas questões. Adivinhe, eu estava errada! Portanto, agora, cale a boca e não fale mais nenhuma palavra ao não ser que seja algo extremamente importante como a escola estar pegando fogo ou algo do tipo! Mas como isso não ira acontecer, eu estou ansiosa pelo seu total silencio. – falou a castanha deixando Draco em estado de espanto.
Filch abriu a porta revelando o quarto mais sujo que Hermione já tinha visto. Teias de aranha estavam penduradas no teto, os moveis antigos pareciam que iam entrar em colapso a qualquer momento e o pior de tudo era o cheiro estranho flutuando no ar: uma mistura de madeira podre e cânfora.
- Que cheio é esse? Merlim! Nunca limparam esse quarto? – perguntou Draco, abrangendo seu nariz com a palma da mão.
- Bem, eu suponho que a limpeza será feita por vocês. Eu volto em algumas horas para pegar vocês e agora, por favor, suas varinhas.
- Você quer nossas varinhas? Só pode estar brincando... – disse Malfoy.
- Você não é um gênio, Malfoy? Por que se chama detenção se com uma varinha você pode muito bem facilitar o trabalho e terminá-la em questão de segundos? Que tipo de esforço seria esse? – zombou Hermione dando uma ultima olhada na varinha e largando-a nas mãos de Filch.
Draco entregou sua varinha e afastou-se, com Hermione atrás dele. Filch fechou a porta e, em seguida, a trancou, no qual Hermione pensou ser uma evidencia de paranóia.
Ela caminhou sob o sujo mármore e se direcionou a um grande tronco, sentando-se no meio da sala. Ela olhou uma vassoura jogada em um canto e começou a tirar o pó, enquanto Draco inclinado fazia o mesmo com outra ainda xingando baixo.
- Meu pai não gostará nada de ficar sabendo disso!
- Você pode parar de agir como um bebe uma vez na vida? Isso não o ajudará limpar mais rápido e comece a se acostumar com a idéia de que ficaremos aqui por mais algumas horas. Reclamar nunca ajudou ninguém e não vai te ajudar agora! – falou Hermione com seu tom de voz de quem sabe tudo, o mesmo que ela usou pouco tempo atrás.
Draco a fitou.
- E você esta fazendo errado! – continuou ela – Tem que segurar o cabo da vassoura com as duas mãos, para conseguir varrer. Portanto, ao menos que você não esteja jogando quadribol, não vejo razão para mantê-la no meio de suas pernas.
Draco olhou vingativo e, depois, começou a varrer o chão mal e porcamente. Após cinco minutos, ele jogou a vassoura de lado e se direcionou ao grande tronco, inspecionou o local por mais alguns minutos e pegou uma vassoura, com penas e cor de rosa. Apanhou-a com a ponta dos dedos como se fosse um rato morto e fitou-a curiosamente.
- O que é isso? É a coisa mais ridícula que eu já vi. Olha isso aqui na cauda. – perguntou ele enquanto virou-se para encarar Hermione.
- Isto é uma vassoura de penas ou popularmente conhecida como uma vassoura de lavar. – respondeu ela ainda concentrada em seu trabalho.
- O que isso faz?
- Isso não serve de nada para você, obviamente. Você a usa para remover a sujeira e pó em lugares remotos, você chega ao limite máximo dos cantos para tirar teias de aranha.
Draco se aproximou de uma parede e começou a esfregar freneticamente a vassoura, fazendo todo o pó cair em seu rosto. Ele começou a tossir e a vassoura de Hermione caiu no chão enquanto a menina ria freneticamente.
- Do que você esta rindo? – perguntou ele furioso.
- Você poderia trabalhar numa padaria, tem um jeito certo para isso, ou melhor, um visual certo! – zombava ela.
- O que? Que diabos é padaria?
