Espanha!
Capítulo 16: Espanha!
Harry abriu os olhos. Olhou pela janela e pode ver que ainda era muito cedo, pois o sol nem apontara no horizonte. Praguejou em um murmúrio por ter acordado sem motivo nenhum, mas não sentia sono e, mesmo relutante, se levantou, pegou a muda de roupa limpa que separara para viajar e foi ao banheiro, tomar um banho revigorante. Mesmo tendo demorado o máximo possível, quando saiu do banho viu que todos os colegas de quarto ainda dormiam. Olhou para Rony e sorriu ao ver o estado deplorável no qual o amigo dormia, com cada membro apontando para uma direção, o fazendo parecer estranhamente deformado. Reprimindo uma risada, o garoto arrumou a pequena mochila com as roupas para a viagem e jogou em cima da cama, vestiu uma camisa verde por cima da branca que usava e saiu silenciosamente do dormitório, pensando em passar o tempo na sala comunal até os amigos descerem para irem tomar o café da manhã no Salão Principal e irem logo para a Espanha.
Tinha que reconhecer, estava louco para viajar logo! Durante a semana, Melissa e Mione fizeram questão de falar a Rony e Harry tudo o que sabiam sobre o país e acabaram por deixar os garotos empolgados também.
Harry sorriu ao se lembrar dos olhos brilhantes e inocentemente felizes de Mel ao falar da região onde vivia, com todas aquelas árvores e campos para correr.
- É o lugar mais lindo do mundo! - dissera ela na noite realmente linda de quinta, logo após o jantar, quando eles se dirigiam para a beira do lago, aproveitando a trégua da chuva. – Lá as árvores são amigáveis e não aterrorizantes como as daqui – virou-se olhando de soslaio para a Floresta Proibida e arrancando risadas dos amigos. – Estou falando sério! Lá o sol entra pela folhagem e ilumina tudo, de uma forma quase mágica. E as folhas parecem feitas de ouro puro e os pássaros encantados... na mais pura sintonia. À noite tudo é brilhantemente prateado e a luz azulada da lua realça o efeito espelhando-se nos pequenos lagos formados pelo veio d’água que corta o bosque, o meu bosque... – dissera em sussurros emocionados e cada um parecia ver o que ela descrevia com tamanha veracidade como se também conhecessem o lugar. Ela tinha essa incrível capacidade de convence-los a entender e enxergar como ela via as coisas... de convence-los...
Harry continuava sorrindo, até que percebeu uma voz baixa e aveludada vindo de sala comunal e apressou o passo, percebendo que se encontrava parado no meio da escada dos dormitórios. Quando entrou na sala, não teve como não se engasgar com a visão que teve.
Lá estava ela, a dona dos seus pensamentos no último mês, sentada sobre o alto parapeito da janela, com o vento frio do crepúsculo a balançar-lhe os longos cachos negros e a moldar a pequena camisola azul no corpo bronzeado. Ela tinha os olhos fixos na linha do horizonte, onde os primeiros raios de sol começavam a apontar. Dedilhava levemente o violão, que se encontrava apoiado nas pernas cruzadas, e cantarolava alguma coisa em uma língua que o garoto não conhecia. Harry ficou alguns minutos apenas a contemplando, enquanto aquela melodia o enchia por completo.
Rabboussamai fikarrajaii
Fi ainaiha aralhayati
Ati ilaika min haza lkaaouni
Arjouka labbi labbi nidai
* Ó Deus do Céu, minha esperança está em vosso poder *
* Nos olhos dela eu posso ver a minha vida *
* Eu vou a você deste horizonte (ou universo) *
* Por favor, realize as minhas esperanças (ou chamados) *
Quando o sol despontou por completo ela começou a cantar mais alto, os olhos brilhando por algum sentimento que, para o menino, lembrava tristeza...
Você saberia meu nome
Se eu te encontrasse no paraíso?
Seria a mesma coisa
Se eu te encontrasse no paraíso?
Eu tenho de ser forte
E prosseguir.
Pois eu sei que não pertenço
Aqui ao paraíso.
A voz era linda e tão melodiosa que o garoto nem parecia escutar o leve dedilhar das cordas, que apenas faziam um pano de fundo na cena.
Você seguraria minha mão
Se eu te encontrasse no paraíso?
