Fuga No Ministério Da Magia



. . . - Não importa o quanto você discuta isso Potter... – Draco falou olhando fundo nos olhos verdes de Harry. – Nós vamos acompanhar vocês... E não me importa o quão perigoso vai ser o caminho, nada vai me impedir de reunir todas aquelas chaves.

Harry respirou fundo. As coisas tinham acabado de tomar um rumo inesperado.


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- Como assim você vai junto? - Gina exclamou mais alto do que pretendia durante o almoço no Largo Grimauld, Hermione havia acabado de informar à ruiva que também iria se juntar a Rony e Harry na viagem a Escócia. – Já é suficientemente ruim meu irmão e meu marido me deixarem aqui sozinha, minha amiga também vai me abandonar quando eu mais preciso dela!

- Não precisa fazer tanto drama! – Rony disse com uma risadinha abafada. – até parece que estamos deixando você para morrer sozinha aqui!

Gina engoliu em seco, mordeu o lábio inferior e desviou o olhar de Rony imediatamente. O irmão ainda não sabia que ela estava grávida, por isso não compreendia a gravidade de deixá-la sozinha.

- Desculpe Gina... – Hermione disse displicente. – Mas alguém tem que acompanhar esses dois... Garantir que eles voltem inteiros. – Ela deu uma piscadela para a ruiva.

- E você não vai estar sozinha... – Harry passou o braço ao redor da esposa. – Todos os Weasleys vão estar aqui, se você precisar de qualquer coisa, eu tenho certeza de que eles vão vir correndo...

Gina estava pasma. Cruzara os braços, e parecia ter inflado com certa raiva. Harry engoliu em seco nervoso, pelo visto a ruiva ainda não tinha aceitado muito bem a idéia de que passaria a gravidez sem o marido, e a agora teria de lidar com o fato de que também não teria a melhor amiga por perto.

- Simplesmente não posso acreditar... – Ela falou emburrada, no mesmo momento em que Monstro ia servindo os quatro com a saborosa comida que ele havia acabado de produzir.

- Se você ficou espantada com o fato de Hermione nos acompanhar, espere até saber do resto... – Rony falou enquanto devorava vorazmente a comida que acabara de ser servida. (Monstro sorriu satisfeito consigo mesmo).

- O que? – Gina perguntou irritada. – Tem mais algo que eu tenha que saber?

- Draco Malfoy vai nos acompanhar! – Rony falou com a boca cheia. Os olhos de Gina se arregalaram, ela lançou um olhar confuso a Harry.

- Tentamos o fazer desistir da idéia. – Harry apressou-se em dizer. – Mas ele está decidido.

- Nesse exato momento aquela serpentezinha traiçoeira esta na mansão dele buscando tudo que acha que será necessário na viagem... – Rony falou empurrando o prato para que Monstro reabastecesse.

- E isso é exatamente o que devemos fazer. – Harry disse. – Depois do almoço vamos ao Beco Diagonal comprar tudo... – Ele puxou um pedaço de pergaminho do bolso. – Eu fiz uma lista... Antes que Harry pudesse reagir, ele sentiu a lista escorregando por seus dedos, o pergaminho havia sido puxado por Gina, ela atirou de qualquer jeito para Mione.

- Deixe que o Rony e a Mione se virem com essa lista... – A ruiva lançou um olhar fulminante para Harry. – Se meu marido vai para Escócia daqui a alguns dias, ao menos vou aproveitar o tempo em que ele está em casa...

Harry olhou assustado para a esposa, Rony e Mione trocaram um olhar cômico, nenhum dos dois se atrevendo a contradizer a ruiva. - Está decidido então... – Gina disse sorrindo vitoriosa para todos. – Rony e Mione vão ao Beco Diagonal, eu aproveito o dia inteiro com meu marido... Além disso, é uma boa desculpa para vocês passarem o dia juntos. – Ela lançou um olhar malicioso para Hermione.

As orelhas de Rony coraram levemente, e Hermione decididamente sentiu um calor anormal subindo-lhe pelo pescoço. Monstro que havia acabado de servir a comida a Harry e colocou uma tigela fumegante diante de Gina, quase que imediatamente, a ruiva levou às mãos a boca e saiu em disparada ao banheiro mais próximo, deixando Monstro, e as pessoas na mesa bastante confusas. Demoraram alguns instantes para que Harry se desse conta de que havia presenciado o primeiro enjôo de gravidez da esposa.

- Sou só eu imaginando coisas... – Rony disse com a boca cheia da deliciosa comida de Monstro. – Ou a Gina anda estranha desde que eu voltei?

Harry olhou apreensivo para Hermione. Ainda não tinha a mínima idéia de como iria explicar para o melhor amigo que havia engravidado a irmãzinha dele.

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Draco atirava no malão aberto o ultimo livro de Artes das Trevas que julgou ser útil na viagem, o livro caiu com um baque em cima da pilha de roupas que fora atirada apressadamente. Já estava saindo da biblioteca da mansão Malfoy, guiando o pesado malão com a varinha, fazendo-o flutuar levemente alguns centímetros do chão, quando notou um ultimo item que de maneira nenhum deveria deixar faltando: uma garrafa de Uísque de Fogo que estava sobre uma mesa.

