Doce Vento





Capítulo II: Doce Vento

Passos apressados eram ouvidos a longa distância, de alunos que não queriam de jeito nenhum chegar atrasados na aula e perder pontos para suas Casas, ou descontraídos, daqueles que por sorte teriam o horário livre. Conversas paralelas, risadas e vozes alteradas, tudo isso podia ser ouvido numa escola repleta de adolescentes. Mas ela estava indiferente a tudo isso. Só andava o mais rapidamente possível para o horário de História da Magia, que ela até hoje não conseguia explicar o pôr que dela ter prestado NOM’S para aquela matéria completamente entediante. Seus passos se apressavam mais e mais quando ela ouviu um assovio. Continuou a andar, seu cérebro nem havia processado o assovio. Outra vez. Desta vez ela estava intrigada. Continuou a andar. Outra. Ela parou e se virou, a tempo de ver um grupo de três babacas da Corvinal rindo no que eles achavam ser galante. Idiotas.
- O que foi? – perguntou ao grupinho – vão ficar com essas caras de coruja seca ou vão parar de tomar o meu tempo?
Foi assim: na lata, por que ela detestava ser interrompida e sim, obrigado, ela era muito grossa, ainda mais com reles estudantes idiotas e metidos a “bacanas” que se achavam no direito de assoviar quando ela passava.
- Nossa Bellatrix, se acalme ou vamos pensar que você está sofrendo de stress. O grupinho patético riu, e Bellatrix pôde reconhecer os três: o primeiro era Boss, um idiota do sexto ano, mestiço aliás. O segundo era Johnson, um outro imbecil do sexto ano que vive pagando de gostosão. E o outro mentecapto era Stebins, um cretino que não pagava, se acha o gostoso, e vivia em brigas e desavenças com Sirius, a diferença era que Sirius é gostoso.
- O que você quer Stebins? – Bellatrix disse com asco – eu não tenho tempo para perder com você.
- Você já sabe Belinha... você! Os outros dois acérvulos idiotas riram. Ela fechou a cara e disse com frieza: - Sabe, eu juro que eu não estava nem um pouco afim de te azarar, mas acho que vou ser obrigada. Aquele ser repugnante vivia arrastando as “asinhas” pra cima de Bellatrix, que é claro, sempre as cortava fora. Como ela gostava de ressaltar, “ Se não quer que voe, não de asas, e se já tiver, arranque-as” .
- O show está ótimo Stebins mas eu tenho que ir. Fui! – disse antes que aquele demente falasse mais merda que de costume – me solta! Sentiu as mãos daquele sujo tocarem agressivamente seu braço.
- Me solta seu mestiço imundo! Não, era demais para ela , aquele, aquele nojento agarrando-a?
- Eu já perdi a paciência com você Belinha, vem comigo! – a voz dele saiu agressiva – e não me chame de mestiço imundo!
- Mas é o que você é – sibilou venenosamente – e se você não me soltar AGORA eu vou acabar com você !
Ele ia falar algo, mais oi subjugado por uma imperiosa voz masculina:
- Ela mandou você solta-la Stebins.
Sirius. Ela estava salva. Ou não?
- Não se meta Black – mas não foi ela quem disse, e sim o mísero que a estava agarrando – isso não é da sua conta!
- Na verdade é sim, solte-a.
- Não! Você não se meta, isso não lhe diz respeito!
- Na verdade diz sim, afinal de conta ela é minha prima, você sabe o que é isso? Filha do meu tio.
Bellatrix aproveitou a distração dos demais para se desvencilhar do sextanista, retirando rapidamente sua varinha e apontando para o pescoço do g aroto.
- Se você encostar suas mãos imundas em mim novamente vai se arrepender amargamente.
Stebins fez um gesto com as mãos e os demais se juntaram a ele e se retiraram. Ela ficou lá, estática, olhando Sirius.
- Na próxima vez – disse baixo e perigosamente - tente não meter o dedo no bolo alheio.
- Claro madame – disse Sirius com deboche – vou deixar que a Sua Majestade ser arrastada pra algum canto do castelo por um otário qualquer. Não se preocupe, já estou fazendo uma nota mental.
- Por que você não vai trabalhar num circo Sirius? Seria um trabalho perfeito para você.
- Não, não, não... eu gosto de aporrinhar a sua paciência – respondeu – e desde quando você me chama de Sirius?
Bellatrix preferiu ignorar a pergunta de Sirius e disse:
- Desde quando você se importa com o que acontece comigo?
Nesse instante Sirius se aproximou perigosamente e olhou Bellatrix nos olhos.Olhos. Os olhos cinzentos de Sirius perfurando os seus olhos negros e brilhantes, penetrando a pele, transpondo a carne e envolvendo seus ossos e seu ser com aquele olhar. O olhar que nem mesmo o tempo seria capaz de lhe tirar. Aquele ato de Sirius a fez estremecer, até que ele desviou o olhar, se aproximou mais e colocou a boca ao lado da orelha dela dizendo:
- Em frente a Casa dos Gritos, às 10:00h.
E saiu, como se fosse algo normal de se dizer. À ela.

