Francesa não. Uma Soviética em
Não Francesa. Uma Soviética em Hogwarts.
-Você vai se atrasar, Béatrice – Sra. Hollan dizia, puxando o malão de sua filha até a porta da sala – Seu pai já está nos esperando.
-Sei, - a garota disse, pegando um porta-retratos de sua estante e vestindo uma capa azul escura – Não gosto da idéia de ir para Hogwarts, mamãe. Por que tenho que ir? Beauxbatons me parece tão... melhor!
-Nós já discutimos isso, filha – a mãe respondeu, fechando a porta da casa – Entre no carro, por favor. O trem parte em uma hora.
A viagem até uma área segura e própria para aparatar foi tranqüila e quando chegaram à estação de trem King’s Cross, Béatrice teve um acesso de choro.
-Eu não quero Hogwarts, quero voltar para Durmstrang! Ainda não entendi por que tive que sair de lá!
-Vamos, Béatrice! – Raulph Hollan disse, parecendo irritado – Precisei vir para a Inglaterra, já discutimos isso muitas vezes – dizendo isso foi até a filha e a abraçou – Não quero ver você chorar, Béa.
-Mãe... – a garota se desvencilhou do pai e abraçou a mãe – Eu não quero ir! Não quero...
-Você terá um bom ano letivo, querida – Natasha Hollan disse, coçando os olhos – Nos veremos no Natal. Embarque...
-Certo. Tudo bem, então... – respondeu, afastando-se da mãe e entrando no trem puxando o malão atrás de si.
Caminhou um pouco entre os vagões até achar uma cabine livre. Retirou de sua mochila o retrato que pegou em sua estante e olhou-o. William Rosenbauer e Munique Schneider aceravam para ela, cada um ao lado de seu eu feliz. Sorriu e tentou se imaginar com os amigos. Iria começar seu sexto ano em Durmstrang, quando seu pai lhe avisou que se mudariam da Rússia para a Inglaterra. Não teve muito tempo para avisar os amigos, mudou-se sem vê-los e até agora não conhecia ninguém. A porta de seu compartimento se abriu e a garota ergueu os olhos.
-Ah.. Bom, não tem mais cabines livre. – o garoto de cabelos pretos e sebosos escorridos sobre o rosto fitou Béatrice – Será que poderíamos...?
Béatrice não respondeu sonoramente. Apontou o banco livre a sua frente e continuou olhando a foto. Uma garota ruiva de olhos extremamente verdes entrou atrás do rapaz e sorriu contrariada. Cochichou algo com o menino, o que a irritou bastante. Guardou o porta-retrato na mochila e no mesmo momento puxou um caderno com o brasão de sua antiga escola, uma pena, um tinteiro e começou a escrever rapidamente, sem se importar se o garoto dos cabelos sebosos a olhava com ar de adoração.
-Você veio de Durmstrang, eh...? – Snape perguntou, surpreso – De que país você é?
-Sim – ela respondeu algum tempo depois – Vim de Durmstrang.
-E você tem quantos anos? – a perspectiva de estudar com uma garota que viera de uma escola tão popular por magia das trevas encantava o rapaz – Você tem que cair na Sonserina, sabe, é a minha casa.
A garota ergueu as sobrancelhas ao ouvir o comentário do garoto, e riu baixinho. Já havia lido muito sobre Hogwarts, e sabia de coisas que em grande maioria a assustavam. Olhou pela janela, tentando achar a melhor forma de responder ao menino sem parecer grossa, mas pareceu que tudo o ofenderia. Preferiu optar pelo silêncio, percebendo que essa conversa parecia não agradar a ruivinha que acompanhava o jovem rapaz. Voltou a escrever, ainda notando um sorriso bobo no rosto pálido do garoto de nome desconhecido, prestando atenção na história que a menina dos olhos verdes contava, horrorizada.
-É claro que isso é obra de Você-Sabe-Quem! – Lílian concluiu, despertando Snape de seu transe – Sev, você ouviu algo do que eu disse?
-Sim, o ataque aos trouxas.
-E você concorda comigo?
-Eu... Desculpe, Lily – respondeu desconcertado, criando coragem para puxar assunto mais uma vez com a aluna nova – Você, com certeza, já ouviu falar de Grindelwald, não é?
-Talvez ela queira saber o seu nome, Sev – a ruiva disse, olhando para Béatrice.
-Oh, sim... Eu... Meu nome é Snape. Severo Snape, você seria...?
-Béatrice Hollan – Lílian respondeu, lendo o nome da garota em seu caderno – Francesa?