- Eu preciso fazer uma nota mental para me lembrar de nunca fazer piadas de trouxas com você. Padaria é um lugar onde os trouxas fazem pão, eles passam todo o tempo coberto de farinha bem como você parece estar agora. – explicou Hermione enquanto se aproximava dele – Deixe que eu limpo isso.
Hermione falava ao mesmo tempo em que tirava um lenço de seu bolso. Ela limpou a face do menino e depois sorriu.
- Vá e lave seus olhos ou eles arderão se você não o fizer. Filch trouxe uma garrafa de água que deve estar em algum lugar por aqui. – falou ela passando os olhos pela sala.
Draco assentiu com a cabeça e começou a caminhar pelo local. Ele achou a garrafa e inclinado, jogou água em seus olhos e quando levantou-se viu um pano verde que cobria algo que parecia um grande objeto.
Ele foi até o local muito curioso para saber o que era, Hermione o viu saindo para outro lado e caminhou em sua direção e então disse em voz alta:
- O que houve Malfoy?
- Tem algo aqui!
Hermione largou sua vassoura e parou do lado de Malfoy, ela viu então um grande pano verde na escuridão e queria também saber o que tinha por debaixo.
- Será que eu tiro o pano? – perguntou Draco ansiosamente.
- Não tenho certeza, isso pode ser perigoso. Quero dizer, todas as coisas que estão escondidas em Hogwarts são um pouco perigosas. Tenho certeza que Dumbledore o colocou aqui por alguma razão seja lá qual for, escondeu bem.
- E se ele a escondeu, ninguém pode saber o que é, não é?
- Verdade, mas nós...
- E, além disso – falou ele a interrompendo – como McGonagall nos mandaria para cá com algo perigoso dentro? Tenho certeza que ela sabe dessas coisas...
- Bem, então vá em frente e tire o pano, mas não me culpe se você perder sua mão. A ultima vez que eu, Harry e Rony decidimos fazer algo assim nos deparamos com um cachorro gigante de três cabeças.
Draco franziu as sobrancelhas e, depois, se curvou tocando o velho tecido que sentiu como veludo em sua mão. Correu os dedos sobre o pano e, em seguida, o puxou saltando para trás caso acontecesse algo.
Os dois se entreolharam e na frente deles estava um grande e prateado espelho devido à luz que batia de algumas janelas. A cinza moldura era coberta com letras em um idioma não identificado por Draco, mas que nem Hermione podia entender. Ela sorriu e então olhou para a expressão perplexa de Draco.
- O que é isso? – perguntou ele quando notou que ela o olhava.
- Isso, Malfoy, é o Espelho de Ojesed. Eu pensei que isso tivesse desaparecido... – falava ela enquanto admirava a linda moldura.
- Você sabia que isso existia em Hogwarts? – perguntou o menino.
- Harry achou-o uma vez em uma sala velha, durante seu primeiro ano aqui e então Dumbledore o usou para esconder a Pedra Filosofal, no mesmo ano.
- O que isso faz?
- Bem, olhe para essas letras gravadas na moldura. Aparentemente não tem nenhuma significância: “oaçaroc ues ed ojesed o sam otsor ues ortsom oan ue” – ela leu – Mas se você o ler de trás para frente...
- Eu nao mostro seu rosto, mas o desejo de seu coração – disse Draco – Então o espelho retrata o que você quer?
- Bem, sim, mas eu os chamo de desejos, Malfoy. Ele nos mostra nossa esperança mais desesperada, as quais nós nunca ousamos comentar. Ojesed é, de fato, desejos de trás para frente.
Draco olhou o espelho e sorriu.
- O que Potter viu?
- Acho que isso é algo pessoal dele, mas você não vai ver o que reflete para você?
Draco a olhou com um sorriso maldoso e saiu em frente parando em frente ao espelho. Ele deitou um pouco a cabeça e uma névoa começou a formar-se a sua frente e aquilo estava se transformando em uma mulher. Ele abriu um largo sorriso engolindo seco e da nevoa materializou-se Hermione.