“Deus sabe quanto tempo eu vou passar com Potter, Granger e Weasley... É provável que eu vá precisar muito dessa garrafa”. Ele pensou consigo mesmo.

Ele desceu sem pressa as escadas chegando ao patamar da sala levemente destruída no combate que havia ocorrido entre ele, Rony, Harry e os bruxos das trevas. Lá parada em meio às pedaços de um sofá uma única figura solitária. Astória Greengrass.

- Você não precisava ter me acompanhado – Draco disse indo se reunir a ela com o malão flutuando fantasmagoricamente do lado. – Você estava segura no Caldeirão Furado.

- Eu quis. – A loira respondeu, olhando atentamente para a sala destruída, empoeirada e para as paredes descascadas. – Eu me sinto segura com você.

Draco abaixou rapidamente a cabeça para que ela não o visse corando, o que foi uma sorte, pois no instante seguinte, ela deixou de analisar a sala e olhou diretamente para o loiro. Draco havia aproveitado a visita à mansão para tomar um banho e trocar as roupas sujas e rasgadas. Sapatos negros lustrosos, uma calça negra, um colete que combinava impecavelmente com a gravata sobre a camisa de seda esmeralda. Essa foi à vez de Astória corar, na correria ela não havia notado que Draco era de certa forma, charmoso. - Você tem uma casa linda... – Astória acrescentou para acabar com a situação constrangedora.

- Foi linda... – Draco disse tristemente contemplando as paredes gastas e empoeiradas. – Há muito tempo atrás.

- Antes da guerra? – Ela perguntou fazendo Draco encará-la. Astória pareceu notar o espanto do loiro por que em seguida acrescentou rapidamente – Eu estava no terceiro ano de Hogwarts quando Você-Sabe-Quem foi derrotado. É claro que você não se lembra de mim, eu tinha só doze anos quando você largou os estudos em Hogwarts... Não havia como você se lembrar de uma segundanista da sonserina... Eu me lembro do seu rosto nos jornais depois da guerra... – Os olhos dela marejaram um pouco. – Minha irmã Dafne, morreu durante a batalha de Hogwarts, ela era da corvinal...

A pouca cor que Malfoy possuía se esvaiu rapidamente do rosto dele. – Então você sabe que eu fui um...

- Comensal? – Ela completou. – Sim... Mas Harry Potter limpou sua ficha não foi? Você foi inocentado...

- Às vezes, inocência não quer realmente dizer que não haja culpa... – Ele disse tristemente.

Astória parou alguns instantes pensando nas palavras que ele havia acabado de dizer. Ela sorriu bondosamente antes de concluir. – Se Harry Potter perdoou você, então acho que a única culpa que resta, é justamente a que você mesmo sente. Além disso... Culpado ou inocente, eu continuo confiando em você, e isso já é alguma coisa não é mesmo?

Draco olhou pasmo para a loira.

- Vamos indo... Ainda temos minhas compras pra fazer no Beco Diagonal. – Ela deu as costas e saiu para o jardim, onde ela aparatou com um estalo. Draco permaneceu alguns instantes olhando o ponto onde ela desaparecera, depois caminhou incrédulo e aparatou para o Beco Diagonal.

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- Você acha que vamos precisar de tantas poções de cura assim? – Perguntou Hermione examinando a lista que Harry havia feito e retirando vários frascos das prateleiras da loja de poções do Beco Diagonal.

- Tomara que não... – Rony respondeu olhando apreensivo por toda a loja. – O que mais tem nessa lista?

- Poções revigorantes, Bisbilhoscópio... – Ela correu os dedos pelo pergaminho. – E mais uns dez itens de combate e localização de artes das trevas... Não muita coisa, já que vocês Aurores já possuem um estoque de diversas coisas no Ministério.

- E eu que tinha esperanças de que o Harry tivesse anotado algo como, “camiseta do Chudley Cannons”...

Hermione soltou uma risadinha abafada. – Rony quando é que você vai amadurecer?

- Você já é madura o suficiente por nós dois Mione... – Ele deu um beijinho no topo da cabeça dela. Eles pagaram todas as poções que estavam na lista, e saíram da loja com grandes sacas de cor marrom.

- Vamos precisar de mais dinheiro para comprar o resto das coisas... – Mione disse consultando novamente a lista. – E a maioria as coisas vai ser difícil de encontrar aqui no Beco...

- Vamos ao Gringotes, sacamos um pouco do meu dinheiro... – Rony começou a caminhar pela rua apinhada dos mais variados tipos de bruxos. – Teremos o resto do dia para comprar tudo.

Eles seguiram por toda a extensão do Beco Diagonal, os frascos tilintando quando se chocavam levemente dentro das sacolas, subiram os degraus de um prédio alto feito de mármore branco. Gringotes o banco dos bruxos. Eles lançaram um olhar para o aviso na porta, alertando a todos os ladrões, Rony nem se quer escondeu o sorriso quando atravessaram em direção ao saguão da entrada, ele próprio havia roubado de um cofre de alta segurança do mesmo banco, ele lançou um olhar cúmplice a Hermione.
Dentro do Gringotes, destacados entre o mar de duendes que caminhavam apressados, levando grandes pedras de ouro e jóias brilhantes do tamanho de um punho, estavam Astória e Draco. Rony e Hermione se aproximaram lentamente.