-Russa – ela respondeu, secamente – Era o nome da minha bisavó.
-Béatrice...? – Snape começou, esperançoso.
-É óbvio que já ouvi falar de Grindelwald, Snape.
-Severo.
-Snape – Béatrice insistiu, fazendo Lílian sorrir.
-E você poderia me falar...?
-De Gellet Grindelwald? A coisa mais fácil do mundo é você pesquisar sobre ele, Snape. Há muitos livros sobre a vida desse facínora, mas talvez muitos deles sejam... caros demais. – concluiu maldosamente, resmungando algo que se entendia por “preferia ter ido para Beauxbatons”.
Por algum tempo permaneceram em silêncio. Lílian lia um livro sobre feitiços em alta velocidade, Béatrice continuara a escrever em seu caderno, a expressão cada vez mais sarcástica, e Severo parecia incapaz de desviar a atenção da garota a sua frente.
Na altura da hora do almoço, uma senhora muito gorda com um rosto amável bateu à porta do compartimento, oferecendo doces e afins. Abasteceram-se silenciosamente e assim comeram. Um pouco depois do “almoço” um garoto chamou Lílian, despertando todos de um silêncio modorrento.
-Lily, está na hora da sua ronda – Béatrice o ouviu dizer – Até três horas... Tudo bem assim?
-Muito obrigada, Diggory.
Lílian voltou ao seu lugar, mexeu em algo em sua mochila e saiu sem dizer uma palavra. Aproximadamente duas horas depois a ruiva já estava de volta, e nesse meio tempo Severo ainda tinha tentado puxar algum assunto com Béatrice, mas está o ignorava fatalmente. Então, alguns minutos depois ela levantou e saiu do compartimento sem dizer uma só palavra.
Béatrice caminhou por alguns vagões, parecendo perdida. Estava procurando o banheiro há alguns minutos, quando se virou e trombou com um garoto um pouco mais alto que ela.
Meu Deus, garota! – James Potter exclamou, se recompondo da trombada – Você ta legal?
-Desculpe! – ela respondeu timidamente, arrumando a franja – Me perdi...
-Em um trem? – ele sorriu – Então, veio de onde? Quero dizer, você não está no primeiro ano, não é?
-É, não. Vou entrar no sexto ano...
-Mas em que escola você estudava antes de vir pra cá?
-Durmstrang – ela respondeu, imaginando se a reação dele seria mais ou menos parecida com a de Snape.
-Ah! – ele pareceu decepcionado – Bom... Eu sou James Potter.
-Béatrice Hollan – a garota informou, ainda percebendo a decepção no rosto do rapaz – Você sabe alguma coisa de Severo Snape? Sabe, um garoto de cabelo...
-Seboso. – completou, agora parecendo mais irritado ainda –Claro que sei quem ele é. Ele é completamente impopular por ser metido até o nariz nas Artes das Trevas. Chegou na escola sabendo mais do que metade dos alunos do sexto ano...
-Então ele é inteligente? – ela perguntou, incrédula – Ele não pára de me encher o saco por causa de Grindelwald.
-Grindelwald?
-É, você sabe. Gellet Grindelwald, o famoso bruxo das trevas que estudou em Durmstrang.
-É claro que eu sei – James parecia intrigado – Eu só queria entender... Snape... Achei que o “senhor” dele fosse Lord Voldemort.
-Ah, é? – agora ela parecia assustada – Voldemort, é?
-James! – um garoto de pele clara, cabelos escuros e olhos azuis gritou para o garoto da porta de uma cabine – Se perdeu, foi?
-É melhor eu voltar – ele disse, arrumando os óculos – O banheiro é por ali. – e apontou o lugar – Boa sorte, se você cair na Sonserina...
Béatrice ficou parada alguns segundos olhando James entrar na sua cabine e saiu para o banheiro com os pensamentos em turbilhão. Quando entrou em sua cabine, Lílian dormia com a cabeça encostada no ombro direito de Snape, com um livro preso bobamente em sua mão. Sentou-se calada, pensando no garoto que ela acabara de conhecer e em tudo o que ele tinha dito sobre Severo, Metido até o nariz nas artes das trevas... Então era por isso que ele estava tão interessado em Grindelwald, e em Durmstrang.
-Você conhece James Potter? – ela perguntou, assustando Snape com a pergunta.
-James Potter não vale a sola de seus sapatos, Béatrice. Você não ia querer ser amiga de alguém como ele. Ele é da Grifinória, você verá como ele...
-Tive a impressão de que a sua amiga Lílian Evans também fosse da Grifinória. E monitora... – completou, olhando melhor para o uniforme da garota.
