Chapter Two •



chaptertwo

Segundo Capitulo

Narrado por Sirius Black


- Sirius? – disse ela quase gritando, largando algo no chão.

- Marlene? – perguntei assustado, largando a coqueteleira que eu limpava.

Nos agachamos para pegar as coisas que caíram, foi então que nos olhamos; um no fundo dos olhos do outro. Senti como se tivesse encontrado enfim a luz no fim do túnel, enfim reencontrava aqueles olhos tão castanhos e brilhosos, que achava ter esquecido.

Segurei sua mão, disfarçadamente acariciava-lhe. Era impossível segurar o sorriso, ela estava ali na minha frente depois de 10 anos. Marlene Mckinnon a mulher dos meus sonhos e da minha vida! Ela tirou a mão da minha, desconcertada, e pegou a sua prancheta.

- Bom dia! Sou Marlene Mckinnon, a repórter enviada por Marie, que é Chefe dos Repórteres da revista Saveur de L’Amour. – Sabe que foi até engraçado? Uma fala tão bem ensaiada. Ri.

Fiquei rindo por um tempo tentando me controlar e parecer sério.

- O que foi? – perguntou ela, irritadiça – Sirius, pára!

- Nada... – Ela me olhou, parecia nervosa. – Só que você é a repórter?

- Sim!

Não posso acreditar. Depois de tantos anos longe, o destino decide nos unir de tal forma? Marlene sentou na mesa mais próxima, deixou sua prancheta sobre ela, pegou uma caneta, me olhou e então disse:

- E então, onde estão os seus empregados?

- Ainda não chegaram. O expediente só começa às nove. – Ela me olhou séria e então anotou.

Me sentei ao seu lado, estávamos constrangidos; constantemente pude perceber ela desviando os meus olhares.

- E então? – disse – O que você vai querer?

- O quê?

- O que você vai querer? Sabe... Pra comer. – Ela então entendeu. Entreguei-lhe um cardápio que acabava de pegar.

Ela ficou olhando sem dizer nada. Ela está tão linda, seus olhos estão do mesmo jeito, suas mudanças só serviram para deixá-la ainda mais bonita. Por fim pude perceber que ela havia se decidido...

- Quero panquecas! – Me surpreendi com o pedido. Confesso que esperava um pedido mais complicado. – Ou será que o grande Chefe não sabe fazer?

Um erro. Desafiar-me é um erro muito comum cometido por mulheres, elas costumam me olhar e pensar que não sei cozinhar. Mas, apesar de tudo, eu sei cozinhar, sim, e melhor que muita mulher por aí.

- Claro, seu pedido é uma honra! – disse gentilmente.

Me dirigi à cozinha pronto para lhe preparar o que queria, então me dei conta de que...

- Você está ainda mais linda! – Não havia lhe elogiado. Ela corou e então entrei na cozinha.


Narrado por Marlene McKinnon


- Esse homem ainda me deixa louca! – disse ao telefone. Ele estava na cozinha e eu aproveitava para ligar pra ela... – E você sabia disso!

- O quê? – respondeu ela. Ah, Lily! Não se faça de fingida. – Sobre Sirius? É claro...

- E por que não me contou? – Olhei mais uma vez para a porta, nem sinal dele. – Você me deixou sem reação aqui hoje.

- Bem, se eu te contasse você não iria até aí! – Mas é claro... – É claro que não. Até ontem mesmo você tinha raiva dele, se soubesse do que te esperava no novo trabalho seria capaz de desistir.

E, bem, ela tinha razão. Sirius já me magoara uma vez e disso nunca vou me esquecer; ele pode continuar lindo... Mas eu não posso me envolver, vou fazer o meu trabalho e pronto. Você precisa ser profissional, Marlene!

Ouvi passos se aproximando, olhei então pra porta e percebi um movimento de sombras.

- Lil, depois te ligo. – sussurrei desesperada. – Ele tá vindo...

- Manda um beijinho pra ele. – disse ela, rindo.

Apertei o botão de desligar antes mesmo de ele surgir na porta. Ele se sentou novamente ao meu lado, aquele cheiro de perfume... De panquecas, Marlene! Comi aquelas panquecas dos deuses mais maravilhosas não haviam existido, tão perfeitas. Segurei um sorriso.

