Resgate Desesperado



. . . - Se a chave realmente estiver lá... – Rony disse – As pessoas que vivem naquela colina estão em risco. – Draco empalideceu repentinamente, e lançou um olhar assustado para Rony. – Nós temos de ir para lá imediatamente. – o ruivo disse.

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O vento produzia um zumbido forte nos ouvidos de Hermione, o cabelo da garota tremeluzia livre e ela se agarrava com toda a força que tinha a cintura de Rony. Manchester city ficava longe demais para aparatar diretamente. Eles pegaram três vassouras que pertenciam ao ministério da magia e rumaram em direção à cidade, quando alcançasse certa distancia aparatariam direto.
Harry e Draco voavam em alta velocidade mais adiante, por Hermione estar voando com Rony ela atrasava o ruivo.

- Você não devia ter vindo! – Rony gritou para se fazer audível.

- E deixar que vocês viessem para sozinhos? – Hermione replicou – Toda vez que você encontra com esses bruxos das trevas você volta com um corte novo... Dessa vez eu vou com você para te proteger!

- Me proteger? – Rony disse quase rindo, ele balançou a vassoura algumas vezes, fazendo com que Hermione soltasse um grito agudo, apertasse mais a cintura dele e fechasse os olhos para não ver a altura. – Como alguém que tem medo de um simples vôo de vassoura vai me proteger? – O ruivo agora ria abertamente.

- Eu não sei... – Hermione se aproximou do ouvido de Rony com todo o cuidado para falar. – Mas eu não posso deixar meu namorado voltar pra casa em pedaçinhos... – Ela soltou uma risadinha e voltou a apertar a cintura do ruivo com força. Por um momento Rony ficou estático. Há muito tempo não escutava Hermione se referindo a ele daquele jeito.

- Você também não deveria ter vindo. – Harry gritou para Malfoy.

- Você não entende Potter! – Draco gritou, guiando de maneira desajeitada a vassoura, estava usando apenas uma mão, o outro braço ainda estava se recuperando. – Fui eu quem informou onde aquela outra chave estava! Se algo acontecer àquela família terá sido culpa minha! – Ele lançou um olhar para Harry. – Depois de toda a fortuna e todo o trabalho que eu tive para limpar o nome da minha família, eu não posso permitir que ele fique relacionado com morte novamente.

De certa forma Harry compreendia. Draco queria se desligar completamente da época em que foi comensal, e estar envolvido em uma morte, provavelmente fosse reacender as memórias a muito apagadas. Draco acelerou mais a vassoura precisava chegar o mais rápido possível, eles haviam demorado vários minutos para conseguir as vassouras no ministério, e eles sabiam que Yuri e Mikaela não perderiam tempo, eles também deveriam estar a caminho da chave.

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Ela era loira, um cabelo loiro platina extremamente liso, na altura da cintura. Ela tinha a pele mais alva de todos os membros da família, o pai costumava brincar dizendo que ela tinha “cor de leite”. A boca era cor de cereja, carnuda, do tipo de boca pela qual a maioria dos homens simplesmente não resiste. Ela possuía olhos grandes, verdes brilhantes, olhos que olharam assustados pela janela quando ela ouviu a explosão.

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Quando Harry desapareceu no vazio em pleno vôo, os outros perceberam que haviam atingido a distancia necessária para aparatar. Eles aparataram sobre o céu dourado do entardecer na cidade de Manchester, Draco apontou para uma área aberta não muito longe.

- Eu vi a chave numa casa que ficava em colinas parecidas com aquelas.

- Certo... – Harry disse. – Vamos nos separar, sobrevoem as colinas... Se encontrarem alguma casa de bruxos com o estilo colonial que Draco descreveu, lancem centelhas vermelhas para o alto...

