CAPÍTULO 10



Willian tentava transparecer calma, mas no fundo seu corpo queria expressar toda a adrenalina que sentia.

Não seria a primeira vez que iria acobertar uma das fugas de seu irmão com Hermione, mas com certeza essa seria a mais difícil de explicar, ou melhor, mentir. Já começava a ficar estranho o sumiço dos dois jovens, e cada vez mais seus pais faziam mais perguntas, algumas até que ele gostava, pois podia sacanear em muito seu irmão, sempre o deixando constrangido no café da manhã após o baile.

Logo avistou seus pais conversando com um casal de amigos.

Caminhou até eles, pensando em uma boa desculpa para usar.

Seu pai foi o primeiro a perceber sua presença. Já desconversando com os amigos se direcionou a ele.

- Você sumiu. Onde estava? – ele perguntou olhando em direção ao filho, tentando ser severo, mesmo não conseguindo deixar o sorriso de lado.

- Eu estava... Bem. Conversando com alguns amigos.

- Alguns amigos? – seu pai insistiu.

- Sim pai. O que o senhor pensou?

- Poderia ser algumas amigas. – James não pode deixar uma risada escapar, constrangido seu filho.

- James deixe ele em paz, James. – sua mãe virou pra eles com um grande sorriso.

Como adorava sua mãe, ela sabia como salva-lo de em enrosco.

– Não cometa o mesmo erro que cometeu com Harry. Ficar pressionando o Will a dizer se já esta de flerte com alguma moça...

- Eiii... Eu não pressionei o Harry. Só que já esta na hora de ele pedir logo a mão de Hermione em casamento, você não acha? – James disse chateado.

Willian abaixou a cabeça de deixou uma fraca gargalhada sair de sua boca. Seu pai era louco para ver seu irmão mais velho casado, e dirigindo os negócios da família.

- Querido não fique assim. Eles estão apenas aproveitando toda essa fase de flerte. Logo, logo você estará sendo chamado de “vovô” – Lilian não deixou de expressar a felicidade que tinha em ver os dois jovens juntos. – Aliás, por falar em casamento, cadê aqueles dois, eles sumiram de repente. E sem contar que Harry estava muito estranho.

Willian prendeu a respiração quando ouviu a doce voz de sua mãe questionar o paradeiro de seu irmão. “Pense Willian... pense em alguma coisa.”

- Sabe onde Harry está, Will? – Lilian perguntou procurando por todo o salão alguém parecido com seu filho.

- Bem, mamãe... Como à senhora mesmo disse, Harry esta aproveitando a fase de flerte e...

- Meu filho não tente enganar, muito menos enrolar sua mãe.

Willian suspirou pesadamente. “Eles são seus pais, sabem quando você esta mentindo ou enrolando.”

- Está bem, vocês dois são impossíveis. Harry e Hermione estão flertando no jardim. – Willian disse cansado, tentando não transparecer o pequeno sorriso nos lábios. – Mas vê se vocês dois não vão ate lá constranger os dois. – Will disse se virando e caminhando entre a multidão.

Sabia muito bem que seus pais iriam bombardear o filho de perguntas no próximo dia.

- Será muito interessante saber como o novo Harry se sai dessa.






- Certo, pessoal. Agora que temos uma idéia, mesmo que não confirmada do que nos aconteceu, sugiro que amanhã comecemos a procurar famílias bruxas que possam ter um vira tempo – falou Hermione depois de alguns minutos em que todos discutiram sua teoria.

- Concordo. Não vejo a hora de voltar para nossa época – comentou Draco, que parecia ser o mais ansioso em voltar para o futuro. Todos acenaram com a cabeça concordando com o loiro, menos uma pessoa, o que não passou despercebido por Hermione.

- Sendo assim, amanhã nos reuniremos pela manhã para ver quais famílias são potencialmente bruxas. Acho que Willian vai ser de grande ajuda, já que conhece bem as pessoas da cidade – ela levantou – então, até amanhã pessoal.

- Como assim até amanhã? - indagou Gina.

- Tenho que voltar para a casa dos Grangers. Não podemos nos dar ao luxo de desconfiarem que não somos desta época.

- Então Draco, Neville e Luna também terão que procurar a casa deles? – perguntou Ron.

