Ensaio



Narrador

O primeiro dia de aula de Hogwarts foi comum, como a maioria dos outros. Abraços de amigos que se reencontram pelos corredores, alguns sonserinos implicando com primeiranistas da Lufa-Lufa, duelos ilegais entre casas rivais e etc.

Como era de costume para o monitor sonserino, ele teve de evitar a companheira monitora, e também pertencente à casa da Sonserina, pelo dia inteiro. Martha Flint era o tipo de garota popular que voava como formiga para cima dos garotos. Suas amigas estavam cansadas dos planinhos mirabolantes que ela fazia para conquistar o garoto Malfoy. Martha não gostava dele, isso era fato. Ela apenas corria atrás dele pelo desafio: ser a primeira garota a verem acompanhado Kevin Alexander Malfoy. É claro que alguns sonserinos maldosos já cogitavam as ‘preferências estranhas do garoto’, mas ninguém ousava dizer nada ou faltá-lo com respeito, já que ele carregava um sobrenome considerado poderoso pelos integrantes da Sonserina.

Mas naquele dia a monitora sonserina teve uma surpresa desagradável: após a última aula, quando costumava seguir Kevin até o Salão Comunal sonserino tagarelando com o loiro, ela simplesmente não o encontrou. Era como se o garoto tivesse evaporado e não encontra-lo tirou a garota do sério.

Mas ele não foi o único aluno de Hogwarts a sumir depois da última aula da tarde.


Kevin

Marley?! Bob Marley?! Como alguém em sã consciência ainda aparece pra comprar um CD desse cara em pleno século XXI? Não que eu o repudie, longe de mim, mas... sei lá. É tão sem graça. Parece aquelas danças de lagarto onde você mexe a cabeça de um lado para o outro, de um lado para o outro, de um lado para o outro... cara, isso me deu sono.


Narrador

- Seja um pouco mais atrevido da próxima vez que nós acabaremos demitidos! – bradava o mais velho dos Potter para com o irmão assim que colocaram os pés no salão comunal dos leões.

- Eu só olhei pra garota, relaxa.

- Olhou? Você praticamente engoliu ela com os olhos! – Tony passou a mão nervosamente pelos cabelos – Olhe, se o Tio Duda reclamar de novo eu não sei se continuamos empregados e você sabe: precisamos desse dinheiro!

- Que foi aí, gente? – ambos os garotos se viraram a tempo de ver Anne adentrando a passagem da Mulher Gorda.

- Ryan. – e apenas dizendo o nome do mais novo, Tony jogou-se em uma poltrona.

- O que foi que você fez agora? – a ruiva cruzou os braços encarando o primo com um olhar mortal.

- Nada, ué. Eu só tratei bem uma cliente e ela foi reclamar de mim para o Tio Duda.

- Sei... mas tirando isso como foi o dia de vocês? – se jogou ao lado do namorando sorrindo, o que aliviou a tensão de Tony.

- Ah, foi bom. O restaurante estava muito movimentando e conseguimos 150 libras de gorjeta.

- Tudo isso?!

- Uhum. E você? Como foi?

- Ah, meio tedioso. Ficar repetindo o preço dos chicletes pra um bando de pirralhos ou ir mostrar a prateleira de Nutella para velhinhas quase cegas não é tão interessante.

- E o Kevin? Como será que foi pra ele? – o Potter mais velho perguntou encarando Anne, mas podia jurar como o irmão estava olhando de esguelha para eles.

- Deve ter sido legal, afinal ele conseguiu emprego em algo que gosta. Enfim, vamos jantar?


Os três grifinórios acompanharam o restante de seus colegas de casa até o Grande Salão onde vários alunos já se acomodavam ao longo das grandes mesas.

Conseguiram avistar o garoto sonserino sentado ao lado de Martha Flint que parecia histérica. Kevin tinha uma expressão de raiva e tédio mescladas no rosto que se misturaram com um arrepio na espinha ao notar um certo garoto na mesa oposta à sua.

- Kevin, você ainda não me respondeu!

- O que, Martha?

- Onde você estava que não foi para o Salão Comunal junto comigo?!

- Ah, pare de me encher o saco! – sibilou irritado mastigando de forma bruta um pedaço de seu croissant.

