O sequestro



O dia correu na mais perfeita harmonia: os garotos fazendo tudo que as meninas pediam para compensar o tempo que iriam passar afastados e as meninas sendo o mais agradável possível pois não queriam que os garotos desconfiassem que elas estavam tramando algo. Logo a noite chegou e os marotos então sairam. As moças mais que depressa os seguiram por todo o caminho que levava ao que parecia ser uma grande propriedade abandonada. Quando se deram por conta, os marotos haviam sumido. Elas olhavam para todos os lados e nem sinal deles. Ficaram “P” da vida e como perceberam que não iam conseguir encontrá-los, resolveram voltar. A noite ficava cada vez mais escura e na euforia de seguir os marotos, elas esqueceram de tirar as varinhas do malão (o combinado era não usar magia nas férias e os pais de Tiago ainda não tinham conseguido a permissão temporária, então a varinha estava guardada) então andavam bem juntas com medo de qualquer barulho que ouviam. Foi então que um barulho as assustou de verdade e quando olharam, viram um carro se aproximando. O carro parou e dele desceram 3 caras enormes que gritavam e ameaçavam as meninas.

- ENTRA NO CARRO, ENTRA NO CARRO – gritou um dos homens

- ANDA MOCINHA! É PRA OBEDECER – gritou o outro

- Ai, me larga seu malcriado. - Mell reclamou com o terceiro homem que a segurava e a arrastava até o carro.

Logo estavam as três no carro que seguia em alta velocidade pela estrada de chão que levava de volta à propriedade abandonada.

- ME DÁ O NÚMERO DO TELEFONE DOS SEUS PAIS! – gritou o homem com Amy

- Pra que? Se você nos trouxe até aqui, você que nos leve de volta – respondeu a garota

- SUA TOLA! TÁ AXANDO QUE ISSO AQUI É BRINCADEIRA?

- Se não for é bom dizer o que é porque eu to me irritando
- ISSO É UM SEQUESTRO! É BOM ME DAR LOGO O NÚMERO DO TELEFONE! ELES NÃO VÃO TER MUITO TEMPO PRA PROVIDENCIAR A GRANA DO RESGATE
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Perto da li, um cervo e um cão acompanhavam um lobo pelo bosque quando um grito de socorro fez o cervo parar abruptamente. O cão se assustou com a parada do outro animal e parou também, quando de repente outro grito de socorro que foi logo abafado fez os dois gelarem. O cervo fez sinal para que o cão fosse atrás do lobo e saiu em direção ao lugar de onde tinha vindo o grito. Quando chegou perto da casa abandonada, tomou cuidado para não ser visto e então teve certeza de que conhecia aquele grito.
As meninas estavam sentadas num sofá velho, com as bocas tampadas por uma tira de pano e amarradas umas as outras por cordas. Os seqüestradores estavam muito nervosos e pareciam estar com muita raiva, comentando algo sobre elas estarem mentindo sobre não ter telefone. O cervo analisou a situação e viu que eram dois homens e que não havia nenhum veículo no local (o outro havia saído sei lá pra onde). Um dos homens saiu para fora da casa e então o cervo percebeu que era hora de agir. Entrou na casa e atacou o outro homem que caiu no chão sangrando e então o cervo o atacou novamente, batendo na cabeça do homem com as patas fazendo com que o homem desmaiasse. O homem que estava do lado de fora veio em socorro do companheiro e também foi atacado pelo cervo e caiu batendo a cabeça fortemente no chão, desmaiando.
As meninas olhavam paralisadas para toda aquela confusão. Elas estavam com muito medo e nunca tinham visto nada parecido na vida: um cervo lutando contra dois homens para salvar a vida de três garotas. O cervo parou em frente a elas e voltou seu olhar para Lili. Mesmo estando com muito medo, ela percebeu no olhar do cervo que este tinha mais medo que ela e foi então que algo a surpreendeu. No lugar do cervo agora estava Tiago com os olhos cheios de lágrima. O menino desamarrou Lili e em seguida, Amy e Mell. As três não tinham reação e então se assustaram com um latido alto. Um cachorro entrou correndo pela porta e se transformou em Sirius. Tiago disse ao amigo que estava tudo bem e então o garoto se transformou em cão novamente e saiu correndo de volta para o bosque. Tiago então pediu que as meninas o acompanhassem e as levou de volta para casa.

- Não saiam de casa! E não façam perguntas, guarde-as para amanhã – dizendo isso, o garoto deu um beijo na testa de cada uma delas e voltou para o bosque.

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