Dia dos namorados



Falling in love

Dia doze de Junho, um dos piores dias do ano. Só perde para o primeiro dia de aulas. Odeio o dia dos namorados, muito mesmo.

Não é só por toda essa coisa de ter que fazer algo especial com alguém especial nesse dia, mas é só uma data criada pelo comércio para movimentar os seus lucros e afundar ainda mais a nossa sociedade em um capitalismo desenfreado.

Por que mais uma pessoa iria querer ganhar uma droga de um um ursinho de pelúcia que tem um coração nas mãos? É totalmente inútil e sem nenhum significado. Eu mesma gostaria muito mais de ganhar de presente uma doação para um orfanato ou alguma instituição de caridade.

Na verdade, eu faço um protesto contra o dia dos namorados.

- Não acredito que vocês vão se render ao sistema! – Disse para as minhas duas melhores (e talvez únicas) amigas, Lílian Evans e Emmeline Vance.

- Lene, pára com isso. – Pediu Lily.

- Nós vamos sair com os nossos namorados e nós já compramos os presentes. – Respondeu Emm.

Ok, não falo mais nada. Se elas querem alimentar esse comportamento imbecil primitivo da sociedade, quem sou para reprimi-las?

- Porque você não arranja um namorado também? – Perguntou Lily, a prática.

- Não preciso de um.

E, mesmo se eu precisasse - se e somente se, o que eu faria? Procuraria por um namorado onde? No jornal? Na internet? Não, obrigada, ainda tenho amor próprio.

Sem falar que nenhum cara é a minha altura. Digo, nada contra o James e o Remus, só que eles são bons pra Evans e pra Vance, eles nunca seriam bons pra mim. Eu nunca, jamais, sobreviveria a um cara ciumento como o James. Nem com um cara, assim, como o Remus. Ele é tão… fofo. O tempo todo. Acho que eu enjoaria dele mesmo.

O cara certo pra mim seria diferente. Seria inteligente, divertido, simpático, bonito, sexy, meio romantico sem ser piegas… Em outras palavras impossivel de encontrar.

- Mas você vem com a gente até o shopping, né? – Pediu Emmie.

- O que eu vou fazer lá? Celebrar o consumismo de vocês?

- Que tal, tomar um Milk shake?

Pegou pesado, Lils. Ela sabe que eu faço, tipo, qualquer coisa por um bom milk shake.

Então passamos na casa da Emmeline pra tomar banho e nos arrumarmos. Não eu. Por mim eu ia direto para o shopping, de farda mesmo, comprava o meu tão sonhado milk shake e depois voltava pra minha casa. Mas as duas dondocas tinham que ir em casa se arrumar para os seus amados (?).

Então, depois de umas boas duas horas se arrumando elas ficaram prontas (vale ressaltar que megaproduzidas: salto, a melhor blusa, make up e tudo a que tinham direito) e nós fomos para o shopping.

Como era de se esperar o shopping estava simplesmente lotado de pessoas consumistas que deixaram para comprar o presente do dia dos namorados de ultima hora. Também odeio isso. Shopping lotado, eu quis dizer.

- Oi, Lírio. – Cumprimentou James dando um celinho na Lily.

- Oi, Remmie. – Cumprimentou Emmeline com um beijinho também.

Aí eles embarcaram em uma sessão de beijos e essas coisinhas.

- Com licença, eu vou vomitar. – Disse e me virei para ir comprar o meu milk shake.

Porque elas não pensaram mesmo que eu ia ficar lá segurando vela, né? Eu vim tomar o meu milk shake. Fala sério, tem coisa melhor do que um Milk shake de Ovo maltine? É totalmente a minha definição de perfeição, aquele sorvete batido com pedacinhos crocantes de chocolate… Preciso de um. Agora.

- Um Maltine grande, por favor. – Pedi à moça do caixa.

- Um Maltine grande saindo! – Ela berrou pra um cara que estava a menos de três metros dela.

Sério, sou só eu, ou vocês já notaram que essas atendentes de fast food são sempre meio tristes? Notem da próxima vez. Acho que é a gordura dos hamburgueres e das batatas fritas que deixa o cabelo delas gorduroso e feodorento, aí elas não arranjam um namorado e ficam tristes. Não que não ter namorado seja motivo para ficar triste, é motivo de orgulho.

- Licença. – Disse uma voz bem, hum, máscula (?) perto de mim.

Me virei e, wow!, não era apenas a voz que era de arrepiar, mas o dono da voz era totalmente arrepiante.

Eu podia ter dado uma resposta bem esperta e tê-lo feito rir, mas eu não sou o tipo de garotas que tem sempre uma resposta engraçada na ponta da língua (muito menos quando se depara com um especime masculino desses), então eu simplesmente saí da frente dele e fui esperar o meu Maltine grande.

Mas eu não consegui parar de pensar nos olhos dele. Eu tive uma fase totalmente “eu amo olhos claros” quando eu era menor, mas de uns tempos pra cá eu tinha parado com isso. Só que os olhos dele são o par de olhos azuis mais perfeitos que eu já vi na minha vida. Total.

- Hei, qual seu nome? – Ele perguntou enquanto vinha para o meu lado esperar o pedido dele.

Nessas horas é que eu tenho raiva da minha mãe. Onde já se viu por o nome de “Marlene McKinnon” em alguém? Parece nome de cantora de brega, ou algo assim.

- Marlene McKinnon. – Respondi morrendo de vergonha dessas droga de nome. – E o seu?