- Você arranjou uma garota, Kevin?! – a garota parecia à beira de um ataque.

- E se for isso?

- Você... você não se atreveria!

- Eu devo alguma coisa à você? – um sorriso maldoso brotava nos lábios do loiro.


Ryan

- Dá-lhe, Kevin.

- Hã?

- Olhem pra lá você dois!

Olhar pra que... mas hein?! O que diabos tá acontecendo entre ele e aquela sonserina ridícula?

- Tony, o que diabos tá acontecendo entre ele e aquela sonserina ridícula? – MERLIN! Isso é alguma tipo de telepatia , Anne Weasley?!

- Não sei, pequena, mas pelo tempo que eu conheço o Kevin posso garantir que Martha Flint vai chorar horrores hoje.

- Por que? – Ótimo. Um psicopata loiro e bipolar na banda.

- Um dia vocês dois entendem a razão pela qual o Kevin foi parar na Sonserina.

Ok. Eu gelei e isso me deu medo. Imagina se ele tem um ataque de bipolaridade e nos mata enforcados com cordas de baixo? Porque ele... hã? Mas ele já tá levantando? Nem comeu nada...

- Anne, me dá esse guardanapo!

- Hã?

- Vai ruiva, me passa o guardanapo!

- Ótimo, agora eu tenho um irmão bipolar que... MAS QUE DROGA É ESSA!

- Cala a boca, Ryan! – Como assim, ele me mandou calar a boca? Mas... tem letrinhas aparecendo no guardanapo!



- E aí? O que me dizem?

- Eu topo, Tony. Já comi no trabalho.

- Beleza, vamos.

- Espera, eu nem toquei no bolo!

- Ah, Ryan! Você passou a tarde se entupindo no restaurante! Levanta o traseiro daí e me segue.

Ótimo. Eu já mencionei que amo a liberdade de expressão?


Narrador

O sonserino escutou passos se aproximando e avançou lentamente para a porta, logo avistando uma cabeleira ruiva.

- Aleluia.

- Ah, deixa de ser chato. – a ruiva deu um tapa no ombro do outro, um sorriso nos lábios, - a gente nem demorou tanto.

- Tá, vamos logo, ok? Não vai ser nada legal se pegarem três caras e uma garota sozinhos no banheiro enquanto a Hogwarts inteira janta. – comentou Ryan emburrado.

Kevin o encarou abobalhado. Sua mente viajava no que poderia acontecer se, enquanto o colégio inteiro se ocupava com determinada coisa, os dois ficassem sozinhos no banheiro...

- Ok, lá vai.

Tony murmurou alguma coisa na língua das cobras que os outros três não conseguiram compreender e logo a pia transformava-se em uma grande passagem, revelando um buraco grande, escuro e frio. Os quatro se olharam e trataram de pular.


Anne

- Você tá bem?

- Uhum, Tony. E vocês dois?

- Ótimo.

- Quebrei o esqueleto inteiro.

- Deixa de drama, Ryan, se levanta.

- Ruiva insensível.


Certo. Vamos ao trabalho. Montar tudo isso não é tão fácil.


- E vocês dois? Como vão fazer pra conjurar os instrumentos?

- Não precisa.

- Ah, não? E o que você vai fazer, Ry querido?

- Ora, só transformar essa miniatura no meu cordão em uma guitarra grande.

- Ora, ora. Pensou nisso sozinho?

- Sim, minha querida prima.

- E você Kev... JÁ?!

- Que foi?

- De onde você tirou esse baixo?

- Da loja?

- Não, idiota. Como você o trouxe pra cá? Qual foi o seu feitiço?

- Transfigurei ele em uma cópia da minha sombra.

- Hã??! – Isso Ryan, una-se a mim no meu estado de ‘what the fuck?’

- Não os assuste com os truques do sexto ano, Malfoy.

- Como quiser, Potter.

Eu não gostei desses sorrisinhos desses sextanistas descarados. Não gostei mesmo.


Narrador

- Ótimo vamos começar por? – Tony já acomodava-se no banco da bateria que havia comprado com suas economias e, que há algum tempo, escondia na Câmara.

- Que tal I’ve Got You?