As três vassouras se separaram voando velozes em todas as direções. Os olhos cinzentos de Draco esquadrinhavam toda a extensão do campo verde, e foi justamente ele o primeiro a avistar. Atrás de vários pinheiros uma grande casa colonial, exatamente como a que ele havia visto no espelho, se erguia. Ele se aproximou mais, e com horror escutou o grito agudo e feminino ecoando lá dentro. Ele sacou a varinha e disparou as centelhas vermelhas para o céu, que escurecia rapidamente.

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Ela havia sacado a varinha, nunca fora boa em duelos, mas agora precisava lutar. Foi tudo tão repentino... A explosão, e em seguida, dúzias de bruxos entravam pelas janelas e portas. A garota correu o mais rápido que pode de encontro aos pais, os cabelos louros platinados tremeluzindo à medida que ela corria. Ela pode ver o pai e a mãe lançando feitiços sobre os invasores, e ela pode ver quando um dos bruxos que atacavam a casa retirou o capuz, revelando o longo cabelo loiro e esvoaçante e uma magreza quase esquelética, era uma mulher, ela guiava os bruxos, dando ordens, espalhando-os pela casa. Com um brilho demente nos olhos inexpressivos a invasora sacou a varinha e murmurou apontando na direção onde estavam os pais da garota.

- Avada Kedavra. – Ela murmurou sem nenhum entusiasmo na voz.
Com horror a garota loira viu o corpo da própria mãe caindo sem vida no chão, viu o olhar de pânico do pai que foi atingido por um feitiço atordoante no momento de distração. Tudo que lhe restou foi gritar aterrorizada quando um mar de bruxos das trevas lançou feitiços sobre ela.

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- Inferno sangrento! – Rony exclamou alto. Eles haviam pousado as vassouras a alguns metros da casa, entre as arvores onde ninguém poderia vê-los. – Devem ser uns vinte! Rony tinha os olhos arregalados enquanto apontava para os invasores. Vinte bruxos vestidos com longos mantos negros entravam pelas janelas e pela porta da frente da casa. Draco estava mais pálido do que o de costume e Hermione estava abalada.

- São muitos! – Harry exclamou. – Como foi que chegaram aqui tão rápido?

- Eles provavelmente não desperdiçaram tempo, - Draco disse. – Saíram da minha mansão direto para cá...

- Temos que entrar de uma vez... – Rony falou – A família que mora aqui deve estar em perigo... E pelo numero de bruxos eu diria que toda a seita que caça as chaves está aqui hoje!

- Você ficou louco Weasley? – Draco exclamou – Você viu quantos são? Nós não teremos chance nenhuma!

- Tem pessoas correndo risco de vida lá dentro Malfoy! – Rony retorquiu – Podem morrer! E se ficarmos aqui parados seremos tão responsaveis quanto os assassinos!

- Se entrarmos lá dentro vamos morrer Weasley! Vão ser apenas mais vidas desperdiçadas!

Um grito de dor, produzido por uma voz masculina ecoou da casa para a colina que já havia sido totalmente envolta pela escuridão da noite.

- Não temos tempo para essa discussão! – Harry disse sacando a varinha. – Não podemos ficar aqui de braços cruzados sabendo que tem pessoas precisando da nossa ajuda lá dentro! – E com isso Harry disparou pelos arbustos correndo em direção a casa, Hermione lançou um olhar para Rony e os dois seguiram no encalço de Harry. Rony virou-se bem a tempo de ver Malfoy correndo na direção oposta, amedrontado pelos números do inimigo.

“Maldita serpentezinha covarde!” – Rony pensou.

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A garota abriu os olhos, e por um momento de delírio, ela achou que tinha sido tudo um sonho ruim... Mas o cheiro de suor e sangue invadiu as narinas dela.
Ela estava amarrada jogada num canto qualquer da sala de estar, amordaçada com um pano sujo, quinze bruxos riam e apontavam para ela. Parte do longo vestido púrpuro que ela usava havia sido rasgado, era possível ver suas longas pernas, e seu decote havia sido rasgado de qualquer jeito, revelando um sutiã preto. Em seu pescoço um fino cordão de prata com um anel dourado e sem adornos.
O maior dos bruxos ria a apontava, e quando ela acordou, ele produziu um sorriso malicioso; Os nodosos dedos encobriram todo o pescoço da garota, e com um forte puxão ele a colocou de pé. De perto ela notou uma cicatriz funda que passava diagonalmente por todo o rosto do bruxo.