- Na verdade, era o que deviam fazer sim. Mas não sabemos muita coisa sobre suas famílias, então vamos ter que correr o risco e deixar todos aqui na mansão do Potters, pelo menos por hoje. Como eu disse antes, amanhã veremos como isso pode ser resolvido.

- Como sempre você tem razão Hermione – falou Neville, a voz um pouco arrastada denunciando uma coisa que todos na sala sentiam: cansaço.

- Bom, tudo combinado. Boa noite pessoal – falou enquanto se encaminhava para a porta, mas parou ao ouvir a voz de um dos amigos.

- Mione, você realmente não acha que vai sozinha uma hora destas para casa. – disse Harry visivelmente contrariado.

- Não creio que tenha problema Harry...

- Mas é claro que tem! – interrompeu-a Rony. – Nós te acompanhamos até sua casa.

- Não precisa de tanto meninos! – disse Luna. – Harry pode levá-la, não é mesmo?

- Claro que sim – afirmou rapidamente o moreno.

- Mas eu também quero ir. Não me agrada ainda você ficar longe de nós Hermione – disse o ruivo muito sério. Luna ficou vermelha e suas sobrancelhas ficaram franzidas demonstrando que não gostara nada da insistência do namorado.

- Meninos, isso é desnecessário... – tentou argumentar a morena, mas os amigos não lhe deram ouvidos.

- Que nada Mione. Para de tentar evitar e vamos logo – o ruivo puxou-a pela mão e se dirigiu a porta, seguido de um Harry pensativo. – Ah, só tenho uma pergunta a fazer – os dois amigos olharam para ele – Vocês sabem onde fica a tal casa? – Harry e Hermione riram.

- Eu sei chegar sim Rony, não se preocupe – sorriu a morena e os três voltaram a andar num angustiado silencio.





Cho andava pelo cômodo. Estava nervosa. Queria notícias. E que fossem boas.

Esperava John que a tinha arrastado da antiga casa de Hermione e Gina, onde naquele momento se encontrava totalmente destruída. Cho tentava ver um outro lado. Poderia ter sido pior, pensava. Elas podiam morar num apartamento e isso envolveria mais acidentes e pessoas desaparecidas. “É isso, poderia ter sido pior!” Riu nervosa, mas aquilo não era desculpa.

John tinha saído com vários inomináveis e aurores. Tinha sido aberto um inquérito para descobrir o paradeiro das pessoas que estavam na casa e se Hermione tinha sido realmente a culpada pelo acidente. Apenas Cho e John sabiam sobre a sua parcela de culpa pelo o que tinha acontecido. Mas Cho não podia se garantir no homem. Sabia que estava em suas mãos.

A porta se abriu e desta apareceu um John que parecia bem cansado. Pelo seu relógio, já devia estar amanhecendo, mas isso era irrelevante para Cho.

John tinha passado quase seis horas numa reunião, onde houve muitas discussões e brigas. O grande problema não era a explosão. Isso já tinha sido consertado, mentes já tinham sido apagadas, os danos estavam sob controle. Eles decidiram não reconstruir a casa, pelo menos, por enquanto. Se fosse necessária uma análise maior sobre os escombros, eles teriam onde procurar. Uma desculpa tinha que ser dada para os moradores trouxas do lugar, e por isso uma equipe do Ministério estava se encaminhando até a casa para fazê-lo.

Com toda essa confusão, tinha esquecido de Cho. Mas ao vê-la na sua sala, caminhou até ela. Ela lhe daria uma explicação do que tinha acontecido, por bem, ou por mal.

- O que está fazendo? – perguntou surpresa quando John a forçou sentar na cadeira. Nunca tinha visto o homem daquele jeito. Realmente parecia cansado e com... Raiva.

- Agora você vai me dizer exatamente o que você fez ontem! – o cansaço realmente o tinha dominado.

- Eu não sei...

- Eu já lhe disse – ela se levantou e começou a andar – Eu não fiz nada!

- Sente-se – olhou para o moreno. Ele não estava para brincadeiras, isso era certo.

- John, eu acho...

