O parquinho
Não agüentava ficar sem observá-la. Sabia que uma hora ou outra acabaria se denunciando, mas não conseguia parar de olhar a silhueta graciosa da jovem de cabelos acajú, se balançando com a irmã no parquinho. Lílian tinha lá pelos seus nove ou dez anos de idade, e parecia contrariar as advertências de sua irmã, que ralhava quando ela pulava do balanço direto para o chão, com uma certa e estranha leveza, quase mágica.
O garoto parecia de certa forma, hipnotizado pelos movimentos da garota, e extremamente irritado com os berros da irmã da garota:
- Mamãe disse para você não fazer isso! Mamãe disse que você não podia, Lílian!- gritava a sua irmã mais velha.
- Mas eu estou ótima! Túnia! Dá uma olhada. Veja o que eu sei fazer! - a garota agora apanhava uma flor do chão e fazia a planta abrir e fechar em movimentos repetitivos e os mostrava à sua irmã, que se mostrava fascinada, mas tentava disfarçar.
Severo Snape continuava a observá-las, aparentemente ignorando a presença de Petúnia. Observava a jovem Lílian brincar com a sua magia extremamente imprudente e jovem, mas sem perigo, devido a ausência de varinhas. Agora observava as duas irmãs discutindo, aparentemente, por ignorância da irmã mais velha:
- Não é direito! Como é que você faz isso?
- É óbvio, não é?- Severo acabava de sair de seu esconderijo, e seguia em direção as duas. Suas características agora eram extremamente claras: Tinha a mesma idade de Lílian, cabelos negros engordurados e muito longos. Pequeno, com a pele extremamente clara, como se nunca tivesse saído ao sol. Apresentava vestes estranhas e descombinantes, e parecia usar uma bata, que parecia esconder com um casaco demasiadamente longo.
Ele seguia em direção a Lílian, corando levemente quando a olhou de perto:
- O que é óbvio? – Ela parecia encará-lo, enquanto sua irmã se afastava de Snape. Lílian permanecia no balanço.
- Sei o quê você é. – O suor corria pela face de Severo, e a ansiedade lhe percorria o corpo.
- Como assim?
- Você é... – sua garganta fechava e ele sentia seus lábios secarem – Você é uma bruxa – disse quase num tom de sussurro, quase sem voz.
Surpresa, Lílian apenas respondeu, com suas mãos na cintura:
- Não é bonito dizer isso a uma pessoa!
A medida que Lílian se afastava dele, junto a sua irmã, Snape gritava e corria atrás da garota, segurando a sua capa.
Mostrava-se agora, extremamente corado. Conseguira pará-la. Agora notava, muito de perto, as jovens e belas feições da bruxa, que lhe encarava com seus olhos em tom de verde esmeralda:
- Você É. Você É uma bruxa. Estive observando um tempo. Mas não é coisa ruim. Minha mãe é, eu sou um bruxo.
Snape agora ouvia os irritantes risos de Petúnia, que se assemelhavam ao grasnar de uma gralha. Apesar de ridículos, eles haviam retirado-lhe o entusiasmo, e , se isso ainda era possível, acabará de corar mais:
- Bruxo! – grasnava Petúnia, menosprezando, descaradamente, o jovem Snape. – Eu sei quem você é. Você é aquele garoto Snape! Mora na rua da Fiação na beira do rio. – Falava isso olhando para a irmã caçula, com extremo tom de deboche – Por que estava nos espionando?
Severo balançava a cabeça em sinal de negação, e agora, era evidente como seus cabelos eram engordurados, pois não se mexiam com o balançar de sua cabeça:
- Não estava espionando. Não espionaria você, pode ter certeza. – Dizia com um ar vingativo para a irmã de Lílian – Você é uma trouxa.
- Lílian, anda, vamos embora!
Petúnia mostrava desprezo pelo rapaz conforme se afastava, puxando a irmã pelo braço.
Snape ficou parado, inerte, observando o horizonte com a sua mente dispersa por alguns segundos, até se virar e sair correndo para casa. Subiu correndo para o seu quarto. Não queria ver nem escutar as brigas diárias entre a mãe bruxa e o pai trouxa. Trancou a porta e ficou olhando para o rio pela janela. Pensava se poderia falar com ela novamente.
Escutou batidas à porta, e ao abri-la, encontrou o rosto de sua mãe:
- Filho, uma garota está à porta. Ela disse que quer falar com você. – Mal terminara de falar e Severo saiu disparado em direção a porta. Viu, ali parada, como um anjo, a sua espera. Abriu um sorriso, meio envergonhado para Snape:
- Você me disse que sou uma bruxa, não é?- Ele assentiu com a cabeça - E você sabe muito sobre bruxos? – Ele assentiu novamente – Então, amanhã me encontre no parquinho... – o sorriso dela era sincero, e o coração de Severo acelerava - ... me conte mais sobre os bruxos!
- Tudo bem. Depois do almoço?
- Está ótimo! Até amanhã! – Ela se distanciava, acenando para a figura pálida (exceto pelas bochechas coradas) e de cabelos negros e longos – Ah! Sim! Me chamo Lílian Evans – A garota gritava, já a uma certa distância.
- Sou Severo Snape.
( nada importante: espero que estejam gostando ;) fiquei mais de 2 anos sem escrever fics ç_ç ! mas agora voltei, e com um shipper que me encantou durante " harry potter e as reliquias da morte ". Não aguentei ;D. minhas sinceras desculpas pra quem nao gosta do shipper. mas nao quero nem saber u_u! quando tiver comments eu posto, okay? beijosmeliga ;* )
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