- Você não estava na sua mansão Malfoy? – Rony perguntou, rispidamente.

- Já tenho tudo que preciso Weasley... – Ele disse sem nem olhar para o Ruivo. – Vou retirar dinheiro, que talvez precisemos na viajem, e Astória veio pegar dinheiro para comprar algumas coisas que ela precisa...

- Não quero voltar a minha casa... – Astória disse interrompendo Draco. – Achei que seria melhor comprar roupas e outras coisas realmente necessárias aqui no Beco Diagonal...

- Compreendemos perfeitamente Senhorita Greengrass. – Hermione disse segurando a mão de Rony, tentando afastar a tensão.

- Podem me chamar de Astória! – Ela abriu um sorriso encantador – Vocês salvaram minha vida... Não vejo razão para formalidades!

- E exatamente o que vocês fazem aqui? – Draco perguntou. – Não deveriam estar na casa do Potter?

- Estamos fazendo o mesmo que você Malfoy. – Rony disse enquanto era atendido por um duende. – Nos preparando para a viajem.

- Nesse caso... – Astória deu um passo adiante, se aproximando de Rony. – Que tal se fossemos aos cofres todos juntos, podemos fazer as compras juntos... Já que vamos viajar por um longo tempo, nada melhor do que nos conhecermos bem antes...

O rosto de Draco se contorceu em algo que inconfundivelmente era pânico, por sorte somente Hermione notou. – Ir aos cofres juntos? – O loiro indagou.

- Sim... – Astória respondeu. – algum problema?

- Não... – Draco respondeu lentamente. – De maneira nenhuma.

- Vocês concordam? – Astória perguntou animada. Rony lançou um olhar de esguelha para Hermione, e se surpreendeu ao constatar que ela olhava diretamente para Draco, com um olhar brilhante que Rony simplesmente não conseguiu decifrar.

- Vamos adorar fazer as compras com vocês! – Hermione disse olhando para Draco, e em seguida desviou os olhos ao notar que Rony percebera a maneira como ela olhava o loiro.

- É... – Rony nem se quer tentou esconder a insatisfação na voz. – Vamos adorar passar a tarde fazendo compras com você Malfoy... – Ele abriu um sorriso carrancudo e sarcástico, que deixou claro para Draco que ele preferia fazer qualquer outra coisa. Rony lançou um olhar cheio de significados para Hermione, e surpreendeu-se quando ela desviou imediatamente.
O que havia acontecido... Era impressão ou Hermione havia ficado alegre, quase excitada com a idéia de passar o resto da tarde com Draco Malfoy?
Eles foram guiados por um duende tão pequeno que mal alcançava os joelhos de Rony, seguindo em direção aos cofres, eles tomaram um dos carrinhos e seguiu em alta velocidade pelos trilhos, o carrinho sacolejava levemente à medida que eles desceram cada vez mais profundamente na terra. O carro parou com um chiado no primeiro cofre, o cofre de Rony. O duende saltou, indicando para os outros que o seguissem, encaixando uma chave de prata num diminuto buraquinho da grande porta de cobre do cofre, com um estalo ela retiniu e se abriu, revelando uma generosa pilha de galeões de ouro. Durante os últimos anos Rony poupou grande parte do salário de Auror, viver no exterior reduziu consideravelmente os custos de vida, agora ele tinha dinheiro suficiente para realizar a maioria dos sonhos que tinha.

Draco não conseguiu esconder o ódio em seu rosto. Rony colocou um punhado de galeões numa sacola de couro, e acompanhados pelo duende, eles voltaram para o carrinho, que continuou chiando pelos trilhos descendo (se é que era possível) ainda mais. Quando o carrinho parou e o duende saltou, Draco se apressou em falar, com uma voz mais rouca do que o normal – Podem esperar no carro, isso só vai demorar alguns instantes...

- De maneira alguma senhor Malfoy... – O duende disse com voz esganiçada. – Por medidas de segurança vocês todos devem permanecer o tempo todo com o duende guia, que nesse caso sou eu... Então, todos desçam imediatamente. Draco aparentava um nervosismo que nenhum deles jamais havia visto, foi só quando o duende abriu o cofre que eles entenderam o porquê dele se sentir desconfortável com o fato de outras pessoas visitando o cofre da família Malfoy.

Havia somente algumas poucas moedas espalhadas pelo chão, algumas pratarias e quadros velhos e desgastados, Draco tentou em vão esconder o conteúdo do cofre, varrendo os poucos galeões para dentro de uma sacola muitíssimo menor que a de Rony ele saiu apressado.
Rony até tentou forçar um sorriso vitorioso, finalmente possuía mais dinheiro do que Draco Malfoy... Mas não conseguiu sorrir. A situação era demasiada deprimente para isso. Tudo que Draco possuía se perdeu na sua busca por redenção, e aquele cofre vazio fez com que Rony imediatamente se lembrasse do cofre da família Weasley nos dias ruins... Pela primeira vez em toda sua vida, Rony esqueceu sua inimizade com Draco, naquele momento o único sentimento que ele teve pelo loiro, foi pena.