- Você não acha nada – disse sério – Você vai me dizer exatamente o que você fez no vira-tempo – Cho tentou falar, mas ele continuou – E não tente dizer que eu estou imaginando coisas, porque eu sei que você fez alguma coisa!

- Você não pode provar nada – argumentou.

- Não, mas se você preferir – ele levantou-se da cadeira e abriu a porta da sala – Vamos agora na sala de reunião dos aurores e eles vão te fazer falar. E eles não vão ser tão simpáticos como eu.

“Se aquilo era simpatia, Cho queria passar longe dos aurores”.

- Está bem, pergunte o que quer saber – disse se dando por vencida, mas nem por isso deixando de ser orgulhosa.

- Muito bem. Você tomou a decisão certa – ele parou um instante. - Eu sei que já conversamos sobre isso antes, mas preciso de mais respostas! – ele fechou a porta e voltou a se sentar atrás da mesa, frente a frente com Cho - Você mexeu no vira-tempo?

- Sim.

- Você queria sabotar o projeto? Por que?

- Não. Eu não queria atrapalhar o projeto do Ministério. Eu queria me vingar! Eu já disse isso! – respondeu frustrada por estar repetindo tudo novamente. John a ignorou.

- De Hermione...

- Sim - John apoiou o cotovelo na mesa e com as mãos pressionava sua nuca.

- Você tem consciência do problema que arranjou? - perguntou, contando até dez.

- Na hora eu não pensei muito, mas... - Cho baixou a cabeça arrependida - Eu não queria causar mal a ninguém, nem a Hermione.

- Isso não adianta de muita coisa agora, não é mesmo? - ele se levantou e ficou de pé na frente da mulher, encostado na mesa - Cho, eles podem estar mortos!

- Não - disse negando com a cabeça - Eles voltaram ao passado! Foi isso que aconteceu!

- Cho, os fatos mostram outra coisa...

- Pare! - suplicou - Porque fica me atormentando? - perguntou com os olhos já cheios de lágrimas - Estou arrependida!

- Eu sinto muito, mas eu vou ter que comunicar a sua participação nessa história.

- Tudo bem - enxugou os olhos - Eu já estava me preparando para caso isso acontecesse... Mas não adianta ficar lamentando, como você mesmo disse. Quanto antes eu falar o que sei, mas rápido vão conseguir traze-los de volta! - Cho se levantou e foi até a porta. John a seguiu, mas a impediu de abri-la.

- Não crie muitas esperanças, ok? Vai ser pior para você! - Cho o olhou profundamente.

- Harry está vivo! Todos estão vivos! E em breve estaremos numa festa comemorando o retorno deles!

Ela abriu a porta e saiu decidida. John, mesmo cansado, a seguiu. Queria não ser tão realista naquele momento.




Hermione olhava de relance para Harry que estava estranhamente quieto desde a hora em que sua teoria fora exposta. Ela sabia por que o assunto o deixava desta forma e se sentia um pouco culpada por ter tocado nele, mas Harry não poderia viver uma vida falsa.

- Harry... – o moreno a olhou assim que escutou seu nome – Desculpa por te perturbar com isso, mas... Você está triste assim por causa da minha teoria?

Ele ficou sem graça diante o olhar intenso que a amiga dispensava a ele, assim como Rony que ainda não tinha percebido a inquietude do amigo.

- Não... Eu só estou pensando se realmente isso está certo.

- Bem, não temos certeza ainda, mas tudo indica que é isso mesmo.

- Então... Meus pais seriam antepassados das pessoas que são pais do Willian... e no fundo não seriam nada meus...

Ela então entendeu o porque dele estar estranho. Estava convivendo com os pais, ou com pessoas muito parecidas com eles e isso era uma experiência nova e alegre para Harry. Lembrou da caminhada dos dois até a mansão dos Potters e de como ele estava animado em conhecer Lilian e Tiago. Agora, para voltarem ao seu tempo, teria de deixar tudo para trás. Estava tão imerso em seus pensamentos que não notou quando Hermione se aproximou dele.

- Harry... Sei que é batido o que vou dizer, mas sei exatamente como se sente. Também fiquei feliz por tornar a ver, tocar e abraçar meu pai, mas na realidade, não é ele. Simplesmente não pode ser...

- Como não? Se estamos aqui, vendo-os, conversando com eles? – falou um pouco mais alto.