- Hmmm... – Que delícia, tive que me segurar também pra não lamber os dedos. – Nada demais...

Sei que é mentira, mas não vou dar mole, não, o.k.? Ele me olhou incrédulo, mas depois entendeu mesmo que eu tentando disfarçar era mentira.

- Muito tempo, muito tempo, não é, Marlene? – Sim, um tempo que talvez poderia ser maior. – Tanto tem e que eu jamais te esqueci...

E daí? Você só deu valor quando perdeu... Sinto muito, mas eu... Também não consegui te esquecer. Ele me olhou nos olhos...

- Sabe... – disse – Pouco me importa.

- Hmmm... – disse ele decepcionado. Não sou de qualquer um! – Mas deveria se importar, porque...

TRIM, TRIM!

Ai! Continua, Sirius, ignora esse telefone idiota!

TRIM, TRIM!

Ahh! Droga... Ele olhou pra mim e logo em seguida pra minha bolsa...

Atendi!

- Alô! – disse.

- Oi, querida! – Ain! São nessas horas que concordo com Lily, arranjei um namorado tão mala! – O que está fazendo?

- Tô no trabalho, querido... – Sirius me olhou assustado... Hm, talvez ele nem seja tão mala assim!

- Ah, tá! – disse ele – Você nunca tem tempo pra mim... Já devia ter me acostumado.

E desligou na minha cara! Pensando bem... Lily tem toda razão. Sirius ainda me olhava espantado, realmente deixei ele um pouco sem reação. Acho que ele não imaginava que eu tivesse namorado. Será que ele tem namorada? E daí, Marlene?

- Desculpa, quem era? – Sirius perguntou quase que gaguejando.

- Bem, era meu namorado. – disse naturalmente sorrindo, enquanto ele arregalava os olhos.

- Não sabia que você estava namorando...

Então baba! Você não me quis, agora vai ter que agüentar, porque já estou em outra! Estou?! Ele me olhou, até dizer:

- Vamos pra cozinha? – Finalmente.

- Claro! – Nos levantamos e nos dirigimos para a cozinha. Eu apertava minha prancheta contra o meu peito, ele estava realmente muito lindo.

A cozinha era espetacular, linda. As paredes todas azulejadas, em xadrez azul e branco. As panelas eram todas bem organizadas sobre um balcão, e à esquerda da cozinha ficava o freezer, espaçoso e principalmente frio.

- É aqui onde eu trabalho... – ele disse sorrindo.

- Organizado. – Anotei algumas frases, enquanto examinava a limpeza de tudo. – Sirius, acho que vai ser necessário que você cozinhe.

- Ah! Claro! – Ele sorriu; sabe aquele sorriso que deixa qualquer uma louca?! Marlene! Ta! Eu não sou qualquer uma. – Normal. Se puder esperar até o pessoal chegar... E, claro, os fregueses...

- E enquanto isso... O que fazemos?

- Bem, nós poderíamos matar a saudade!

- Francamente, Sirius, você acha mesmo que tenho saudade de você? – Aquele sorrisinho fugiu da boca dele...

Sinto-me tão mal, a vida me aponta dois caminhos: um deles o mais sensato, um que não me agrada e somente aparentemente me faz feliz... Enquanto o outro, o melhor caminho, e, sem dúvida, o mais arriscado, sem nenhuma garantia de chegar até o fim, um caminho que sem dúvida faria pessoas sorrirem enquanto outras choram...

Não consigo deixar de desejá-lo, a vida impôs mais um obstáculo entre mim e Sirius. Talvez ela queira que eu não o siga e que eu realmente fique com Jon. Mas será mesmo que vale a pena desistir de Sirius, deixar de correr riscos e ficar com alguém que não me faz feliz?

- Marlene? – Nossa, me distraí – Eles chegaram.

- Quem? – perguntei, ainda confusa.

- O povão... – Hein? – A equipe.

Ah, claro... Nos dirigimos de volta ao salão; alguns já trabalhavam acertando detalhes enquanto outros simplesmente conversavam animados. Quando entramos todos nos olharam, deviam ter pensado “Uma namorada”, talvez...

- Pessoal! Esta aqui é Marlene McKinnon.