- Você é bem bonitinha sabia? – O bafo de uísque de fogo acertou o rosto da garota. – Quantos anos você tem? Uns dezesseis? Dezessete? – Ele gargalhou alto, fazendo com que todos os outros bruxos soltassem risadas de deboche. Um grito de dor produzido por uma voz masculina soou no andar de cima.  - Parece que Mikaela está se divertindo torturando seu pai... – O bruxo disse sorrindo. – Não se preocupa meu anjinho – Ele acariciou gentilmente os longos cabelos louros dela. – Se ele não disser o que queremos saber... A próxima a ser torturada vai ser você... – Ele lambeu maliciosamente a lateral do rosto dela. Quando ele se afastou ela não pode evitar sentir as lagrimas de se formarem e caírem livres pelo rosto assustado.

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Sorrateiramente, Harry, Rony e Hermione haviam dado a volta na propriedade, estavam agora encostados em baixo de uma das janelas, nenhum dos bruxos os havia visto.

- Certo... – Rony falou – O que faremos?

- Não tenho idéia... – Harry falou engolindo em seco. – Onde está o Draco? – ele perguntou dando falta do sonserino.

- O corvarde nos abandonou lá atrás... – o ruivo respondeu sem esconder o desgosto na voz.

- O que? – Hermione exclamou. –Não! Não pode ser! Nós precisamos dele!

Rony ficou espantando com a reação da garota. – Como assim “precisamos dele”? – O ruivo perguntou sentindo uma pontada de ciúmes.

- Esqueçam o Draco! – Harry disse. – Como vamos entrar?

- Podemos explodir alguma coisa lá dentro pra distraí-los... – Rony falou – Talvez funcione...

- Por que você sempre acha que explodindo tudo vai resolver o problema? – Hermione perguntou indignada.

- Tem alguma idéia melhor? – o ruivo perguntou.

- Na verdade tenho... – Hermione então apontou um alçapão de madeira que estava a alguns metros deles.

- O que é aquilo? – Harry perguntou;

- Algumas casas de campo aqui de Manchester têm porões com duas entradas, uma é aquela a outra deve ser dentro da casa... – Hermione disse esgueirando-se para mais perto do alçapão.

- Como raios você sempre sabe das coisas? – Rony perguntou acompanhando a garota.

- Eu tenho tios aqui em Manchester Rony... – Ela apontou a varinha para o alçapão e murmurou. – Alohomora.

O alçapão deu um estalo confirmando que a tranca havia sido aberta.

- Então nós entramos pelo alçapão, atravessamos o porão e saímos dentro da casa. – Harry foi dizendo. – Vamos tentar não chamar a atenção, tirar a família e a chave daqui sem começar um desastre... – Ele olhou para os lados. – Pela proteção da casa eu acho que podemos aparatar livremente nesses terrenos, então se algo acontecer aparatem para dentro da floresta e busquem ajuda entenderam? – Os outros dois acenaram positivamente com a cabeça e Harry entrou no alçapão, Rony e Hermione trocaram um olhar significativo antes de seguir de encontro ao amigo.
Estava escuro dentro do porão, mas um feixe de luz produzido pela ponta da varinha de Harry iluminava o caminho. Hermione e Rony tinham as varinhas a postos, preparados para qualquer tipo de combate. Harry parou de súbito, erguendo a mão forçando os outros dois a parar. Havia escutado passos no andar de cima.

- O que faremos? – sussurrou Hermione.

- Quantos vocês acham que são? – Harry perguntou tentando escutar melhor os passos.

- Talvez dois... – Disse Rony apertando com força a varinha.