Você me ajudaria a suportar
Se eu te encontrasse no paraíso?
Eu encontrarei meu caminho
Através da noite e dia,
Pois eu sei que simplesmente não posso ficar
Aqui no paraíso.
Harry avançou para olha-la mais de perto, se sentia fascinado pela garota, mas tropeçou em uma cadeira no caminho e fez barulho, quebrando o clima que se instaurara na Sala Comunal. Melissa parou de tocar de repente e seu corpo ficou rijo. Harry se amaldiçoou por ser tão burro e se preparou para uma explosão da garota.
Mas ela não fez nada. Apenas abaixou a cabeça e continuou em silêncio...
- Hum... Mel, me perdoe! Eu... eu não queria te atrapalhar... e nem ser intrometido. – Harry se sentia completamente idiota e desajeitado, e mesmo se justificando a menina nem sequer se mexia. – É que não consigo dormir, e ouvi sua voz... e era tão bonito que fiquei aqui... – ele torceu as mãos, nervoso. Não sabia porque diabos estava se sentindo tão mal com aquela situação. Respirou por alguns segundos e voltou a falar, baixinho. – Mel, olhe pra mim... me diga porque está tão triste... – completou sem pensar, não sabia porque dissera isso, mas só depois que terminara foi que percebeu que a menina estava envolta por uma atmosfera densa.
E ela se virou. Pulou de volta ao chão de uma forma graciosa e calma, descansou o violão em uma mesa ao canto e caminhou até o garoto – sempre de cabeça baixa e os olhos semicerrados. Ela encostou a cabeça no peito de Harry e parou, ele passou os braços em volta de sua cintura e a puxou para um abraço apertado, sentindo que ela tremia ligeiramente.
Eles ficaram nessa posição por um tempo que Harry, mais tarde, não pôde determinar. Apenas sentiam a respiração um do outro, o coração um do outro e se consolavam, um ao outro, mesmo que Harry não entendesse porque isso, de repente, se tornara tão necessário para ele. Por algum tempo se esqueceu da guerra, da morte de Sirius, das ameaças de Voldemort, do perigo que seus amigos corriam por estar com ele. Só conseguia pensar – e sentir – em Melissa ali... nos seus braços, naquele momento que, sabia, marcaria sua vida.
A garota então passou a mão por suas costas e o abraçou mais forte, como que pedindo proteção, e Harry pode sentir sua camisa ser molhada por lágrimas. Lentamente ele se virou e sentou na cadeira que tropeçara antes, levando Melissa até o seu colo e a carregando como uma criança indefesa. Deixou-a chorar tudo o que tinha para chorar e apenas a balançava suavemente, lembrando-a de que estava ali para ajuda-la.
- Eu... não agüento mais... – ela começou a dizer por fim, com uma voz tão baixa e tremula, que Harry demorou um pouco até entender que ela falava com ele. – É tão difícil Harry... sabe... viver a vida de outra pessoa... – Harry franziu o cenho, não entendendo o que ela queria dizer, mas não cometeria o erro de interrompê-la novamente e apenas moveu a cabeça para ela saber que estava escutando. – E Eles não me deixam em paz... não querem que viva minha vida... e me proibiram de ver você...
- O que? – perguntou o garoto um tanto quanto alto e involuntariamente. Ela levantou a cabeça e o encarou. Foi assim que Harry viu o estado em que se encontrava: seu rosto estava todo inchado e vermelho, parecendo que chorara a noite inteira e, sentindo a dor das palavras dela entrarem em seu coração, as lágrimas vieram aos seus olhos. Ele engoliu em seco e terminou em voz baixa. – Como assim Mel?
- Eu não devia te falar isso Harry... – disse depois de encara-lo longamente – Você não precisa dos meus problemas, já bastam os seus... – completou se levantando e se afastando, mas Harry foi mais rápido e a segurou pelo braço.
- Como assim Melissa? – repetiu a pergunta mais alto, não conseguindo segurar as lágrimas e, de repente, sentiu que aquilo tudo era um adeus que ela não pretendia dar a ninguém. – Você vai fugir de novo? – perguntou com raiva e a largou.
- Você não entende nada, não é mesmo Potter? – ela disse se voltando rápido para ele e o encarando, só então percebeu que ele chorava e parou em chofre.