-Eu... – o garoto parecia desconcertado – Lily é a maior exceção da minha vida.
-Sei. Aposto que ela nasceu trouxa – respondeu, afirmando.
Dizendo isso, calou-se, e Snape não encontrou uma deixa para continuar a crucificar James Potter, tornando a viagem ainda mais tensa e silenciosa. Uma fina garoa caia sobre o trem ao mesmo tempo em que a noite caia sobre todos. Béatrice olhava pela janela, cansada daquele silêncio modorrento. Tentava reconhecer a vegetação, mas o trem era rápido demais para que ela pudesse se concentrar em uma só, e isso a deixava com um pouco de enjôo. Jogou a cabeça para trás, numa tentativa frustrada de curar o desvio no labirinto, mas logo desistiu. Fechou os olhos e esperou que a viagem acabasse logo, estava cansada, com fome e precisava dar um jeito de se comunicar com alguém da Rússia. Sentia-se sozinha. Algum tempo depois, sentiu que o trem diminuía sua velocidade gradativamente, e olhou novamente pela janela. Um vilarejo era avistado, e ao fundo, um imenso castelo que dava a impressão de ter sido tirado de um conto medieval. Não sentiu entusiasmo algum, pegou sua mochila e correu para o banheiro mais próximo, lembrando-se das vestes que ainda não vestira. Quando saiu de lá, ouviu um burburinho seguido de muitos passos apressados e conversas animadas. Correu para sua cabine, puxou seu malão sem muita dificuldade e saiu para a escuridão, seguida de tantos outros alunos.
A chuva começava a cair mais forte, e Béatrice não sabia exatamente para onde deveria seguir. Uma horda de alunos que deviam ser do primeiro ano encaminhavam-se para o lago negro, onde um gigante, ela só pôde supor, atravessava-os, enquanto os mais velhos seguiam correndo para apanhar uma carruagem. Decidiu acompanha-los, mas uma voz grave chamou-a pelo nome, fazendo-a sobressaltar. Olhou para trás e constatou o que imaginava, o gigante acenava para que ela fosse junto com os calouros.
-É melhor que a Senhorita venha comigo – falou, pegando um garotinho pela cintura e colocando num barquinho – Ordens de Dumbledore. Grande Homem! Se quiser ajuda eu coloco você no barco.
Ela só o olhou e embarcou com uma habilidade assombrosa, e esperou que o barquinho fosse ocupado por mais dos calouros, que pareciam intimidados à sua presença, para que este entrasse em movimento. A travessia foi complicada, a chuva salpicava sem dó o lago, que parecia a beira de transbordar. Uma ou duas vezes sentiu que cairia, e gritou, fazendo Hagrid, o “gigante”, se desesperasse mais ainda. Minutos depois estava ela desembarcando num grande átrio, encharcada e com frio. Sacou a varinha e secou-se com grande rapidez, sem perceber que era observada por uma bruxa imponente com um grande coque em cima da cabeça. Permaneceu silenciosa, ainda esperando instruções, quando Minerva McGonnagal bateu palmas pedindo silêncio aos alunos novos.
-Bem vindos a Hogwarts. Vocês irão, por favor, me seguir até o Salão Principal, onde serão selecionados. Em silêncio, sem bagunça e sem empurrar – ralhou, olhando para dois aluninhos que pareciam à beira de um ataque. Olhou para Béatrice e a fitou por dois segundos, antes de lhe dirigir a palavra – bem vinda, Senhorita Hollan. A Srta. não será selecionada junto com o primeiro ano, deverá esperar numa antecâmara atrás do Salão Principal – falou, vendo a garota confirmar, silenciosa – Filch?
-Sim, Profª. Minerva? – o zelador respondeu, olhando significativamente para a garota.
-Leve a aluna até a antecâmara que arrumamos apara a sua seleção, por favor. Vou levar os alunos do primeiro ano para o Salão Principal. – dizendo isso, saiu levando cerca de sessenta criancinhas eufóricas atrás de si.
-Ah, Srta. Hollan, tenho muito prazer em servi-la – Filch dizia, rindo baixo – Me siga, por favor.
Caminharam em silêncio. Béatrice prestava atenção a cada detalhe do castelo, às vezes sorrindo de figuras bizarras nos quadros que se movimentavam. Subiram uma grande escadaria, e viraram a direita, parando em frente a uma grande porta de azevinho completamente trabalhada. O velho abriu a porta, e empurrou a garota pelo ombro para que ela entrasse, fechando-a logo em seguida. A garota continuou sua análise, avaliando tudo a cada passo que dava.
