_Tonks_



Os seis subiram penosamente a estrada escorregadia até o castelo arrastando os malões. Hermione já falava em tricotar uns gorros para elfos antes de dormir. Harry olhou para trás quando chegaram às portas de carvalho da entrada, o Nôitibus já partira e ele chegou a desejar à vista do que o esperava na noite seguinte, que ainda estivesse a bordo.

Ordem da Fênix, página 430/431.


Subimos no Nôitibus assim que despachamos as ‘crianças’ pra escola, já que tínhamos de voltar logo pra Grimmauld Place. No que eu subia os degraus, percebi que meu cabelo ainda estava grisalho. Pensei no tom de roxo mais forte que conhecia e logo minhas madeixas estavam violetas. Percebi então o olhar dele sobre mim. Ah, como ele ficava perfeito com aquele semblante pensativo...

Eu só queria achar um modo novo de tentar expressar pra ele o que eu sinto. Agarrar ele não dá mais certo, e eu sinceramente não sei mais como ficar na presença dele sem que... Merlin! Estamos sozinhos de novo... Sem pânico, Tonks! O jeito é você respirar fundo e se segurar firme na sua poltrona. Talvez nem tão firme... sentir os braços de Remus me segurando pra eu não cair ou bater de cara na janela seria realmente reconfortante... Porque ele fica me olhando assim?

Olhei pra ele rapidamente sentindo minhas bochechas esquentarem, e percebi que ele também me olhava. Virei o rosto, e em questão de segundos, senti meu corpo sendo arremessado pro lado. Ele me segurou como sempre fazia quando via que eu ia cair.

Murmurei algum tipo de desculpas e sentei de novo no meu lugar tentando tranqüilizar minha respiração. Os dedos de Remus roçando levemente na minha pele, e aqueles braços fortes me segurando... Tá, vamos parar antes que eu me lance pro colo dele ‘sem querer’. Pelo olhar que ele me lançou, deve estar achando que eu que me joguei pra cima dele. Não tenho culpa se Ernesto não sabe dirigir essa joça...

Eu não agüento mais esse silêncio. Remus poderia tentar falar alguma coisa... Eu queria pelo menos uma vez não ter de iniciar uma conversa entre a gente.

- O que você vai fazer no fim de semana? – Ouvi a voz dele me perguntando. Quase sorri ao ver como ele estava sem jeito.

- -Er... - Certo, o que eu vou fazer no fim de semana? - Ah... Pensei em passar com você... - Merlin, o que estou dizendo? - e com Sirius! - Sorri meio incerta.

-Ah sim. Bem... Eu adoraria passar o final de semana com você... e Sirius.

- É bom saber que temos idéias iguais pro final de semana, Remus. – Era hora de começar o velho jogo... – A gente poderia até pedir a Mundungos levar algumas garrafas de fire whiskey pra deixarmos Sirius bêbado...

-Seria engraçado... – gargalhei – Nymphadora!

- É TONKS! – Respira fundo... – Não seria de todo mal ter aquela mansão só pra gente seria!?

- Ok. Olha, tudo bem você ficar na sede no fim de semana, mas deixe Sirius em paz...

- Sirius será o primeiro que vai querer encher a cara... – Voltando ao jogo... - Remus, o que tem de mais a gente ficar apenas... sozinhos? Tem medo que eu te ataque?

-É, provavelmente ele vai beber tudo antes que um de nós consiga terminar a primeira garrafa... –Ele está realmente considerando a hipótese! Tonks, você é um gênio!

- Tá vendo? Não tem perigo nenhum! E eu não vou te aga...

Mas o resto da minha frase se perdeu já que eu fui jogada pro lado direito caindo diretamente em cima de Remus. Segurei forte o tronco dele e coloquei meu rosto na curva de seu pescoço. Ele arfou. É, eu tenho certos poderes sobre ele... Merlin, o que estou dizendo?