- Lembra o que Dumbledore disse várias vezes a você Harry? Não existe feitiço, poção, magia que traga as pessoas de volta a vida.

Harry ficou calado, sendo observado por um Rony cheio de pesar, mas que não tinha nenhuma idéia do que falar para animar o amigo. Olhou para Hermione e viu o quão difícil foi dizer cada palavra e rebater cada argumento de Harry. Não só por ela amá-lo como homem, mas por adorá-lo como amigo e, portanto, odiar quando ele sofria.

- Voce sabe que odeio admitir, mas a Mione está certa Harry – o ruivo afirmou.

- Eu sei, só não consigo deixar de achar injusto.

- Também acho que é injusto, mas temos que seguir em frente – disse Rony. Harry assentiu, mas ainda ficou com uma expressão triste. Rony então resolveu animar um pouco os amigos – creio que é o fim de uma ano que parecia ser bem tranqüilo – Harry e Hermione o olharam intrigados.

- O que você quer dizer Rony? – perguntou a morena.

- Desde que nos conhecemos não houve um ano sequer que não nos envolvêssemos em alguma encrenca e este não está sendo diferente.

Os três riram.

- Eu nunca me meti em nenhuma encrenca, você que me levaram a força – retrucou Hermione, sorrindo.

- Não? E quem foi que teve a idéia de fazer a porção polisuco no segundo ano? – riu Harry.

- Bem, eu só quis ajudar... – tentou se defender, ficando vermelha.

- E quem teve a idéia da Armada de Dumbledore? – falou Rony.

- Mas não estávamos aprendendo nada com a Umbridge! E era o ano do NOM’S!

- Quem foi comigo levar o Noberto para o Carlinhos em plena madrugada, no primeiro ano? – continuou o moreno.

- Mas se o Hagrid fosse descoberto...

- Quem chantageou a Rita Skeeter para ela largar do nosso pé? – animou-se Rony.

- Ela estava inventando mentiras sobre nós!

- E a melhor de todas: quem socou o Draco no terceiro ano? – foi o bastante para os três caírem na gargalhada.

- Contra essa eu realmente não posso me defender! Foi gratificante! – a morena ria feliz pelo momento que estava vivendo com os dois amigos. Isso estava tão raro. E olhando para os dois, sabia que eles também estavam aproveitando e certamente, ficaram um pouco mais felizes.

Quando finalmente chegaram a casa de Hermione, os dois rapazes se despediram da morena com abraços e com sorrisos nos lábios, fruto das boas memórias que os três compartilharam.

Alguns minutos depois, se encontrava subindo as escadas da sua “casa”. Vários pensamentos inundavam sua mente, mas o que mais a preocupava era o fato de Harry estar se apegando demais as pessoas daquela época. Isso com certeza não era nada bom para ele. Suspirou quando chegou no seu quarto. Tirou o vestido elaborado, pôs uma camisola e deitou-se determinada a descansar ao máximo, afinal amanhã seria um dia muito cheio.

Continua...


N/A (Nick): Dos confins do universo... As irmãs Granger retornam! \o/\o/\o/ Gente, a ausência foi longa heim? Sentimos muita falta de escrever a fic e dos comentários de vocês. Como expliquei no aviso, a vida estudantil das três estava de ponta cabeça, então fomos obrigadas a parar com a fic por algum tempo. Mas estamos de volta e agora creio que as postagens serão regulares. Aproveitem o capítulo e deixem suas opiniões! Obrigada por cobrarem atualização e não desistirem da fic. (Hermione.Potter e Andréa Pismel, obrigada pelo parabéns!!!rsrsrss)
Até o próximo capítulo!
Abraço!!!!

N/A (Nety): Não sei o que dizer, to na minha fase emo. Intaum amo todo mundo e ponto.! Adorei o que as meninas escreveram, menos o que eu escri. E depois de tanto tempo eu to aqui. Oi gente. Saudades de vcs. Espero que gostem do cap. BeeijO


N/A (Binks): Ela não pode comparecer então vamos deixar uma breve homenagem a ela.

"Batatinha quando nasce, se esparama pelo chão.
A Binks quando dorme, coloca a mão no coração."

Beijo.


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