-Bem vinda a Hogwarts, Béatrice! – ela ouviu uma voz velha e cansada dizer, fazendo-a virar rapidamente e sorrir em seguida – Fico tão feliz que você esteja aqui!
-Vovô! – a garota exclamou, correndo para o quadro – Eu não sabia que o senhor tinha quadros em Hogwarts. Por que...?
-Ah, vejo que seus pais não esclareceram algumas coisas – suspirou o velhinho, endireitando os óculos – Inicialmente, nossa família morou aqui. Não, não os Hollan, minha linda – disse, notando a expressão perdida de Béatrice – Os Fortescue. Meu pai foi diretor de Hogwarts por mais de 60 anos.
-Edward Fortescue?
-Exatamente. Mas você não chegou a conhecê-lo, ele... Bom, Edward Fortescue foi assassinado. Então todos nós fomos para a Rússia, e o resto da história você já até deve imaginar. Tenho dois quadros, um aqui em Hogwarts, por serviços prestados a escola, e no Ministério da Magia Russo.
-E o senhor acha que eu vou me dar bem aqui? Quero dizer, aqui é tudo diferente. Língua, costumes, temperatura... Eles parecem ser tão frios! E eu nem queria ter saído de Durmstrang.
-Só o tempo irá dizer – o senhor respondeu, com simplicidade – Se você encarar tudo com o coração aberto, receptiva a mudanças, talvez seja mais fácil. Agora, eu vou visitar meu outro quadro – disse, sorrindo – Prometi notícias suas para a sua mãe... E não se esqueça de comer, minha querida.
Béatrice virou-se e se deparou com uma mesa cheia de comidas, e de repente lembrou-se de que estava extremamente faminta, sentando logo em seguida, servindo-se. Comeu devagar, pensando que a comida era boa. Sentiu, então, um aperto no coração; nesse momento estaria jantando com seus amigos, ou talvez conversando com eles no dormitório, ainda não tinha se habituado com as mudanças de fuso horário. Saiu da mesa e se sentou em uma poltrona extremamente branca e confortável, encarando o quadro de seu avô. Ele não estava mais ali, restara apenas um fundo azul escuro quando este o abandonou indo visitar uma de suas outras obras. Ficou sem pensar coisas importantes quando ouviu um barulho abafado de cadeiras se arrastando, passos tranqüilos e conversas eufóricas, quando a porta se abriu e Alvo Dumbledore e Minerva McGonaggal adentraram a sala, trazendo consigo um chapéu muito velho e esfarrapado.
-Boa noite, Srta. Hollan, e seja muito bem vinda a Hogwarts – a aparência excêntrica do diretor intimidou a garota, e ele, percebendo isso, sorriu incentivando-a – Me chamo Alvo Dumbledore.
-Boa noite, Profº. Dumbledore.
-Preferimos seleciona-la aqui para não chamarmos atenção – Minerva explicou – Não é normal aceitarmos alunos no meio do curso, e é assim em todas as escolas bruxas. Apenas fizemos uma exceção à sua causa.
-Sim, senhora – Béatrice respondeu, olhando-a firmemente.
-Sente-se nesse banquinho – Dumbledore disse, conjurando um banquinho de madeira, simples e duro, e Béatrice se sentou – Excelente.
-Agora... O Chapéu – Profª. Minerva sussurrou para si, pegando cuidadosamente o chapéu e depositando-o na cabeça da garota.
Béatrice ficou sentada alguns segundos esperando a brincadeira acabar, imaginando que tipo de seleção maluca seria essa. Quando ia abrir a boca para perguntar quando seria selecionada, ouviu um pigarro. Olhou para os lados e ouviu uma risadinha sádica, como quem acha graça da situação. Só aí percebeu que a voz desconhecida vinha do chapéu. Ele era o seletor!
-Sagaz, Béatrice Hollan. Rápida, para alguém que ainda não tem conhecimentos dos segredos históricos de Hogwarts. Você sabia que posso ver o que se passa em seu cérebro brilhante? Oh, sim. Brilhante. Porém, extremamente rude. Não Lufa-Lufa. Não há bondade em excesso, nem vontade de ajudar o próximo. Inteligência e perspicácia são seus fortes. Seria, então, Corvinal a sua casa? Não. Eu digo que não. Há um misto de coragem e esperteza em você, então a casa dos Leões seria a sua moradia? Ou a casa das Serpentes?