Agora realmente eles estavam me olhando, examinando cada pedaçinho de mim. Se tivesse um buraco ali eu me jogaria. Mas nenhum olhar se compara ao de Sirius: ele me examinava também, deixava claro o quão contente estava em me ver e infelizmente eu não poderia deixar tão claro assim que também estava feliz em revê-lo.

- Olá! – disse ficando vermelha. – Acho que ficaremos alguns dias juntos...

Sirius pegou na minha mão, algo que me deixou estranhamente desconcertada e ao mesmo tempo me senti segura, mas mesmo assim me soltei; eu não posso!

- Ela é uma repórter. – Pude ver que todos no local odiavam repórteres. – E ficará conosco por alguns dias.

- Hey, Sirius! – disse um homem louro, de olhos verdes, que limpava o balcão. – De que revista ela é?

- Alex, ela é da Saveur de L’Amour! – Eles se entreolharam, enquanto ele me olhava. Pára, por favor... Isso me deixa...

Em alguns minutos Sirius foi me mostrando seus funcionários: no total eram 15. Alguns cozinheiros, outros garçons, um especialista em bebidas, uma secretária, e dois seguranças... Todos muito simpáticos, até me aceitaram bem.

- Bem, não quero ninguém na cozinha até últimas ordens! – Todos concordaram.

Entramos novamente na cozinha. Ele se escorou no balcão e ficou me olhando. Às vezes sorria ou até mesmo ria; aquilo me deixou muito constrangida.

- O que foi? – perguntei.

- É, realmente você está linda. – Ai, pára com isso... Eu não posso e eu não quero. Ou quero? – Amber me fez perder muito...

- Amber não tem culpa de nada... – Ele ergueu uma sobrancelha. Ele também tem culpa, não foi só ela... – Você sabe muito bem o que fez, eu estava tão feliz e você tinha que estragar tudo...

- Eu não estraguei nada! Ela me agarrou!

- E agora você é santinho? Por que você sempre agarrou todas e mais um pouco, Sirius Black. – Meus olhos já marejavam... – E todos sempre me avisaram pra não me envolver com você... Mas a trouxa corna e idiota aqui fez o contrário! Acreditei em você e no seu suposto amor...

- Suposto? – Aqueles olhos me penetravam... Sirius... – Eu sempre te amei, e ainda amo.

- O quê? – Ele me ama?

- Isso mesmo, Marlene McKinnon. Você é a mulher da minha vida, a mais linda que já apareceu nela. – Não consegui me conter, eu chorava. – A única que conseguiu me fazer feliz, fazer com que meu coração descompassasse ao se aproximar...

Eu não consigo entender. Por quê? Por que ele está falando tudo isso agora? Já acabou tudo eu não quero mais nada, talvez queira... AH! Eu não sei. Tudo está tão confuso, desde... O momento em que Sirius Black apareceu na minha vida!

- Mas você... Você não sabe o que diz e não me deixa explicar. – Agora ele estava a ponto de chorar. – Tudo o que você faz é não acreditar em mim. E o que eu mais queria era simplesmente poder viver esse amor com você... Mas vejo que é impossível.

- Sirius, você não sabe o que é o amor. – disse fingindo desprezo. Ele me ama?

- Como você pode dizer algo assim? Você já provou desse amor. – O quê? – Ou você se esqueceu dos nossos beijos?

Ai, não! Ele está se aproximando, esse perfume... Ele me abraçou, naquele momento o mundo poderia acabar ali, naquele quase-beijo... Ele estava com a boca muito próxima da minha...

- Chefe! – Pude ouvir uma voz feminina...

Ele me largou. Primeiro ele me agarra e agora me deixa louca por ele... É, realmente eu não me esqueci de seus beijos e de seu poder de sedução.

Uma linda mulher loura surgiu por entre a porta aberta da cozinha; ela sorria. Quando me viu seu sorriso se esvaiu.

- Oi – me disse. – Desculpe o atraso, querido!

Quem era ela pra chamar Sirius Black de querido?

- Marlene, essa é Natalie White. – Hm... Ela me direcionou um sorriso.

- Olá! Sou Marlene McKinnon, a repórter do Saveur de L’Amour.

- Mais uma? – disse ela olhando para Sirius. – Espero que essa não fique se jogando sobre você, Sirius.

Eu a fitei de cima a baixo. Usava um conjuntinho rosa claro, e ainda estava com os óculos Raiban nos olhos. Uma típica patricinha maldita de Paris. Querida, pra ficar se jogando sobre o Sirius, basta você.