- Como vou entender se você não me conta nada? Como vou saber o que sente se você não me confia seus sentimentos? E como posso te proteger se não sei o que te atormenta? – desabafou, virando os olhos e quebrando o contato visual. Aquilo doía mais do que imaginava e ele não queria admitir que se sentia fraco pela ausência dela, “Você nem a conhece, Potter, por que está assim?”, perguntou com raiva para si mesmo. – Eu prometi te proteger Mel... e me sinto um inútil por não fazer isso...
O silêncio voltou a reinar na Sala Comunal. E depois de um tempo Harry desistiu. Não ficaria ali, chorando por ela, se a menina parecia não se importar com isso. Secou as lágrimas com raiva e reprimiu o choro que vinha mais forte devido ao silêncio dela. Virou-se para voltar aos dormitórios e se enterrar na cama, mas foi parado por um corpo que o abraçou fortemente pelas costas.
- Por favor, Harry... não me abandone. Eu não posso perder você... nem a Mione e o Rony. Não agora que finalmente aprendi o que é viver, com vocês... por vocês... – Harry suspirou pesadamente e se virou para encara-la. – O que eu vivo é uma maldição! E me desespero quando percebo que não sei fazer nada do que esperam que eu faça... que não demonstro ser o que deveria!
- E estes que te pressionam... são Eles? – Harry finalmente falou, recuperando a voz.
- Sim...
- E porque não querem que você fique comigo?
- Porque reza a profecia que você poderá me destruir... – ela disse baixinho, com medo da reação do garoto, essa que não tardou a vir.
- Eu? Te destruir? Mas... que profecia é essa? Que absurdo! Não... Nunca... Você acredita nisso??? – ele sentiu seu estomago dar mil voltas, “o que raios ela está dizendo? Não é possível que acredite que sou um louco homicida?!!”, pensou incrédulo.
- Claro que não Harry! – ela se apressou a dizer, o olhando um pouco envergonhada. – Eu... na verdade... não sabemos se a profecia se refere a você... mas os Sacerdotes não querem correr risco!
- E porque sou sempre eu o culpado? – o garoto disse revoltado, saindo de perto dela e andando a esmo pela sala. – Porque fariam duas profecias sobre mim? Não tenho nada de importante... não faço nada de mal...
- Duas? – ouviu Melissa perguntar e fechou os olhos se amaldiçoando pela terceira vez no dia, “você e sua boca grande, Potter!”.
- Sim... – foi sua vez de dizer.
- Quer dizer, que você também é amaldiçoado com isso? – Harry só pode rir do comentário.
- Sim! Eu diria que isso é mais uma maldição do que qualquer outra coisa! – eles riram juntos, um pouco nervosos.
A menina suspirou e se sentou em um sofá em frente à lareira apagada e o chamou para se juntar a ela. Harry sentou e ela o puxou para deitar em seu colo, começando a fazer cafuné na cabeça do garoto. Harry permitiu o carinho e fechou os olhos, tentando organizar todas as informações na mente.
- Não consigo! – disse Harry – Não consigo entender nada, Mel! Nada do que você disse faz sentido para mim...
- Desculpe-me Harry! Eu não queria coloca-lo em mais um dilema! Sei que tem problemas demais e não quero colocar mais um na sua cabeça...
- Mas já colocou! – Harry falou antes que ela terminasse e se levantou. E ela parou de falar, o encarando com olhos tristes e escuros. Harry se sentou direito, em frente à garota e a forçando a fazer o mesmo.
- Esses Sacerdotes... as pessoas que te pressionam ... são druidas?
- Sim...
- Porque você tem que escuta-los?
- Porque eles são meus superiores... e sábios...
- Bom... mas seu mestre...
- Meu mestre não era um sacerdote! – ela disse antes dele terminar. – Era um Vate.
- Era um o que?
- Um adivinho... Druidas-Vates são aqueles que nascem com o dom da Adivinhação.
- Então, você também é uma adivinha? – perguntou confuso. Lembrando que uma vez achara que ela era legilimente.
- Ahhh, não! Apesar de gostar muito do estudo da adivinhação eu não tenho o dom necessário! – Harry fez uma careta ao ouvir isso e ela riu alto. – Não Harry! Eu sou uma Barda...
- Ah tá! Pensei que você era uma druida!!! – exclamou em pura confusão, fazendo a garota rir ainda mais.