- Eu volto logo... – Falou Harry deixando os dois amigos confusos. Antes que Rony pudesse dizer qualquer coisa um sonoro estalo ecoou pelo porão. Harry havia aparatado diante deles. “craque”. Mais um estalo, Harry havia aparatado para o mesmo lugar onde esteve antes. - Acho que não me viram... – Harry disse. – Tem três, e estão passando pelo corredor, daqui a alguns instantes poderemos sair do porão.

- O que você teria feito se tivessem te visto? – Hermione perguntou.

- Sinceramente eu não planejei essa parte... – o moreno respondeu coçando o topo da cabeça. Eles ficaram alguns instantes em silencio escutando os passos se distanciando no andar de cima. Quando tudo pareceu seguro eles subiram pela segunda entrada do porão, entrando finalmente na casa.

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As lagrimas continuavam a cair do rosto da garota, ela conseguia escutar os gritos do pai no andar acima, e ela ainda a tinha a vivida imagem da mãe sendo assassinada pela bruxa dos cabelos louros.
Parecia que um buraco negro havia se formado debaixo dela, que ela estava sendo sugada pela escuridão e não havia nada que ela pudesse fazer... Ela sentia como se a mente dela fosse um nevoeiro. Pela primeira vez na vida ela se sentiu perdida. Ela se debateu algumas vezes, tentando inutilmente se livrar das cordas. Passos fortes foram se aproximando, ela tentou controlar o choro e o medo.

- Seu pai se recusa a falar loirinha... – O bruxo com a cicatriz no rosto havia voltado. – Parece que vamos ter de usar outros meios para fazê-lo falar... – Ele gargalhou de maneira sinistra enquanto arrastava a garota loira para o andar de cima pela gola rasgada do vestido púrpura.

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O bruxo ficou totalmente imóvel. Hermione havia disparado um feitiço silencioso sobre o invasor, Harry e Rony arrastaram o bruxo das trevas petrificado e esconderam num canto. O mais silenciosamente que puderam eles foram atravessando os corredores, às vezes escutando bruxos vasculhando os quartos, agora chegavam à sala principal da casa, um som de passos vindo do corredor adjacente fez com que os três saltassem para trás de um sofá colonial que aparentava ser caríssimo, com as varinhas em punho eles apenas escutaram.

- Se seu pai não quer falar sobre tortura, talvez fale se assistir a você sendo torturada... – Uma gargalhada grave e sem felicidade soou, os três também escutaram gemidos abafados e pancadas ocas. Rony não agüentou e arriscou olhar. Esticando-se aos poucos ele foi tirando a cabeça da cobertura do sofá. Um bruxo das trevas forte arrastava uma garota loira amarrada e amordaçada numa escada.

- Yuri... – Rony informou aos amigos quando se abaixou e retornou a cobertura do sofá. – Eles vão torturar uma garota...

- Então eles ainda não encontraram a chave. – Hermione disse.

- Temos que agir o mais rápido possível... – O ruivo disse – Vocês viram o que eles fizeram com o ultimo que não entregou o que eles queriam!

No andar acima o som de um grito masculino em agonia ressoou.

- Temos que agir agora! – Harry se postou de pé. – Estão prontos? Rony balançou a cabeça afirmativamente e também se colocou de pé. – Se algo acontecer, você aparata pra longe daqui e busca ajuda ouviu? – Ele falou para Hermione. Antes que ela pudesse responder os dois desapareceram com um estalo. Em seguida um baque forte no andar de cima.