Todos perceberam o quão deprimido Draco havia se tornado depois de visitar o cofre, eles não falaram muito uns com os outros quando retornaram ao carrinho, e por um momento, Rony achou que não havia maneira de Draco se sentir pior do que já estava. Estava redondamente enganado.

- Isso é... Fantástico! – Exclamou Hermione sem conseguir se conter.

Fantástico. Rony teve de concordar com Hermione, essa era a palavra que melhor descrevia o que ele viu. Haviam chegado ao cofre de Astória (o mais fundo de todos), havia ouro em absolutamente todos os cantos do cofre, assim como, livros, prataria, quadros, estátuas, o cofre parecia mais um mini-museu, repleto de grandes moedas de ouro e pedras preciosas. Draco decididamente assumira um tom esverdeado, estava mais pálido, como se estivesse prestes a vomitar. Astória parecia chocada, surpresa. – Eu não tinha idéia... – Ela balbuciou debilmente. Rony presumiu que ela jamais imaginara que a família fosse tão rica.
Curiosamente ela lançou um olhar nervoso em direção a Draco, como se pedisse desculpas, depois apressada recolheu diversos tesouros. Ela voltou ao carrinho com tanta velocidade quanto Draco.

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- Então amanhã você toma uma chave de portal para Escócia... – Gina dizia abraçada ao marido nua na cama do quarto. – E me deixa pra trás?

- Você sabe que eu tenho que ir... – Harry dizia gentilmente enquanto acariciava com as costas dos dedos o braço dela.

- Eu sei. – A ruiva sussurrou triste. – eu não sei o que farei sem você por perto...

Harry há abraçou um pouco mais forte. Ficaram em silencio alguns instantes.

- Vai ser como quando havíamos acabado de nos casar... Você se lembra? – Harry disse.

- É eu lembro... – Gina disse sonhadora. – Você tinha acabado de se tornar Auror, trabalhava o tempo todo... Sempre num julgamento ou caçando algum comensal foragido... Nunca tinha tempo pra mim...

Harry abafou uma risadinha. – Eu não tinha tempo? – Ele disse gentilmente. – Se bem me lembro nessa época você ainda era artilheira do Holyhead Harpies... Só nos víamos nos fins de semana... Às vezes nem isso. Gina não pode evitar as lembranças de seu tempo como artilheira, por dois anos ela foi capitã do Holyhead Harpies, levando o time a vitoria de dois campeonatos e a conquista de cinco prêmios. Durante aqueles anos Gina se tornou uma pequena celebridade. Mas quando Harry foi promovido e passou há ter mais tempo pra ela, e Jorge lhe ofereceu um emprego estável na loja de lorgos, ela imediatamente se aposentou do quadribol.
“Foi uma ótima idéia parar quando ainda estava no topo” Disse Harry no dia em que ela se aposentou. “Assim você vai ser uma espécie de lenda”.

-  Tudo vai ficar bem... – Harry disse dando um beijo carinhoso no topo da cabeça da ruiva. – Só vamos nos separar por um tempo.

- É... – Gina forçou um sorriso.

- Eu também queria estar por perto pra cuidar de você e do bebê... – Harry parou de súbito. Acabara de notar que era a primeira vez que se referia à gravidez daquela maneira... Notou algo que havia passado despercebido. – Gina... Como vamos saber se é um menino ou uma menina?

Gina soltou um risinho abafado. – Se eu quiser saber o sexo do bebê preciso ir ao St. Mungus depois de dois meses de gravidez... Um Curandeiro vai me informar.

- Eu queria estar aqui pra saber isso... – Harry disse sem esconder o descontentamento.

- Quando você parte? – Gina perguntou com um tom de voz que Harry não conseguiu decifrar.

- O ministério envia uma chave de portal amanhã durante a noite. – Harry disse serio.

Gina girou o corpo, postando-se sentada sobre Harry, ela beijou os lábios dele e passou os dedos pelos cabelos negos e bagunçados. – Então acho que temos que aproveitar todo o tempo que temos. – Ela disse com um sorriso maroto voltando a beijar o rapaz.

Harry a beijava com intensidade, saboreando cada instante do beijo da ruiva, sentia o coração batendo forte... De fato tinha até a impressão de estar ouvindo o coração batendo. Harry parou o beijo e olhou para o lado, uma grande coruja parda batia repetidamente com o bico na janela, tentando ser notada. Gina imediatamente bufou nervosa, Harry tentou afastar a coruja. - Vai embora, não quero cartas agora! – ele disse irritado. Mas a coruja continuou batendo sem parar na janela. Revirando os olhos e xingando baixo ele abriu a janela e recolheu a carta, a coruja levantou vôo imediatamente.
Harry começou a ler a carta, imaginando de quem seria, e Gina reparou que quanto mais ele lia mais pálido e surpreso o rosto dele se tornava.

- Me deixa adivinhar... – Gina disse fingindo falsa surpresa. – Problemas no ministério?