É outono... a mágica estação do ano em que a natureza revela um especial esplendor. Calmamente vou adentrando a alameda de plátanos dourados. Um tapete amarelo-avermelhado espalha-se a meus pés, por onde sigo pisando calmamente, num vagar calculado, com o firme propósito de saborear esses momentos de pura e encantadora magia...


Bellatrix estava andando pelos corredores do primeiro andar. Não iria a aula de história da magia, já estava atrasada mesmo, de modo que não iria nem se dar ao trabalho de se preocupar. O vento de outono era ruidoso e gelado, cortando as faces dos transeuntes que no pátio passavam. Os cabelos negos e lisos de Bellatrix que iam até os cotovelos se movimentavam com graça e rebuliço. Sua face extremamente alva ficava rosada, a medida que o vento gelado cortava com violência a pele delicada. Seus passos eram apressados, tinha pressa em sair do castelo um pouco, respirar o ar puro do lado de fora. Seus lábios rosados se curvaram em um sorriso ao se dar conta de que fora convidada para sair por Sirius. Por Sirius! Por Sirius? A confusão que acontecia em sua mente era passada para as expressões de seu rosto. O que estava acontecendo? Primeiro ele a ajudava e agora a convidara a sair? Era estranho mas tinha de admitir que gostou. E muito, afinal de contas ele era bem bonito e popular, puro sangue também. Não. Ela sacudiu a cabeça como que para tirar aqueles pensamentos de sua cabeça. Sirius era um ingrato, um traidor que preferira os amigos nojentos a família, um campeão da plebe. A família nunca veria um possível romance ente eles com bons olhos. Possível romance, não, ele só a convidara para conversar. Mas ele continuava a ser muito bonito. Foi com essa confusão que seguiu ao jardim da escola, onde havia uma leve inclinação de morro. Avistou uma pedra bem grande em meio ao gramado verde escuro, que logo começaria a secar. Sentou-se, porém ouviu uma voz bastante familiar falar:
- Matando aula Bellatrix? Tsc,tsc... que coisa feia de se fazer hein?
- Will, Will ... e você? Não deveria estar na aula também? – perguntou de um jeito bastante untuoso – com quem vou pegar as anotações agora?
- Com certeza Pantenne irá te emprestar se você pedir – comentou maldosamente – afinal, vocês são “colegas de quarto” – disse fazendo voz de falsete – aquela garota lambe o chão se você quiser.
- É, tenho muitos admiradores aqui no colégio.
Ela também era bastante popular, mesmo em outras casas.
- Mas porque você faltou?
- Creio eu que isto não seja de seu mérito – falou polidamente – e você?
- Não tava afim de aturar o Bins hoje.
- Compreensível. Aquele fantasma é mesmo insuportável.