Ela não podia deixar Rony e Harry lutando sozinhos. Ela se concentrou aparatando no andar acima, torcendo para não acertar nenhum móvel no ponto em que aparataria.
Ela fechou os olhos, sentiu a fisgada já familiar no estomago, e o chão firme se formou sobre seus pés. Ao abrir os olhos ela pode ver os clarões. Estavam num escritório bastante amplo, havia três bruxos das trevas que estavam duelando com Rony e Harry, o baque que ela havia escutado eram outros dois bruxos que estavam desacordados, provavelmente estuporados por Harry e Rony. Um homem amarrado a uma cadeira no centro da sala gritava em desespero, um filete de sangue escorrendo pela testa.
Yuri, o gigantesco bruxo que havia atacado Rony e Hermione no Três Vassouras há alguns dias atrás estava mais distantes segurando uma garota loira totalmente amarrada. Mikaela uma bruxo loira e esquelética aparatava em todas as direções lançando flashes verdes sobre os inimigos, Harry e Rony desviavam dos feitiços aparatando em cada canto do cômodo, nocauteando um a um os bruxos. Hermione ouviu o resto dos seguidores da seita subindo apressados pela escada e correndo pelo corredor.

- Mobiliarbus! – ela exclamou apontando para a mesa do escritório, que arrastou em alta velocidade em direção da porta, bloqueando a entrada dos inimigos. Ela começou a aparatar exatamente como os amigos, entrando na batalha. A luta era impressionante. O ataque surpresa de Rony e Harry havia pegado os ofensores desprevenidos. Ao final só restaram de pé os Harry, Rony, Hermione e os dois bruxos das trevas, Mikaela e Yuri.

Os cabelos louros e mal cuidados da bruxa balançaram no ar quando ela se preparou para a próxima maldição, mas antes que qualquer pessoa pudesse fazer alguma coisa, a voz grave de Yuri rosnou furiosa.

- Chega! – ele segurava a garota, com um braço ao redor do pescoço dela, a usando como escudo. – Soltem já essas varinhas eu mato essa nojentinha. Rony engoliu em seco, lançando um olhar desesperado para Harry, que apenas respirou profundamente soltando a varinha. Hermione imitou o amigo, a varinha caiu no chão aos pés dela.

O ruivo olhou furioso para Mikaela, a loira por sua vez apenas sorriu de triunfante. – A varinha Weasley... – Ela falou com sua voz quase demente.

Rony lançou um olhar para a garota que tinha os olhos verdes encharcados com lagrimas, e por fim soltou a varinha.

Mikaela apontou a varinha direto para Hermione, e com um sorriso maldoso ela pronunciou – Imperius. Os olhos da garota saíram de foco ela caminhou lentamente, recolhendo as varinhas do chão, Ela fez um aceno de varinha que retirou o móvel que bloqueava a passagem da porta, depois ela se dirigiu até Mikaela e depositou as três varinhas na mão da bruxa.

- Se você tocar num fio de cabelo dela Mikaela... – Rony disse furioso.

- Você não está em posição de ameaçar ninguém Ronald! – A bruxa gritou de maneira psicótica.

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Mais dez bruxos das trevas haviam subido para ver o que havia acontecido. Yuri removeu a mordaça que cobria a boca da garota, depois com um aceno de varinha fez com que as cordas que a amarravam sumissem. Ela caiu impotente no chão. As lagrimas e soluços audíveis por todos. Yuri deu um chute forte no estomago dela, e depois a empurrou com o pé. - Vá falar com seu pai garota. – Ele rosnou.

Se arrastando ela foi até o homem amarrado no centro da sala. – Pai... – ela disse tocando o rosto do homem com a mão tremula. – Por favor, pai... Acorda...

O homem piscou diversas vezes, e quando sua visão entrou em foco ele gemeu de dor. – Filha? – ele perguntou confuso.

- Pai... – Ela abraçou o homem pela cintura, caída no chão, com o rosto no colo dele. – a Mamãe... Ela... – Mais lagrimas e soluços.

Harry assistia a tudo sentindo uma mistura de raiva e nojo com relação aqueles dois bruxos, Mikaela e Yuri.

- Eu sei princesa... – Lagrimas também caiam pelo rosto do homem. – Não se preocupe, vai ficar tudo bem... Nada de mal vai te acontecer...