-Ok, Nymphadora. Pode voltar para sua poltrona. – Ah, não vou mesmo!

- É Tonks! – Suspirei me soltando um pouco dele. Prendi as mãos atrás de seu pescoço – E porque sair daqui? Não sei você, mas eu estou bem confortável.

-É sério... não vamos complicar mais as coisas...

- Complicar? – Hora do plano B - Remus... eu sou feia por acaso? – Fiz uma cara preocupada. É... acho que com bico vai funcionar...

-Não...você não é nem um pouco feia. É que...eu não acho que vai dar certo...sabe...nós dois.

- Remus, me responde uma coisa... Eu beijo mal? – É só eu me aproximar mais um pouco...

- Mas que tipo de pergun...

Antes dele começar a velha ladainha grudei meus lábios nos dele. Senti ele meio travado no começo, mas quando enrosquei meus dedos nos seus cabelos, percebi que ele começou a corresponder com tal entusiasmo que senti um arrepio muito bom correr pelo meu corpo. Merlin, esse homem também tem poder sobre mim.

Eu sentia as mãos de Remus percorrendo minhas costas de um jeito intenso, e pude ter certeza que se eu não estivesse segura nele, eu cairia no chão. Mas do mesmo jeito rápido que começou, acabou. Pensei seriamente em azarar Shunpike...

-Ahm, vamos indo então?

Saltei do colo dele e peguei minha bolsa. Porque em nome do sangue de Morgana alguém sempre tinha que nos atrapalhar? Lancei um último olhar, um pouco nervoso, na direção dele e comecei a descer os degraus. Não o esperei e já fui direto para o número doze.

Chegando lá, o mirei nos olhos rapidamente como se estivesse dizendo “tchau”, e comecei a subir as escadas em direção ao quarto que Sirius “reservou” para mim. Ciente do olhar dele sobre mim, enrolei mais do que esperado no corredor. Quando os barulhos dos meus passos cessaram, pude aprimoras os ouvidos.

– O que aconteceu entre vocês dois na volta? Vocês estavam sozinhos não estavam...? – Sirius podia ser idiota às vezes, mas ele realmente sabia das coisas.

-Não faça essa cara de maroto, não temos mais idade pra isso...

E como se isso fosse possível, eu comecei a sentir uma raiva incomum por causa da resposta dele.


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Era cedo quando desci as escadas em direção à escura e fria cozinha dos Black’s. Re-fazendo mentalmente as últimas horas, percebi que já era sábado. Antes de caminhar pro fogão pra tentar fazer chocolate quente pra mim, olhei pro armário e vi ali cinco garrafas de fire whiskey. Quer dizer então que Remus se lembrava da nossa conversa? Falando em Remus...

- Bom dia, Remus! – Sorri exibindo os trinta e dois dentes perfeitos que Merlin me concedeu.

-Bom dia, Nymphadora. Tá, eu sei, desculpa. – Logo cedo e ele falando difícil comigo... – Me deixe fazer o café da manhã, por favor, tenho medo das catástrofes que podem acontecer com você aqui.

-Você é um poço de gentileza...

Ele sorriu me fazendo derreter. Cheguei a sorrir fracamente quando o vi fazendo minhas torradas. Mas em menos de dois minutos, meu sorriso se desfez e eu lembrei que estava com raiva dele. Respirei fundo quando vi Sirius entrando na cozinha. Ele bocejou e sentou do meu lado.

- O que vocês estão fazendo acordados de madrugada?

- Já são 7 da manhã Sirius.

-Como eu ia dizendo: o que vocês estão fazendo acordados de madrugada? – Balancei a cabeça e olhei pra Remus que estava de costas - Interrompi alguma coisa?

- Não. E nem poderia, não é mesmo, Remus? – Respondi sarcasticamente.

- Nymphadora...

- Olha Remus, tudo bem. Eu um dia vou esquecer...

- Esquecer? – Senti meu rosto corar – Acho que perdi alguma coisa...