- Bem, vim aqui só pra dar um “Oi”. – E o que está fazendo aqui ainda, querida?

- Foi um prazer te conhecer. – disse sorrindo, estendendo minha mão direita.

Ela me olhou, pensei que iria retribuir o meu aperto de mão, mas não. Ela deu as costas, quando saiu da cozinha pude a ouvir dizendo: “Pena que não posso dizer o mesmo de você.”.

- Onde paramos? – Olhei assustada à Sirius, que se aproximava de mim.

- Como assim onde paramos? – Ri. – Nem começamos... Agora temos muito trabalho a fazer.

Quando uma pessoa quer ser inconveniente, ela realmente consegue. Natalie se mostrou realmente muito inconveniente, pelo menos perto de mim. Ela se abraçava com Sirius em qualquer oportunidade, às vezes piscava pra ela. Isso me irrita tanto!

No final da tarde eu realmente queria estar em casa, o restaurante era muito movimentado e por vezes ou eu tinha que ver a cara daquela loura falsa loura ou Sirius. Ela me deixava enojada, ele me deixa arrepiada, bêbada com aquele perfume, cheia de desejos... Tantas coisas.


Narrado por Sirius Black


Nunca tive tanto nojo de uma mulher assim. Ela era linda, confesso, mas era intolerável seus abraços na frente de Marlene. Mais uma barreira para chegar ao coração dela. Estávamos na cozinha, eu e Natalie, ela se abanava com a tampa de uma panela e constantemente passava as mãos dentre os seios.

Ela estava me seduzindo, ela era tão gostosa. Marlene. Suas lindas pernas. Marlene. Seus lábios inebriantes e brilhantes. Marlene. Sim... Era a McKinnon que eu queria, era ela que me deixava louco, mas naquele momento era com Natalie com quem eu estava.

E ela se aproximou de mim, ainda com as mãos entre os seios. Sorriu, ela me desejava. Ela pôs suas mãos sobre meu peitoral e começou a apertar. Pára, eu tenho que ser... Marlene... É ela que eu amo, é ela que eu desejo...

Aqueles lábios carnudos e tão sedutores. Ela era a tentação em pessoa, não era do meu feitio, mas... Virei o rosto quando ela veio me beijar. Eu não poderia, não agora que finalmente tinha a chance de ficar mais uma vez com Lene. Natalie deu mais uma investida e dessa não pude deixar de provar aquele beijo.

- Sirius? – Ah! Tudo de novo. Era Marlene... – É dessa forma que você me ama?

- Lene... – E ela já havia saído da sala enquanto Natalie não me soltava. – Me solta...

- Droga! Essa repórter tinha que aparecer pra estragar tudo...

- O quê? – Olhei para ela... – Você que atrapalhou tudo.


Narrado por Marlene McKinnon


Não! Não era possível, ele não muda mesmo! Nunca mudará, fato, Marlene! As lágrimas escorriam de meus olhos enquanto eu passava pelo Hall do restaurante... Você não o ama... Ele já viria me consolar e pedir perdão dizendo que a culpa não era dele. Isso já aconteceu uma vez...

Sirius me olhava de um jeito, tal qual eu ficava pensando: o que esse guri viu em mim?

Seria a última vez em que eu passearia por aquele campo, tudo havia passado tão rápido; as aulas, as festas, os namoros e as amizades. Tudo tão rápido que agora me parece que foi tudo um sonho.

Nos jardins haviam vários casais, dos quais eu conhecia a maioria; estavam se despedindo uns dos outros e de Hogwarts. Caminhar por esse gramado agora era tão estranho. O que é aquilo? Aquela garota ta engolindo aquele guri, aquela ali não é a Amber? Oh! É, sim!

Me aproximei da árvore em que o casal estava. Eu queria estar com uma câmera: seria uma ótima recordação de Hogwarts, Amber engolindo...

- Sirius? – perguntei com um nó na garganta. Decididamente não seria uma boa lembrança...

Ela ainda queria beijá-lo, o meu namorado ex-namorado. Sirius me olhou confuso; sim, era ele mesmo; Ele estava me traindo com ELA, minha pior inimiga, e, mesmo que fosse com qualquer outra..