Yuri separou os dois com um puxão bruto. A garota caiu longe totalmente indefesa. - Vai ser a última vez que eu lhe pergunto... Onde está a chave? – Yuri gritou para o homem amarrado.

- Eu já disse que não sei do que você está falando... – O homem respondeu chorando.

- Crucio! – Yuri gritou apontando para a garota caída no chão, que soltou um grito agonizante.

- Não a machuque! – O homem gritou. Yuri soltou uma risada fria. – Então me diga o que eu quero saber. – Onde está a chave?

- Eu não sei do que você está falando!

- Crucio. – Ele disse com um sorriso cruel, apontando novamente para a garota.

- Chega! – Gritou Rony.

- Calado Ronald! – Mikaela falou. – Está arruinando o espetáculo.

Yuri parou de torturar a garota, e lançou um olhar para Rony, exatamente o olhar de alguém que compreende algo importante.

- Onde está seu amiguinho? – Yuri perguntou. – o loiro nojento que me deixou essa cicatriz.

- Trazendo todos os aurores do Ministério pra cá... – Harry disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça.

- É mesmo? – Yuri perguntou desconfiado. – Então terei de fazer as coisas de outro jeito. – Ele puxou de um bolso interno das vestes um pedaço de espelho, pouco menor do que o que esteve alojado no braço de Draco. Um brilho avermelhado iluminou o escritório inteiro. Era o mesmo tipo de luz que eles haviam visto na mansão Malfoy quando o espelho e a caixa haviam sido colocados juntos, duas luzes irradiavam o mesmo brilho, uma das luzes vinha do espelho, a outra era o anel que estava no pescoço da garota. Yuri riu. – Estava aqui o tempo todo! – Ele se aproximou e arrancou o cordão e o anel do pescoço da garota. – A segunda chave é nossa Mikaela! – Com um sorriso triunfante ele se voltou para o homem amarrado. – Eu não preciso mais de você. Avada Kedavra! – O homem lançou um ultimo olhar para a filha antes de ser atingindo pelo flash verde.

O corpo dele pendeu sem vida amarrado a cadeira. Mikaela soltou um gemido audível.

- Pai! – A garota loira gritou do chão. O desespero e a angustia expressos naquele grito.

- Calada garotinha... – Yuri se aproximou. – Você é a próxima... Mas eu vou me divertir com você primeiro. – Ele acariciou o rosto dela maliciosamente antes de empurrá-la e se aproximar de Rony. – Onde está à outra chave Weasley?

- Em um lugar onde você não poderá encontrar. – Rony respondeu displicente.

- Não teste minha paciência Weasley...

- Nós deixamos no ministério. – Harry disse. – Onde vocês jamais vão entrar. – Era verdade, eles acharam perigoso demais levar a chave e o pedaço de espelho com eles, por isso havia deixado no escritório.

- Então vocês também não são úteis para mim. – Ele deu as costas. – Mikaela, mate-os... Usaremos a garota sobre a imperius para entrar no ministério...

- Com todo o prazer... – Mikaela respondeu sorrindo. Ela entregou uma varinha a Hermione que caminhou inexpressiva, com os olhos ainda fora de foco, na direção de Rony. – Sabe Ronald... Eu não gosto de matar pessoas... – Mikaela foi dizendo. – Eu sinceramente me divirto mais assistindo as pessoas sendo assassinadas; É algo... Prazeroso para mim. É Por isso que eu vou fazer com que sua namoradinha te mate.

Ela apontou a varinha na direção de Hermione, a garota sobre o domínio da maldição imperdoável, sobre o domínio da Imperius, ergueu a varinha de maneira ameaçadora, apontando direto para Rony. Rony olhava direto para os olhos de Hermione, tentando achar alguma saída para a situação, tentando uma maneira de impedir Mione. Foi então que o som de vidro se quebrando fez com que todos se abaixassem.

