Capítulo 4



Eu acreditava que com a vitória de sua casa ele ficaria ocupado demais se gabando, para se lembrar de nos privar da paz. Mas Malfoy arranjava um tempinho para tudo, inclusive para atormentar meus sonhos. E isso estava se tornando algo constante, preocupante depois do primeiro sonho improvável que brotou de minha mente.



No começo estávamos sempre armando o maior barraco em algum lugar, cheguei a empurrá-lo da escada, fazendo-o rolar três lances. A cada sonho eu fazia algo pior, toda noite o machucava um pouco mais, ou era ao contrário.



Não percebi de cara, mas meus sonhos estavam me deixando tão fissurada que de repente era eu quem estava de marcação com ele. Não podia vê-lo que já ia praguejando-o em murmúrios – Rony chegou a pensar que eu estava ficando maluca -, desejando que lhe acontecessem coisas absurdas como desmembramento, axficcia com comida e outras barbaridades.



Isso durou quase um mês, e quando eu estava prestes a matá-lo – e acredite, não era só em sonho – a coisa mais esquisita aconteceu. Eu comecei a Ter os tais sonhos improváveis.



O que eu entendo por sonhos improváveis?!



Entenda você:



Eu, Ginevra Molly Weasley, Sangue Puro, Sexto ano, Grifinória, Apanhadora do time da mesma, namorada do Famoso Potter, Ruiva de lindos olhos castanhos, Monitora, popular, e etc., de repente estava sonhando que Draco Lucius Malfoy, Sangue Puro, Sétimo ano, Sonserina, Apanhador e Capitão do time da mesma, enrolado com Pansy Parkinson e – provávelmente – metade das garotas de sua Casa, Loiro de misteriosos olhos azul-acinzentados, Monitor, popular e arrogante, metido a gostosão – não que não fosse – e etc. era alguém com quem se pudesse manter um diálogo, ou melhor, uma relação amigável.



Eu sei que todos estão doidinhos pra saber quando é que ele se torna o Homem da minha vida, mas calma...



Aí, Eu, Ginevra Molly Weasley – não, não vou repetir minha descrição – fiquei confusa! Claro, porque não é todo dia que se sonha que Draco Malfoy surge em sua frente e lhe cumprimenta, e vocês começam a conversar e descobrem que além de serem monitores, Apanhadores e Puro Sangue, seriam ótimos amigos se parassem de se pegar no tapa.



Atordoadíssima, levantei-me naquela Sexta-feira – a penúltima do ano – achando que eu era idiota por odiar tanto alguém que não merecia.



Isso soou irônico..



Também. O cara me maltrata, briga com meu namorado toda vez que se esbarram, é filho de Comensal, odeia minha família e meus príncipios, sempre me deu bons motivos para trucidá-lo e eu saio por aí, no maior espírito natalino, crendo que todos merecem uma Segunda chance e tendo certeza de que ele é uma pessoa melhor do que parece.



Eu só tinha me esquecido de um detalhe, era eu quem sonhava. Não ele.



Obviamente que se era eu quem sonhava Malfoy não tinha motivo algum para me olhar e encontrar o menor encanto no que via.



Agora eu pergunto: Eu tinha que começar a Ter esse tipo de sonhos bem perto do meu aniversário de namoro?!



E mais: Esses sonhos tinham que evoluir tão mais rapidamente que os outros?!



Dois dias depois - 23 de Dezembro, Sábado – eu já estava tendo sonhos daqueles em que se descreveria usando tarja.



Se você já sonhou com alguém proibido sabe como eu me senti. Como se todos pretendessem fazer – e fizessem – Legilimência em mim durante todos os meus sonhos e cochilos – porque, no rumo que meus pensamentos estavam andando, bastava eu fechar os olhos para me lembrar de passagens do que fazíamos -, e eu estava considerando seriamente a possibilidade de visitar Madame Pomfrey.



Mentira.



Eu estava perturbada sim, e muito, mas nem me passou pela cabeça procurar um tratamento para essa minha doença repentina. Metade de mim – uma metade pequenazinha, quase insignificante – queria continuar a Ter aqueles sonhos, quem sabe até trazê-los pro mundo carnal – quem sou eu para questionar a grandeza dos sonhos? – e fingir que aquilo era a coisa mais normal do mundo, como se todo dia alguém na Terra acordasse com uma tara demoníaca pela pessoa odiada.



Isso sem falar da Culpa, eu odeio a Culpa, se a Culpa fosse uma pessoa eu já a teria afogado no lago, mas como a Culpa está dentro de mim – isso saiu com um duplo sentido bem sacaninha – eu tenho que conviver com ela. E como eu me senti culpada ao fixar meus olhos nos de Harry - e, graças ao Velho e Bom Deus, sentir aquele arrepio na espinha que significava que ele continuava sendo o Homem da minha vida – naquela mesma manhã.



Não sei, mas acho que ele tem o Dom de perceber quando há algo de errado comigo, porque ele notou que eu estava estranha, por mais que eu tivessse disfarçado. E ficou claro que ele não acreditou em mim.



...



N/A: Só eu sei o quanto sofri para escrever o capítulo 5, o que não me deixava postar esse até me sentir segura. Eu viajei várias vezes durante esse capítulo, não liguem...



Espero que vocês goste e aguardem o cap. 5!!!



Comentem, plis!!!

Bejok-s ^^


Uma obs.: Quase todas as fics que eu leio chamam a Gina de Virginia, mas aqui eu chamo ela de Ginevra por causa de uma entrevista feita com a tia J. em que perguntam os nomes completos de certos personagens, e eis que aqui o nome da ruivinha aí é Ginevra e não Virgínia... é feio, mas eu prefiro, pq eh mais estranhu oo...


Tchau uu''...

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