Willian Foreman era um bruxo sangue puro de uma família americana que veio morar na Inglaterra quando o garoto tinha dez anos. O rapaz carregava aquele sotaque típico do inglês norte-americano, que Bellatrix gostava muito. Goleiro e Capitão do time da Sonserina, era alto e magro, com cabelos curtos e dourados como o ouro e olhos prateados como a mais pura prata. De lábios finos, o rapaz atraia o interesse de várias meninas de Hogwarts com seu jeito enigmático e cavalheiro. Willian e Bellatrix eram amigos desde a primeira viagem de trem. Ele era tudo o que Bellatrix podia querer para amigo. As garotas em sua opinião era fúteis demais, só falavam de moda, garotos e maquiagem. Ela, é claro sempre andava com roupas de primeiro escalão sendo quem era, afinal, não iria andar esfarrapada como Remus Lupin e como sua tia costumava dizer, ela era tão linda que não necessitava de artifícios para ficar bela. Bom, ela também não era nenhum ser do outro mundo, já beijara vários garotos mas não ficava tagarelando sobe eles o tempo todo. E Will era mais que um amigo, era um cúmplice, um irmão. Conversavam sobe todo tipo de assuntos , xingavam Dumbledore, riam e contavam piadas maldosas. Já haviam se beijado antes, mas apenas de gozação para ornamentar comentários de que seriam mais que amigos. E ele sentia o mesmo em relação a ela. Will se aproximou, logo sentando sobre a pedra, e Bellatrix aproveitando a deixa, deitou a cabeça em seu colo.
- Ele me convidou para sair – disse.
- Ele?
- Sirius.
- Black?
- Huhum.
- Medonho.
- Porque?
- Bom, pelo que você me contava não era ele que te odiava? Ou odeia?
- O sentimento é mútuo. Ou era, ah! sei lá Will, ainda está tudo confuso! Tipo, porque ele me convidou pra sair? – as coisas estavam mesmo mais confusas que de costume.
- Talvez porque ele tenha reparado o quanto você é bonita – arriscou – ou então ele gosta de você ...
- Gostar de mim? Você só pode estar tirando com a minha cara. O Sirius gostar de mim?
- Ora, porque não?
- Por que sou eu quem sempre fez de tudo pra sacanear ele, porque eu tenho uma rixa com ele desde que me entendo por gente e porque ele nunca gostou de mim? São três bons motivos não acha?
- É, pensando nesse ângulo... Mas e você?
- Eu o que?
- Aceitou?
- Eu não disse nada, mas acho que vou, senão vai ficar parecendo que estou com medo dele não acha?
Ele deu de ombros e puxou algo de dentro da capa. Uma bela cigarreira de prata. Abriu-a e retirou um cigarro.
- Quer? – perguntou.
- Quero.
Ela conhecia bem aqueles cigarros. Cigarros de menta, maiores um pouco que cigarros trouxa e o papel cor de papiro. Ela pegou um e observou Will retirar o isqueiro também de prata, com o brasão dos Foreman. Ele acendeu o dele, e depois se ofereceu para acender o dela. Ela deu uma tragada e se pronunciou após um difuso silêncio:
- Sabe , eu senti falta destes.
O cheiro de menta e tabaco logo tomou conta do ambiente, embora logo tenha sido levado por mais uma lufada de vento.
- Você sempre gostou desses não é? – ele perguntou insinuante – afinal, foi com eles que aprendeu a fumar.
Tragou outra vez. – È estranho que ele tenha me chamado para sair. Soltou a fumaça. Ela se sentira uma fumante profissional quando aprendera a fazer isso. Tragar, falar e soltar. Essa era a essência.



Bom pessoas, ae ta o 2º!!!! : )
E antes do que eu prometi, mas espero que tenham gostado!!!! Bella, obrigado pó comentar e fikei bem feliz quando vc disse que gostou!!! xD
Eu vo atualiza rapidinho!!!! PLEASE, COMENTEM!!1

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