Draco havia entrado pela janela montado em uma das vassouras do ministério. Ele voou em alta velocidade pela sala, disparando maldições, e arremessando as outras duas vassouras que ele trazia em baixo do braço, elas ficaram flutuando a alguns centímetros do chão. – Vocês da grifinória nunca planejam antes de agir? – Ele gritou em deboche. Rony abriu um largo sorriso. Pela primeira vez na vida estava feliz em ver Draco Malfoy.

A confusão fez com que Mikaela se desconcentrasse, perdendo o controle da imperius que dominava Hermione. A garota imediatamente começou a estuporar o maior numero de bruxos que conseguia, Harry se atirou sobre Mikaela, tomando-lhe a força as varinhas dele e de Rony. O ruivo agarrou Hermione pela cintura e saltando sobre uma das vassouras, ele deu um impulso forte com os pés e atravessando a janela os dois levantaram vôo para o céu estrelado de Manchester.
Em meio aos feitiços Draco manobrou a vassoura o mais próximo que pode do chão, puxando a garota loira para a vassoura, depois se desviando de uma maldição que passou a centímetros de sua orelha direta ele atravessou a mesma janela da qual tinha vindo, seguindo Hermione e Rony. Com as varinhas em seu domínio Harry aparatou o mais longe que conseguiu daquela casa.

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Os pés de Draco tocaram o chão da floresta escura, a garota que ele havia salvado parecia ter desmaiado, ela agora estava inconsciente nos braços dele. Ele observou as feições dela por um instante, os lábios carnudos e avermelhados estavam secos, os olhos inchados, e o rosto mais pálido tinham uma cor quase que perolada, como um fantasma.
Rony pousou ao lado de Draco, os soluços de Hermione invadiram toda a floresta.

- Está tudo bem agora Mione... – Rony disse descendo da vassoura e colocando Hermione de pé. – Já saímos de lá...

A garota tremia sem parar, Rony jamais a havia visto tão abalada. Draco deitou a garota resgatada aos pés de uma arvore, tocou gentilmente o rosto dela, e colocou o próprio casaco enrolado debaixo da cabeça dela para que ficasse confortável.

- Acho que Hermione está em estado de choque... – Rony disse sentando-se com Hermione no chão.

- Você fica aqui e cuida das duas ouviu? – o loiro sacou a varinha e já havia dado as costas para Rony quando o ruivo o chamou.

- Onde você pensa que vai? – Rony disse ainda acariciando os cabelos de Mione tentando fazer com que ela recobrasse a razão.

Draco respirou profundamente antes de encarar Rony. – Tenho de voltar... Eu não vi o Potter saindo... Ele pode estar em perigo. Rony pode saber com exatidão o que havia sido pior: Ele ter se esquecido completamente do amigo em sua preocupação com Hermione, ou se ninguém menos do que Draco Malfoy o havia feito lembrar-se da segurança de Harry Potter.

- Draco... – Rony limpou a garganta. – Eu... Você... Você ter voltado... Bem... É algo que eu não esperava e... 

- Não me agradeça Weasley... – Draco voltou-se completamente para o ruivo – Você salvou minha vida uma vez... Eu só retribui o favor. Estamos quites. - As palavras soaram rispidas.

Rony ficou lá sem graça, encarando os olhos frios e cinzentos de Malfoy, ainda ouvindo os soluços descompassados de Hermione. - Eu não estava agradecendo. Eu ia dizer que você demorou muito.

Draco fechou o rosto em fúria. - já estou me arrependendo disso, Weasley.

Foi quando a figura de Harry apareceu tropeçando pelos arbustos. Draco imediatamente sacou a varinha apontando para Harry. - Sou eu! – Harry ergueu as mãos. – Eu consegui aparatar para longe da casa, vim aqui para floresta... – ele lançou um olhar para Rony. – Eu vi vocês pousando de longe, e vim até aqui...

- Prove... – Disse Draco.

Harry pensou alguns instantes e disse em voz alta. – Eu salvei sua vida na sala precisa de Hogwarts durante a batalha contra Voldemort... A sala estava em chamas.