- Você quer a sua torrada com... com o que mesmo Sirius? – Ele gaguejou e virou de costas.

Como ele poderia simplesmente fingir que não tinha acontecido nada? E como Sirius que é tão perspicaz não reparou que ele fugiu do assunto? E porque agora ele tá servindo minha torrada e sorrindo discretamente? E porque agora ele tá me olhando? E porque EU estou olhando pra ele? E porque estou sorrindo dessa forma tão... tão...

- Continuo achando que perdi alguma coisa... – Olhei pra Sirius que ostentava o sorriso mais maroto que eu já vi. – Interrompo?

Nenhum de nós respondeu e o café da manhã passou sem muita conversa.

Mais tarde no mesmo dia, eu peguei alguns relatórios meus que já estavam atrasados, e fui levar para o ministério. Enquanto apanhava minha capa e a abotoava, escutei uma conversa digamos... particular... de Remus com meu primo.

-Agora confesse Aluado, o que aconteceu entre você e minha priminha?

Ao escutar o “priminha” me aproximei mais da porta. Encostei o ouvido nela e prendi a respiração.

-Sirius, você vai continuar com essa história? – O tom que ele usou na voz me fez ter um pouco de receio de estar ali, mas continuei parada.

-E se eu te disser que sei que vocês se beijaram no Nôitibus? – Prendi mais ainda a respiração e dei um passo pra trás fazendo o chão ranger.

-Como você soube?! Ela te disse?! – Se não foi ele quem disse... como Sirius... ?

-Não. E eu não sabia até você me dizer...

-Almofadinhas, corra. Se eu te pegar, você está morto! Como pode ser tão sujo?! – Escutei um barulho de algo sendo arremessado, e levantei pra me esconder no vão da porta quando eles começaram a andar pelo cômodo.

-Pelo menos consegui arrancar a verdade de você, já é um começo. Agora me conte, ela beija bem? – Sorri fraquinho.

-Sirius!!!

-Não faça essa cara, eu sei que você adorou...ou não? – Ele adorou sim, que eu sei!

-Eu...eu não devia ter feito isso.

Respirei fundo... Certo, pra que se acalmar?! Bati com a varinha nos pergaminhos fazendo eles desaparecem. Chutei a porta produzindo um barulho que talvez não precisava ser feito... Vi o rosto dos dois homens me encarando. Eu deveria estar realmente com um semblante horrível...

- Deixei pra entregar os relatórios amanhã. Onde está meu kit para limpar vassouras? Minha Comet está pedindo uma limpeza... – Foi à primeira desculpa que eu encontrei.

Sirius apontou a estante pra mim, e eu só caminhei até lá. Peguei o kit e comecei a subir as escadas, pisando forte. Pensei ter escutado Remus falando alguma coisa, mas eu não queria me irritar mais...

Como ele simplesmente poderia continuar a fingir que entre a gente não acontecia nada? Ignorar tudo o que sentimos naquele beijo... E pior! Fingir que não gostou! Se não tivesse gostado, não teria retribuído. Aliás... Se não tivesse gostado ele deveria ter parado e falado: “Tonks... Não...”. E eu obviamente entenderia!

Abri o armário e puxei minha Comet de lá de dentro, matando algumas aranhas que estavam penduradas nela. Sentei no chão do corredor mesmo e abri o kit. Bom. Pensando bem... Talvez eu não entendesse na hora. Mas é claro que eu entenderia com o tempo! Quantas vezes tive que esquecer dos garotos com que fiquei?

Aí é que está o problema. Eu não estou falando de um garoto. Estou falando do homem que literalmente mudou a minha vida. Sabe, o Remus não é o tipo de garotão com quem eu gostava de sair. Remus é o típico homem que conquista pelas qualidades e pelos defeitos.