- Só você mesmo, Harry! Deixa que te explico... Basicamente temos três ordens... os druidas que formam a classe profissional: são os professores, matemáticos, astrônomos, filósofos, cientistas, juristas e os médicos que são encarregados não só da cura das doenças como da preservação do bem estar físico e psíquico do nosso povo. Além disso, alguns também assumem funções de sacerdotes encarregados de realizar os ritos, as festas, as sagrações, etc. Os druidas-vates são especializados nas adivinhações, conversas com os ancestrais e profecias do futuro e os Bardos - "os guardiões das Tradições", das artes, da memória da tribo... enfim, somos encarregados de preservar toda a sabedoria sagrada do mundo.
- Mas... passei horas na biblioteca procurando informações sobre druidas e não achei nada! E, do jeito que Madame Pince falou, parecia que vocês eram um bando de bárbaros que viviam na floresta comendo fruta!!! – ele disse praticamente aterrorizado com a perspectiva, mas Melissa apenas riu com gosto.
- Harry! – ralhou ela assim que recuperou o fôlego – Assim você me mata de tanto rir!
- Ahh, o que mataria mesmo era a cara da Pince quando falou dos “seres imundos não civilizados” que não transferem suas tradições para livros e preferem cantá-las como “bárbaros bêbados” para seus descendentes.
- HEY!!! Eu não sou uma bárbara bêbada!!! – Melissa se levantou revoltada.
- Então vá dizer isso a ela! – disse Harry, dessa vez rindo. – Isso se ela deixar você entrar na biblioteca! É capaz dela achar que você vai comer os livros ou suja-los de terra!
Melissa bufou e se jogou de volta ao sofá. Eles ficaram em silêncio, olhando o sol nascer lentamente e iluminar a sala.
- Porque... porque você disse que é difícil “viver a vida de outra pessoa”? – perguntou Harry um tempo depois, tentando ser o mais gentil possível para não magoar a menina com suas perguntas.
- Porque eu vivo a vida de outra pessoa. – ela respondeu simplesmente, ainda olhando para a janela.
- A vida de sua mãe? – continuou Harry.
- Não. Ultimamente venho seguido os passos de minha mãe, é verdade, porque não sei quais passos devo dar... Mas não, meu nascimento já era previsto e esperado há muitos, muitos séculos...
- A profecia...
- Sim. A profecia...
Os dois voltaram ao silêncio, Melissa olhando o sol e Harry olhando a garota, tentando decifrar o que aquele semblante significava, mas sabia que a mente e os olhos de Melissa eram impenetráveis quando ela não queria se mostrar.
Mas antes que o garoto tomasse coragem para perguntar sobre a profecia e o que ela queria dizer com isso, ouviram barulhos vindos dos dormitórios e eles acordaram do transe em que vivam juntos naquele momento. Melissa pulou do sofá como se tivesse tomado um choque e correu para pegar o violão, quando já estava nas escadas se voltou para o garoto.
- Não se preocupe com isso agora Harry, você entenderá e saberá tudo em seu devido tempo... porque resolvi dar meu primeiro passo sozinha...
- Qual? – perguntou o garoto não conseguindo se segurar e tendo medo de que ela fosse embora sem ele.
- Desobedecerei aos sábios e continuarei Hogwarts... afinal, não iria conseguir mesmo me livrar de vocês! – disse sorridente e Harry correu até ela, lhe dando um abraço e a levantando no ar.
- Harry! Me leve pro chão de volta! – disse a garota rindo e se agarrando no pescoço de Harry.
- Só se você me prometer que não vai embora de novo. – disse a olhando seriamente e parando de rodar.
- Prometido! – ela respondeu sorrindo e com os olhos brilhando. De repente a distância entre as bocas diminui drasticamente e, antes que Harry pudesse fecha-la e capturar-lhe os lábios, ouviram uma pessoa descendo as escadas do dormitório masculino e Melissa se separou abruptamente, correndo escada acima.
Harry se virou em tempo de ver um Rony todo amassado terminar de descer a escada.
- Cara, eu estava te procurando! Acordei e você não estava na cama... pensei que tivesse acordado com algum pesadelo e fiquei preocupado! E aí? Você está bem?
Harry riu e se sentiu extremamente bem ao saber que o amigo realmente se preocupava com ele. Olhou para a escada do dormitório feminino mais uma vez e balançou a cabeça.