Meus olhos já estavam lacrimejando; droga, eu vou chorar... Não! Eu não posso dar esse gostinho a ela.

- Ah, é você, Marlene. – disse ela com a boca manchada de batom e se afastando de Sirius. – Eu avisei! Mas você fez realmente uma boa escolha... Ele beija que é uma beleza.

- Maldita, cala essa boca imunda! – gritei lhe estapeando a face.

Ela ficou com a mão na face, ela gargalhava...

- Não vai adiantar me bater, McKinnon. – Ela se ergueu me olhando nos olhos. – Já consegui o que eu queria.

- O Sirius?

Lhe dei outro tapa, coloquei na minha mão toda a minha raiva acumulada em sete anos de convivência com aquela cobra maldita.

Ela não havia respondido à minha pergunta, e ainda gargalhava novamente... Isso era um sim?

- Sua nojenta. – disse aos prantos. – Como você pôde?

- Hmmm... Foi simples. Ele é tão fácil de conseguir... – Essa vagaba ta pedindo pra apanhar. – Ah... E beija tão bem...

- Então faça bom proveito. – disse limpando as lágrimas, dando meia-volta e fugindo pro castelo.

- Marlene! – gritou ele... O ignorei. Longe, pude parar, estava enfim sozinha; ele destruiu a minha vida! Eu chorava, afinal era a única coisa que naquele momento eu poderia fazer!


Limpei meu rosto, pois Sirius já viria. Por sorte vi um táxi vindo, levantei o braço. O táxi chegou, corri até o restaurante, peguei minha prancheta - pude ver Sirius... O ignorei. Voltei ao táxi e disse:

- Pour Tour de Etoiles! – Então o carro começou a se movimentar, Sirius saiu do restaurante e ficou olhando o carro se afastar. Era melhor assim; Sirius longe de mim.

Não me lembro por onde passei, nem das pessoas por quem passei. Quando o táxi parou na porta do Hotel Tour de Etoiles onde Lily e James estavam hospedados, paguei a corrida e então telefonei para Lily. Ela estava aqui, mas James tinha ido visitar o Arco do Triunfo.

- O que foi, Lene? – Lily disse ao abrir a porta.

- Ele... Ele... – Ela me olhou nos olhos, daquele jeito que só Lily sabia fazer. – De novo, ele não muda, mesmo.

- O quê? – Ela não tinha entendido nada. Claro eu estava aos prantos parada na porta. – O que Sirius fez dessa vez?

Entrei, ela fechou a porta e depois me conduziu ao sofá. O quarto do hotel tinha dois cômodos, uma sala de estar e uma suíte de casal.

- Ele me traiu novamente...

- O quê? – Agora ela realmente estava preocupada. – Estamos falando de quem? Do Sirius ou do Jonathan?

Francamente, Lily, no ápice do meu desespero você me faz um pergunta como essa?

- Do Sirius... – sibilei.

- Não escutei. – Ela disse demonstrando um pouquinho de raiva. Mas o que foi, afinal? – Do Sirius? Tem certeza? Por que não parece, pois pelo o que eu saiba você namora o Jon.

Concordei movendo a cabeça.

- Então por que Sirius te traiu? Ele não tem nada com você... Você que o deseja. – O quê? Eu desejá-lo, faça-me o favor!

- Mas de qualquer forma ele me traiu, sim! – Ela me olhou desconfiada. – Havia acabado de me jurar amor e logo correu pros braços daquela loura oxigenada maldita...

- Quem? A Amber? – perguntou Lily, assustada.

- Não, a Natalie White, mesmo. – É, Marlene, a Lil não sabe quem é... – Uma empregada dele.

- Mas Lene, vocês não têm nada. O Sirius pode pegar quem ele quiser, mesmo tendo jurado amor a você – Ah! Não pode, não... – Você só está fazendo uma crítica do restaurante dele, vocês têm uma relação de trabalho. Só isso, Marlene McKinnon.

Deitei minha cabeça sobre o colo de Lily, enfim comecei a chorar. Lily ficou fazendo cafuné em mim, ela realmente era uma boa amiga. Foi então que ouvimos a chave girar e a porta se abriu.

- Mas, cara, ela pisou na bola. – disse James. – Ela não devia ter te agarrado...

- Então!

James e Sirius entraram no quarto. Eu e Lily pulamos de susto me levantei limpando o rosto vermelho pelo choro.