- Sirius Black. – Ele respondeu com um lindo sorriso.

Isso sim é nome de gente. Soa bem melhor do que M&M – Marlene McKinnon. E combina totalmente com ele. Sabe, esse sobrenome, “Black” é tão… misterioso. E…OMFG! Que braços são esses?! Desculpa, mas ele está de mangas curtas, não tem como não reparar.

- Maltine grande? – Um atendente cheio de espinhas e não muito animado perguntou para o Sirius.

- Não. É seu? – Ele perguntou meio na dúvida.

Ótimo, agora ele deve achar que eu sou uma comilona, sem namorado que vai tomar um milk shake de ovo maltine sozinha no dia dos namorados pra não ter dor de cotovelo.

- É, sim. – Respondi tímida.

- Wow, tá com fome, ein? – Ele disse sorrindo.

Eu sabia que devia ter pedido um pequeno.

- Hum, é o meu preferido. – Comentei em voz baixa.

- Desculpa, eu não quis te ofender. – Ele agora parecia todo preocupado – Só foi um comentário.

- Não tem problemas. Tenho que ir, uns amigos meus estão me esperando.

Podem dizer, eu tenho problemas mentais e/ou pscicologicos. Só eu mesmo pra estar falando com o cara mais hot que eu já vi (e provavelmente o mais hot que eu jamais verei) e eu resolvo voltar para perto da Lily e da Emm pra segurar vela.

- Ah, tem namorado. Desculpa de novo. – Já disse que ele fica realmente encantador pedindo desculpas? Ele fica.

- Não! – Disse de um jeito que eu não queria dizer, afinal o que ele vai ficar pensando? – Não é isso, é só que eu marquei de ficar com elas e tal.

Péssima ideia ficar me explicando para um estranho. Mesmo que ele seja Sirius Black, um gostoso total cara legal.

- É, eu prometi aos meus amigos que viria com eles encontrar com as namoradas deles e tal, -- piscou com um olho e acrescentou: -- mas não estou nenhum pouco a fim de segurar vela.

Estou pasma. Pas-ma. Isso foi uma indireta? Ele está dando em cima de mim? Ele sugeriu que nós fossemos “não-segurar vela” um com o outro? Que tipo de garota ele pensa que eu sou? Melhor: que tipo de cara ele é?

- Hum, desculpa, eu realmente tenho que ir. – Dei meia volta e me mandei.

Saí andando totalmente sem rumo pelo shopping, olhando todas as vitrines. Porque apesar de eu ser contra toda essa história do capitalismo descontrolado eu estou precisando de umas roupinhas novas. Se bem que eu nem me concentrei em nada só fiquei com a imagem daquele pervertido, disfarçado de um cara bonito e bem educado, que provavelmente fica abordando meninas inocentes como eu o tempo todo.

”I just want your kiss boy,(kiss boy) I just want yooour kiss…”

Eu tenho que mudar o toque do celular. Pelo menos por hoje. Imagina se aquele cara ouvisse isso? Ele não ia pensar nem duas vezes antes de me assediar sexualmente.

- Lene? Onde você está?! -- Como a Lily é escandalosa.

- Estou andando por aí. – Respondi olhando uma blusa vermelha linda na vitrine.

- McKinnon, vem pra cá agora. -- Ela disse quase sussurrando.

- Não, Lils. Eu achei a blusa perfeita pra mim, deixa eu só…

- Agora. E você sabe que não vai querer me ver irritada. -- Sentenciou a general Evans.

Odeio quando ela faz isso. Querer mandar em mim, onde já se viu isso? Não, não, Marlene McKinnon manda em seu próprio nariz. E por isso eu entrei na loja e comprei a blusa. Porque ela realmente era divina e ficou melhor ainda em mim.

Então, depois de provar e comprar a minha mais nova blusa perfeita eu fui para onde a Lily disse que estaria.

Os dois casais estavam em uma mesa para quatro pessoas. Cada casal de um lado da mesa, devidamente abraçados e risonhos. /Lene vomita/ Então eu me aproximei e disse:

- Oi. Acho que vou nessa.

- Não, Lene. – Pediu a Emmeline. – Fica um pouquinho aí, daqui a pouco você se anima.

Me animo? Me animo com o quê? Não vai ser com os beijinhos e com as carícias de vocês, então acho que posso ir embora.

- Não, é sério. Estou realmente cansada. – Inventei. – Beijos pra todos.

A Lílian ficou quase me matando com o olhar, mas não posso fazer nada quanto a isso, o que ela queria? Que eu ficasse lá vendo eles se agarrarem?

E quando eu já estava quase saindo da praça de alimentação senti o celular vibrando de novo.

Lily calling

Ela não me deixa em paz mesmo.

- Hei, Lils, não adianta eu não volto aí. – Disse antes que ela pudesse argumentar qualquer coisa.

-Não é pra você voltar.-- Ela disse com uma nota de riso na voz.-- Só olha pra cá.

E, por mais incrível que pareça, aquele cara estava de pé conversando com o James e o Remus. Aquele cara, Sirius Black.


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N/A: Hi seewthearts! Espero que tenham gostado do primeiro capitulo de Falling in love. Eu sei que ficou meio vago e tudo o mais, mas é só o primeiro capitulo, então a tendencia é melhorar. Bom, muito obrigada a todos que têm comentado, isso é de extrema importancia para mim e espero que novos leitores comentem.
Posto em breve,
Beijos

Raah B. Potter

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