Béatrice olhou para Dumbledore, que não tirara os olhos dela um segundo sequer. “Sonserina me lembra Artes das Trevas. Eu detestava Artes das Trevas em Durmstrang”, pensou, temendo ir para a casa de...
-Voldemort – o chapéu recomeçara a falar – Sim, eu também o selecionei. Mas ele não me pareceu relutante. Aversão às Artes das Trevas, eh...?
Naturalmente. Não me resta opções, embora eu devesse... Enfim, Grifinória!
Béatrice não sorriu, apenas continuou pensando nas palavras do Chapéu Seletor. Quase fora para a Sonserina, embora tivesse extrema aversão a todo tipo de Artes das Trevas e essa foi a única coisa boa que encontrara ali até o momento.
-O que você precisa compreender, Béatrice – ela percebeu o uso de seu primeiro nome pelo diretor e o encarou – é que bruxos talentosos e bons estudaram na Sonserina. Embora eu deva concordar que grande parcela dos alunos tem se tornado...
-Alvo! – Minerva alertou, fazendo o diretor sorrir – Eu sou a diretora da sua casa. Seu malão junto com o resto de pertences então sendo enviados para o seu dormitório nesse exato momento.
-Sim, senhora.
-Bom, recomendações! – Dumbledore sorriu sob os oclinhos de meia-lua, fazendo seus olhos azuis cintilantes brilharem – Depois das 11:30 da noite é expressamente proibido a circulação de alunos pelo castelo e pelas nossas propriedades. Alguns artigos também são proibidos, aconselho a Srta. a ler a enorme lista pregada à porta do Sr. Filch. As aulas começam as 9:00 da manhã e o café da manhã é servido as 8:30. Alguma pergunta?
-Não, senhor.
-A sua senha é Fortuna Major, e a Srta. não deve contá-la a ninguém, nem anotar em qualquer pergaminho – a bruxa disse, ríspida – Todos os professores e o Diretor podem descontar pontos de sua casa e aplicar detenções se o seu comportamento moral e escolar não condizer com os nossos padrões. Agora pode ir.
-Senhora...?
-Receio que a Srta. Hollan não saiba o caminho para a Torre da Grifinória, McGonaggal – Dumbledore disse, brincando com a ponta de sua barba – Eu a encaminho, sim? Venha por aqui, por favor, Srta. Hollan.
-Boa noite, Senhora – Béatrice disse, seguindo o diretor para fora da sala.
Andaram por alguns minutos em silêncio. O castelo era simplesmente fascinante para Béatrice, que ainda prestava atenção nos quadros, na esperança de encontrar seu avô novamente.
-Ah, muito esperta, Srta., Hollan! – Dumbledore começara a falar – Mas o seu avô está na sala em que a Srta. foi selecionada, apenas, embora ele possa, é claro, andar pelas outras obras.
-Senhor. Meu bisavô...
-Edward Fortescue está na sala do diretor, naturalmente. Na minha sala, quero dizer – completou, com simplicidade.
Subiram alguns lances de escadas e chegaram a um longo corredor, e ao fim deste, se encontrava o quadro de uma mulher.
-Esta – Dumbledore disse, apontando o quadro – é a passagem para a Grifinória. É guardada pela Mulher Gorda, e a Srta. terá sempre de dizer a senha a ela se quiser passar.
-Sim, senhor – Béatrice respondeu, cansada – Fortuna Major. Boa noite, Profº Dumbledore.
-Boa noite, Srta. Hollan – respondeu, esperando que ela entrasse. Se encararam alguns segundos, e quando ela estava quase entrando, ele a chamou – Béatrice?
-Sim? – virou-se, contrariada.
-Bem vinda a Hogwarts, mais uma vez.
Ela não respondeu, fez um aceno de cabeça e entrou no Salão Comunal, que estava na maior das bagunças. Todos conversavam animados, felizes, mas o escândalo maior vinha do canto em que três garotos se encontravam ao redor de James Potter, rindo muito alto de alguma coisa que ela não entendeu. Ninguém parecia ter-la notado, e isso
era bom, pensava, não queria chamar a atenção de ninguém, no momento. Caminho silenciosa, e quando estava ao pé da escada que a levaria ao Dormitório feminino, ouviu uma outra risada alta seguida da voz esganiçada de um garoto.
-Veja, James, aquela não é a sua amiga de Durmstrang?
O mais gordinho de todos riu.
-Ah, Você... Eu... Bem vinda a Grifinória, Béatrice – James falou, inseguro e surpreso por vê-la ali.
Novamente ela não respondeu. Subiu a escada e sumiu pela porta do dormitório das garotas.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!