- Tenho que ir, Lily. – disse nervosa.

- Fica, vai? – pediu ela. Então a olhei e ela entendeu...

- Não, nem mais um minuto. – Me abaixei, dei um beijo no rosto de Lily e então sussurrei: - Depois conversamos, ainda temos três dias.

Passei apressada por James e esbarrei em Sirius, ele me olhou. Devo ter ficado vermelha por que aquele olhar me causou frio na barriga, porém continuei. Ele ainda conseguia me deixar sem ar e ainda tinha o poder de destruir minha felicidade em cinco segundos.


Narrado por Sirius Black


Ela saiu do quarto com raiva, talvez tristeza. Ela ainda sente algo por mim, amor? Não sei por que a Natalie tinha que me abraçar e depois me beijar. Eu estava indo tão bem com a Marlene, que, agora que estou me preparando para ir ao restaurante, fico em dúvida se ela irá.

Ontem, logo depois dela ter saído do restaurante, liguei pro James, precisava conversar com alguém. Ele veio até o restaurante, conversamos sobre Natalie e Marlene. Disse a ele o que pensava sobre as duas, de que gostava de Marlene e que a outra me dava muito tesão, mas não era nada.

Conversamos por muito tempo, mas ele precisava voltar ao hotel, então me convidou pra ir até lá pra comermos com Lily. Não devia ter aceitado. Ela estava lá e chorava... Seria por mim?

Cheguei ao restaurante, ela já estava lá. Quando entrei ela me olhou, escrevia naquela prancheta dela; o que seria? Me sentei na cadeira que ficava à frente dela...

- Podemos conversar? – eu disse sem jeito.

- Sobre o quê? – disse ela fria. – Talvez a organização da sua cozinha?

Ela está magoada comigo... Também pisei na bola.

- Bem, vamos pra cozinha? Afinal, é lá que trabalho... – disse dando meu melhor sorriso.

Ela se levantou e ignorou o meu sorriso. Fomos então para a cozinha; ela parou diante de mim e ficou me olhando.

- Comece! – Ela me disse depois de alguns minutos me olhando. – Vamos, estou esperando.

- O que você quer? – Afinal, ainda eram 9:30 h, a equipe já estava trabalhando porém não havia nenhum freguês ainda.

- Panquecas? – Francamente, essa garota só sabe comer panquecas? Sorri. – Não sei... O que me aconselha?

Foi então que o sininho tocou; um freguês! Salvo pelo gongo! Sorri; logo, Jeremy, um dos garçons, veio me entregar um papel.

- É o Frank! – Ah! Ele vem quase todo dia no restaurante.

- O de sempre? – perguntei. Ele afirmou com a cabeça. Frank costumava pedir um Blanquette de veau, um prato comum na França que nada mais é que um ensopado de vitela com nome granfino.

- O quê? – perguntou Marlene, confusa, e sendo ignorada.

- Sobremesa? – perguntei.

- Sim. – respondeu ele. - Crème brûlée!

- Em dez minutos.

- Ta! – Saindo da cozinha, Jeremy parou ali e disse: - Vou chamar a equipe.

- Não é necessário! – disse sorrindo. – A senhorita McKinnon deve ver como um chefe de verdade trabalha.

Marlene fez cara de dúvida, ri e então dei uma piscada pra ela.

Bem, comecemos pela sobremesa. Crème brûlée: 960 ml de creme de leite, 10 gemas, 170 g de açúcar refinado, 142 g de açúcar cristal para caramelizar, 128 g de açúcar de confeiteiro para decorar, 15 ml de essência de baunilha ou uma fava cortada ao meio, uma pitada de sal. Mistura tudo, assa um pouco, depois queima por cima e está tudo pronto! Yeah! É mais ou menos assim.


Narrado por Marlene McKinnon


É, ele pisou na bola, e feio. Mas eu tenho que assumir que ele fica muito sexy cozinhando e isso me faz tão bem. Não sei por que... Talvez até saiba, mas prefiro ignorar. O Jeremy, um dos garçons, trouxe um pedido há pouco: Blanquette de veau e de sobremesa Crème brûlée! Uma boa escolha.