- Vamos Rony! Você tem que se arrumar antes do café da manha, afinal, hoje vamos viajar...
Essa informação pareceu acordar o amigo, que pareceu esquecer o “pesadelo” do outro e subiu correndo para arrumar a mala que não fizera no dia anterior – “Mione vai me matar!”, ia resmungando Rony, enquanto Harry subia calmamente, os pensamentos em Melissa...
XXXXX
Os quatro garotos desciam animadamente as escadas para o Salão Principal. Melissa ia conversando alegremente com Mione, que parecia desesperada para aprender a falar o máximo de espanhol que pudesse aprender antes de chegar na aldeia de Melissa.
- ¡Hola! Mi nombre es Hermione. ¡Mucho gusto! – repetia a garota freneticamente sobre as risadas da amiga. – Mel! Se não for ajudar, também não atrapalha, né? – parou de andar e olhou emburrada para a outra.
- Ah, minha querida! – a outra zombou, apertando a bochecha de Hermione. – Mas você estava falando tão bem... e tão bonitinha! – completou, o que fez Harry e Rony rirem com gosto.
- Deixem vocês! Apenas não quero passar vergonha não falando nada direito...
- Mas já te disse! Muitas pessoas lá falam inglês! Não precisa se preocupar tanto! – Hermione sorriu de lado. – E vamos logo porque já estamos atrasados.
Harry olhou divertido para os amigos. Não participara diretamente de nenhuma conversa e ficava impressionado ao ver como Melissa disfarçava bem, até parecia que ela tivera uma longa noite de sono! “Será que é sempre assim e nós não sabemos? Ela não demonstra sempre tudo o que está sentindo...”. Nessa hora Melissa se virou e encarou o garoto sorrindo e ele percebeu que ficara para trás, apenas observando os três.
- Venha Harry!
Eles entraram no Salão e imediatamente todas as cabeças se voltaram para vê-los. Harry suspeitou que as mochilas denunciavam alguma coisa, porque não era normal alunos entrarem no café-da-manhã de sábado com as mochilas abarrotadas, mas depois de um tempo ele percebeu que todos olhavam para as duas meninas. Os garotos de todas as mesas espichavam as cabeças para vê-las e as garotas cochichavam umas com as outras, lançando olhares mortais para Melissa e Hermione.
Harry já percebera que Mel gostava de toda essa atenção. “Ela sabe que é bonita e sabe usar isso muito bem...”, pensava Harry enquanto a via andar de um modo mais sensual até a mesa da Grifinória, fazendo sua longa saia branca flutuar ao redor do corpo, fazendo todos olharem quando passou contra a luz. Harry ergueu uma sobrancelha demonstrando contragosto e Mione sorriu.
“Ela devia parar com essas coisas”, pensava Harry ainda observando Melissa. Ela descansou a mochila no chão ajeitando as alçinhas da blusa que exibia um avantajado decote e se sentou arrumando as pulseiras do braço. O garoto desviou os olhos e esses caíram direto na careta emburrada que Rony fazia para um garoto do sétimo ano que oferecia a cadeira do seu lado para Hermione se sentar. A menina recusou educadamente e sorriu misteriosamente para a amiga à sua frente, que parecia não ser capaz de conter a risada. Harry, ainda observando tudo atentamente e sem entrar na conversa (que agora era uma briga entre Rony e Mione!) olhou atentamente para a amiga. Desde que Hermione tornara-se melhor amiga de Melissa passara a se comportar de um jeito mais... garota! Ela estava mais bonita e, até Harry percebera, arrumava-se mais para as aulas, seus cabelos não eram tão cheios e tinha roupas mais... chamativas, para os garotos, é claro! E, esse ano, era inegável o fato de Hermione Granger e Melissa Handrix serem consideradas as meninas mais bonitas e atraentes de toda Hogwarts, deixando até Cho Chang para trás!
O mais engraçado nisso tudo era que Harry deixara de ser famoso por ser o “menino-que-sobreviveu” para ser invejado por sempre andar com as duas, e vários garotos já chamavam ele e Rony de “Guarda-costas”, o que não deixava o amigo muito feliz e Harry sempre tinha que tira-lo depressa do lugar, antes que ele partisse para uma briga. O garoto não se assustava ao ver a tamanha repercussão de Mel ao público masculino de Hogwarts em apenas uma semana, o mais estranho era ver que Mione, de uma hora para a outra, deixara de ser a “Intragável Sabe-Tudo” da Grifinória, para se tornar uma das meninas mais populares da escola...