Harry se levantou muito depressa. – Preciso ir até o ministério, preciso achar seu irmão... Imediatamente.

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Draco ajudava Astória a carregar as sacolas novas de Madame Malklin, onde ela havia comprado dúzias de roupas diversas. Pouco atrás Rony e Hermione caminhavam descontraídos, já haviam colocado todas as compras na bolsinha de fundo extensível de Mione, haviam comprado um bisbilhoscópio de alta qualidade, um grande espelho de inimigos, e uma antena dourada e retorcida que detectava mentiras, além de vários ingredientes mágicos.

- Ainda tem mais alguma coisa na lista do Harry? – Rony perguntou sem olhar para Hermione, estava ligeiramente irritado pela maneira como ela olhou para Malfoy no Gringotes.

- Não, - A garota disse. – Na verdade já conseguimos tudo. E você Astória já tem tudo o que precisa?

- Na verdade ainda falta uma coisinha. – Disse a loira com um sorriso maroto.

- O que?

- Uma varinha...

- O que? – Exclamaram Rony e Hermione juntos.

- É... – Astória disse pouco se importando com a surpresa deles. – Minha varinha havia sido tomada quando vocês me tiraram da mansão... Então ela ainda está com aqueles... – Ela parou por um instante significativo onde Rony teve certeza de que ela diria um palavrão. – Bruxos. – Disse Astória mantendo a classe.

Eles seguiram pela rua torta, em direção a lojinha do senhor Olivaras. Draco estacou onde estava por um segundo. - Já que vocês vão comprar uma varinha eu vou esperar por vocês no Caldeirão Furado... – Astória olhou curiosa para o loiro, Rony não estranhou a atitude de Draco, sabia muito bem que Olivaras havia passado meses, trancafiado numa cela da mansão Malfoy... E Draco com certeza não queria reencontrar o produtor de varinhas.

- Eu vou com você... – Disse Hermione de súbito. – Eu realmente preciso conversar com você sobre uma coisa... Antes que Rony pudesse protestar os dois caminharam apressados pela rua se distanciando, Hermione sem olhar nenhuma vez para Rony, e Draco aparentando estar tão confuso quanto Rony.

- Acho que somos só nós dois agora Ronald! – Astória se agarrou a braço de Rony. – Vamos fazer compras!

Rony lançou um sorriso tímido a garota antes de ser arrastado para dentro da loja do Olivaras, lá ela comprou uma bonita varinha avermelhada (Mogno, vinte e oito centímetros, veneno de acromântula), Rony fez menção a seguirem para o caldeirão furado, mas Astória deu um puxão em seu braço e antes que ele se desse conta já estava desfrutando de uma tigela do sorvete mágico de Florean Fontescue.
Quando os dois já estavam satisfeitos (Rony havia recusado a segunda tigela por educação, mas Astória insistiu que ele repetisse mais três vezes), eles seguiram para a loja de artigos de Quadribol onde ele se divertiu por vários minutos tendo uma fervorosa conversa sobre as chances do Chudley Cannons de vencer o campeonato esse ano e retomar seu posto na liga, ao que Rony viu, a loira entendia muito de Quadribol, especialmente o que dizia respeito ao seu time, o Manchester Maggots.

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- Você deu sorte Granger... – Draco comentou enquanto ele e Hermione retornavam ao beco diagonal. – Esse tipo de artefato mágico é difícil de encontrar... Até mesmo aqui na travessa do tranco.

Hermione caminhava muito próxima de Draco, tinha pavor das ruas daquele lugar. – Eu sei... Mas você mesmo disse que seria necessário...

- Certo. – Draco olhou entediado para todas as direções, depois falou com sua voz arrastada – Seu namoradinho sabe o que você pretende fazer comigo Granger?

- Não! – Hermione disse rispidamente. – E eu agradeceria se nem ele nem Harry ficassem sabendo.

Ela apressou o passo quando uma bruxa vestida com um manto negro soltou um grito agourento no outro lado da rua que eles atravessavam. Detestava a travessa do tranco, jamais entraria lá se não precisasse tanto do item que estava agora guardado seguro em sua bolsa de fundo extensivo. Eles não disseram nada enquanto andavam, Hermione caminhava rápido e por vezes Draco lhe lançou olhares irritados. Foi quando Hermione avistou uma pequena lojinha repleta de tijolos cobertos de fuligem que ela parou.

- O que foi agora Granger? – Draco perguntou irritado. Mas Hermione não o ouvira, como se estivesse hipnotizada ela caminhou lentamente em direção a loja, os olhos meio marejados. - Essa loja está fechada há uns cinco anos... – Draco disse.

- Eu sei... – Hermione disse, secando os olhos com as costas das mãos. – Vamos logo embora desse lugar.