Com ele eu aprendi tanta coisa... A primeira de todas elas, talvez, foi aprender a lidar com o silêncio. Remus ama o silêncio. Ele só não gosta dos silêncios constrangedores que a gente entra depois de trocarmos alguns beijos. Ele é tão tímido...

Suspirei. Pensar em Remus me deixa meio idiota. O amor transforma as pessoas...

- Espera aí! Eu pensei AMOR?

Olhei pros lados depois de expressar minha raiva e percebi que quem eu menos queria estava ali. Encarei aquele sorriso debochado e aqueles olhos cinzentos tão conhecidos. Inclinei a cabeça pra ver se Remus estava por perto, mas ele vinha sozinho. Respirei fundo e encarei-o.

- Você não é legilimente, é Sirius?

- Não sou, mas eu sei em que lobo você pensava Nymph...

- Tonks, Sirius. É Tonks.

- Engraçado... Você sempre deixa Aluado dizer o seu nome.

- O que o traz aqui Sirius? – Sorri nervosamente e continuei limpando minha vassoura.

- Estava me perguntando o porquê de você não estar lá embaixo com a gente.

- Ah... – Assisti ele sentar encostado na parede a minha frente – Você sabe... Minha Comet preci...

- Corta essa, Tonks! – Ele riu e eu senti meu cabelo mudar pra um vermelho muito forte – Eu sei de tudo.

- Tudo o quê?

- Remus...

- O que tem ele?

- Isso, o que tem “eu”, Almofadinhas?

Aproveitando que encarava o chão corri meu olhar até me deparar os sapatos dele. Fui subindo olhar até chegar no tronco, onde vi dois braços cruzados. Sorri de maneira até meio... marota, antes de encarar aqueles olhos cor de âmbar que tanto me enfraqueciam.

- Nada, nada, Aluado...

Tentando disfarçar o sorriso que brotava no meu rosto pelo simples fato dele estar ali, recolhi meu kit de limpar vassouras. Levantei e comecei a guardar tudo no armário. Ah, aquelas outras vassouras estavam me atrapalhando... Comecei a tirar algumas disfarçando a curiosidade que tomou conta de mim ao ver Sirius chamando Remus.

- Não vou fazer isso duas vezes, então aproveita essa chance ok?

O que ele quis dizer com aquela frase eu não sabia. Só vim a descobrir o que era quando percebi que ele havia empurrado Remus pra dentro do armário junto comigo, trancando a porta em seguida. Merlin, o que Sirius tinha na cabeça? Ali estava sujo... com teias de aranha...

Tudo bem, eu não poderia reclamar. O armário era pequeno demais pra uma pessoa, imagina pra duas? Eu estava completamente colada em Remus. Não que seja ruim estar tão... perto dele, ao contrário! Eu sentia o coração dele bater tão forte quanto o meu.

- Antes de qualquer coisa, quero que saiba que não foi idéia minha! – Ele suspirou fazendo meu cabelo balançar – Sirius só está querendo dar uma de... – Maldita hora pra corar!

- Uma de que? – Ele ergueu meu rosto com a mão direita e eu estremeci.

- Cupido. – Sorri fraquinho e em seguida abaixei a cabeça incapaz de continuar encarando ele.

Então foi meio constrangedor, admito. Eu não sabia o que fazer com os braços e acabei deixando eles largados do lado do meu corpo. Já ele, preferiu me torturar. Merlin, o que aconteceu com o Remus tímido? Ele estava com as mãos na minha cintura, era isso mesmo? Pela máscara de Morgana...

- Está com a sua varinha aí, Nymphadora?

- Você insiste em me chamar assim... Nunca vi coisa igual! – Enruguei a testa e olhei feio pra ele – Não está aqui Remus, porque se estivesse, nós provavelmente já estaríamos lá fora seguindo nossas vidas normalmente! – Acabei gritando essa parte da frase, e assim como ele me assustei também.

- E não é bom ter as vidas seguindo normalmente?

- Como você define o nosso – encostei mais nele encarando com dificuldade aqueles olhos – normalmente?