Ela estava sentada ao seu lado e os dois estavam aparentemente felizes, ele virou a cabeça para admirar a verdadeira Hermione parada em pé a centímetros dele.
- Não se preocupe Malfoy, eu não posso ver o que você esta vendo ai... Estes são desejos particulares, ninguém poderá vê-los.
Draco voltou seu olhar ao reflexo e suspirou. Na verdade ele realmente queria Hermione... E seu coração começou a bater mais rápido ao perceber que nunca a teria. Apesar de suas vidas diferentes, o que era fácil de ultrapassar, existia também sua recusa. Ela nunca o amaria da forma que ele a amava e mais: ela o desprezava com todo seu coração.
Mas como ele a amava, não podia parar de pensar na menina por um segundo se quer. Ele a viu caminhando pelo castelo a noite e saberia que ficaria na detenção e então fez o mesmo que era para passar algumas horas em sua companhia para depois seguirem caminhos separados.
A simples visão de seu sorriso, seu cabelo agitando no vendo e a audição de sua voz em meio à multidão fazia seu coração bater mais forte e doer ao mesmo tempo.
Ele esticou seus braços na esperança de tocar sua pele macia, mas o rígido e gelado espelho o fez acordar.
- As imagens parecem tão reais. – falou Hermione sorrindo, mas sem olhá-lo.
- Agora é sua vez, vá e veja qual é seu maior desejo. – falou Draco.
- Eu não quero olhar o espelho, nem meu maior desejo. – replicou ela.
- Por que isso?
- Eu tenho medo do que irá me mostrar. Isso pode me fazer mal, pois o espelho mostra nossas aspirações mais profundas que são aquelas que jamais poderemos alcançar. Por que a vontade de ver algo que jamais terá?
- Sabe, uma vez minha mãe me disse que nossos sonhos viram realidade quando você os permite acontecer, seja lá o que você ver, você precisa acreditar e perder o medo. Dê uma olhada, não morde...
Hermione hesitou, mas depois percebeu que não havia nada de que ter medo, assim, rapidamente ela andou até a frente do espelho e parou. Ela esperou um pouco e na mesma nevoa ia se materializando uma pessoa e o rosto de Draco começou a aparecer na nevoa fina. Ela estava em seus braços, protegida de qualquer mal.
O que ela tanto temia, apareceu. Quantas vezes ela tinha sonhado com isso, quantas noites não dormiu pensando nele... Como ela tinha pensado. Para vê-lo ali, ela em seus braços, protegida. E por uma fração de segundos pareceu que o ar no local era insuficiente.
- O que você viu? – perguntou Draco vendo os olhos lacrimejados da menina.
- Eu vi a felicidade que meu coração nunca terá. – respondeu ela afastando-se do espelho e pedindo para Draco o cobrir de novo – Muitas pessoas que olharam por esse espelho saíram tristes. Mas o que você viu?
Draco sorriu forçadamente e, em seguida, deu uma ultima olhada no espelho que refletia Hermione sorrindo.
- Eu vi um sonho, um sonho que não deveria me atrever a sonhar, porque dói. Mas eu vou continuar tendo ele, pois é esse sonho que da sentido a minha vida.
A porta abriu bruscamente e Filch apareceu atrás dela com Madame Nora aos seus pés.
- McGonagall disse que esta muito tarde e vocês devem voltar aos dormitórios. Façam isso antes que eu a desobedeça.
Hermione e Draco se olharam, mas não disseram uma palavra. Os dois caminharam até a saída enquanto Filch resmungava algo para Madame Nora.
Depois de subir as escadas das masmorras, cada um tomou seu lado. Os dois sabiam que tudo voltaria ao normal e as brigas diárias voltariam e que o sonho de algumas horas juntos terminava ali.
Draco virou-se e olhou Hermione se afastando, então voltou a caminhar. Hermione se virou e olhou Draco se afastando e com um ultimo suspiro voltou a caminhar.
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