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Harry respirou profundamente observando as doze portas pretas ao redor dele. O departamento de Mistérios. Nigel o indicou uma porta, uma porta que Harry conhecia bem. Ele ouviu os estranhos barulhos metálicos e imediatamente reconheceu a sala do Tempo, repleta de relógios, eles atravessaram mais uma porta e chegaram à sala das profecias, o brilho das esferas ainda deixava o lugar fantasmagórico.
Caminharam depressa pelos corredores e fizeram uma curva num lugar onde Harry jamais esteve encontrando uma porta que Harry nem sabia que havia ali. Nigel empurrou a porta e Harry viu uma sala mal iluminada, repleta de todo tipo de objeto, espelhos, bonecas, quadros, caixas... - O que ele roubou? – Harry perguntou olhando a toda volta.

- Não sabemos... Os inomináveis se recusam a nos dizer... – Nigel disse caminhando pela sala. – Dizem que é ultra-secreto, mas desconfio que fosse o que estava ali. – Ele apontou um lugar na parede de pedra onde uma marca quadrada livre de poeira estava. Imediatamente Harry supôs que o item roubado deveria ser um quadro ou um espelho de parede...

- Era só o que faltava para complicar mais minha vida. – Harry disse irritado. Ele e Nigel caminharam de volta, Harry lançando olhares distraídos para os corredores cheios de profecias, ele parou tão abruptamente que Nigel se assustou. Harry Potter acabara de ver em uma das estantes uma coisa que simplesmente não pode acreditar.

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Draco e Hermione acabaram por encontrar Rony e Astória admirando vestes de quadribol na vitrine de uma loja, Rony imediatamente parou de sorrir e fechou a cara. Astória por outro lado, continuou absolutamente radiante.

- Acho que já está na hora de voltarmos para o Largo Grimauld Rony... – Hermione disse.

- De maneira nenhuma! – Astória disse com seu sorriso radiante. – Vamos todos comer no Caldeirão Furado antes!

- Eu prometi que iríamos comer aqui Mione... – Rony disse com um sorriso meio encabulado.

- Então está decidido! – Disse Astória, ignorando completamente a expressão surpresa de Mione e o olhar indignado de Draco. – Vocês dois vão indo na frente pra pegar uma boa mesa, eu e Hermione vamos em um segundo...

- Por que não vamos todos juntos? – Hermione perguntou confusa.

- Porque eu quero conversar com você! – Astória falou. – Quando nós chegarmos ao Caldeirão você vai continuar a me contar sobre a final do ultimo campeonato... Ainda acho que o Wimbourn Wasps não mereceu a vitória... – ela empurrou os dois pra longe, e derrotados, Draco e Rony não tiveram alternativa se não caminhar juntos ao Caldeirão furado lançando olhares venenosos por todo o caminho. Astória segurou a mão de Hermione, e com uma piscadela a arrastou para dentro da loja de artigos para quadribol.

Hermione parecia extremamente confusa com aquela situação. - Senhorita Greengrass... – Mione disse sem jeito. – Exatamente o que você quer conversar comigo?

- Bem... – a loira foi dizendo enquanto examinava vestes laranja da vitrine. – Qual a sua relação com Ronald? Têm algo entre vocês?

Hermione sentiu um calor subindo pelo pescoço. Astória estava interessada em Rony? Sem explicação alguma Hermione passou a achar Astória bastante irritante e desagradável. - Ele é meu namorado. – Hermione respondeu um pouco mais ríspida do que pretendia. – Por que a pergunta?

- Nada... É só que... – Ela lançou um olhar para o lado de fora da loja, como se certificasse de que Rony e Draco não estavam mais lá. – Eu reparei que ele e o Draco estão sempre trocando comentários sarcásticos um com o outro, e lançando olhares de esguelha... Não sei... Parece que tem certo... Ódio entre os dois. – Ela lançou um sorriso – Achei que você talvez soubesse o porquê dessa raiva entre os dois...

A antipatia que Hermione havia sentido por Astória a poucos instantes foi desaparecendo aos poucos, e ela respondeu a pergunta de maneira muito mais calma, talvez se desculpando pela maneira grosseira como respondera inicialmente. - Na verdade eu não sei... Draco Malfoy é um idiota, mas são águas passadas, na minha opinião ele já teve o que merece durante a guerra... – Ela disse agora também observando as vestes, tinham uma cor laranja vivo e preto. – Mas ps dois são assim desde sempre, desde o primeiro dia em Hogwarts Rony e Malfoy se odeiam...

- Isso é injusto... – Astória falou com uma voz embargada, que fez com que Hermione olhasse atentamente para ela. – Acho que o Draco já se sente mal o suficiente com ele mesmo sem Ronald lançando olhares de esguelha e comentários sarcásticos o tempo todo.

Hermione não pode evitar um sorrisinho. – Malfoy não é nenhum santo... Em Hogwarts ele fez de tudo possível para tornar a vida do Rony um inferno... Não só do Rony, ele era arrogante e prepotente com praticamente todo mundo. Ele não se importava nem um pouco em pisar nas pessoas se houvesse algum ganho para ele. 

- Ele não me parece arrogante ou prepotente... – Astória continuava a não olhar para Hermione, usando como pretexto veste laranja.

- Admito que ele esteja mudado. – Hermione disse displicente. – Mas não é por que ele está diferente agora que eu me esqueço das coisas que ele fez...

- É exatamente isso, - Astória disse bruscamente finalmente encarando Mione. – Que esta deprimindo Draco... Ninguém parece se importar com o que ele é... Continuam a torturá-lo pelo que ele foi.