Draco abaixou a varinha. Harry por sua vez sacou duas varinhas do bolso, ele arremessou uma para Rony. – eu tomei nossas varinhas da Mikaela...

- O que faremos agora? – Rony perguntou, abraçando Mione que simplesmente não conseguia parar de chorar.

- Voltamos para o ministério... – Harry respondeu. – Aparatamos para a cidade, de lá usaremos o Noitebus, acho que é mais seguro...

Os outros dois consentiram com um aceno da cabeça, Rony abraçou Hermione com ainda mais força e Draco ergueu a garota novamente nos braços. E com um estalo eles desapareceram na noite.

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Com um chute forte Draco empurrou a porta do escritório de Harry, Ele colocou a garota loira sobre a mesa, derrubando vários papeis e pastas. Rony fez com que Hermione se sentasse na poltrona que pertencia a ele, de frente para a mesa de Harry. Ele conjurou um copo de água, e fez com que ela bebesse até a ultima gota.
O dia já amanhecia e Harry caiu cansado sobre a cadeira que lhe pertencia.

- Essa situação simplesmente não pode ficar pior... – Falou Rony quando Hermione foi voltando a si aos poucos.

- Pode ficar muito pior Rony... – Harry falou encarando o amigo. – Eles ficaram com a chave.

O ruivo ficou bastante pálido, Harry esfregou os olhos com força por baixo dos óculos, numa atitude de derrota.

- Ao menos nós salvamos ela... – Draco disse apontando a garota loira que repousava sobre a mesa de Harry.

- Não é tão simples Malfoy... – disse Harry. – Eles têm uma chave e um pedaço do espelho... Eles agora podem ver onde estão as outras chaves...

- Nós também temos uma chave e um pedaço do espelho... – O sonserino disse displicente.

- O que você quer dizer com isso?

- Que isso agora é uma corrida Potter. – os olhos cinzentos de Draco estavam focados diretamente nos olhos verdes de Harry. – Agora é uma questão de quem reúne as chaves primeiro... Nós ou eles. – Draco se precipitou, e abrindo uma gaveta que estava próxima ele puxou o espelho e a caixa feita de rubi. O já familiar brilho avermelhado invadiu a sala, os dois objetos repousaram sobre a mesa, então Draco os tocou, cada um com uma mão, ao mesmo tempo. Os olhos dele produziram um brilho dourado, ele gemeu em dor enquanto os outros assistiam apreensivos. Ele soltou os dois objetos, ofegando e arquejando de dor. – Um lugar montanhoso... Repleto de grama verdejante... Parece uma ilha, tem mar por toda a região... Algumas ruínas de pedra... Uma vila, cheia de casas coloridas, com telhados em cor azul... Um farol vermelho... Estradinhas de pedra... Fica longe daqui... Eu posso sentir... Havia também um...

- Um grande cemitério? – Hermione falou pela primeira vez desde haviam escapado. – Com uma estatua no centro?

- Exato!

- Eu sei onde a próxima chave está... – a garota falou.

- Onde? – Rony perguntou carinhosamente, acariciando o rosto dela.

- Dryburgh... Fica na Escócia... - Ela teve de completar quando notou a confusão no rosto dos três. – A família da minha mãe vive lá...

- Escócia? – Harry perguntou indignado. – vamos ter de ir à Escócia?

- É o que parece Potter... – falou Draco. Todos se encararam cansados, foi naquele momento que eles perceberam que uma jornada grandiosa ainda os aguardava.

- Não podemos perder tempo... – Harry falou. – Temos que nos preparar para partir o mais cedo possível.

- Antes, nós precisamos dormir... – Foi Draco quem falou. – Minha mansão ainda esta interditada como área perigosa e ela... – Ele apontou para a garota adormecida sobre a mesa. – acho que não restou nenhum lugar pra ela... Conhece algum lugar seguro onde nós possamos passar a noite?

Harry se concentrou um pouco. – Acho que sei de um lugar perfeito.

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