Harry sorriu.
- E você aí, pode tirar esse sorrisinho bobo do rosto! Eu estou realmente com raiva de todos vocês! – explodiu Rony olhando primeiro para Harry e depois para todos os garotos do salão!
XXXXX
Depois de passarem rapidamente pela mesa dos professores para chamar Lupin e Tonks, os garotos se dirigiram à sala de McGonagall para usarem o flu até Madrid e irem através de métodos trouxas à Região da Andalucía, onde Mel morara.
Hermione dera um grito alto assim que saíram do prédio do Ministério da Magia Espanhol a caminho da estação de trem trouxa mais próxima. Eles estavam em plena Calle Alcalá, exatamente na frente da grandiosa Puerta de Alcalá, o centro da Gran Via, que corta Madrid em toda sua extensão leste-oeste. Harry olhou abismado para a magnificência da construção e se perguntou se outro Ministério de Magia teria uma porta tão grande assim como o Ministério Espanhol.
- Sim! Esses Espanhóis têm, realmente, um senso estranho sobre a discrição! Mas não se assustem, os franceses são iguaizinhos... ou vocês acham que o Arco do Triunfo foi feito por trouxas? – Melissa saiu rindo depois de olhar a cara de abismados dos três garotos e de Tonks. Lupin apenas sorriu e acompanhou a menina pela cidade trouxa.
Depois de andar por muitas ruas estranhas e escutar pessoas falando uma língua completamente estranha paras eles, os garotos chegaram na estação. O trem estava saindo daí a 10 minutos e Melissa teve que ir correndo para comprar as passagens.
Rony olhava para todos os lados, assustado, olhando atentamente para a boca das pessoas que passavam perto dele.
- Mel, eles parecem que estão proferindo uma maldição ou algo das trevas... – comentou enquanto todos se acomodavam nos assentos do trem, prontos para sair – Essa língua não passa de grunhidos... – mas foi interrompido quando viu o rosto um tanto quanto púrpura de um senhor sentado na poltrona do outro lado do corredor.
Melissa riu com gosto e virou-se para o senhor, dizendo em perfeito espanhol:
- Perdóname, señor! Pero... ese niño eres un tonto! E inglês! – terminou aumentando o sorriso. O homem pareceu concordar com o que ela dizia, sorriu para a menina carinhosamente e virou a cara para o garoto, que não entendeu nada.
- E você, mocinho, trate de não falar mal das pessoas por aqui, porque muitas falam inglês e... bom... são um pouco esquentadinhas! – ela riu um pouco mais e os outros a acompanharam, à exceção de Mione, que repreendeu Rony umas 500 vezes até chegarem em Sevilha.
De lá pegaram um ônibus trouxa e continuaram a viagem até o vilarejo de Los Robles
A estrada era rodeada por árvores altas e fortes, grama verde e um sol digno do clima equatorial. Desembarcaram no final da tarde, quando as ruas estavam cheias de pessoas voltando do trabalho e cumprimentando os amigos nas pequenas ruas, sem asfalto ou sinalização para automóveis.
Los Robles não passava de uma pacata vila no meio de um enorme vale e rodeada por uma robusta floresta, onde as pessoas viviam mais e mais felizes, sem saber que eram protegidas por um poderoso bosque mágico habitado por criaturas fantásticas...
N/A: Aeeeeeeeeee... Alice, o Retorno!!!
Sei que muitos de vcs devem estar bravos comigo e nem devem estar mais lendo essa fic... mas espero q voltem!!! (u.u)³³³³
Passei por algumas barras, mudanças, saí da casa dos meu pais, estou morando em República e naum tinha PC!!!
Felizmente, uma das meninas comprou e por isso jah posso voltar a postar... espero q entendam e saibam q jah tenho mil coisas escritas em cadernos sobre a fic e jah estou montando os próximos caps!!! (como esse daki! XD)
Espero q gostem, e muito obrigada por lerem e comentarem... foi isso q me instigou a continuar a fic, ok? ^^
Besitos!
Hasta
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