- Eu simplesmente não consigo – Pra minha surpresa ele me empurrou até a porta do armário e encostou-se totalmente a mim – Com você, nada entra na rotina.

Sorri encantada ainda pelas suas palavras e lentamente joguei meus braços nos ombros dele. Suas mãos subiram um pouco da cintura até o meio das minhas costas e pousaram ali. Suspirei quando o vi aproximando os lábios dos meus. Quem diria que algum dia, eu não teria de agarrá-lo?

Murmurei alguma palavra desconexa, e o senti me puxando cada vez mais pra ele. Como que para me torturar, não encostou nossos lábios de primeiro momento. Ele encostou a ponta de seu nariz no meu e ficou mexendo a cabeça me fazendo sorrir. Joguei minha cabeça pra trás por um momento, e em seguida tudo ficou... Como posso definir... Bom, parecia que eu tinha perdido o chão, foi isso.

Remus começou a beijar meu pescoço com uma vontade que eu nunca havia visto em ninguém antes. As mãos dele procuravam espaço entre a bainha da minha blusa. E eu... bom, eu estava sem reação. Ok, chega de ser a Nymphadora tranqüila!

Vi o pescoço dele ali pra mim também e logo comecei a beijá-lo. Não demorou muito pra ele inverter as posições, encostando-se na porta. Procurei os lábios dele e assim que achei foi como se alguém me desse um choque. Meu coração acelerou e minhas pernas ficaram bambas.

Eu sabia do carinho que Remus mais gostava, e logo uma das minhas mãos já estavam acariciando os cabelos dele, enquanto a outra o puxava pelo pescoço. Eu queria só senti-lo cada vez mais perto, e por um momento, pensei que ele arrancaria minhas roupas ali mesmo.

De repente senti o corpo dele começar a cair levando o meu junto. A cena era constrangedora, assumo. Sirius havia aberto a porta fazendo Remus cair. Claro que eu caí também, mas posso afirmar que foi o melhor tombo da minha vida. Então eu percebi que eu ainda tinha a boca colada na dele, e ele tinha as mãos dentro da minha blusa.

- Não acham melhor fazer isso no quarto?

Desgrudei minha boca da de Remus, olhei com profunda agressividade pra Sirius e disse:

- Não. Estávamos muito confortáveis dentro daquele armário imundo que “você” fez o favor de trancar a porta. – Olhei novamente pra Remus vendo a expressão de alegria que tinha no seu rosto – E se você puder fazer o obséquio de sair daqui, vamos continuar de onde paramos.

Em seguida fingindo que Sirius não estava ali, grudei minha boca na dele. Escutei de longe a gargalhada inconfundível de meu primo. Mas tinha alguma coisa tremendamente errada: Remus não me correspondia como antes.

-Tonks, você se importa de...

-De ir pro seu quarto? Claro que não! – Sorri pra ele de maneira até provocativa. Ele perdeu o rumo do que ia falar...

-Ahn... não. – Sorri ao vê-lo tão confuso - Quer dizer, isso também – Não controlei e acabei escancarando a boca - mas eu ia pedir pra você sair de cima de mim....

Meu Merlin amado! Certo Tonks, respira fundo. Levanta primeiro... Muito bem garota! Agora encosta na parede até suas pernas pararem de tremer. Agora eu consigo entender o porquê de Remus ter virado um maroto. Porque você tá sorrindo sua idiota? Ele só está te olhando... você não precisa perder as estribeiras por causa daquele sorriso inclinado... daqueles olhos cor de âmbar encantadores... Ok, sem pânico!

- Pensei que você tinha falado pra gente ir pro quarto, Nymphadora.

A voz dele estava estupidamente rouca e eu senti minha cabeça rodar. Tentei dar um passo na direção dele e percebi que parecia que alguém tinha lançado um feitiço de corpo-preso em mim.

- Eu... Eu não posso...