Sirius realmente não ganha em organização, porém tem outras qualidades que compensam também. O Crème brûlée é bem fácil de fazer, mas tudo me leva a crer que ele está fazendo o Blanquette junto porque ele usa cada ingrediente... E a bagunça, ele mexe a receita da vasilha e joga tudo no chão.

- Marlene! – Tava olhando ele cozinhar – Pega a farinha ali pra mim?

Ele apontou para uma portinha perto dos fogões... Pra que farinha? Fui até lá e peguei a farinha, quando voltei por um infortúnio pisei numa maldita qualquer coisa poça de “receita” e escorreguei jogando o saco de farinha em cima dele...

- Não! – disse num sussurro, caída no chão... – Não apela, si’l vous plaît.

- O que você fez, Marlene McKinnon? – Ai, não! Ele está todo branco; tem farinha na cara dele toda...

- Foi um acidente! – disse.

- Isso pra mim tem outro nome! – Ferrou! – Guerra!

Ele pegou um pote com a essência de baunilha e jogou na minha cara... HEY! Como assim?! Agora estou extremamente cheirosa! Me levantei olhando pra ele e peguei o pacote de açúcar que estava sobre o balcão dali e joguei nele... Humpf!

Ele bufava, enquanto eu ria... Não, por favor! Ele pegou aquela massa grudenta que ele estava fazendo pra jogar em... Argh! Tarde demais, já tem massa entrando pelo meu decote, que droga. Foi então que o celular tocou.

Sirius pegou o celular e olhou...

- É um tal de Jonathan! – O Jon! Sirius Black, me entrega isso agora! – Acho que ele pode esperar, não?

Não! Ele pegou o celular e jogou dentro do cesto de lixo que estava perto dali. Droga! Depois quem vai ouvir sermão vou ser eu, senhor Black. Ele riu, e pegou a vasilha de creme de leite... Espera! Essa droga você não vai jogar no meu cabelo...

Fui até ele e segurei o seu punho, escorreguei e... Ele me pegou com seus braços musculosos que, ai, meu Deus, mas o creme de leite caiu em cima de mim. Ficamos ali olhos nos olhos, a cozinha podia se explodir, o mundo poderia acabar... Mas estaríamos felizes para a eternidade.

Sirius sorriu pelo canto da boca e foi se aproximando... Não faça isso! Meu coração batia descompassado, aquela boca ali diante de mim... Tanto tempo sem seu sabor. Ele se aproximou mais, e então nos beijamos.

Aquele beijo que há muito desejava e que sempre busquei nos lábios de Jonathan. Sirius me trouxe pra perto de si me abraçando, envolvi meus braços sobre o pescoço dele. Ouve um pequeno tumulto no Hall do restaurante, porém ignoramos... Não queríamos nos largar.

- Marlene? – Não! Era Jon, isso não podia ter acontecido... – Era por isso que não queria que você viesse!

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NO PRÓXIMO CAPÍTULO:

Marlene sofre por Jon. Mas deseja Sirius.
Sirius finalmente vê seu caminho livre pra poder enfim ser feliz.



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N/B: AEAEAE! Ficou espetacular o capítulo, Arty! *---* Eu ainda quero fazer a campanha pra sua fic virar livro. :~

Bem feito pro Jon, nem gosto dele. /lixa/

EU QUERO UMA GUERRA DE FARINHA COM O SIRIUS? POSSO? POOOOOOOOSSO? *-* /paray/

Ai, eu tô me sentindo tão chata hoje. :~ Faz 4 dias que eu tô passando meio mal e não consigo escrever. Shit.²

Oow, Arty, na próxima N/B eu falo mais coisa, viu? Sua fic tá perfeita! *----*

Kisses, galerë. :*

Peixa Surtada. (6’

N/A: Oê gente! Espero que tenham gostado do capitulo, ele era o meu favorito por que eu achei o Quarto Espetacular ;X hoho Quem quiser pagar pra ler antes... Sinta-se avontade tá?AH! Espero que ODEIEM a Natalie White... Por que ela merece ser odiada. ;x Falei demais?
Obrigado beta por betar o capitulo e elogiar a fic assim... Tumem adoro-te!
Obrigado aos comentários de todos... Quero que saibam que me fazem muito feliz viu?! E também me faz feliz fazer vocês se entreterem com a fic...
Beijos do Artie... Que tinha virado Cullen mas voltou a ser Black... Até o Próximo capitulo! ;D

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