- Nem pensar, Anne.

- E por que, Ryan?

- Porque eu desafino nessa coisa.

- Deixa de frescura, você vai me acompanhar e ponto. Em posição, sem cara feia Ry – a ruiva riu ajeitando o microfone.

- Um, - Tony batia uma baqueta na outra – Dois, Três, Quatro.

- The world would be a lonely place
Without the one that puts a smile on your face
So hold me 'til the sun burns out
I won’t be lonely when I’m down

'Cause I've got you
to make me feel stronger
when the days are rough
and an hour seems much longer


A ruiva olhou animada para o primo que engoliu em seco, aproximando a boca do microfone ainda deslizando os dedos pelas cordas de aço.

- I never doubted you at all
The stars collide, will you stand by and watch them fall? [by and watch them fall]
So hold me 'til the sky is clear
And whisper words of love right into my ear.


Kevin olhava abobalhado e encantado como a voz do outro tinha se tornado mais bela e um tanto rouca. A expressão do baixista não passou despercebida pelo guitarrista...

- 'Cause I've got you
to make me feel stronger
When the days are rough
and an hour seems much longer
Yeah when I got you
Oh to make me feel better
When the nights are long they'll be easier together
.

Anne, que cantava olhando para Ryan virou-se de frente para Tony:

- Looking in your eyes
Hoping they won't cry
And even if they do
I'll be in bed so close to you
.

Ryan sorriu lembrando-se da sua parte na música e quase matou o loiro baixista ao olhar de esguelha para ele:

- To hold you through the night
And you'll be unaware
That if you need me I'll be there
.

- Yeah I got you
Oh to make me feel stronger
When the days are rough and an hour seems much longer
Yeah when I got you to make me feel better
When the nights are long they'll be easier together

Oh when I got you .

- É, irmãozinho, o show no chuveiro ajudou muito. – Tony debochou e Ryan apenas riu fraco olhando com o canto dos olhos para um sonserino desconcertando que fingia afinar um baixo.



Casa dos Potter


- Pelo amor de Deus, parem com isso!

- Ginny eu não tenho culpa se o seu irmão está apostando contra o meu garoto.

- Aposto porque a minha menina captura um pomo antes do Tony subir na vassoura.

- Ronald! Anne nem ao menos gosta de Quadribol!

- Ouça a Hermione, seu ruivo estúpido. E você, Harry, procure se preocupar em escrever os seus filhos no treinamento do técnico das Harpias antes do Natal. Isso é importante.

- Claro, eu já tinha me esquecido... precisamos arquitetar o futuro dos nossos filhotes, certo Ronald?

- Isso aê, Harry. Mas a Anne ainda ganha do Tony.



Corredores de Hogwarts

- Pra uma banda que não se reunia há bastante tempo até que tocamos bem.

- Com certeza, Tony.

- Não quero atrapalhar a alegria de você, querido irmãozinho e querida cunhada, mas eu preciso ir até a enfermaria.

- Que foi, Ryan?

- Isso, Anne. - o mais novo dos Potter levantou a mão esquerda onde, nas pontas dos dedos, haviam pequenos cortes e um pouco de sangue.

- Mas que droga, você precisa cortar os dedos de novo?!

- São as cordas, Tony.

- As cordas? Você...

- Tony, Tony: - Anne olhou nos olhos do namorado – Sem discussões no meio dos corredores à essas horas. Nós arrumamos um jeito de voltar pra Torre da Grifinória enquanto o Kevin, que é monitor e corre menos riscos, leva o Ry pra enfermaria.

- Hã? – disseram os dois garotos espantados.

- Isso aí. Tchau. – e dizendo isso a cabeleira ruiva sumiu empurrando Tony.



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N/A:

Parece que tem gente lendo mesmo isso aqui!!!

Enfim, queria agradecer a todos que estão me dando forças pra continuar escrevendo. Ah, voltei mesmo como LadyCaos.

Essa música [I've Got You] é do McFly. Inclusive eu escrevi esse capítulo ouvindo a banda ^^

Músicas deles e do Paramore serão utilizadas ao longo da fic.

Ah, obrigada a Mimi Black pela nova capa (L)


- LadyCaos.



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