- Não? – Os olhos dele arregalaram – Er... Desculpe por isso Tonks é que...

- Hey. – Sorri traquina pra ele – Você não deixou eu terminar minha frase. – Vi o sorriso inclinado voltar ao rosto dele. – Eu não posso porque minhas pernas estão fracas. Acho que machuquei o tornozelo.

- Ah, desculpe por isso... – Ele se aproximou de mim me fazendo erguer um pouco a cabeça pra olhá-lo. Eu sabia que no fundo Remus não tinha acreditado nessa mentira – Com licença então.

E surpreendendo a mim, ele me ergueu no colo e começou a caminhar em direção a porta do quarto dele. Deixei minha cabeça encostar em seu peito e percebi que a respiração dele estava falha. Sorri fraquinho antes de erguer um pouco a cabeça pra beijar seu pescoço.

Chegando no quarto, ele me deitou com cuidado na cama. Não pude deixar de reparar que ela era bem confortável, e agradeci a qualquer divindade superior por isso. Olhei pra ele que ainda estava ‘meio’ sentado na cama. Ele me olhava encantado, mais parecia que estava travando uma batalha interna...

Parecia que o meu Remus inseguro estava de volta, e realmente por vários momentos eu senti muita falta dele. Exibi um dos meus sorrisos e o puxei pra mim. Ele ficou a poucos centímetros do meu rosto. Percebi que não só eu, mas ele também estava com a respiração ofegante. Sem me importar com mais nada, comecei a abrir com calma os botões da camisa dele.

Para minha surpresa ele sentou e me puxou pra sentar do seu lado. Olhei pro chão como sempre fazia quando estava... Eu estou vermelha!? Hm... ok. Ele segurou minha mão. Quer dizer que ele não quer exatamente parar... Olhei pra ele e vi aquela expressão que ele faz quando está pensando em alguma coisa. Eu queria ser legilimente...

- Tonks... – Eu contrai o rosto tentando dar um sorriso – Me mostra como você é?

Escancarei a boca novamente. Certo Tonks, Remus é realmente imprevisível. Beleza, fecha essa boca... Se concentra! Seus cabelos nunca foram da cor rosa, você sabe disso! Certo... mais liso... Pronto.

- Eu sou sem graça demais não é? – Respondi de cabeça baixa.

Ele ergueu meu rosto e eu nunca tinha visto aquela expressão no rosto dele antes. Sorri meio sem graça e abaixei a cabeça novamente. Ele retirou uma mecha do meu cabelo e colocou atrás da minha orelha.

- Você é linda.

Me arrepiei inteira ao ouvir uma resposta tão direta, e ao sentir ele acariciando minha nuca, fechei os olhos e suspirei. Em seguida, notei uma movimentação de sua parte e percebi que ele havia se deitado me puxando. Acabei caindo por cima dele novamente. Abri os olhos rapidamente antes de grudar meus lábios nos seus.

Ele rapidamente inverteu as posições, e em seguida se separou um pouco de mim. Tive receio dele estar arrependido, mas meu coração se acalmou quando vi que ele somente estava pegando a varinha para fechar a porta. Realmente, uma visita de Sirius não seria bem vinda agora...

Ele tornou a me encarar com um sorriso maroto e extremamente atraente brincando nos lábios. Senti de repente uma ligeira descarga elétrica quando ele grudou os lábios nos meus novamente. Respondi com vontade e continuei a desabotoar a camisa dele sem pressa alguma. Senti as mãos dele passearem pelo meu corpo de maneira calma. Quase inebriante. Sorri.

Enquanto eu não tinha pressa, ele parecia estar se controlando. Não me admirei quando o vi desgrudar um pouco de mim e abrir a camisa com um só movimento. Ele colocou as mãos na minha cintura e começou a erguer minha blusa.