- Senhorita Greengrass... - Hermione disse muito séria. - Ninguém nunca muda de verdade. Essencia sempre continua.   

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A primeira coisa que Hermione viu quando entrou no Caldeirão Furado foi Rony sentado sozinho comendo no balcão e conversando animadamente com Neville. Draco se encontrava a uma considerável distancia, numa das mesas, com uma garrafa de uísque de fogo diante dele. Hermione trocou um olha rápido e significativo com Astória, e as duas se separaram, a loira foi em direção a Draco, Hermione se reunião com Rony. O ruivo ficou irritadiço quando ela se aproximou, mas quando ela o abraçou por trás e lhe beijou a bochecha, ele pareceu murchar um pouco.

- Eu estava comentando com o Neville, – O ruivo comentou com um meio sorriso. – Quando ele pretende devolver aquilo para Hogwarts.

Rony apontou pra cima do balcão onde uma espada de prata com rubis no punho faiscou iluminada pelas diversas janelas do Caldeirão Furado. A espada de Godric Gryffindor.

- Até onde eu sei... – Neville disse alargando um sorriso no rosto redondo. – Fui eu quem tirou a espada do chapéu seletor... Se algum aluno se provar um real membro da grifinória e retirar a espada do chapéu, ficarei feliz em passá-la adiante... Mas até que esse dia chegue, essa espada é por direito minha!

Neville deu uma piscadela para os dois antes de dar a volta no balcão e ir servir as outras mesas. Hermione sentou-se ao lado de Rony repousando uma das mãos sobre a dele.

- Mione... – Rony foi dizendo enquanto o sorriso ia gradualmente desaparecendo do rosto sardento. – Se quiser não precisa me contar... Mas exatamente onde você foi com o Malfoy? Eu sei que não é da minha conta, mas eu ficaria mais tranqüilo se soubesse...

Hermione franziu o cenho. – Por acaso você está com ciúmes do Mafloy? Isso é ridículo Ronald! – Ela disse com um pequeno sorriso enviesado.

- Não! – Disse Rony irritado. – É que... Eu não confio nele, não me sinto bem deixando vocês dois sozinhos...

- Ronald! – a garota exclamou, ficando ligeiramente irritada. – Malfoy está mudado... – Ela se lembrou de cada palavra da conversa que tivera com Astória. – Até Harry o perdoou, por que você não pode deixar as diferenças com ele de lado também?

- Uma vez Comensal... Sempre Comensal. – Rony disse sombriamente.

- Ronald Weasley! Não posso acreditar que está sendo tão obtuso com relação à Draco! – Hermione exclamou deixando claro seu descontentamento.

- Obtuso? – Rony disse tão alto que algumas pessoas se viraram para olhar, ele disfarçou abaixando um pouco a voz. – Por acaso eu sou o único que parece se lembrar de todas as vezes que ele te chamou de Sangue-Ruim... Ou das inúmeras vezes em que ele tentou transformar nossa vida num inferno... Não importa o que digam nada vai me fazer confiar em Malfoy.

- Tudo isso foi há muito tempo Rony... – A garota tentou argumentar.

- Só por que muito tempo se passou não quer dizer que não aconteceu!

- Rony isto é... – Hermione começou, mas não chegou a concluir a frase. Um veado prateado se materializou diante dos dois, o brilho que ele emanava era tão intenso que varias pessoas do Caldeirão furado pararam imediatamente para observar.

Quando o veado abriu a boca, a voz de Harry soou, ecoando ligeiramente, como se estivesse numa sala distante a ampla. – Rony, precisamos de você aqui no ministério... Imediatamente. – O patrono de Harry continuou por alguns instantes lá, postado fantasmagoricamente diante dos dois. – Traga Hermione junto... Preciso falar com ela.

Rony já havia se levantado, trocando olhares ásperos um para o outro, Hermione imaginou por um instante o que havia acontecido, mas antes que pudesse expressar suas preocupações para Rony, a voz de Harry voltou a se pronunciar do Patrono, dessa vez muito mais firme. - Dorian Blake escapou do departamento de Mistérios.

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Harry já estava esperando quando Hermione e Rony chegaram ofegantes ao departamento de Mistérios.
Ele deliberadamente evitou o olhar de Hermione.

- O que raios aconteceu? – Rony perguntou.

- Ninguém sabe ao certo... – Harry indicou uma porta ainda sem olhar para Mione. – Foi no meio da noite de ontem...

Eles seguiram por uma das doze portas do departamento de Mistérios, lá estava à sala de Dorian Blake, a mistura de sala de estar e mini-biblioteca particular. Tudo em perfeita ordem, absolutamente arrumado, o único fato que tornava a sala diferente da ultima vez em que os três estiveram lá era a ausência de Dorian.

- Ele fugiu ontem durante a noite... – Harry disse. – Ninguém sabe como, mas ele saiu dessa sala, arrombou uma porta aqui do departamento de mistérios... Roubou um artefato de uma das outras salas, depois ele seguiu até o primeiro nível do Ministério, e conseguiu, de alguma maneira, desarmar Edward Vance, o pesador de varinhas e vigia noturno...