Não agüentei mais. Precisava de mais contato com ele, e logo eu mesma me livrei da minha blusinha e do meu jeans. Não demorou muito e ele esticou os meus braços pela cama, me segurando, enquanto começava a distribuir beijos pelo meu corpo. Suspirei e tive certeza que soltei algum som, já que em seguida ele subiu pelo meu tronco e aproximou- se da minha orelha.

- Hoje você vai ser minha, só minha. – Ele sussurrou.

Tive vontade de responder alguma coisa, mas estava ocupada demais tentando raciocinar. O momento pelo qual eu esperei por tempos estava acontecendo, e eu mal podia acreditar.

Senti ele soltando meus braços, e aproveitando o momento, o livrei da sua calça. Deite-me sobre ele e comecei a desferir beijos em cada pedaço de pele que meus lábios encontravam. Talvez pra provocar, subi esfregando meu corpo ao dele, ouvindo um gemido de aprovação de sua parte.

Quando cheguei ao seu pescoço continuei o beijando por um tempo. Sentia as mãos dele agora me livrando das minhas peças intimas e até o ajudei a abrir o fecho do meu sutiã. Sorri de maneira provocativa quando minha última peça de roupa foi atirada ao chão, e acabei dizendo:

- Hoje e sempre... – grudei mais nele – Serei sua. – mordisquei-lhe o lóbulo da orelha direita – Só sua...

Em toda minha existência, nunca houve um dia tão lindo e tão cheio de emoções como aquele. Foi a consumação de um amor que transcenderia os tempos e que poucos se igualariam. Quando a noite chegou, lenta e preguiçosa, Remus virou para mim, e disse olhando nos meus olhos:

-Quando acordarmos amanhã, nos vermos na cozinha para o café, e eu começar a te evitar de novo, não se esqueça que eu te amo demais e que eu só faço isso porque meu lado racional às vezes toma conta de mim.

O olhei talvez com a mesma intensidade que ele e respondi:

- E quando eu te agarrar e dizer que não me importo com as suas desculpas, eu quero que você também entenda o meu lado e procure me desculpar. – Sorri meio incerta e o abracei mais forte – Eu te amo tanto, que ficar longe de você é a pior tortura do mundo.

-Daria tudo pra te merecer, mas sempre acho que você merece alguém muito melhor do que eu.

- Hoje à tarde você não pensou nisso não é? – Sorri ao vê-lo corar – Você só precisa continuar a fingir que não se importa. E por Merlin, Remus! Não existe ninguém melhor do que você.

-Você sempre consegue me fazer acreditar nisso. Se eu te tivesse ao meu lado todos os dias, isso poderia até se tornar verdade. – Sorriu.

- Você me tem do seu lado todos os dias... Só não admite isso.

Me desgrudei dele por alguns momentos e me inclinei até a cabeceira da cama pegando minha varinha.

-“Accio Fire Whiskey”.

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N/L: Eu acho que foi a melhor fic que eu já fiz até hoje. Foi tão legal fazer POV’s diferentes, e criar um parágrafo cada uma. *-*
Agradeço o incentivo da galera que apoiou esse nosso projeto, e agradeço também a Raquel [ vulgo: N. Tonks ] por me agüentar e por suportar minhas idéias malucas.
Comentem...
...bastante :D
Porque quando a gente vê que nosso trabalho foi reconhecido, dá mais vontade de escrever...
E quem sabe vem mais fic’s assim não é meeesmo?

Beijos ;*
/Laari Tonks o/


N/R: Com ctza essa foi a melhor fic q eu ja fiz...mas vc jah sabe disso neh gemma? :B Foi mtu d+ ficar uma semana toda lutando pra fazer algo decente e postar essa fic, mas eu amei ^^
O povão q tava sabendo da fic, vlw o apoio, quem num tava sabendo, espero q tenham gostado ^^
Comentar não diminue sua expectativa de vida em 50 anos naum tah?
Se a inspiração e Merlin ajudar, mais fics podem vir em breve

Beijos ;**
N. Tonks

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