- Ele está bem? – Rony perguntou preocupado. – Vance?

- Está ótimo... – Harry respondeu correndo os olhos pelos muitos livros da sala. – Foi só estuporado, mas Dorian levou lhe a varinha...

Hermione levou uma das mãos à boca, sentia-se enjoada. A voz de Dorian ecoava clara em sua cabeça: “Vocês encontraram não é mesmo? Vocês acharam o espelho e as chaves!”
Ela ainda não contara aos amigos que havia visitado Dorian sozinha, ninguém sabia que quando ela havia buscado o livro  e Dorian a atacara, e em seguida teve uma suspeita de que o ministério da magia iria procurar as chaves necessárias para abrir os Sete portões Mágicos.

- Por que ele decidiu fugir depois de tanto tempo aqui? – Hermione perguntou.

- Os inomináveis acreditam que agora que Voldemort está morto não havia motivo para Dorian permanecer aqui... – Harry respondeu, e por um breve momento pareceu lançar um olhar furioso para Hermione.

- O que ele roubou? – Rony perguntou, sem notar o estranho olhar de Harry.

- Não sabemos ao certo, mas... – Ele foi caminhando para fora. – É melhor que vocês vejam, de uma forma ou de outra. Ele os guiou para a sala redonda com doze portas do Ministério da Magia, Harry respirou profundamente e depois anunciou claramente, “Sala do Tempo”. Uma porta a esquerda de Rony se abriu com uma pancada, os três entraram e Harry guiou o caminho. A sala do Tempo era exatamente como Rony e Hermione se lembravam:
Diversos relógios que produziam um som metálico, prateleiras contendo Vira-Tempos, um tanque de vidro que produzia uma misteriosa lufada de vento e uma porta preta e comum no fundo da sala. Harry seguiu por essa porta, Eles penetraram a sala das profecias, caminharam em silencio, ainda que Harry lançasse olhares de esguelha para os dois amigos.
Eles fizeram uma curva em um dos vários corredores e se viram diante de outra porta comum, Harry a abriu, revelando uma sala mal iluminada cheia de velharias.

- O que ele levou... – Harry indicou um pedaço da parede onde uma marca quadrada e livre de poeira se encontrava. – Estava pendurado ali.

- O que era? – Rony perguntou analisando a superfície da parede de pedra.

- Suponho que um quadro ou um espelho... – Harry enfiara as mãos nos bolos e agora encarava os pés, lançando olhares rápidos na direção de Hermione. – Mas é apenas uma suposição. Eles passaram alguns minutos analisando toda a sala antes que Harry falasse com uma voz estranhamente rouca: - Rony, você pode ir até o escritório preencher o relatório? – Ele olhou decidido para o ruivo. – Como fomos os últimos a entrar na cela do Dorian Blake, os Inomináveis querem saber exatamente o que houve... – Rony lançou um olhar confuso. – Preciso da ajuda da Mione pra traduzir algumas runas que o Dorian tinha na cela, nos encontramos com você em um instante... Assim resolvemos esse problema todo de uma vez...

Rony olhou atentamente o amigo, Harry aparentava estar realmente cansado. – Sem problema, companheiro... – Rony disse. – Nos vemos daqui e pouco...

E Rony saiu, Harry e Hermione ficaram calados por alguns instantes, a garota começou a se perguntar o que Harry estaria esperando.

- Acho que o Rony já está longe daqui... Vamos. – Harry disse isso de maneira impassível, e agarrando o braço de Hermione com a mão começou a guiá-la pelo caminho de volta.

- Harry o que você está fazendo? – Hermione protestou. – Por que está me puxando? Eu sei onde é a cela... Eu vou traduzir as Runas, pode ficar calmo...

- Não tem runa nenhuma para traduzir... – Ele continuava a puxando pelos corredores repletos de profecias. – Eu quero uma explicação... E eu quero agora! – Ele soltou o braço da garota bruscamente, em seguida apontou para uma das prateleiras do corredor. – Eu quero saber exatamente o que significa isso!

Demoraram alguns instantes para Hermione compreender do que Harry estava falando, mas quando ela viu, sentiu-se zonza, prestes a desmaiar. Encarapitada numa prateleira um pouco mais alta que Harry estava uma bolinha de vidro com uma fumaça perolada ondulando por dentro, numa etiqueta amarelada datada de quatro anos atrás estavam os dizeres:

De Z.R.M para H.J.G e G.M.P.W Sobre Hermione Granger E Ronald Weasley

- Eu quero saber Hermione... – Harry disse sem o menor cuidado de esconder a fúria na voz dele. – Por que tem uma profecia sobre você e o Rony aqui no ministério!

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Comentários (1)

  • Sheilinha Araujo

    Não sei como me sinto em relação a este capitulo, a espada não pode ficar com uma pessoa.Pq a Hermione esconde tanta coisa do Ron??? Eu no lugar dele iria ficar furiosa com tantas mentiras... e ainda chacada pelo fato de Hermione ter dormido nua ao lado de Ron e acordado virgem. ¨¬¬  

    2013-06-02
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